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A Inserção Liberal II: Liberte, Egalité, Fraternité

No documento TEORIA DO DIREITO CONSTITUCIONAL (páginas 71-84)

Bloco III – História Constitucional Brasileira

Aula 12: A Inserção Liberal II: Liberte, Egalité, Fraternité

NOTA AO ALUNO A) INTRODUÇÃO

Durante a Assembléia Nacional Constituinte de 1987-1988, da qual resultou nossa atual Constituição, o Brasil assistiu, guardadas as devidas proporções, a um fenômeno revolucionário no que diz respeito à participação popular no processo de elaboração do texto constitucional.

Como jamais havia acontecido na história brasileira, o processo de elaboração da Constituição abriu-se para a participação do verdadeiro detentor do poder constituinte originário, o povo. O mecanismo que tornou isso possível foram as chamadas “emendas populares”, previstas no regimento da Assembléia, e que permitiam que toda e qualquer entidade da sociedade civil pudesse, reunido um número mínimo de assinaturas, apre- sentar uma proposta de norma constitucional a ser considerada pelos constituintes.

Assim como os revolucionários franceses queriam derrubar o Antigo Regime, os constituintes brasileiros queriam apagar para sempre do nosso ordenamento os resquí- cios da ditadura militar. Assim como na França 1789 pôs um fim definitivo ao Antigo Regime, no Brasil 1988 marca o início definitivo da nossa redemocratização e da cha- mada Nova República. Será que há uma pauta, um vocabulário e certas aspirações que, com dois séculos de distância, possam ser consideradas comuns a ambos os momentos – a Revolução Francesa e a Assembléia Constituinte de 1987, no Brasil? Para refletir sobre essa questão, observe como o constitucionalista J.J. Gomes Canotilho resume os principais pontos do ideário que a Revolução Francesa legou para o constitucionalismo ocidental e, mais especificamente, para a elaboração de constituições:

“A Revolução Francesa transporta dimensões completamente novas quanto ao tema [da elaboração de Constituições]. Referimo-nos às idéias de poder constituinte e de as-

sembléia constituinte. Surge agora com centralidade política a nação, titular do poder

constituinte. (...) Ela passa a deter um poder constituinte que se permite querer e criar

uma nova ordem política e social, prescritivamente dirigida ao futuro mas, simultane- amente, de ruptura com o “ancien regime”. No pensamento e prática da França revo- lucionária a imagem e representação do poder vigorosamente expressa pelo abade E. Sieyés é esta: o poder constituinte tem um titular – la Nation – e caracteriza-se por ser

um poder originário, autônomo e onipotente. Um constitucionalista francês do século

passado resumia bem a concepção criacionista da Revolução: ‘a Constituição é um ato imperativo da nação, tirado do nada e organizando e hierarquia dos poderes.’

Este ‘ato tirado do nada’ só poderia ser criado por um poder para o qual se transfe- rem atributos divinos: potestas constituens, norma normans, creatio ex nihilo. O sentido

da transmutação de conceitos teológicos em conceitos políticos foi, basicamente, o de conferir ao povo (nação) a qualidade de sujeito-titular constituinte dotado de poder de disposição da ordem político-social.”7

7 J.J. Gomes Canotilho,

Direito Constitucional e Teoria da Constituição,

Não apenas nosso processo constituinte pode nos fazer evocar memórias da França. A herança que os revolucionários franceses legaram para o Brasil e o mundo no que diz respeito à garantia dos direitos fundamentais do homem também marcou presença forte em 1987-1988. A subcomissão constituinte responsável por elaborar a parte da Constituição referente aos direitos e garantias individuais foi a segunda recordista em números de propostas. Foram 832 contribuições recebidas, contando todas que tive- ram origem popular. Se somarmos as propostas recebidas pela “comissão dos direitos políticos, direitos coletivos e garantias”, são mais 419 as contribuições a serem conside- radas. E aí está hoje o nosso artigo 5o, considerado internacionalmente uma das mais completas e belas cartas de direito do mundo.

