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A lição…sobre a Arte do Romantismo

Capítulo 2 – Enquadramento prático…ou Morte

2.4.4. A lição…sobre a Arte do Romantismo

O Romantismo não reside na escolha dos temas, nem na verdade exata, mas na maneira de sentir.

Charles-Pierre Baudelaire

epois de todas as aulas lecionadas, das atividades aplicadas e da realização do teste, onde a temática em voga foi sempre o período liberal, e em que as pinturas assumiram, de distintas formas, o papel principal, chegava a hora da nossa derradeira aula com as turmas que constituíam a amostra. Nela, a Arte seria, finalmente, abordada de forma aprofundada. Falamos de uma lição, de 90 minutos, sobre o Romantismo – a expressão da ideologia liberal – nas suas múltiplas vertentes. Assim, esta aula seria o culminar de todo o trabalho que tínhamos vindo a desenvolver, e uma ótima forma de reforçar o valor da Arte, tendo como base o período Romântico. Esta foi uma aula muito pensada, planeada e ansiada que se concretizou em março de 2019 (Anexo 17).

Em primeiro lugar, interessa falar da principal estratégia da aula: o Caderno do

Romantismo (Anexo 18). Este foi um caderno construído por nós para os alunos, que lhes foi entregue no início da aula, impresso a cores, e a partir o qual viajaram pelo mundo do Romantismo. Nele constavam todos os documentos que seriam analisados, alguns exercícios que realizaríamos no decorrer da aula, assim como importantes informações. A sua utilização seria complementada com o PowerPoint. sendo que o manual escolar ficaria de fora, uma vez que tudo o que precisavam estava no Caderno. Foi um suplemento que os alunos receberam e fruíram da melhor maneira.

A aula iniciou-se com o indispensável feedback, efetuado através de duas pinturas

(Anexo 19) disponíveis no PowerPoint, sobre um episódio da Revolução Americana (Washington a atravessar o Dela-ware de Emanuel Leutze) e uma alegoria da Revolução Francesa (O triunfo da Liberdade de Jacques Réattu). A ideia era que os alunos, através da sua análise, identificassem as Revoluções representadas. Após um primeiro questionamento, que levou os alunos a ler e contextualizar cada pintura, completámos o que havia sido dito com outras informações pertinentes relativas ao seu conteúdo.

28 Inspirado na pintura “A Lição de Anatomia do Dr. Tulp” de Rembrandt, de 1632. Óleo sobre tela, 170 x 216 cm. Localizada Mauritshuis, Haia, Países Baixos.

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O que pretendíamos era relembrar o contexto político deste período, de modo a termos melhores condições para avançar para a Arte, e para que os discentes percebessem

em que contexto histórico se desenvolveu o Romantismo. Após este feedback, também

acabámos por mencionar, brevemente, alguns dos movimentos que o antecederam. De seguida, entrámos no primeiro exercício prático da aula, que foi a motivação escolhida para a mesma, e que se intitula da seguinte forma: Observa…O que sentes?. O mote foi dado pela frase de Charles-Pierre Baudelaire que abre o presente segmento, e que serviu de situação-problema da aula. Além disso, remete-nos para uma das principais características do Romantismo: a exaltação dos sentimentos e das emoções. Deste modo, o desafio que propusemos aos discentes ia ao encontro desse traço.

Tudo se iniciou quando começamos a circular pela sala de aula, com as mãos carregadas de envelopes. Cada aluno escolheu um. Dentro deles estava uma pintura impressa em papel fotográfico e dois papéis de cores diferentes. No entanto, neste instante apenas um seria utilizado. Ora, tendo em conta a frase que tínhamos acabado de ler, a pergunta que colocamos aos alunos foi: Que sentimentos te despertam a pintura?. Essa pergunta deveria ser respondida de forma individual e sigilosa, e registada num dos papeis. Interessa referir que as pinturas variavam de aluno para aluno, todavia, todas pertenciam ao período Romântico.

Este acabou por ser revelar um exercício bem sucedido. O seu intuito era colocar o aluno a observar a obra de arte com um objetivo diferente: exprimir os sentimentos que ela lhe desperta. Afinal, a Arte é um despertador de sentidos. Por outro lado,

conseguimos aliar tudo isto com uma das principais características do Romantismo, e

dar o mote para a primeira questão-orientadora da aula (Como se caracterizou o

Romantismo?).

