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A participação no contexto escolar pode ocorrer de diversas formas, sendo que Lück (2009) cita as seguintes: participação como presença, participação como expressão verbal e discussão, participação como representação política, participação como tomada de decisão e participação como engajamento. Cada uma dessas formas de participação contém uma intensidade diferente e gradual no seu nível de interação. Para ser bem sucedido, um modelo de gestão escolar participativa deve promover meios de a comunidade, de forma sequencial e crescente, se motivar a estar presente na escola; a participar de discussões e debates acerca da viabilidade de implantação de novas ideias e projetos na escola; a deliberar no processo de tomada de decisão a respeito de quais ideias e projetos debatidos realmente serão implantados na escola e a engajar-se na execução das ações necessárias para a implantação dos projetos escolhidos.

COMUNIDADE FAMÍLIA PROFESSOR ALUNOS GOVERNO ENTIDADE SOCIAL FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA Escola

Entre os diversos stakeholders que compõem a comunidade escolar, conforme verificado na Figura 1, a comunidade local na qual a escola está inserida é o que se mantém mais distante da gestão escolar, sendo que, em modelos tradicionais de gestão escolar, a comunidade tende a manter-se totalmente alheia aos projetos instituídos na escola. Assim, considera-se que somente um modelo bem planejado de gestão participativa e bem implementado se constitua um elemento capaz de possibilitar a aproximação da comunidade local da escola.

Figura 1 – Comunidade Escolar – os stakeholders que afetam e são afetados pelo processo educacional. Fonte: Elaborado pelo próprio pesquisador.

A organização-escola possui interfaces através das quais ela interage com todo o meio, que é composto por diversos atores sociais (stakeholders). Por meio do relacionamento com esses agentes, surge a sinergia Escola-Estado-Comunidade, a qual resulta em importantes parcerias público-privadas. Dentro desta perspectiva, comunidade e empresas privadas se unem para interferir positivamente no processo decisório educacional. Ressalta-se, entretanto, que é importante ter um projeto pedagógico consistente que não permita que as parcerias público-privadas não interfiram nos fins da educação.

Nessa perspectiva de organização e gestão escolar, Santos (2004) afirma que os atores sociais - diretores, coordenadores, professores, pais e alunos, entre outros - são considerados

como sujeitos com voz ativa no planejamento e implementação do processo administrativo- pedagógico da escola, mas para que resultados organizacionais positivos sejam alcançados é necessário que a participação ocorra de forma clara e com responsabilidade, o que demanda a aplicação dos princípios de legitimidade, participação, liderança, qualificação e flexibilidade expostos, anteriormente.

Considera-se que o ambiente propício ao desenvolvimento de um modelo de gestão participativa só poderá ser considerado completo se houver a participação da comunidade local na qual a escola está inserida, afinal “a gestão escolar implica na criação de um ambiente participativo” (LÜCK, FREITAS, GIRLING, KEITH, 2010, p. 19). Para Murillo et al. (2007), um modelo de colaboração na organização escolar dentro de uma política administrativo- pedagógica que aborde como elementos principais o aluno, o conhecimento, o corpo discente e a comunidade se faz requisito básico para a qualificação da escola. De acordo com a exposição do autor, a qualificação escolar se constitui na capacitação da escola para o atendimento das novas requisições da sociedade e, consequentemente, dos alunos, em uma era regida pela rapidez e importância do acesso à tecnologia e ao conhecimento.

Dentro de um modelo de gestão educacional participativa, a escola é planejada para se transformar em um centro comunitário permanente, pois a integração entre escola-família- comunidade é amplamente aplicada. Tal modelo de gestão compartilhada leva pais, professores e alunos a apresentarem comportamento de satisfação em relação ao serviço oferecido pela escola (SANTOS, 2008).

Conforme pode ser observado na Figura 2, o envolvimento da comunidade na escola é um dos fatores mais importantes do modelo de gestão compartilhada:

Figura 2. Um referencial para a melhora da eficácia escolar. Fonte: Murillo et al. (2007, p. 30)

Este envolvimento, no âmbito da gestão compartilhada, dispõe de processos que se constituem elementos motivadores para a colaboração entre a escola e as famílias, com objetivos e visão compartilhados, direcionados a um processo onde a participação da comunidade escolar na construção e implantação do projeto político-pedagógico torna-se um fator-chave de sucesso (MURILLO et al 2007).