Será que aprendemos bem a lição que nos oferece o constitucionalismo francês? Compare a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789, abaixo trans- crita na íntegra, com a Constituição brasileira de 1988.

DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO:8 Votada definitivamente em 2 de Outubro de 1789

Os representantes do Povo Francês, constituídos em Assembléia Nacional, conside- rando que a ignorância, o esquecimento e o menosprezo aos Direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos, resolvem expor em uma declaração solene os direitos naturais, inalienáveis, imprescritíveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente a todos os membros do corpo so- cial, permaneça constantemente atenta a seus direitos e deveres, a fim de que os atos do Poder Legislativo e do Poder Executivo possam ser a cada momento comparados com o objetivo de toda instituição política e no intuito de serem por ela respeitados; para que as reclamações dos cidadãos, fundadas daqui por diante em princípios simples e incon- testáveis, destinem-se sempre à manutenção da Constituição e ao bem-estar de todos.

Por conseguinte, a Assembléia Nacional reconhece e declara, em presença e sob os auspícios do Ser Supremo, os seguintes direitos do Homem e do Cidadão:

I – Os homens nascem e ficam iguais em direitos. As distinções sociais só podem ser fundamentadas na utilidade comum.

II – O fim de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e impres- critíveis do homem.

III – O princípio de toda a Soberania reside essencialmente na Nação; nenhuma corporação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que não emane diretamente dela.

IV – A liberdade consiste em poder fazer tudo quanto não prejudique o próximo; assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem limites senão os que as- segurem o gozo desses direitos. Tais limites não podem ser determinados senão pela lei. V – A lei só tem direito de proibir as ações prejudiciais à sociedade. Tudo quanto não é proibido pela lei não pode ser impedido e ninguém pode ser obrigado a fazer o que ela não ordena.

VI – A lei é a expressão da vontade geral. Todos os cidadãos têm o direito de concor- rer, pessoalmente ou por seus representantes, para a sua formação. Ela deve ser a mesma para todos, quer ela proteja, quer ela castigue. Todos os cidadãos, sendo iguais aos seus

8 http://www.dhnet. org.br/direitos/anthist/ dec1789.htm

olhos, sendo igualmente admissíveis a todas as dignidades, colocações e empregos públi- cos, e sem outra distinção do que a de suas virtudes e seus talentos.

VII – Nenhum homem poder ser acusado, sentenciado, nem preso se não for nos casos determinados pela lei e segundo as formas que ela prescreveu. Os que solicitam, expedem, executam ou fazem executar ordens arbitrárias, devem ser castigados; mas todo cidadão chamado ou preso em virtude da lei deve obedecer no mesmo instante; ele se torna culpado pela resistência.

VIII – A lei só deve estabelecer penas estrita e evidentemente necessárias, e ninguém pode ser punido senão em virtude de uma lei estabelecida e promulgada anteriormente ao delito e legalmente aplicada.

IX – Todo sendo considerado inocente até que tenha sido declarado culpado, se se julga indispensável detê-lo, todo rigor que não for necessário para garantir sua detenção deve ser severamente proibido pôr lei.

X – Ninguém pode ser molestado por suas opiniões, mesmo religiosas, contanto que não perturbem a ordem pública estabelecida pela lei.

XI – A livre comunicação de pensamentos e de opinião é um dos direitos mais preciosos do homem; todo cidadão pode, pois, falar, escrever e imprimir livremente, respondendo pelo abuso dessa liberdade nos casos previstos pela lei.

XII – A garantia dos direitos do homem e do cidadão necessita da força pública; esta força é instituída para o benefício de todos e não para a utilidade particular daqueles aos quais foi confiada.

XIII – Para o sustento da força pública e para as despesas da administração, uma contribuição comum é indispensável. Ela deve ser igualmente repartida entre todos os cidadãos em razão das suas faculdades.

