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A idealizadora e a coordenadora do Projeto de Musicalização

No documento MARISLEUSA DE SOUZA EGG (páginas 99-103)

3 REVISÃO DE LITERATURA

4.9 AS CRIANÇAS DO PRÉ II A

4.10.2 A idealizadora e a coordenadora do Projeto de Musicalização

Desde criança e na convivência com seus avós paternos que eram alemães, a coordenadora foi influenciada e incentivada por eles a aprender música. “Eles adoravam música”, relatou no início da entrevista. Os primeiros instrumentos musicais que teve contato em casa foram flauta, violão e gaita de boca, sempre estudando com a família.

Mais tarde, ao terminar o curso Técnico em Farmácia, a música falou mais alto em sua vida, pois desde 1978 já auxiliava o seu professor de banda nos ensaios. Até o momento são 38 anos tocando em bandas e fanfarras. Em 1993 assumiu como professora regente a banda da escola e tornou-se funcionária da SEMED. O projeto de bandas nas escolas funciona há 22 anos sob sua coordenação.

Desde que criou o Projeto de Bandas juntamente com outros colegas, o seu sonho era desenvolver alguma atividade musical para as crianças de 0 a 5 anos. Ela contou, empolgada que “todos temiam fazer alguma coisa de música com esta faixa etária. Eu, não. Pra mim, quanto menor, melhor”. Ressaltou que gosta de trabalhar com esta idade pois aceitam muito bem o ensino de música. E acrescentou: “pensando um pouco mais a frente, o retorno acontece para o Projeto de Bandas que temos nas escolas. As crianças que fazem aulas de

música desde pequenas podem continuar a estudar música ao tocar nas bandas. Em seguida relatou um depoimento de um de seus regentes das escolas, dizendo que:

… quem vem da educação infantil que faz conosco… são bem diferentes na parte da música… eles já tem muita coordenação motora, muito ritmo, a percepção auditiva também é diferente. Conseguem tocar e marchar ao mesmo tempo. As outras crianças [que não estudam nos CEIs] tem mais dificuldades. (Entrevista com a coordenadora - 19 de maio, 2015).

Conforme explicou a coordenadora, o Projeto Bandas e Fanfarras foi implantado em março de 1993 na SEMED como projeto extra curricular, para possibilitar aos alunos a vivência com a música instrumental. A faixa etária inclui alunos do 1º ano ao 9º ano e também os ex-alunos. Entre os instrumentos utilizados estão: trompetes, sax, clarineta, trombone, repique, atabaque, bombo, pratos, escaletas, surdos e caixas. O professor para trabalhar no Projeto Bandas e Fanfarras até então entrava com o cargo de Admitido em Caráter Temporário (ACT), ninguém era efetivo.

Hoje o projeto tornou-se oficialmente Programa de Musicalização Instrumental Bandas e Fanfarras por um decreto no dia 30 de março de 2016. Perante este fato, no dia 22 de maio de 2016, haverá a prova para efetivar através de Concurso os professores de Música do referido Programa. Todos os professores aprovados nesta prova serão efetivos na SEMED, afirmou a coordenadora.

As aulas são ministradas no contraturno escolar e os alunos participam de apresentações como Mostras de Bandas e Fanfarras, eventos escolares e da região. Esta foi mais uma conquista positiva que a música alcançou no meio educacional

neste município, mostrando que é possível ter bandas e fanfarras para a comunidade estudantil. Tornando-se um canal de educação que pode promover aos alunos desenvolvimento em outras áreas e um enorme aprendizado musical.

Em 2003, a coordenadora foi visitar a Alemanha com o objetivo de observar os jardins de infância, denominados de

Kindergarten, que correspondem ao que atualmente no Brasil

chamamos de Educação Infantil. Ressaltou que lá eles tem música desde bem pequenos: “Em todas as escolas e em todos os locais onde a educação está inserida, a música está presente”. Observou que nas escolas alemãs, tem salas especiais para as aulas de música e que as crianças são levadas para estas salas. E afirmou que já foi logo pensando “…no Brasil e em nossa cidade tem que modificar algumas questões, pois não poderemos ter em cada Centro de Educação Infantil uma sala especial pra música”. Em nossas instituições não há tantos espaços, concluiu. A maior necessidade é abrir mais turmas, pois a demanda das crianças é muito grande, relatou a coordenadora, e assim o município pode atender as necessidades das famílias.

… eu sabia que salas especiais não seriam possíveis, talvez um lugar ou outro, mas a maioria dos 78 CEIs a realidade seria dar aula nas salas de aula ou em espaços alternativos, como por exemplo: o pátio coberto, no gramado, em fim ocupar outros espaços. Então, lá pude observar maravilhas na questão da música, e é claro, adaptei praticamente todo o projeto para ser inserido na Educação Infantil. (Entrevista com a coordenadora, 19 de maio, 2015).

Na Alemanha as aulas de música estão inseridas no currículo das escolas, e aqui nos Centros de Educação Infantil também. A aula de música faz parte da carga horária de cada

CEI, ressaltou a coordenadora. Ao retornar da Europa, ela escreveu o projeto de musicalização infantil, refletindo sobre o que tinha observado e ouvido no Kindergarten.

“Tenho uma amiga, que me incentivou com esta ideia, ela é professora também, ela e o marido são de origem alemã”. A coordenadora disse que conversou muito com esta amiga que além de incentivá-la também lhe proporcionava ideias. Assim começou a dar aulas de musicalização no primeiro CEI, onde analisava o que funcionava e o que não era viável. Em seguida iniciou a escrita do Projeto. “Escrevi de uma maneira bem simples”, relatou, “ia trabalhando, testando e escrevendo”.

Neste CEI, as aulas de musicalização começaram a dar muito certo, ela foi ajeitando e adequando ao contexto daquele ambiente. No ano seguinte começou a dar aulas no segundo CEI. Os dois têm quinze anos de projeto. A partir da aprovação da Secretaria de Educação mais Centros passaram a integrar o projeto – os demais possuem hoje, dez anos de existência, afirmou a coordenadora.

5 O PROFESSOR KLAUS: CONTEXTOS DE

No documento MARISLEUSA DE SOUZA EGG (páginas 99-103)