O organograma das escolas sempre coloca o processo de participação em uma posição privilegiada, uma vez que formalmente as decisões mais importantes são tomadas a partir da atuação de seu órgão colegiado. Mas a estrutura formal do colegiado se liga apenas ao processo administrativo, o que não se traduz no significado real de participação. Para entender o verdadeiro valor da participação no processo de gestão escolar é necessário que haja atuação - inclusive em esferas informais - de pais, professores, alunos, funcionários e comunidade local (SASTRE, 2003). Uma das expectativas desta pesquisa foi verificar se o resultado da gestão compartilhada bem sucedida estaria relacionado à interação entre estruturas formais e informais de participação.

A gestão escolar deve promover ambiente e estruturas propícias à participação (LÜCK et al., 2010); sendo que uma vez construído um cenário participativo onde a comunidade esteja inserida na rotina escolar, isso irá motivar todos os envolvidos no processo, principalmente alunos e professores, a se comprometerem mais com a escola e suas atividades. De acordo com Paro (2010):

A atividade administrativa não se dá no vazio, mas em condições históricas determinadas para atender a necessidades e interesses de pessoas e grupos. Da mesma forma, a educação escolar não se faz separada dos interesses e forças sociais presentes em uma determinada situação histórica. A administração escolar está, assim, organicamente ligada à totalidade social, onde ela se realiza e exerce sua ação e onde, ao mesmo tempo, encontra as forças de seus condicionantes (PARO, 2010, p. 18).

No Quadro 1, abaixo, faz-se uma leitura da participação à luz do pensamento de Guerra (2002), o qual afirma que a participação na escola é uma tarefa enriquecedora que possui dimensões educativa, sociais e profissionais. Diante da importância da participação da comunidade na escola sobrepõe-se a questão a respeito de como uma gestão compartilhada permite e promove a participação da comunidade dentro da escola. O Quadro 1 apresenta estratégias que facilitam o processo de participação na escola:

ESTRATÉGIAS PARA FACILITAR A PARTICIPAÇÃO

Identificar as oportunidades apropriadas para a ação e decisão compartilhadas. Estimular a participação dos membros da comunidade escolar.

Estabelecer normas de trabalho em equipe e acompanhar e orientar a sua efetivação. Transformar boas ideias individuais em ideias coletivas.

Garantir os recursos necessários para apoiar os processos participativos.

Promover reconhecimento coletivo pela participação e pela conclusão das tarefas. Quadro 1. Estratégias para facilitar a participação

Fonte: Lück et al. (2010, p. 35)

É possível observar no Quadro 1, que a democracia na escola está condicionada a alguns parâmetros, tais como, o diálogo permanente entre todos os membros da comunidade escolar, o debate aberto acerca das questões importantes, a intervenção nas decisões, o exercício da capacidade de análise crítica de situações, conflitos e normas, o respeito, o comprometimento e controle das decisões tomadas através de processo democrático, a liberdade de expressão para todos os membros da comunidade escolar, inclusive os alunos e a tolerância e respeito às diversas culturas e formas de pensar (GUERRA, 2002).

No entanto, para que tudo isso ocorra e a gestão seja, de fato, participativa faz-se necessário que ela decorra do reconhecimento da participação como um valor essencial que deve orientar todas as suas práticas. Neste sentido, passará a compor uma dimensão da cultura organizacional daquela escola, amplamente aceita e praticada por todos os membros da organização e pelos seus dirigentes. (BARROSO, 2008).

A escola está contribuindo para a transformação social não apenas quando promove a transmissão do saber, mas também quando colabora para o desenvolvimento da consciência crítica da sua clientela (PARO, 2010). O incentivo e o exercício da gestão compartilhada no ambiente escolar é uma forma eficiente de promover a capacidade de estabelecimento do pensamento crítico.