Resolvida esta primeira questão, avançamos para a segunda (De que forma o

Romantismo se manifestou nas principais expressões artísticas?). Foi com ela que

abordamos a expressão artística que aqui interessa abordar: a Pintura. No Caderno do

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conceituados, também a nível nacional. De seguida, tinham ao seu dispor um pequeno guião intitulado Como se analisa uma pintura29, com todos os passos necessários.

Esse guião foi seguido passo a passo, tendo como “pretexto” uma das mais famosas pinturas do período romântico: A

Liberdade guiando o povo, de Eugène

Delacroix. Esta obra de arte foi analisada minuciosamente (Anexo 20) e os alunos foram preenchendo os espaços em branco com as informações mais importantes sobre ela no Caderno, nomeadamente a

identificação e o contexto histórico. Na verdade, em ambas as turmas, nenhum dos alunos conhecia a obra.

No seguimento, foram exibidas através do PowerPoint quatro novas pinturas (Anexo 21), e os alunos foram desafiados a identificar as principais características do

Romantismo que encontravam nelas, descantando sempre os elementos que

justificavam a resposta. Neste momento, pedimos que voltassem a observar a pintura que estava no seu envelope, e escrevessem no papel que sobrava as características do Romantismo que encontravam.

Por último, foi lhes proposto um novo exercício prático a que demos o nome de

Em torno do Navegante. Os discentes tinham no seu Caderno uma folha com uma personagem de costas voltadas (Figura 26), sem qualquer objeto ou ambiente envolvente. Apenas um espaço em branco, que deveria ser preenchido. Todavia, esse vazio tinha que ser recheado de forma a retratar qualquer uma, ou várias, das características do Romantismo. A sua escolha estaria nas mãos dos artistas. Contudo, essa seleção deveria ser listada na mesma folha, e no espaço indicado, após o registo artístico. Para que realizassem esta tarefa

29 Este guião é da autoria da Porto Editora, e encontra-se disponível para todos os professores. Preferimos distribuir este aos alunos por considerarmos mais simples e os alunos poderem seguir os passos.

Figura 25 “A Liberdade guiando o povo” de Eugène Delacroix, 1830. Óleo sobre Tela.

Figura 26 Figura recortada da obra “Viajante sobre o Mar de Névoa.

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concedemos cerca de 5 minutos. No final, foi apresentado às turmas o quadro original:

Viajante Sobre o Mar de Névoa, de Caspar David Friedrich, uma outra obra marcante do

período romântico. Foi curioso ver reação dos alunos, que rapidamente compararam o

que haviam desenhado com o original.

Em suma, com este exercício do Navegante (Anexo 22), e com esta lição do Romantismo terminamos a nossa missão em sala de aula, que tinha como intuito proporcionar diferentes experiências ao aluno, tendo como principal estrela a Pintura. No entanto, resolvemos lançar um último desafio aos discentes: o trabalho do Romantismo.

a. A tarefa romântica: três em um

Depois de lecionada a aula, propusemos aos alunos a realização de um trabalho

individual, no qual seria avaliada a temática do Romantismo. Com este novo exercício

pretendíamos colocar o aluno, assim como a nossa metodologia, à prova pela última vez. Essa nova tarefa seria, no entanto, realizada fora do contexto de sala de aula, durante as férias da Páscoa, de modo a que o aluno tivesse tempo para a realizar. O guião foi entregue em forma de um Caderno (Anexo 23), à semelhança do que havia sido entregue na aula. Nele constavam todas as indicações e cotações sobre cada tarefa, assim como os espaços onde deveriam ser realizadas. O seu conteúdo dividia-se em três partes, sendo que cada uma colocava, mais uma vez, o discente em diferentes posições: autor, pintor e criador de um meme.

