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A influência das mudanças econômicas e da presença do Estado na produção e na

2. O circo como manifestação cultural e linguagem artística

2.3. A influência das mudanças econômicas e da presença do Estado na produção e na

Com todo esse caldo de movimentos voltados para a recuperação das memórias circenses, o tema do circo se fez muito presente no cotidiano das cidades, em toda sua capilaridade, principalmente no dia-a-dia dos vários artistas. Isso possibilitou tanto que os velhos circenses retornassem à cena quanto que surgissem novos sujeitos históricos, sociais, políticos e culturais realizando técnicas circenses nas ruas, semáforos, shoppings, festas raves, rodeios, desfiles de carnaval, boates, aniversários, casamentos. Enfim, não há praticamente, hoje, nenhum evento e espaço em qualquer município, independente do tamanho, onde não se veja uma

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pessoa desempenhando uma atividade artística circense (SILVA, 2011, s/p).

Até a década de 1970, a atividade circense era realizada quase que exclusivamente sob a lona. O circo no Brasil, desde sua origem, sempre foi uma organização de iniciativa privada, em muitos casos uma empresa familiar. Neste modo de organização do trabalho, todos os membros da família se envolvem na preparação e realização do seu produto: o espetáculo. O formato nômade-itinerante do circo e a transmissão oral, entre outros princípios bastante consolidados até este momento, precisaram se modificar, compartilhando espaço com a formação em escolas, e adotar outras características já elencadas anteriormente.

Deste modo, o circo na contemporaneidade não modificou exclusivamente suas convenções estéticas, mas também viu seu processo de criação, seus modos de organização e de funcionamento e as formas do espetáculo e de mercado se transformarem.

Em busca do equilíbrio financeiro, a produção circense vem apostando nas companhias de pequeno e médio formato (DAVID-GIBERT, 2006). De fato, embora não haja um censo amplo, oficial e confiável, os indicadores revelam que a quantidade de grupos e artistas individuais supera a quantidade de circos itinerantes de lona no Brasil na atualidade (SILVA, 2011).

Dentre esses grupos, alguns têm projeção nacional e internacional […] Em sua maioria, são grupos que constituem microempresas ou ONGs e, nesse sentido, estão institucionalmente mais organizados que a maioria dos circos itinerantes, que ainda encontram muitas dificuldades, de muitas ordens, inclusive econômica, para conseguirem minimamente o registro do CNPJ (Ibid., s/p).

De acordo com Rosemberg (2004), o equilíbrio econômico das empresas de circo ainda é frágil, porque elas estão particularmente expostas ao risco, enquanto atividade cultural. Muitas vezes têm dificuldade de se enquadrar às exigências e rápidas transformações do mercado. Para David-Gibert (2006), não existe “um” mercado, mas “os”

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mercados que se justapõem. Eles não se anulam, e sim, criam diversas e inúmeras possibilidades de atuação, como: multiplicação das propostas artísticas, variedade de salas de espetáculo, heterogeneidade dos modos de funcionamento, entre outros, caracterizando o setor do circo como variado e multifacetado.

Para resolver essas novas demandas do cenário circense, em 1979 a França, por exemplo, reconheceu o circo como uma atividade cultural. Até este momento, e devido aos números com animais, as atividades de circo eram reguladas pelo Ministério da Agricultura. Com o reconhecimento de linguagem artística, o circo passa a ser desenvolvido e fomentado pelo Ministério da Cultura, com claras prerrogativas no sentido de se melhorar as condições trabalhistas, de facilitar a produção do espetáculo e sua circulação, de ampliar e qualificar a formação profissional, e por fim, de ampliar o acesso ao público (MALEVAL, 2010). Dessa forma, o governo francês, a partir da expansão das políticas culturais sob o impulso da esquerda, designou crédito para a criação de fundações especializadas e tomou outras medidas para beneficiar40 a arte do circo (WALLON, 2009).

Em 1994, surge a HorsLesMurs– Association nationale pour la promotion et le développement des arts de la rue et des arts de la piste, regida pela lei de 1901 e subvencionada pelo Ministério da Cultura e da Comunicação francês. A partir de 1996, estabelece como principais metas desenvolver atividades que contribuam para o engrandecimento do circo, como criar um centro de documentação e pesquisa e organizar a edição de revistas especializadas (Le Goliath e Arts de la piste) e de encontros entre profissionais.