XIV – Cada cidadão tem o direito de verificar, por ele mesmo ou por seus represen- tantes, a necessidade de contribuição pública, de consenti-la livremente, de acompanhar o seu emprego, de determinar a cota, a estabilidade, a cobrança e a duração.

XV – A sociedade tem o direito de exigir contas a qualquer agente público de sua administração.

XVI – Qualquer sociedade na qual a garantia dos direitos não for assegurada, nem a repartição de poderes determinada, não tem constituição.

XVII – Sendo a propriedade um direito inviolável e sagrado, ninguém pode dela ser privado, a não ser quando a necessidade pública, legalmente reconhecida, o exigir evidentemente e sob a condição de uma justa e anterior indenização.

Após a leitura da Declaração de 1789, reflita: em que medida o texto final da Cons- tituição de 1988 reflete a herança do constitucionalismo francês?

B) O CASO

Agora, leia com atenção o texto obrigatório (ver abaixo c.2i). Trata-se de um dis- curso de Maximilien de Robespierre, proferido na época da revolução francesa. Após a leitura, procure responder às seguintes questões:

t 7PDÐBDIBRVFPEJSFJUPDPOTUJUVDJPOBMCSBTJMFJSPEFWFSJBJODPSQPSBSPJEFBMEF fraternidade, como fizeram os franceses? Como isso parece possível? Imagine um dispositivo constitucional que reflita o ideal de fraternidade. Procure na Constituição de 1988 um dispositivo de conteúdo semelhante ao que você ima- ginou. Se não encontrar, redija como deveria ser este artigo e onde deveria ser encaixado na nossa atual Constituição.

t $PNCBTFOPTUSÐTQSJNFJSPTQBSÈHSBGPTEPDBQÓUVMPEPEJTDVSTPEF3PCFTQJFS- re (p. 95), reflita sobre as seguintes questões: a) O que significaria, no Brasil de hoje, “fazer precisamente o contrário do que existiu antes de vós”?; b) Como é possível “tornar os homens felizes e livres através das leis”?

t 2VBMÏPEVQMPQSPCMFNBRVFPMFHJTMBEPSEFWFUFOUBSSFTPMWFS TFHVOEP3PCFT- pierre? Como você acha que este problema pode ser resolvido? Você acredita que a Constituição de 1988 o resolve? Quais dispositivos parecem tangenciar esta questão?

t 7PDÐFTUÈEFBDPSEPDPN3PCFTQJFSSFRVBOEPFMFBmSNBRVFiPQSJNFJSPPCKFUJ- vo de toda Constituição deve ser o de defender a liberdade pública e individual contra o próprio governo”? Caso não esteja de acordo, qual, na sua opinião, deve ser o primeiro objetivo de toda constituição?

t 2VBJTTÍPBTMJÎÜFTEF3PCFTQJFSSFTPCSFPQSJODÓQJPEBTFQBSBÎÍPEFQPEFSFT  Como você acha que suas idéias sobre a responsabilidade dos governantes são aproveitadas (ou podem vir a ser aproveitadas) pelo direito constitucional brasileiro?

t 7PDÐDPODPSEBDPN3PCFTQJFSSFRVBOEPFMFBmSNBRVFiB%FDMBSBÎÍPEF%JSFJUPT é a Constituição de todos os povos; as outras leis são mutáveis por sua natureza, e são subordinadas a ela”? Como você acha que a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 se reflete na Constituição brasileira de 1988? t 2VBMÏPDPOnJUPFYJTUFOUFFOUSFBiWPOUBEFHFSBMwFBiGPSÎBQÞCMJDBw EFRVFGBMB

Robespierre? Você acha que este conflito se apresenta na história constitucional brasileira? Como?

