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PARTE II – Estabilização Monetária Internacional e Retomada do Projeto Hegemônico

Capítulo 5 A Oportunidade de dar cabo do Comunismo Soviético

Como salientamos anteriormente neste trabalho, entendemos que durante o governo de Ronald Reagan, dois eixos estratégicos foram fundamentais para a manutenção da hegemonia norte-americana. No eixo econômico, a equipe de governo tratou de dar encaminhamento a iniciativas que, conforme buscamos explicitar, tinham por objetivo estabelecer no mundo capitalista um novo arranjo econômico internacional mantendo a liderança estadunidense. No outro eixo, o geopolítico, a administração Reagan tinha como premissa eliminar de uma vez por todas o maior rival que ainda resistia à imposição do capitalismo e era, ao mesmo tempo, o único capaz de apresentar-se como verdadeira ameaça à própria existência dos Estados Unidos: a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Trataremos, pois, desse último ponto.

Não temos por objetivo versar sobre toda a questão relativa à Guerra Fria até aquele momento, mas apenas discorrer sobre o assunto a partir do governo Reagan, fase em que a Distensão do conflito, ou Détente, entrou em crise e acabou por findar-se. A nosso ver, e de acordo com o que aludimos acima sobre o governo de Jimmy Carter, o movimento de invasão do Afeganistão por parte das forças militares soviéticas (1979) foi a fissura mais importante nas relações entre Estados Unidos e URSS, que até então obedeciam a determinadas regras desde o encontro entre as duas superpotências em maio de 1972317. De acordo com Gaddis (op. cit.: 203), a Détente e seus princípios foram rompidos depois da intervenção soviética no Afeganistão:

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Conforme Garthoff (op. cit.: 289-291): “The summit meeting in Moscow in May 1972 was a remarkable

event. It reflected the desire of the leaders in both the United States and the Soviet Union to launch, for a number of shared and differing reasons, a relationship of détente. […] The Basic Principles of Relations between the United States of America and the Union of Soviet Socialist Republics, signed on the last day of the summit conference, May 29, represented a charter for détente. […] The first basic principle states that the United States and the Soviet Union ‘will proceed from the common determination that in the nuclear age there is no alternative to conducting their mutual relations on the basis of peaceful coexistence’ and that despite differences in ideology, they will undertake to develop ‘normal relations based on the principles of sovereignty, equality, non-interference in internal affairs and mutual advantage.’ […] The second principle states that ‘the USA and the USSR attach major importance to preventing the development of situations capable of causing a dangerous exacerbation of their relations. Therefore, they will do their utmost to avoid military confrontations and to prevent the outbreak of nuclear war.’ […] The third principle records their recognition of a ‘special responsibility . . . to do everything in their power so that conflicts or situations will not arise which would serve to increase international tensions’ and ‘to promote conditions in which all countries will live in peace and security and will not be subject to outside interference in their internal affairs.’ These three are the most important principles”. Havia no total doze princípios a serem seguidos de acordo com a Carta (idem).

Isto ficou claro em janeiro de 1980, mês em que o presidente Carter retirou o tratado SALT-II do Senado, cancelou o embarque de grãos e a concessão de tecnologia para a URSS, pediu substancial aumento no orçamento de defesa, anunciou que os Estados Unidos boicotariam os Jogos Olímpicos de Moscou e denunciou a invasão do Afeganistão como “a mais séria ameaça à paz desde a Segunda Guerra Mundial.” Mudança radical de um presidente que, três anos antes, ao assumir o cargo, manifestara a esperança de pôr um ponto final na Guerra Fria. Mesmo Gromyko teve de admitir que “a situação internacional (...) mudou para pior” (idem)318.