Em 1995, o Estado Francês aprimorou a forma de auxiliar o circo, criando um novo sistema de fomento, sob supervisão da ANDAC. Sua ação, de acordo com David- Gibert (2006), permitiu:

 Auxílios às companhias e aos espaços: auxílio anual, sob o aval de uma comissão nacional consultiva, para a criação de espetáculos apresentados pelas companhias e por empresas circenses; auxílio ao funcionamento atribuído anualmente às companhias já reconhecidas; auxílio ao investimento, destinado a financiar a compra de material

40 Informações retiradas do anexo V-1 – Dispositif institutionnel en faveur des arts du cirque, p. 179-180. In:

DAVID-GIBERT, Gwénola. Les arts du cirque: logiques et enjeux économiques. Paris: La documentation Française, Ministère de la culture et de la communication (DDAI), 2006.

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necessário às atividades do circo, atribuído anualmente às companhias ou aos espaços com atividade circense reconhecida; auxílio à itinerância, destinado a apoiar as companhias que viajam com suas lonas; auxílio à residência, apoio aos espaços que acolhem as companhias em residência.

 A formação profissional e o apoio à profissão: as escolas nacionais de ensino superior – Centre national des arts du cirque (CNAC), École nationale des arts du cirque de Rosny-sous-Bois, Académie Fratellini; as escolas profissionalizantes – Arc-en-Cirque (Chambéry), Balthazar (Montpellier), La Manufacture (Châtellerault), Les Campelières (Mougins), Et vous trouvez ça drôle (Lomme), Le Lido (Toulouse); auxílio às organizações de representação profissional – Fédération française des écoles de cirque (FFEC) e Syndicat du cirque de création.

Como consequência dessas ações no âmbito político e econômico, a França se tornou uma referência para o circo do final do século XX e início do XXI, expandindo significativamente seu mercado, criando e desenvolvendo um amplo programa de formação profissional e projetando uma linguagem vanguardista no que se refere a organização, registro, pesquisa e fomento do circo. Em pouco tempo, esse modelo foi exportado para diversos outros países, chegando inclusive a colocar o circo como a linguagem artística que mais riqueza gerou (fonte oral41).

Assim como na França, em países como Rússia, Brasil, Canadá, Espanha e Suécia o Estado se fez e se faz presente em diversas iniciativas para a promoção do circo.

No Brasil, no âmbito do Governo Federal, uma das primeiras iniciativas foi a criação, em 1975, da Funarte42, órgão responsável pelo desenvolvimento de políticas públicas de fomento às artes visuais, à música, ao teatro, à dança e ao circo. De forma geral, os principais objetivos da instituição, vinculada ao Ministério da Cultura, são o incentivo à produção e à capacitação de artistas, o desenvolvimento da pesquisa, a preservação da memória e a formação de público para as artes no Brasil.

Para cumprir essa missão, a Funarte possui, desde então, diferentes programas de bolsas e prêmios, bem como programas de circulação de artistas e bens culturais.

41Junior Perim na mesa de debate –“Circo: da formação à produção estética”, realizada no dia 8 de maio de

2013, no Auditório do Sesc Pinheiros, durante programação do I Festival Internacional Sesc de Circo.

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Promove, ainda, a formação continuada; a publicação de livros; além da recuperação e da melhoria do acesso a acervos. Com os anos, também vem realizando consultoria técnica, com o suporte a eventos em todos os estados brasileiros e no exterior, mantendo ainda espaços culturais no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Minas Gerais e no Distrito Federal.

Em 1982 fundou-se a Escola Nacional de Circo (ENC), até hoje a única instituição de ensino do circo mantida pelo Ministério da Cultura. A ENC está vinculada à Funarte, e tem dedicado seus esforços à formação dos profissionais circenses, seja por meio de cursos regulares ou de cursos intensivos de curta duração, denominados “reciclagem”.

Essa estrutura apresenta uma série de problemas, como nos aponta Zezo Oliveira43

O problema dela é outro, o problema é estrutural de gestão mesmo do ponto de vista da organicidade dela né, como ela está no organograma, no organograma da Funarte, como ela já estava assim, os recursos, a questão de recursos como é destinada à questão da autonomia, tudo isso interfere muito, muito, muito na escola, até para ela fazer intercâmbio, fazer, por exemplo, falta um programa continuado de formação dos educadores né, falta o trabalho de formação de novos educadores para que eles futuramente possam até substituir esses, ou possam estar em outros lugares, mas para isso é preciso recurso porque você não vai encontrar no Brasil uma formação é, ampliada, você tem que dialogar com a outras escolas fora do Brasil.