Num primeiro momento, o discente teria de, a partir de uma pintura que lhe foi atribuída, desenvolver uma narrativa. A ideia era que criasse uma estória criativa. Contudo, mais uma vez, a pintura deveria integrar nesse conto de forma evidente. E de que modo? Bom, teria de, obrigatoriamente, existir um episódio com o momento, a personagem e o cenário, retratados na pintura. Além disso, teriam que estar explícitas pelo menos duas características do movimento artístico em questão. Depois da redação, deveria preencher uma ficha informativa acerca da narrativa. Num segundo momento, o

aluno é desafiado a ser um pintor do período romântico, assumindo mais uma vez o

papel de artista. Contudo, aqui aliámos também a literatura. Ou seja, o discente tinha um conjunto de sete opções com excertos de obras desse período, que deveria escolher para retratar numa pintura. Se, porventura, não quisesse ou achasse complicado criar o momento dessas possibilidades, poderia criar uma pintura de tema livre desde que

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ficassem explícitas as características do Romantismo que pretendia retratar. Também aqui, teria de complementar a obra com o preenchimento de uma ficha. Importa referir que, ao propormos esta tarefa, informamos os alunos que poderiam utilizar os materiais que entendessem. Esta decisão justifica-se pelo facto de sabermos que existia a possibilidade de alguns deles não terem guaches ou aguarelas, ou outro tipo de tinta, e por isso terem de recorrer a lápis de cor, de cera ou marcadores para dar cor à obra. Deste modo, certificámo-nos que a falta de recursos não seria um problema para a realização desta tarefa. O terceiro e último momento entrava num campo mais humorístico e descontraído. O desafio consistia na elaboração de um meme30, com uma pintura. Aqui, a ideia era que o aluno desenvolvesse algo mais próximo do que encontra no dia a dia nas redes sociais, nomeadamente no Instagram, onde este tipo de recriação é muito usual. Uma vez que nós próprios fomos desafiados a fazer o mesmo, no âmbito da unidade curricular de Problemáticas Históricas, considerámos ser uma excelente ideia aplicar aos nossos alunos, e uma forma de lhes permitir olhar para a obra de arte como algo que pode ser manipulado de diferentes formas, graças à riqueza do seu conteúdo.

Os alunos tiveram cerca de três semanas para realizar o trabalho. De modo a esclarecerem possíveis dúvidas, e uma vez que estavam de férias, disponibilizamos um email que podiam contactar a qualquer momento. Apesar do tempo e da nossa vontade em clarificar qualquer dificuldade, nem todos os alunos o entregaram, apesar de ser de carácter obrigatório. Dos 44 alunos que constituem a amostra, concluíram esta tarefa 33 (75%), sendo que 18 pertencem à turma dos Impressionistas e 15 à dos Românticos.

30 Meme é uma imagem, que pode conter texto, em que o humor é o principal ingrediente, e cuja partilha se torna viral na Internet. 16 16 16 18 20 14 20 19 10 20 20 19 18 13 17 17 18 18 14 19 14 16 17 12 16 18 16 9 15 20 18 20 16 0 5 10 15 20 25 I1 I2 I3 I4 I5 I6 I7 I8 I9 I10 I1 1 I1 2 I1 3 I1 4 I1 5 I1 6 I1 7 I1 8 R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R 10 R 11 R 12 R 13 R 14 R 15 Impressionistas Românticos CL A SS IF ICA ÇÕ ES

IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS

Distribuição das classificações do Trabalho do Romantismo na turma dos Românticos e dos Impressionistas

Gráfico 7 Distribuição das classificações do trabalho do Romantismo na turma dos Românticos e dos

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Como podemos verificar no gráfico 7, os resultados foram bastante positivos

em ambas as turmas. Na turma dos Românticos, os resultados dividiram-se entre os 9 e os 20 valores, registando-se apenas uma negativa, que foi a única no conjunto das duas turmas. A média final foi de 15,87 valores. Já na turma dos Impressionistas, as classificações repartiram-se entre os 10 e os 20 valores, sendo que a média final foi de 17,06. O balanço foi muito positivo, como se constata na média final de 16,64 valores.

De modo a percebermos melhor como se distribuíram as cotações nas diferentes partes, vamos abordar cada uma delas de forma individual conforme o que foi definido nos critérios de avaliação (Anexo 24). Comecemos pela narrativa, que valia 9 valores no seu conjunto total. Aqui, definimos quatro parâmetros fundamentais: a inclusão das características do Romantismo (2 valores), os aspetos de comunicação (2 valores), e por último a integração da pintura (2 valores). Além disso, também se acrescenta a ficha informativa com dados importantes sobre ela (3 valores). Contudo, de forma a economizarmos espaço e simplificarmos a análise, focaremos a nossa atenção no que mais interessa: a integração da pintura, que valia 2 valores, e cuja a apreciação se dividiu em dois níveis diferentes, que passamos expor na seguinte tabela, assim como o número de correspondência em cada nível:

Níveis Descrição dos Níveis

Número de Correspondências Românticos Impressionistas Total

2

Integra na narrativa, de forma clara e pertinente, um episódio com o momento retratado na pintura.