A Détente não era, de qualquer forma, um interesse de longo prazo para os Estados Unidos, pois como buscamos discutir na introdução deste trabalho, não havia entre a elite política, intelectual e burguesa norte-americana dominante a ideia de que o sistema internacional devesse permanecer congelado e limitado geograficamente, neste caso, numa coexistência ad eternum entre dois blocos incompatíveis, um comunista e outro capitalista (MEAD, 2002: 267-268). Conforme McCormick (1995: 13, Apud ANDERSON, op. cit.: 44-45): “Por toda sua extensão e intensidade, a Guerra Fria foi [...] ‘apenas um subenredo’ dentro da história maior de dominação global por parte dos Estados Unidos”. Dessa maneira, as ações de intervenção mal calculadas por parte da URSS, somadas a uma situação econômica bastante vulnerável, constituíram circunstância mais do que oporturna para uma investida norte-americana de grande envergadura contra as bases econômica e política do bloco rival.

Nos anos 1980, a economia da União Soviética já apresentava um notável declínio. A taxa de crescimento econômico, a produção industrial e agrícola, a produtividade por trabalhador, o investimento em capital e consequentemente a renda per capita vinham caindo desde os anos 1970 sem que medidas para uma reforma econômica mais profunda fossem adotadas (HOBSBAWM, op. cit.: 456- 457). Nas relações comerciais internacionais, a URSS vinha se tornando cada vez mais um país dependente de outras nações industrializadas mais avançadas. Importava máquinas, metais, artigos de consumo industrializados (60% da pauta) e até mesmo trigo. Exportava por sua vez, um grande volume de seu principal artigo primário: petróleo e gás, basicamente. (idem)319. Assim, antes do início da gestão de

318 A União Soviética também vinha intervindo por meio de ajuda militar em países da África como Etiópia e Angola nesta mesma época. Andrey Gromyko foi presidente da União Soviética de 1985 a 1988.

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“Na verdade, na década de 1970, era claro que não só o crescimento econômico estava ficando para trás, mas mesmo os indicadores sociais básicos, como o da mortalidade, estavam deixando de melhorar. Isso minou a confiança no socialismo talvez mais que qualquer outra coisa, pois sua capacidade de melhorar a vida da

Ronald Reagan na presidência, já estava claro que a condição econômica soviética, e política320, caminhava para uma situação cada vez mais difícil.

Diante de tais circunstâncias, tornou-se oportuno o momento para a proposição de uma política com relação ao bloco soviético, bem mais agressiva, a partir da qual, os EUA adotariam uma estratégia de conflito muito mais direto com o inimigo do que foi com a Doutrina de Contenção ou a Détente. Com o mote eleitoral “Let’s Make America Great Again”, Ronald Reagan faria bom proveito dos maus momentos econômicos por que passava a URSS e ainda mais da má repercussão pública da invasão ao Afeganistão para alçar sua proposta de resgate político e expansão da liderança dos EUA no mundo321. Alguns meses após assumir o governo, em maio de 1981, o presidente fez o seguinte discurso:

The years ahead are great ones for this country, for the cause of freedom and the spread of civilization. The West won't contain communism, it will transcend communism. It won't bother to dismiss or denounce it, it will dismiss it as some bizarre chapter in human history whose last pages are even now being written322.

Em nossa pesquisa documental verificamos que a tática econômica escolhida seria a de estrangular as fontes externas de financiamento ao mesmo tempo em que o governo americano investiria maciçamente na ampliação do aparato militar convencional e nuclear. Mediante tais iniciativas, esperavam impor à União Soviética um peso insuportável para que esta falhasse em tentar manter um poder dissuasório equivalente ao dos EUA ao mesmo tempo em que teriam que

gente comum através de maior justiça social não dependia basicamente de sua capacidade de gerar maior riqueza. O fato de a espectativa de vida na URSS, Polônia e Hungria permanecer quase imutada durante os últimos vinte anos antes do colapso do comunismo - na verdade de vez em quando chegava a cair - era causa de séria preocupação, pois na maioria dos outros países ela continuava a subir” (HOBSBAWM, op. cit.: 457). Quanto à dependência de importações do Ocidente, o então chefe de governo soviético, Mikhail Gorbachev, teria percebido o problema e tentado em vão redirecionar o comércio da URSS para o próprio bloco socialista como incentivo àquelas estruturas industriais. Para este ponto, ver relatório da CIA: ‘SOVIET DEPENDENCE ON

IMPORTS FROM THE WEST: WHY THE NUMBERS BELIE THE RHETORIC’, DIRECTORATE OF INTELLIGENCE, CIA,

Nov. 1988. 19881101A.