Para promover a gestão participativa, deve-se desenvolver visão e objetivos para a escola de modo que seja compartilhada por todos os membros da comunidade escolar; desenvolver uma ótica proativa e empreendedora para os processos relativos à escola; definir o perfil e a identidade social da escola e definir uma perspectiva comum e compartilhada de desenvolvimento institucional da escola e profissional do corpo docente e técnico- administrativo da escola (LÜCK et al., 2010). Por outro lado, para que a participação se torne efetiva, é necessário que existam estruturas adequadas a esta finalidade. Para Guerra (2002),

quando as estruturas são ineficazes ou insuficientes para canalizar a participação, é preciso modificá-las, revelando o processo cíclico da gestão onde os resultados devem ser constantemente avaliados.

Cabe ressaltar, todavia, que a participação não se refere somente à gestão e aos seus aspectos formais, ela engloba o desenvolvimento de processos de aprendizagem, a vida da escola e a sua dinâmica geral, conforme alerta Guerra (2002). Para introduzir um modelo de gestão compartilhada que tenha a participação da comunidade local e da família, a escola deve estar preparada para aceitar o posicionamento desses vetores no processo educacional e na construção de seus projetos pedagógicos.

Contribuição importante é trazida por Lück (2009) quando a autora afirma que, muitas vezes, tanto os professores quanto os membros do corpo gestor sentem-se temerosos ao se depararem com a perspectiva de ampliar a participação de indivíduos externos à escola, sobretudo àqueles muito eloquentes e que demonstram temperamento mais forte. Esse tipo de comportamento leva dirigentes escolares a evitar a participação da família e da comunidade local na escola. Considera-se, em relação a essa questão, que deve haver uma promoção do ambiente participativo através da introdução de um estágio de preparação para a gestão compartilhada onde família, comunidade, professores e gestores possam se capacitar para o exercício da participação e do trabalho em equipe. Pressupõe-se dentro deste contexto, que as decisões e os conflitos devem ser tomados e resolvidos respeitosamente através do consenso das equipes de trabalho.

No que diz respeito às relações de poder, Paro ajuíza que, “em virtude de sua posição de comando, o diretor é visto, em geral, como detendo poder e autonomia muito maiores do que na realidade possui” (2010, p. 202). No entanto, a responsabilidade deve ser compartilhada por todos e não somente por aqueles que compõem a direção. Depreende-se assim, que o desempenho do aluno é resultado do trabalho conjunto de toda a comunidade escolar, e, que esta tarefa, será mais bem consolidada em um modelo compartilhado de gestão que integre e envolva família, comunidade e outros colaboradores externos da escola. Segundo a concepção de Noblit (1995) acerca dessa questão, o modelo de gestão participativa deve funcionar como um elemento mediador das relações implícitas que transcorrem no ambiente escolar, compartilhando decisões e mobilizando pessoas, a fim de que tomem para si a responsabilidade da criação de um projeto democrático.

Com relação à participação do aluno no processo educacional, salienta-se que ela deve ser promovida com transparência informativa, a qual possibilite eleger livremente os melhores processos e a capacidade real de intervir nas decisões (GUERRA, 2002).

De forma geral, as escolas devem buscar estabelecer parcerias com grupos comunitários e também com empresas que possam atuar em seus projetos, bem como possibilitar que os alunos contribuam e participem desses projetos. Forma-se, assim, uma sinergia onde a escola apoia e também é apoiada nas suas inter-relações com a comunidade em um processo onde são redimensionados os limites da sala de aula. Para os autores, esse processo de criação de alianças estratégicas entre a comunidade e a escola favorece o processo de estruturação de uma ‘escola que aprende’ e de uma ‘comunidade que aprende’. Dessa forma, ambas conseguem se posicionar melhor diante das requisições de uma sociedade em constante processo de interação com novos conhecimentos e novas tecnologias (SENGE et al (2005).

O conceito de participação aliado à gestão escolar é abordado por Dalberio (2002) numa visão peculiar, quando se refere ao segmento família. Para a autora, a participação, neste caso, pode favorecer a inércia do Estado incorrendo em comodismo diante da responsabilidade no suprimento das necessidades básicas da escola, numa perspectiva utilitarista.