[...] aqui nós também somos Funarte, mas quem define a questão política da Funarte não consegue entender, conceber que a escola, ela é diferenciada, ela tem necessidades diferentes de um departamento, de um departamento de, sei lá, de artes cênicas da Funarte, é diferente aqui você tem um público constante né.

Apesar disso, segundo Juca Ferreira44, a partir de 2003, o circo “foi o segmento artístico que mais cresceu no conjunto de investimentos do Ministério da Cultura” (SILVA,

43José Clementino de Oliveira, natural do Recife, diretor da Escola Nacional de Circo, graduado em Biologia

e Biomedicina, Mestre em Educação. Possui mais de 30 anos de experiência com o teatro de rua, trabalhando com projetos sociais em sua cidade natal, integrando um departamento da Secretaria de Educação da prefeitura de Recife e atuando como responsável pela gestão do trabalho cultural nas escolas municipais. Começa a desenvolver um programa de animação cultural e, em 2005, é convidado a integrar a direção da ENC, permanecendo no cargo até dezembro de 2013.

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Sociólogo, dedicou sua trajetória profissional à vida política e às ações culturais e ambientais. Em 2003, foi chamado pelo Ministro Gilberto Gil a assumir o cargo de Secretário-Executivo do Ministério da Cultura, no qual permaneceu durante cinco anos e meio. Em agosto de 2008, foi convidado pelo então Presidente da

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2009, p.15). Devemos ter em mente, que o único auxílio que o circo recebia era o suporte a Escola Nacional de Circo, portanto, ser o segmento que mais cresceu pode não significar que o valor disponibilizado ao circo seja suficiente.

Uma das iniciativas do governo brasileiro foi a constituição da Câmara Setorial do Circo, que hoje é denominada de Colegiado (SILVA, 2011). Temos representantes circenses no Conselho Nacional da Cultura, onde se discute o Plano Nacional de Cultura (PNC)45, cujos objetivos e proposições estão descritos em cinco capítulos, que apresentam 14 diretrizes, 36 estratégias e 275 ações para se pensar o papel do Estado e a participação social; a proteção e promoção da diversidade artística e cultural; o acesso aos bens culturais; e o desenvolvimento socioeconômico sustentável.

Nessas relações de afecções são construídas demandas políticas importantes, tanto para o nível local quando nacional. Por exemplo, há hoje uma luta política por espaços públicos para apresentações, há envolvimento nos debates políticos das instâncias governamentais municipais, estaduais e federal, voltados para se conquistar direitos nunca antes dirigidos aos grupos (SILVA, 2011, s/p).

No ano de 2011 o Governo Federal investiu nesse fundo o valor de R$ 298.000.000,00, dos quais 30% foram destinados aos fundos setoriais (artes visuais, circo, dança, teatro, acesso e diversidade, patrimônio e memória, leitura, literatura e língua portuguesa, incentivo à inovação de audiovisual, ações transversais e equalização das políticas públicas); 40% foram destinados ao fortalecimento do Sistema Nacional de Cultura, por meio da realização de convênios com os estados e municípios; 30% foram destinados a ações consideradas prioritárias pelo Ministério, completando investimentos nas universidades, em estudos, pesquisas e gestão cultural.

Algumas ações vêm sendo realizadas pelo Governo Federal através de concursos e prêmios, nos quais a área do circo pode concorrer, juntamente com outras áreas

República, Luiz Inácio Lula da Silva, a assumir o cargo de Ministro de Estado da Cultura, sendo empossado no dia 28 de agosto, no qual permaneceu até dezembro de 2010.

45 Previsto na Constituição Federal desde a aprovação da Emenda Constitucional nº 48 de 2005,o PNC é um

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artísticas. Entre elas, merecem destaque o Programa de Concursos Pró-cultura46, o Prêmio Funarte de Artes Cênicas na Rua (Circo, Dança e Teatro)47, o Concurso de Intercâmbio Cultural48 e o edital para eventos de circo, dança e música49.

Paralelamente aos incentivos mencionados acima, o governo federal criou auxílios específicos para o circo, como o Prêmio Funarte Petrobras Carequinha de Estímulo ao Circo, lançado pela primeira vez em 2003, que distribuiu um montante de R$ 6.000.000,00 em 2012. Segundo o edital oficial, o Carequinha visa contribuir para a renovação ou manutenção da infraestrutura dos circos brasileiros; incentivar a montagem ou renovação de números e espetáculos; promover a formação; fomentar a pesquisa e a realização de eventos; promover a atividade circense por meio do reconhecimento de artistas que contribuíram significativamente para o desenvolvimento e a divulgação dessa arte (FUNARTE, 2012).