320 Gaddis (op. cit.: 204-205) salienta que, nos anos 1970, já havia sinais evidentes de insatisfação política em países como a Alemanha Oriental e a Polônia.

321 Conforme o Secretário de Estado, Alexander Haig em memorando ao presidente Reagan: “Afghanistan

offers the best single opportunity for building European and global opposition to Soviet expansionism. As the demonstrations in Bonn during Brezhnev‘s visit proved, Afghanistan is our best issue among younger Europeans. And the vote in the UN for this year's Afghanistan resolution was even larger than last year's (116 vs. 111).” ‘Preempting Brezhnev - Strategy for Sustaining our Momentum and Balance in Europe’, Memorandum for The President from Alexander M. Haig, Jr. 5 Dez. 1981. DSC00150.

322

‘Address at Commencement Exercises at the University of Notre Dame’, 17 Mai. 1981. Disponível em:

https://www.reaganlibrary.gov/sites/default/files/archives/speeches/1981/51781a.htm. Acessado em 15 de março de 2018.

sustentar condições materiais mínimas para população civil da URSS e dos países satélites323.

Em relatório do Departamento de Estado ao Staff da Casa Branca é possível verificar como esta estratégia vinha sendo instrumentalizada:

The Soviet Union is experiencing increasing financial difficulties. Even though they have some $25 billion in gold stocks, there are limits as to how much of this can be utilized to meet its external obligations. Any attempt by the Soviets to sell large amounts of gold can only serve to depress further an extremely soft sold market. The soviets know this and this explains in part their reluctance to sell gold in world markets as a means to meet their hard currency needs. […] The Soviets also have same $5-4 billion in deposits in western banks, considerably down from about $8 billion last year and yet another indication of its weakened position. This money is being utilized for financing short-term trade credits (less than 1 year) and cannot be seen as a source of finance to meet outstanding debt payments. Justaposed against this situation, the Soviets are being squeezed by virtue of the fact that the market for their major source of foreign exchange, oil, is extremely soft and is likely to remain so for the near term. This, coupled with a need to sustain a fairly high level of imports, and to meet increasingly the economic needs of some of its satellite states, places them in an extremely difficult economic and financial situation.

Thus the financial choices facing the Soviets provide an unusual opotunity to use credit policy as a means to compel Moscow to pay the true cost of credit and thereby force Moscow to make tradeoffs among its key priorities -- enhancing the military, feeding the population, improving the civilian economy, sustaining its Eastern European allies, and expanding its overseas influence. Western countries can reduce the flow of capital to the Soviet Union by regulating the availability of government-guaranteed-credits. This will serve to avoid the possibility that official credits may fill the gap being created by private market withdrawal324.

323 Conforme William P. Clark, conselheiro de segurança nacional de Reagan: “President Reagan’s strategy to

accelerate the demise of the Soviet Union consisted of five pillars: economic, political, military, ideological, and moral” (DOBSON, 2005: 531). Ou, de acordo com Norman A. Bailey, membro do Conselho de Segurança

Nacional (NSC): “The first Reagan administration adopted, designed, and successfully implemented an

integrated set of policies, strategies, and tactics specifically directed toward the eventual destruction (without war) of the Soviet Empire and the successful ending of the Cold War with victory for the West” (idem). Um

exemplo das iniciativas previstas de cunho ideológico está na preparação para a viagem à Europa em 1982, entre elas: “Launch positive political and moral program to rival the “progressive” offensive of the Marxists-

Leninists; In speech to democracy to Parliament [Parlamento inglês] invite all those who value liberty and justice, particularly the younger generation, to join defining a major new effort to expand human freedom in the world.” ‘SWHG [Senior White House Group] Meeting on Versailles and NATO Summits’, 10 Abr. 1982.

