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A memória organizacional como parte do planejamento ao aprendizado

1 INTRODUÇÃO

2.25 A memória organizacional como parte do planejamento ao aprendizado

Diante do volume de informações disponíveis nos mais variados meios e sua utilização no ambiente de trabalho, a memória organizacional deixou de ter uma visão de repositório estático, indexado e organizado, para um processo dinâmico nas quais as definições nela contidas passam a ser continuamente renegociadas e reentendidas (GAMMACK, 1997, p.1-2).

sistemas de gerenciamento do conhecimento efetivos, está se tornando essencial a definição das estruturas de domínio comuns e compartilhados na forma de memória organizacional ou em espaços de informação compartilhados. Sejam em períodos turbulentos, onde empresas adotam estratégias de autopreservação ou em períodos mais lentos que favorecem ao autodesenvolvimento e crescimento, as empresas estão em contínuo processo de aprendizado.

Este processo de aprendizado ocorre em dois níveis. O aprendizado individual e o aprendizado institucional ou organizacional, este último mais difícil que o primeiro e que é o processo responsável pela formação de modelos mentais compartilhados de sua empresa, seus mercados e concorrentes (DE GEUS, 1997, p.116).

As mudanças que ocorrem na organização, surgem pelo próprio conhecimento que a empresa possui de si mesma e do meio ambiente que a envolve. O corpo gerencial desenvolve cada vez mais o seu conhecimento com o tempo, uma vez que todos estão continuamente envolvidos no processo de aprendizado. Os modelos mentais se alteram a medida que as pessoas interagem umas com as outras, compartilhando novas informações, tornando explícito o seu conhecimento implícito, fazendo com que seu modelo mental venha a ser parte integrante do modelo organizacional. A velocidade deste processo é o que importa, onde a capacidade de aprender mais rápido que a concorrência pode ser a única fonte de vantagem competitiva sustentável (DE GEUS, 1997, p.117).

Conforme QUINN, ANDERSON e FINKELSTEIN (2000, p. 182-183), “(...) as novas tecnologias e abordagens gerencias estão mudando a economia ortodoxa no gerenciamento do intelecto profissional”. Embora as organizações de diferentes áreas tenham desenvolvido soluções customizadas às necessidades específicas de seus negócios, elas “(...) descobriram formas eficazes de conjugar novas ferramentas de software, sistemas de incentivos e projetos organizacionais, a fim de alavancar o intelecto profissional”. Constata -se todavia, entre essas empresas, alguns princípios subjacentes comuns entre os mesmos, entre os quais, o de fortalecer a capacidade de solução de problemas dos profissionais, captando o conhecimento em sistemas e software.

Quando o modelo mental individual é compartilhado, ele permite ser comparado uns com os outros, criando um mecanismo não apenas para convergir rumo a um modelo mental comum,

mas também comunicando a experiência e conhecimento acumulados na organização (STATA, 1997, p.381).

Complementando essa linha de análise, QUINN, ANDERSON e FINKELSTEIN (2000, p. 183) afirmam: “(...) quando se raciocina sobre essas organizações como um centro conectado aos clientes, em múltiplos pontos de contatos, ou nós, a alavancagem é igual ao valor do conhecimento multiplicado pelo número de nós que se beneficiam dele. A criação de valor é ampliada se a experimentação no centro aumentar o know-why e as estruturas de incentivo estimularem o care-why”.

Enquanto sistema de informações, a memória organizacional busca, pelo seu reuso, transformar dados em informações, informações em conhecimento, e conhecimento em ação. O desafio é decidir quais e em que forma elas são necessárias para que forneçam as informações e os conhecimentos necessários ao processo de tomada de decisões para a empresa (STATA, 1997, p.392).

2.26 Tipos de Indicadores

A implantação de um projeto de Gestão do Conhecimento (GC) pode demandar altos investimentos sendo seu resultado de difícil mensuração, razão pela qual não deve ser realizada de forma tradicional. Com isso, a busca de formas de medida em Gestão do Conhecimento (GC) e Inteligência Competitiva (IC), que permitam ultrapassar conceitos puramente teóricos para medidas mais específicas, tem recebido cada vez maior atenção, induzindo a pesquisa por indicadores que avaliem suas iniciativas em GC e IC.

Conforme GARVIN (2000, p. 72-73) “(...) Os gerentes sabem há muito tempo que o que não é mensurável não é gerenciável” . O autor cita como parte da solução do problema conceitos como “curvas de aprendizagem”, “funções de progresso na fabricação” e as “curvas de experiência”. Entretanto, ressalta que para as organizações que pretendem se transformar em organizações que aprendem, tais avaliações podem ser incompletas, uma vez que tendem a se concentrar somente sobre o preço ou custo, ignorando outras variáveis competitivas.

Segundo a ótica de NONAKA e TAKEUCHI (1997) a gestão do conhecimento abrange os conhecimentos explícito e tácito, e seu gerenciamento seria realizado pela gestão da contínua passagem entre o conhecimento explícito e tácito. Conquanto o conhecimento explícito esteja relacionado àqueles registrados em documentos e mídias, o conhecimento tácito, relaciona-se ao conjunto de informações e experiências sem registro algum.

Por outro lado, DAVENPORT e PRUSAK (1998), classificam o conhecimento como um conjunto de procedimentos e atividades sob três fases: a criação, a disseminação e o uso, o que os diferenciam da visão de NONAKA e TAKEUCHI (1997), pois analisam o conhecimento como um recurso em si para a competitividade de empresa.

Partindo do pressuposto que o conhecimento está sendo gerado a todo momento, uma vez que as pessoas estão em constante atividade, e o exercício dessas atividades impulsionam a criação de novas descobertas, uma das dificuldades num processo de gestão da memória organizacional é identificar os ciclos de atualização necessários, revelando-se, num dos pontos chaves no sucesso à sua forma de implementação.

A existência de uma memória organizacional possibilita avaliar a cultura organizacional da empresa, identificar as suas fontes de informação, erros cometidos no passado, um dos elos para o compartilhamento de idéias, conhecimentos e soluções.

O desenvolvimento tecnológico, com o aparecimento da Internet, Intranet e Extranet, com todo o suporte da Tecnologia da Informação, das telecomunicações, do correio eletrônico, possibilitou um ambiente propício ao fluxo de informações. Concomitantemente passou-se a viver num mundo onde a economia fundamenta-se sobre valores intangíveis, em detrimento a fatores tangíveis, o trabalho passou a ser muito mais intelectual que braçal.