A partir das suas reflexões sobre as perguntas acima, e com base no material da aula anterior, você deverá preparar para a próxima aula um diálogo imaginário entre Robespierre, Frei Caneca e D. Pedro I. Como ele seria? Tente redigir este (im)provável diálogo, destacando na fala dos personagens as eventuais diferenças ou semelhanças de posicionamento em relação às seguintes questões, entre outras:

t 1PEFS$POTUJUVJOUF UJUVMBSJEBEF MFHJUJNJEBEFFUD t 3FTQPOTBCJMJEBEFEPTEFUFOUPSFTEPQPEFSQFSBOUFPQPWP t 1VCMJDJEBEFFQBSUJDJQBÎÍPEPQPWPOBTEFDJTÜFT t *HVBMEBEFOPBDFTTPBPTDBSHPTFGVOÎÜFTQÞCMJDBT t %JSFJUPTFHBSBOUJBTJOEJWJEVBJT t 1BQFMEP&TUBEPFMJNJUFTËTVBBUVBÎÍP

C) MATERIAL DE APOIO c1) Casos / Jurisprudência

RE 226855 / RS – Trata-se de recurso extraordinário no qual o STF recorre à De- claração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 (em especial, ao seu art. 2o) e à Constituição Francesa de 1793.

EMENTA: Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS. Natureza jurídica e direito adquirido. Correções monetárias decorrentes dos planos econômicos conhe- cidos pela denominação Bresser, Verão, Collor I (no concernente aos meses de abril e de maio de 1990) e Collor II. – O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), ao contrário do que sucede com as cadernetas de poupança, não tem natureza contra- tual, mas, sim, estatutária, por decorrer da Lei e por ela ser disciplinado. – Assim, é de aplicar-se a ele a firme jurisprudência desta Corte no sentido de que não há direito ad- quirido a regime jurídico. – Quanto à atualização dos saldos do FGTS relativos aos Pla- nos Verão e Collor I (este no que diz respeito ao mês de abril de 1990), não há questão de direito adquirido a ser examinada, situando-se a matéria exclusivamente no terreno legal infraconstitucional. – No tocante, porém, aos Planos Bresser, Collor I (quanto ao mês de maio de 1990) e Collor II, em que a decisão recorrida se fundou na existência de direito adquirido aos índices de correção que mandou observar, é de aplicar-se o princípio de que não há direito adquirido a regime jurídico. Recurso extraordinário conhecido em parte, e nela provido, para afastar da condenação as atualizações dos saldos do FGTS no tocante aos Planos Bresser, Collor I (apenas quanto à atualização no mês de maio de 1990) e Collor II.

Votação: Por maioria, na preliminar de prejudicialidade, vencidos os Mins. Marco Aurélio, Celso de Mello, Néri da Silveira e Carlos Velloso. Por maioria, nas prelimina- res de vista dos autos e de sobrestamento do julgamento, vencido o Min. Marco Auré- lio. Por maioria, no mérito vencidos, em parte, o Mins. Ilmar Galvão e, na outra parte, os Mins. Marco Aurélio, Sepúlveda Pertence e Néri da Silveira. Resultado: Conhecido em parte, e nesta provido. Veja: Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e à Revolução Francesa de 1789.

ADI 1497 MC / DF – Trata-se de ação direta de inconstitucionalidade na qual o STF recorre à Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 (em especial, ao seu art. 2o) e à Constituição Francesa de 1793.

Ementa: TRIBUTO – CONTRIBUIÇÃO – CPMF – EMENDA CONSTITU- CIONAL Nº 12/96 – INCONSTITUCIONALIDADE – EC 12/96. Na dicção da ilustrada maioria, não concorre, na espécie, a relevância jurídico-constitucional do pedi- do de suspensão liminar da Emenda Constitucional nº 12/96, no que prevista a possi- bilidade de a União vir a instituir a contribuição sobre a movimentação ou transmissão de valores e de créditos e direitos de natureza financeira, sem a observância do disposto nos artigos 153, § 5º, e 154, inciso I da Carta Federal. Relator vencido, sem o desloca- mento da redação do acórdão. Votação: por maioria, vencidos os Mins. Marco Aurélio e Ilmar Galvão. Resultado: indeferida. Acórdãos citados: ADI-829 (RTJ-156/451), ADI- 830, ADI-939 (RTJ-151/755), RE-138284 (RTJ-143/313), RE-165939, RE-177137.