A gestão, no contexto da pesquisa em pauta, consiste na mediação das relações intersubjetivas que ocorrem no ambiente escolar, compartilhando decisões e mobilizando pessoas para que, com o mesmo entusiasmo, partilhem a criação de um projeto pedagógico com base nos princípios de convivência democrática.

A gestão democrática exige uma redefinição das relações de poder dentro da organização escolar com vistas a superar o modelo vigente. O diretor da escola deixa de ser o único a tomar decisões e passa a compartilhar responsabilidades. Pois o trabalho educacional consiste em uma ação de caráter coletivo, cujo sucesso pressupõe a “participação conjunta e integrada dos membros de todos os segmentos da comunidade escolar” (LÜCK et al, 2010).

É importante reconhecer que sempre que a sociedade se depara com situações de mudanças em sua estrutura, novas demandas são exigidas da escola, uma vez que se alteram os pressupostos de uma formação cidadã que a sociedade passa a demandar. Por esta razão, Penin e Vieira (2002) alertam a escola para que se mantenha atenta e flexível às mudanças que são inerentes aos momentos históricos. Desse modo, a flexibilidade consiste em grande desafio para a gestão escolar que se pauta em princípios democráticos, conforme reforçado pelas palavras de Hora:

A necessidade de promover a articulação entre a escola e a comunidade a que serve é fundamental. O entendimento de que a escola não é um órgão

isolado do contexto global de que faz parte, deve estar presente no processo de organização de modo que as ações a serem desenvolvidas estejam voltadas para as necessidades comunitárias [...] Nesse sentido, é preciso compreender as concepções de comunidade e as relações que a escola estabelece com seu contexto social imediato (2009, p. 59).

Há diversos modelos de administração democrática que podem ser aplicados e moldados de acordo com a necessidade específica de cada instituição escolar. Sendo que, qualquer que seja a forma assumida em sua implementação, esse modelo de gestão deve ter como característica a participação efetiva dos diversos setores da escola e da comunidade. A coordenação do esforço humano coletivo deve ser função de grupos e não de indivíduos para os quais seja reservado poder e autoridade irrestrita sobre os demais (PARO, 2010). Beraldo e Pellozo corroboram ao dizer que:

À administração participativa é creditado o alargamento de espaços para incorporar a capacidade criativa e solidária das comunidades escolar e local. Tal prática favorece o despertar de iniciativas e programas a partir das interlocuções, dos diálogos, das críticas e da reflexão, como resposta aos anseios e às necessidades da escola pública e da sociedade que a financia (2007, p. 2).

O trabalho educacional é ação de caráter coletivo, cujo sucesso pressupõe a “participação conjunta e integrada dos membros de todos os segmentos da comunidade escolar” (LÜCK, FREITAS, GIRLING, KEITH, 2002). Para Lück (2002) dizer que gestão escolar implica participação pode ser considerado pleonasmo de reforço, visto que o termo é inerente à gestão democrática. Nesse contexto, o diretor da escola se sobressai como figura articuladora do processo, pois somente uma ação integradora por parte da liderança pode oportunizar aos diversos segmentos sentirem-se corresponsáveis pelos seus resultados. A autora se aproxima da realidade da escola pesquisada, ao afirmar que uma prática participativa é capaz de ir além do exercício do poder individual e gerar a construção da competência, para articular o poder partilhado no coletivo.

Capacitar toda a comunidade escolar para a participação efetiva tem sido recomendado como ação estratégica para o sucesso escolar. Segundo Paro:

A coordenação do esforço de funcionários, professores, pessoal técnico- pedagógico, alunos e pais fundamentada na participação coletiva, é de extrema relevância na instalação de uma administração democrática no interior da escola. É através dela que são fornecidas as melhores condições para que os diversos setores participem efetivamente da tomada de decisões, já que estas não se concentram mais nas mãos de uma única pessoa, mas na

de grupos ou equipes representativos de todos. É necessário que esta representação seja autêntica, com o funcionamento eficiente de expressão de ideias e de intercâmbio de informações (PARO, 2010, p. 245).