DSC01824. Ver também Teixeira (1999: 185). 324

‘Summit Linkage Paper for SWHG [Senior White House Group] Consideration’, Secret, Memorandum for Mr.

William P. Clark, The White House, from L. Paul Bremer III, Executive Secretary, Department of State, 10 Abr.

Nesse sentido, os EUA buscaram desenvolver uma série de ações com o objetivo de tornar cada vez mais difícil a situação econômica soviética. A princípio, empenharam-se em bloquear o acesso da URSS a moedas conversíveis nas mais diversas instâncias, das mais variadas formas. Uma delas foi a tentativa de reduzir ao máximo o acesso a créditos de importação e garantias financeiras, pressionando os países do G-7 a aderirem a um mecanismo para a restrição desses fundos - fossem públicos, fossem privados - à União Soviética. Os EUA tentaram conseguir a adesão de todos com a ideia de que este expediente coordenado multilateralmente seria uma das respostas do Ocidente à invasão do Exército Vermelho ao Afeganistão325. Havia também o receio de que uma elevação excessiva do endividamento do bloco soviético, expondo financeiramente os setores público e privado ocidentais, pudesse ser usada pela URSS para barganhas futuras326.

Outro impedimento criado pelos EUA foi o de impor um boicote unilateral para qualquer empresa que vendesse equipamentos para a construção dos gasodutos, Urengoy–Pomary–Uzhgorod e a futura linha de Yamal, que se originavam da Rússia em direção à Europa Ocidental. Os EUA também requisitavam do G-7 ações no mesmo sentido. Justificavam a medida como uma resposta à repressão política, em dezembro de 1981, por parte do governo da Polônia aos movimentos grevistas e manifestações iniciadas a partir das mobilizações no estaleiro de Gdansk. O governo americano tentava, dessa maneira, obstruir o fornecimento russo de gás à Europa Ocidental com a ideia de impedir que esta se tornasse dependente da União Soviética em termos de energia, ao mesmo tempo

dos EUA nas relações com a União Soviética: “To avoid subsidizing the Soviet economy or unduly easing the

burden of Soviet resource allocation decisions, so as not to dilute pressures for structural change in the Soviet system”. NSDD [National Security Decision Directive] 75 on "U.S. Relations with the USSR", 17 Jan. 1983. CIA.

19811117. 325

Conforme o memorando para o encontro do G-7 em Versalhes em 1982, um dos objetivos dos EUA na reunião era o de: “Securing endorsement of an agreement to restrict official credits and eliminate credit

subsidies to the Soviet Union and to monitor credit flows to CMEA [Council for Mutual Economic Assistance ou COMECON] countries”. ‘SWHG [Senior White House Group] Meeting on Versailles and NATO Summits’, 10 Abr.

1982. DSC01824. Depois da Inglaterra, não haveria maiores adesões por parte dos outros países da Europa Ocidental e Japão ao mecanismo, já que estes tinham seus próprios interesses comerciais e políticos junto à URSS. A posição negativa da França frustrou, em grande medida, o intento estadunidense um pouco antes do encontro. ‘East/West Issues at the Summit’, ‘Strategy for Success at Versailles’, DISCUSSION PAPER, 20 Mai. 1982. DSC02006.

326 Conforme memorando para munir o presidente com argumentação para a reunião do G-7: “Soviet debt of

$20 billion could double or triple in next five years. Is it prudent to continue to subsidize the flow of such credit creating exposure of western banks and governments that could give Soviets considerable leverage?” ‘Purposes of European Trip’, ‘Strategy for Success at Versailles’, Memorandum for the President from Alexander M. Haig Jr. and Donald T. Regan. 20 Mai. 1982. DSC02049.

em que buscavam limitar uma fonte de divisas conversíveis baseada na exportação do produto. Conforme memorando preparatório para o encontro do G-7 na França (1982):

Western economic security is impared to the extent the Soviets can exercise economic leverage and the West becomes vulnerable to Soviet actions. At the Ottawa Summit, the U.S. raised the issue of the Siberian gas pipeline. European dependency on Soviet energy supplies and the leverage such dependency will accord the USSR. It also expressed concern about the hard currency the Soviet Union would earn and the contribution this would make toward facilitating acquisition of Western technology and the Soviet military buildup. The U.S. continues to believe that the pipeline decision was unwise. To reduce our potential vulnerability it is most important that priority attention be given to the development of appropriate safeguards as well as alternative sources of energy327.