Em suas últimas edições, o prêmio contemplou diversas demandas próprias à área de circo, divididas em sete categorias:

Circos de lona – Destinada a circos de lona, fixos ou itinerantes, essa categoria contempla, com dois módulos financeiros, projetos que visam a aquisição de lonas e

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O valor de R$ 57.000.000,00 foi distribuído entre 12 concursos Pró-cultura lançados no ano 2010, entre eles: Prêmio Pró-cultura de Produção Artística; Prêmio Pró-cultura de Programação de Espaços Cênicos; Prêmio Pró-cultura para a Substituição de Lonas e Equipamentos Circenses; e Prêmio Pró-cultura de Apoios a Festivais e Mostras, nos quais o circo se enquadra.

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Através deste prêmio, a Funarte pretende fomentar atividades que busquem, nas apresentações de rua, um novo significado para o espaço público. Em 2013 o investimento chegou a R$ 3.000.000,00 e contemplou 70 projetos destinados à montagem ou circulação de espetáculos de rua, performances cênicas ou intervenções na rua, assim como o registro e a memória de grupos e suas atividades.

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O Programa de Intercâmbio e Difusão Cultural, com um investimento de R$ 1.475.000,00 em 2012,tem o objetivo de promover a difusão do intercâmbio cultural nas áreas de artes visuais, circo, dança, teatro, música, audiovisuais, memória, movimento social negro, patrimônio museológico, patrimônio cultural, novas mídias, desenho, serviços criativos, humanidades, diversidade cultural e outras expressões culturais. Constitui objetivo deste concurso a concessão de recursos financeiros para o custeio de gastos relativos à participação de artistas, técnicos, agentes culturais e estudiosos nas atividades culturais promovidas por instituições brasileiras ou estrangeiras, com a finalidade de: (a) apresentação de trabalho próprio, inclusive quando haja participação em evento de reconhecimento do trabalho próprio desenvolvido (prêmios ou homenagens); (b) residência artística; (c) cursos ou atividades de capacitação nas áreas de cultura e de outros setores criativos.

49Seleção de projetos artísticos para a realização de encontros, seminários, mostras, feiras e festivais em todo

o território nacional nas seguintes linguagens artísticas: Circo, Dança, Teatro e Música. Os recursos necessários para o desenvolvimento desta ação são da ordem de R$ 7.350.000,00 (sete milhões trezentos e cinquenta mil reais). Serão selecionados 44 (quarenta e quatro) projetos, distribuídos de acordo com as seguintes categorias: 24 projetos de Circo, Dança e Teatro, totalizando um investimento de R$ 4.000.000,00 (quatro milhões), e 20 projetos de Música, totalizando um investimento de R$ 3.000.000,00 (três milhões).

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equipamentos, bem como a criação/renovação de espetáculos ou sua circulação.

Mérito artístico – Esta categoria se destina àqueles artistas que, ao longo dos anos, contribuíram significativamente para o desenvolvimento e a divulgação da arte circense. Deve ser proposta, obrigatoriamente, por uma associação, uma cooperativa ou um sindicato que represente a categoria circense.

Números – Categoria destinada a projetos de artistas independentes, trupes ou grupos circenses que visam a experimentação, criação ou renovação de seus números, além de projetos de criação ou experimentação de aparelhos.

Espetáculos – Categoria destinada a trupes, grupos circenses e aos chamados circos de pano de roda, visando o apoio à criação ou renovação do espetáculo de repertório, assim como a sua circulação.

Eventos – Categoria destinada a apoiar a realização de mostras, festivais, seminários, debates, encontros e exposições que já estejam pelo menos em sua segunda edição.

Formação – Categoria destinada às atividades de formação na linguagem circense, visa o apoio a centros de formação e organizações que notadamente desenvolvem ações de ensino-aprendizagem em circo, com foco na formação artística ou na apropriação da cultura e das artes circenses como intervenção sociocultural.

Pesquisa – Categoria destinada a projetos que visam a pesquisa para a produção de textos teóricos ou históricos sobre a arte circense, assim como o levantamento iconográfico ou audiovisual, trabalhos de registro, documentação e organização de acervos, publicações ou a criação de biblioteca sobre a área de circo.

Apesar do aumento nos investimentos dirigidos ao circo, eles ainda são menores que em outras linguagens;portanto, aindadevemos lutar e militar para a melhoria desses auxílios.