Concorda-se com Lück (2002), quando a autora sinaliza para a participação que emerge da manifestação dos diferentes talentos, cuja valorização faz com que todos incorporem seu papel na organização, assumindo responsabilidades coletivas como um ganho partilhado entre cada um. Cria-se assim, um ambiente propício à proatividade, onde a iniciativa em propor soluções adequadas aos diferentes problemas escolares ocorre na mesma proporção do esforço em encaminhar as condições para que as mesmas se realizem. Para a autora, uma comunidade proativa, age com criatividade frente aos obstáculos superando as expectativas com relação às demandas dos sistemas de ensino e intervindo de forma sempre direcionada aos objetivos da instituição.

É possível destacar, segundo Pimenta (1995), três dimensões do projeto político- pedagógico que são imprescindíveis ao processo de participação: trabalho, participação e reflexão coletiva. Trata-se de uma visão humanizadora a qual valoriza o indivíduo como parte integrante de uma coletividade e permite avançar da leitura de uma escola reprodutora da dimensão social, para uma escola viva que tem o seu lugar na transformação e na edificação da sociedade, porque atua em conjunto (MONFREDIN e RUSSO, 2003).

Diante da visão de que a escola deve envolver pais de alunos e comunidade em geral nas suas atividades, Paro (2010) argumenta que há uma quase ausência de participação da comunidade nos assuntos da escola, principalmente no que diz respeito às camadas sociais mais pobres. Segundo o autor, seriam justamente aquelas que teriam mais a se beneficiar com a interação no ambiente escolar. Ele também alerta para o fato de que a escola deve buscar formas criativas de aproximação entre a família e a escola, que possam ir além de reuniões formais entre pais e mestres, as quais sempre tendem a ser expositivas e em nada motivam a participação e a frequência dos pais na escola.

O desenvolvimento da gestão participativa nas escolas demanda, ainda, a criação de estruturas e processos que permitam o envolvimento de todos os atores pertencentes à comunidade escolar na tomada de decisão e nas modalidades de funcionamento da organização educacional. Esse pensamento de Barroso (2008), também inclui a ideia de que:

Numa escola, as equipes podem ser criadas para os mais diversos fins, terem as durações mais variadas e serem compostas por uma só categoria de membros, ou pela sua pluralidade. Podem existir equipes agregando professores, trabalhadores não docentes, pais e alunos para elaborarem

propostas sobre os mais diversos assuntos (definição de objectivos e políticas, regulamentos, resolução de problemas, etc.). Outras podem ser formadas por professores de uma mesma disciplina, ou de várias disciplinas, para elaborarem programas de apoio educativo, ou redigirem materiais de trabalho, ou ainda programarem atividades curriculares. Ou então serem criadas equipes de projeto, homogêneas ou heterogêneas do ponto de vista dos seus componentes, em função da natureza dos projetos a realizar (Ibid., p. 20).

As dimensões política e pedagógica do projeto de gestão escolar são discutidas por Castro e Werle (2005) e por Osowski (2000). Os autores apresentam visões convergentes em relação ao projeto da escola pesquisada, na medida em que estes o percebem, em sua dimensão política, como um processo que demanda articulação, envolvimento intenso das pessoas e superação de resistências e radicalismos, tendo a mediação e a negociação como estratégias recorrentes de ação. Trata-se de uma dimensão que remete a um posicionamento, uma tomada de decisão que sinalize para a realidade que se propõe transformar ou mesmo reproduzir.

Discorrer a respeito de qualidade em educação depende do que se entende por qualidade. A escola presta serviços educacionais à sociedade, assim, neste estudo, considera- se o conceito de qualidade usado em gestão, que é o de que a qualidade na prestação de serviço é uma variável definida de acordo com a percepção do cliente (CHIAVENATO, 2008). Assim, a qualidade dos serviços educacionais prestados pela escola é definida de acordo com a sua capacidade de atender as necessidades de seus alunos. Aufere-se, então, que qualidade na educação se refere à capacidade de a escola oferecer a seus alunos uma formação quantitativa e qualitativa que os permita serem cidadãos aptos a contribuírem positivamente na sociedade onde estão inseridos.

Considera-se que um modelo de gestão compartilhada contribui positivamente como uma estratégia para a promoção da qualidade na educação e está diretamente relacionado à