O governo americano procurou também limitar a venda de tecnologias, bens e serviços que pudessem favorecer o desenvolvimento das capacidades industriais - e consequentemente militares e de exportação - dos soviéticos328. Além disso, o embargo estadunidense que anteriormente citamos para o caso dos grãos foi mantido em vigor, tendo existido ainda a possibilidade de estendê-lo para produtos industriais329.

Em outra ocasião, em 1986, no sentido de restringir qualquer possibilidade de acesso a novos créditos, o Secretário do Tesouro, James Baker, declarou formalmente que o governo dos EUA se mobilizaria para impedir a entrada da URSS no Banco Mundial ou FMI caso este país aventasse a possibilidade de

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‘SWHG [Senior White House Group] Meeting on Versailles and NATO Summits’, 10 Abr. 1982. DSC01824. Ver também, ‘Versailles Economic Summit Preparations’, Talking Points, 30 Mar. 1982. DSC01740. A linha Urengoy– Pomary–Uzhgorod foi concluída em 1984 e a de Yamal seria somente construída nos anos 1990.

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Em memorando sobre a reunião do G-7 de Versalhes, salienta-se a necessidade de continuar o processo junto aos países aliados para a restrição de tecnologias sensíveis para a URSS e países satélites. Conforme o próprio documento: “With the agreement of the non-Summit COCOM member governments, the first such

meeting in over two decades was held in Paris on January 19-20, 1982. A consensus was reached on the need to strengthen the COCOM system by (1) establishing a clearer basis for setting embargo limits; (2) ensuring that critical military equipment and technologies are added to, and non-critical ones deleted from, current embargo lists; (3) giving priority attention to such strategic areas as dry docks, robotics, and space launch vehicles; (4) strengthening embargo enforcement coverage, at both the COCOM and the national levels; and (5) harmonizing national licensing practices and procedures. Activities have been initiated within COCOM to follow- up on these agreements.” ‘SWHG [Senior White House Group] Meeting on Versailles and NATO Summits’, 10

Abr. 1982. DSC01824. O COCOM (Coordinating Committee for Multinational Export Controls) foi um comitê multilateral liderado pelos EUA constituido para impedir a exportação de armas e produtos sensíveis para o Bloco Soviético.

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Quanto a um provável embargo industrial, que não veio a ocorrer de forma generalizada, ver, ‘CREDIT

RESTRAINTS ON USSR AND US GRAIN EXPORTS’, ‘Further Versailles Summit Briefing Materials’, Memorandum for The President from William P. Clark, 29 Mai. 1982. DSC01597.

associar-se e ter acesso a seus fundos. Em resposta ao deputado Jack Kemp de Nova Iorque, Baker considerou:

In my view, the Soviet Union would be unlikely and unwilling to comply with membership requirements of either institution. In addition, I share your view that Soviet membership would not be in the best interest of the United States or the World Bank. Accordingly, the Administration would oppose Soviet membership in the IMF and the World Bank and would work actively within their respective Executive Boards to this end. I hope this clarifies the Administration's position.

A ampliação do gasto militar pela administração Reagan, por sua vez, foi a nosso ver o elemento mais importante do empenho estadunidense em pressionar economicamente a União Soviética. Esforço este que também provocava tensões dentro do governo americano naquilo que buscamos elucidar sobre o gasto fiscal. A justificativa, entretanto, para os elevados dispêndios militares - em um momento em que as nações aliadas cobravam dos EUA uma redução efetiva de seu déficit fiscal - era a de que a iniciativa armamentista norte-americana se fazia urgente para enfrentar um crescente expansionismo soviético que havia se sustentado mediante uma elevação sub-reptícia do gasto militar daquele país sem que os Estados Unidos