Obs.: – Declaração de Virgínia de 12.01.1776. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – Revolução Francesa de 1789. Declaração de Independência dos Estados Unidos de 04.07.1776.

c2) Textos

I) OBRIGATÓRIOS

ROBESPIERRE, Maximilien de. Discursos e Relatórios na Convenção. Rio de Janei-

ro: EditoraUerj/Contraponto, 1999. Capítulos 5 e 6, pp. 87-112. II) ACESSÓRIOS

BOBBIO, Norberto. A Era dos Direitos. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1992.

Artigos: “A Revolução Francesa e os Direitos do Homem”, pp. 85-112, e “A Herança da Grande Revolução”, pp. 113-130.

SIEYÈS, Emmanuel Joseph. O que é o Terceiro Estado? Rio de Janeiro: Editora Liber

Juris, 1988.

FURET, François. Ensaios sobre a Revolução Francesa. Lisboa: A Regra do Jogo

Edições, 1978.

______________. Penser la Révolution française. Paris : Gallimard, 1978.

GRANDMAISON, Olivier Le Cour (org.). Les Constitutions françaises. Paris : Édi-

AULA 13: A INSERÇÃO LIBERAL III: THE FOUNDING FATHERS E SUAS INFLUÊNCIAS NA REPÚBLICA BRASILEIRA

NOTA AO ALUNO A) INTRODUÇÃO

Um dos mais famosos casos, não apenas do constitucionalismo americano, mas do constitucionalismo em geral, é o caso Marbury vs. Madison, julgado pela Suprema Cor-

te dos Estados Unidos em 1803. Foi com este julgamento que se instituiu o controle de constitucionalidade, afirmando-se a soberania da Constituição e a nulidade dos atos e leis que a contrariam. Foi ainda este caso que instituiu a idéia de que é do Judiciário a palavra final sobre a interpretação da Constituição. Mais especificamente, a interpre- tação do Judiciário federal se sobrepondo às normas e interpretações feitas nos Estados. Na aula de hoje, Marbury vs. Madison servirá para explicitar algumas das mais importantes contribuições do constitucionalismo norte-americano. Após a leitura do material de apoio e do famoso voto do juiz Marshall neste caso – voto que explicitou pela primeira vez o raciocínio por trás do controle de constitucionalidade –, reflita sobre as seguintes questões:

t 4FQBSBÎÍPEF1PEFSFT1PEFP+VEJDJÈSJPUFSBQBMBWSBmOBMTPCSFBTMFJTFBUPTEPT Poderes Legislativo e Executivo?

t 4VQSFNBDJBEB$POTUJUVJÎÍP$PNPFMBBQBSFDFOPKVMHBNFOUPFNRVFTUÍP t $POTUJUVDJPOBMJEBEFY*ODPOTUJUVDJPOBMJEBEF1PEFVNBMFJTFSBOVMBEBBQFOBT

por contrariar a Constituição?

t 2VBM Ï B JNQPSUÉODJB EF VNB 4VQSFNB $PSUF JTUP Ï  VN ØSHÍP KVEJDJBM RVF realize o controle de constitucionalidade) em uma federação?

Caso você queira se aprofundar no tema e se preparar ainda mais para esta aula, assista à aula magna proferida pelo Ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, sobre o caso Marbury v. Madison. A referência completa encontra-se no seu material de apoio.

Além de analisarmos o voto do juiz Marshall, procuraremos debater a experiência constitucional americana a partir da leitura dos Artigos Federalistas, indicados como leitura para esta aula, bem como dos trechos abaixo transcritos da Constituição dos Estados Unidos da América.