13 18 31

1

Integra na narrativa, de forma pouco clara e pertinente, um episódio com o momento retratado na pintura.

2 0 2

Tabela 1 Número de Correspondências em cada um dos níveis relativamente à integração da pintura

A grande maioria dos alunos, 31 (94%), posicionou-se no nível 2, sendo que uma pequena minoria, 2 (6%), se colocou no nível 1.

É evidente o sucesso deste parâmetro, tanto numa turma como na outra. Aliás podemos afirmar com segurança que, de todos os exercícios que aplicamos em que pretendíamos que aluno fruísse do conteúdo da pintura e o integrasse num texto, este foi sem dúvida o mais bem sucedido. Desta vez, os alunos conseguiram, finalmente, trabalhar com a obra. Criaram narrativas criativas, em que o valor da pintura foi realmente

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aproveitado. Até mesmo os alunos que se posicionaram no nível 1 partiram da pintura para escrever a sua estória. Todavia, não evidenciaram da melhor forma o momento retratado nela. O resultado final daria um belo livro de estórias variadas, algumas mais divertidas, outras mais trágicas (Anexo 25). Apresentaremos, agora, trechos de alguns exemplos de narrativas que se apresentaram no nível 2 do referido parâmetro:

I7: No meio de uma névoa de final do dia, em 1819, de um coreto com

tom avermelhado, rodeado de folhas de vários verdes dos arbustos e árvores ao lado, um casal alemão tinha a perfeita visão da catedral gótica na qual o seu filho tinha ido viver. Carlos, o homem encostado a uma das colunas, veste um casaco comprido, quase até aos pés, e na cabeça, usava uma boina que tapava parte do seu cabelo encaracolado. Do outro lado, a sua mulher, Ágata, estava sentada afastada dele (...) Vestia um vestido amarelo brilhante e um xaile vermelho (…).

R13: (…) Samir, o fiel amigo de Omar, aguarda

com o cavalo e as armas do jovem no vale do rio Lico de modo a que abandone Constantinopla, antes que a fuga seja conhecida. Omar despede- se do amigo, que parte em direção à cidade. Omar arreia o seu cavalo, cinge as armas, aspira a brisa das águas do rio que ao longo sussurram e prepara-se para partir sozinho renunciando ao amor, pois não é capaz de viver sem liberdade. (…)

I12: (…) O Sr. Macron, despedaçado e desolado, dirigiu-se para o cume das montanhas, envoltas em neblina e mistério, onde o tempo parecia congelar. Movido pela melancolia e pelo vazio dentro de si, suicidou-se, saltando de um penhasco.

I17: (…) E tal como a ilusão que Chales Heyes é agora, também esta pintura o é. Esta pintura não é mais do que imagem existente na cabeça de Byron, o mar violento (sentimento de raiva) e o dia cinzento (tristeza) e ele próprio sozinho, como de um órfão tratasse.

Figura 27 "Gazebo in Greifswald" de Caspar David Friedrich, 1818. Óleo sobre Tela.

Figura 28 "Arab Saddling his Horse" de Eugène Delacroix, 1855. Óleo Sobre Tela.

Figura 29 "Caminhante sobre de névoa" de Caspar David Friedrich. 1818. Óleo sobre Tela.

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Apreciadas as narrativas, avancemos para a segunda parte do trabalho: as pinturas.

Ao contrário do que se verificou com as narrativas, nas pinturas os alunos não foram

tão bem sucedidos. Mas comecemos pelo princípio. Esta segunda parte, na qual estavam em jogo 9 valores, estava dividida em duas secções: a pintura (6 valores) e a ficha informativa (3 valores). Focaremos a nossa atenção apenas na pintura. De modo a apreciar e avaliar as obras, definimos nos critérios três níveis diferentes que passamos a apresentar na seguinte tabela, assim como o número de correspondências obtidas em cada um.

Níveis Descrição dos Níveis Número de Correspondências Românticos Impressionistas Total

3

Elabora um registo elaborado e evidente do episódio que selecionou ou da sua própria temática (opção 8). Composição visual que se assemelha a uma Pintura.

