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2 MÍDIAS DIGITAIS E REDES SOCIAIS COMO PROCESSO DE INTERAÇÃO

2.8 A importância do manual de conduta na rede

Como as informações no mundo globalizado são divulgadas no instante em que os fatos acontecem e ninguém fica sem notícias pela internet, a facilidade em cometer erros na hora de compartilhar as informações acontecem na mesma velocidade. Neste sentido,

destacaremos aqui a importância da implantação de um manual de conduta nas redes sociais. Na ausência de regras definidas para a atuação de instituições públicas nas redes sociais, por exemplo, o Manual de Conduta nas Redes Sociais, editado EMBRAPA, em abril de 2012, acabou se constituindo uma referência nos órgãos do Governo Federal e demais instituições dos governos estaduais, municipais e empresas da iniciativa privada que desejam manter uma boa relação com a sociedade.

Depois do êxito da experiência da EMBRAPA, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República – SECOM, também publicou, em outubro de 2012, o seu Manual de Orientação para Atuação em Redes Sociais. As duas publicações estão disponíveis na Internet.

Nos Estados Unidos, em 2004, o governo norte-americano publicou a primeira edição de Uma Assessoria de Imprensa Responsável: Guia Interno, do Departamento de Estado dos EUA. De autoria da jornalista Margueride Hoxie Sullivan, especialista em relações com a mídia, este livro já foi traduzido para mais de 30 idiomas e venceu vários prêmios.

Considerando a importância de que se revestem as redes sociais como ferramentas de comunicação com a sociedade e, por outro lado, o perigo de transtornos pelo seu uso inadequado, os órgãos públicos, grandes, médias e pequenas empresas estão instituindo seus manuais, sob as mais variadas denominações, para assegurar que as participações institucionais e pessoais dos seus colaboradores ocorram de forma pacífica e tranquila nas mídias e redes digitais.

Segundo os organizadores do manual da EMBRAPA, jornalista Viana e o supervisor de mídias digitais Medeiros (2012), servidores do quadro da Secretaria de Comunicação Social da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias, a estratégia para a concepção do trabalho envolveu diversos profissionais da instituição, das mais variadas áreas e

conhecimentos. Participaram do grupo de trabalho jornalistas, relações públicas, publicitários, analistas de sistemas, pesquisadores e um profissional com formação em Direito, que contribuiu com orientações jurídicas sobre a liberdade de expressão de cada indivíduo dentro da instituição.

O jornalista relata sobre o processo de concepção do documento em foco: após muitos debates, reuniões presenciais na Sede da EMBRAPA em Brasília e com a utilização de ferramentas online para a edição do documento – já que a instituição está localizada em praticamente todos os estados do País – chegamos ao produto final. Na verdade, são dois documentos: o Manual de conduta da EMBRAPA nas Mídias Sociais e o documento orientador EMBRAPA em Mídias Sociais (VIANA, 2012).

Os autores relatam que tão logo o Manual de conduta em Mídias Sociais foi publicado, deu-se início a um intenso programa de comunicação interna:

Foi produzida uma série de matérias para veiculação de uma newsletter semanal enviada aos e-mails de todos os empregados. Trata-se de um dos principais veículos de comunicação interna da Empresa. A cada semana, diferentes partes do manual foram abordadas. Algumas matérias tratavam especificamente de uma determinada mídia social, com exemplos de empregados que fazem bom uso da ferramenta. Em algumas unidades da EMBRAPA (são 47 de Norte a sul do País), as equipes locais de comunicação organizaram eventos, com palestras, para apresentar o documento e tirar dúvidas do público interno. Paralelamente, foi elaborada uma versão online do manual, disponível em http://manualmidias.sct.embrapa.br (MEDEIROS, 2012). Tendo sido produzido por uma equipe interdisciplinar da EMBRAPA, assegurou-se ao documento uma versão enxuta, com uma abordagem lúdica do conteúdo. Por intermédio da utilização de imagens ilustrativas, a publicação traz exemplos de uso em três categorias: o que não pode fazer; fique atento e boas práticas. Os exemplos tratam do que é mais crítico para a empresa, como esclarece um dos autores: “Levando em conta que nem todos os empregados farão uma leitura cuidadosa do documento de 38 páginas, se ao menos os nove exemplos do que não fazer nas redes sociais forem lidos, os principais problemas relacionados ao uso indevido de mídias sociais podem ser evitados” (MEDEIROS, 2012).

O documento deixa claro que a partir da utilização adequada das mídias e redes sociais, as instituições públicas e as empresas privadas poderão desenvolver e estabelecer novas parcerias, estreitar relacionamento com os mais diferentes públicos, além de promover positivamente as conquistas e projetos da Instituição.

Neste sentido, a EMBRAPA entende que apoiar a utilização responsável das ferramentas de comunicação online é reconhecer os potenciais benefícios profissionais, institucionais e sociais da atuação dos seus servidores e colaboradores que atuam ou fazem uso frequente das redes sociais. “Os empregados e colaboradores da EMBRAPA são

profissionais de alta competência técnica, geram soluções tecnológicas inovadoras em agropecuária e seus trabalhos circulam o mundo”, ressalta o Manual da EMBRAPA.

Com o uso adequado das mídias sociais, a Empresa acredita que seus profissionais estarão aptos a compartilhar e receber conteúdos úteis ao trabalho das mais variadas fontes. A EMBRAPA apoia o uso responsável dessas ferramentas de comunicação online, pois reconhece os potenciais benefícios profissionais, institucionais e sociais da atuação de seus empregados e colaboradores nessas mídias (MANUAL DE CONDUTA EM MÍDIAS SOCIAIS DA EMBRAPA, 2012).

Este manual é composto por orientações que os empregados e colaboradores devem seguir sempre que mencionarem, comentarem, publicarem ou compartilharem conteúdos envolvendo a instituição em mídias sociais; ele expõe condutas, comportamentos e atitudes que a Empresa espera de seus servidores, bolsistas, estagiários e prestadores de serviços, particularmente no ambiente digital.