Constituição dos Estados Unidos da América9

“Nós, o povo dos Estados Unidos, a fim de formar uma União mais perfeita, esta- belecer a justiça, assegurar a tranqüilidade interna, prover a defesa comum, promover o bem-estar geral, e garantir para nós e para os nossos descendentes os benefícios da Liberdade, promulgamos e estabelecemos esta Constituição para os Estados Unidos da América.

9 Texto editado para os fins

I – (...)

Seção 1 – Todos os poderes legislativos conferidos por esta Constituição serão con-

fiados a um Congresso dos Estados Unidos, composto de um Senado e de uma Câmara de Representantes.

Seção 3 – Só o Senado poderá julgar os crimes de responsabilidade (impeachment).

Reunidos para esse fim, os Senadores prestarão juramento ou compromisso. O julga- mento do Presidente dos Estados Unidos será presidido pelo Presidente da Suprema Corte. E nenhuma pessoa será condenada a não ser pelo voto de dois terços dos mem- bros presentes.

Seção 8 – Será da competência do Congresso:

Lançar e arrecadar taxas, direitos, impostos e tributos, pagar dividas e prover a defesa comum e o bem-estar geral dos Estados Unidos; mas todos os direitos, impostos e tri- butos serão uniformes em todos os Estados Unidos; (...)

Seção 9 – Não poderá ser suspenso o remédio do habeas corpus, exceto quando, em

caso de rebelião ou de invasão, a segurança pública o exigir.

Não serão lançados impostos ou direitos sobre artigos importados por qualquer Es- tado.

Não se concederá preferência através de regulamento comercial ou fiscal, aos portos de um Estado sobre os de outro; nem poderá um navio, procedente ou destinado a um Estado, ser obrigado a aportar ou pagar direitos de trânsito ou alfândega em outro.

II – (...)

Seção 1 – O Poder Executivo será investido em um Presidente dos Estados Unidos

da América. Seu mandato será de quatro anos, e, juntamente com o Vice- Presidente, escolhido para igual período, será eleito pela forma seguinte:

Cada Estado nomeará, de acordo com as regras estabelecidas por sua Legislatura, um número de eleitores igual ao número total de Senadores e Deputados a que tem direito no Congresso; todavia, nenhum Senador, Deputado, ou pessoa que ocupe um cargo federal remunerado ou honorifico poderá ser nomeado eleitor.

III – (...)

Seção 1. O Poder Judiciário dos Estados Unidos será investido em uma Suprema

Corte e nos tribunais inferiores que forem oportunamente estabelecidos por determi- nações do Congresso. Os juízes, tanto da Suprema Corte como dos tribunais inferiores, conservarão seus cargos enquanto bem servirem, e perceberão por seus serviços uma remuneração que não poderá ser diminuída durante a permanência no cargo.

Seção 2. A competência do Poder Judiciário se estenderá a todos os casos de apli-

cação da Lei e da Eqüidade ocorridos sob a presente Constituição, as leis dos Estados Unidos, e os tratados concluídos ou que se concluírem sob sua autoridade; a todos os casos que afetem os embaixadores, outros ministros e cônsules; a todas as questões do almirantado e de jurisdição marítima; às controvérsias em que os Estados Unidos sejam parte; às controvérsias entre dois ou mais Estados, entre um Estado e cidadãos de outro Estado, entre cidadãos de diferentes Estados, entre cidadãos do mesmo Estado reivin- dicando terras em virtude de concessões feitas por outros Estados, enfim, entre um Estado, ou os seus cidadãos, e potências, cidadãos, ou súditos estrangeiros.

Seção 4 – Os Estados Unidos garantirão a cada Estado desta União a forma re-

publicana de governo e defende-lo-ão contra invasões; e, a pedido da Legislatura, ou do Executivo, estando aquela impossibilitada de se reunir, o defenderão em casos de

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