Outra inciativa recente do Governo Federal foi a nacionalização da ENC com a criação, a partir de 2010, da Bolsa Funarte para formação em Artes Circenses50. Essa bolsa tem o objetivo de promover, mediante seleção de jovens entre 18 e 25 anos, as condições para a participação num curso básico de um (1) ano em artes circenses, desenvolvido na

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ENC. Em 2013, foi destinado o valor de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) para este programa, sendo concedidas 50 (cinquenta) bolsas de R$ 20.000,000 (vinte mil reais), as quais foram distribuídas da seguinte forma: 3 (três) para a Região Norte; 8 (oito) para a Região Nordeste; 10 (dez) para a Região Centro-Oeste; 20 (vinte) para a Região Sudeste e 8 (oito) para a Região Sul, além de um suplente para a Região Sudeste.

Não menos importantes são as ações realizadas no âmbito dos governos estaduais e municipais. No caso do Estado de São Paulo, a primeira iniciativa de formação artística foi a Academia Piolin de Artes Circenses, fundada em 1978 na cidade de São Paulo, como já foi mencionado. Na atualidade, a Secretaria de Estado da Cultura mantém alguns programas destinados ao fomento cultural, nos quais a linguagem circense é contemplada, como:

ProAC51 – Programa de Ação Cultural (ProAC): seu objetivo é disponibilizar recursos financeiros públicos para atender demandas da sociedade civil na produção artístico-cultural.Este mecanismo de financiamento do segmento cultural busca ampliar e diversificar a produção artístico-cultural em toda sua potencialidade, criar novos espaços culturais, preservar o patrimônio cultural material e imaterial e fortalecer as formas de circulação de bens culturais no Estado de São Paulo, de forma participativa. Trata-se de um aperfeiçoamento na relação do estado com as diversas áreas de produção de bens artísticos e culturais, no que diz respeito à alocação dos recursos públicos.

No ProAC – Editais, a Secretaria da Cultura disponibiliza parte de seu orçamento próprio para implementação de projetos que muitas vezes não teriam participação no mercado cultural, mas que se revelam de grande significado para a sociedade, e visa o apoio a artistas individuais ou a coletivos de artistas e o aprimoramento

51O ProAC – Programa de Ação Cultural – foi instituído pela Lei nº 12.268, de 20 de fevereiro de 2006, com

dispositivos regulamentados pelos Decretos no. 54.275 de 27 de abril de 2009 e 51.944 de 29 de junho de 2007. Contempla os seguintes segmentos culturais: artes plásticas, visuais e design; bibliotecas, arquivos e centros culturais; cinema; circo; cultura popular; dança; eventos carnavalescos e escolas de samba; hip-hop; literatura; museu; música; ópera; patrimônio histórico e artístico; pesquisa e documentação; teatro; vídeo; bolsas de estudo para cursos de caráter cultural ou artístico, ministrados em instituições nacionais ou internacionais sem fins lucrativos; programas de rádio e de televisão com finalidade cultural, social e de prestação de serviços à comunidade; projetos especiais – primeiras obras, experimentações, pesquisas, publicações, cursos, viagens, resgate de modos tradicionais de produção, desenvolvimento de novas tecnologias para as artes e para a cultura; preservação da diversidade cultural; restauração e conservação de bens protegidos por órgão oficial de preservação; recuperação, construção e manutenção de espaços de circulação da produção cultural no Estado.

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técnico e artístico das montagens realizadas dentro do estado (Manual de Orientação do ProAC52).

No ano de 2013, a Secretaria de Estado da Cultura continuou ampliando os investimentos no circo, por meio de editais diretamente ligados a essa linguagem, entre os quais destacamos:

- concurso de apoio a projetos de montagem de espetáculos e temporada e/ou circulação de grupo de circo no Estado de São Paulo, com 15 prêmios de R$ 60.000,00;

- concurso de apoio a projetos circulação de espetáculo e manutenção de circo itinerante no Estado de São Paulo, com 10 prêmios de R$ 60.000,00.

De forma complementar, há ainda o ProAC-ICMS, no qual projetos autorizados podem optar por recursos públicos, por meio da renúncia fiscal do ICMS. Trata-se de um mecanismo pelo qual o estado delega competência para a sociedade civil escolher onde investir parte do imposto gerado. Especificamente na área do circo, o programa visa fomentar projetos com captação máxima de R$ 200.000,00.

Fábricas de Cultura – Numa parceria entre o Governo do Estado de São Paulo