3 8 11

2

Elabora um registo razoável e globalmente preciso do episódio que selecionou ou da sua própria temática (opção 8). Composição visual que pouco se assemelha a uma Pintura.

6 7 13

1

Elabora um registo muito simples e impreciso do episódio que selecionou ou da sua própria temática (opção 8). Composição visual que em nada se assemelha a uma Pintura.

6 3 9

Tabela 2 Número de Correspondências em cada um dos níveis relativamente à pintura

Através desta tabela podemos constatar que 9 (27%) alunos posicionaram-se no nível 1, 13 (40%) no nível 2, e 11 (33%) no nível 3. Na turma dos Impressionistas, oito discentes apresentaram obras mais elaboradas, enquanto na turma dos Românticos apenas três. O nível 2 foi, como já verificámos, o que reuniu mais alunos, sendo que 6 pertenciam à turma dos Românticos e sete à dos Impressionistas. Já o nível menos lisonjeado englobou seis Românticos e apenas três Impressionistas. De um modo geral, a turma dos

Impressionistas produziu melhores obras.

Foram muitos os alunos que fizeram um registo muito básico com lápis de carvão, sem lhe dar qualquer cor. Aliás, foi notório que parte dos alunos encarou a tarefa da pintura como um desenho, quando na realidade era mais do que isso. Outros até representaram de melhor maneira o acontecimento, mas não se esforçaram em colorir o

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registo. Por fim, encontramos os discentes que se esforçaram por recriar o momento, colorindo-o, embora nem todos tenham utilizado os materiais adequados para uma pintura. Contudo, como já havíamos referido fomos compreensivos, valorizamos o esforço e não penalizamos. Quase todas as obras minimamente apresentáveis e elaboradas mereceram a cotação máxima (Anexo 26).

Podemos destacar o trabalho de um

Impressionista, com grande talento, que criou

a obra: Escapar à desordem. Retratou na sua obra o seguinte excerto do poema Manfred de Lord Byron: Os meus prazeres eram errar na

solidão, respirar o ar das montanhas cobertas de gelo […]. Eu gostava de mergulhar na torrente

ou nas vagas.

Realçámos mais uma obra de um aluno que, apesar de ter recorrido a lápis de carvão e de cor para a execução da tarefa, apresentou um resultado bem aprazível, onde ficam evidentes todos os pormenores. Não dúvidas que este Impressionista tem talento! A obra intitulada Do fundo do quintal de Teresa retrata de forma brilhante um excerto da obra Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco: Teresa correra ao fundo do quintal,

abrira a porta, e, como não visse alguém, tornou de corrida para a sala.

Resumindo, esta tarefa não teve o mesmo sucesso, a nível de classificações, que se verificou com a narrativa. Contudo, não podemos negar que alguns discentes se revelaram verdadeiros artistas. Mais importante que isso: esforçaram-se.

A terceira e última parte remete-nos para a elaboração do meme. Aqui os resultados não poderiam ter sido melhores. Apesar de valer a cotação simbólica de 2 valores, dos 33 alunos, apenas um não o produziu. Os restantes fizeram-no de forma brilhante, criativa e humorística, produzindo um conjunto final muito cómico (Anexo 27). Com efeito, todos eles conseguiram juntar esses 2 valores aos que já haviam adquirido.

Figura 30 Pintura: “Escapar à desordem.”

Figura 31 Pintura: “Do fundo do quintal de Teresa.”

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Por fim, importa falar de um pedido que fizemos aos alunos, e que constava na última página do trabalho: Elabora um breve comentário sobre os exercícios realizados.

Refere qual dos exercícios gostaste mais de realizar, o que consideraste mais útil e o que consideraste mais difícil (caso haja algum), justificando sempre a tuas escolhas. Com esta

solicitação pretendíamos descobrir a opinião dos alunos.

Dos 33 alunos que realizaram o trabalho, apenas 22 (67%) responderam ao nosso pedido. Uma vez que não era obrigatório, os restantes alunos optaram por deixar o espaço em branco. Assim, foram analisadas 22 opiniões. Tendo em consideração que era uma pergunta de resposta aberta, optamos por fazer uma categorização, de modo a reduzir os dados e chegar rapidamente às conclusões. Nesse sentido, depois da análise das respostas, e tendo em conta aquilo que pedimos, elaboramos a tabela que se segue com seis categorias, sendo que o número de correspondência se divide nas três etapas do trabalho.