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PARTE II – Estabilização Monetária Internacional e Retomada do Projeto Hegemônico

Capítulo 4 A Retomada da Liderança Econômica Internacional

Neste ponto, buscaremos demonstrar, com base numa ampla fração documental levantada em arquivos do Poder Executivo norte-americano, alguns dos principais elementos que determinaram a política econômica externa dos Estados Unidos junto às grandes potências mundiais e países periféricos. Tendo em conta o que buscamos elucidar até esse momento, ou seja, o fato de que os EUA já haviam instituído uma ordem internacional sob sua hegemonia no mundo capitalista e que não desejavam abdicar de sua posição, mas sim expandi-la, julgamos – considerando as transformações no padrão de acumulação dos capitais financeiro e industrial transnacionais norte-americanos, conforme analisamos em capítulos anteriores, – que foi durante o advento da administração de Ronald Reagan que se vislumbrou uma ação do Estado mais congruente com o interesse desses capitais para que se chegasse a uma proposta final e bem acabada para um novo arranjo de dominação do capitalismo norte-americano165.

Não é novidade salientar que o projeto da administração Reagan coadunava ideologicamente com os já conhecidos preceitos econômicos de corte neoliberal. Afinal, desde sua eleição, o então presidenciável pregava veementemente que suas ações obedeceriam, pelo menos no domínio das ideias, grande parte daquele arcabouço conceitual. No âmbito doméstico e principalmente no debate político internacional, depois de eleito, o presidente reiterou a ideia de que todos os governos deveriam promover uma ampla abertura comercial e financeira, reduzir consideravelmente o aparato estatal e flexibilizar as relações de trabalho como requisitos para um virtuoso crescimento econômico sustentado pelas forças do mercado166.

165 Poulantzas, que na obra ora citada analisava os desdobramentos do imperialismo americano, considerou: “O Estado se encarrega, por excelência, dos interesses da fração hegemônica do capital monopolista, na medida em que tal fração detém a direção do bloco no poder, e em que seus interesses se configuram em interesse político do conjunto do capital em face das classes dominadas. [...] O Estado não possui poder próprio: mas, por outro lado, constitui lugar contraditório de condensação de relações de força que atravessam igualmente a classe dominante, e principalmente a própria fração hegemônica – o capital monopolista” (POULANTZAS, op. cit.: 170, 172).

166 Segundo Fiori (1997: 115), é nesse momento que a ideologia neoliberal instala-se definitivamente no governo dos EUA.

A nosso ver, a retórica neoliberal estadunidense não correspondia tão só a uma crença teórica que, dada a perplexidade instalada ante a crise de estagflação dos anos 1970, repentinamente aprofundou sua influência nos círculos acadêmicos com progressiva e permanente penetração dentro do governo americano (NISKANEN, 1988: 15-20). Nossa ênfase se dá pelo fato de que esta ideologia atendia – ao mesmo tempo em que alegava ofertar uma perspectiva de futuro promissor, mais justo e de liberdade individual – aos propósitos de rearticulação mundial das finanças e do setor industrial transnacional que buscavam recompor sua alta rentabilidade por meio da ampliação do espaço privado de acumulação e pelo aumento na exploração do trabalho ao mesmo tempo em que se recompunha a capacidade de expansão do poder político americano. Dessa forma, os horizontes para o comércio internacional, para a penetração e circulação das finanças, para os investimentos fabris deveriam estar liberados das regulações governamentais, ao passo em que os Estados deveriam deixar de concorrer com o capital privado, de cobrar impostos considerados excessivos e de regular as relações trabalhistas, tornando-se, por seu turno, protetores do novo sistema e potenciais clientes nas relações de crédito a serem ampliadas167.

Dessa maneira, a apresentação do Programa de Recuperação Econômica da administração Reagan e sua base teórica não foram, de forma alguma, suficientes para ilustrar os propósitos de longo prazo vislumbrados pelos estadistas americanos àquela altura dos acontecimentos168. Por outro lado, elementos fundamentais da política econômica externa dos Estados Unidos, isto é, sua agenda, pauta e justificativas, viriam a expressar-se com maior amplitude e no

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A reconfiguração da ordem exigia uma renovação no suporte ideológico, assim: “O neoliberalismo é em primeiro lugar uma teoria das práticas político-econômicas que propõe que o bem-estar humano pode ser melhor promovido liberando-se as liberdades e capacidades empreendedoras individuais no âmbito de uma estrutura institucional caracterizada por sólidos direitos de propriedade privada, livres mercados e livre comércio. O papel do Estado é criar e preservar uma estrutura institucional apropriada a essas práticas; o Estado deve garantir, por exemplo, a qualidade e a integridade do dinheiro. Deve também estabelecer as estruturas e funções militares, de defesa, da polícia e legais requeridas para garantir direitos de propriedade individuais e para assegurar, se necessário pela força, o funcionamento apropriado dos mercados. [...] Dou a esse tipo de aparelho de Estado o nome de Estado Neoliberal. As liberdades que ele encarna refletem os interesses dos detentores de propriedade privada, dos negócios, das corporações multinacionais e do capital financeiro” (HARVEY, c2008: 12, 17).

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Os estadistas aos quais nos referimos são aqueles funcionários de primeiro e segundo escalão que perpassam estruturas executivas de governo, como Tesouro, CEA, Federal Reserve, Secretaria de Estado e Defesa, CIA, etc, independentemente dos mandatos políticos. Quando não estão formalmente vinculados ao Estado, fazem parte da alta administração de grandes conglomerados financeiros e industriais, da elite acadêmica ou de portentosos institutos vinculados a interesses econômicos e políticos, os chamados Think

mais alto nível hierárquico em fóruns de discussão e decisão como nos encontros anuais da assim chamada Cúpula das sete maiores democracias industriais do mundo (Grupo dos 7 ou simplesmente G-7), reuniões do FMI e Banco Mundial e outras simeiras de temáticas mais específicas, como a Cúpula Norte-Sul de 1981. Nestas reuniões, os objetivos norte-americanos apareceriam de maneira mais transparente ao demonstrarem a real posição daquele país, pois havia a obrigação de se decidir sobre os temas e os termos de negociação antes de cada encontro, assim como estabelecer metas e avaliar resultados anteriores mediante um debate interno prévio que, em nossa pesquisa, verificamos registrados em documentos oficiais.

Nossa interpretação é a de que havia pelo menos dois eixos paralelos de ação, um com objetivos mais voltados à gestão do novo arranjo macroeconômico internacional e outro mais vinculado à expansão do poder político dos Estados Unidos no mundo, ambos vinculados intimamente no conjunto de iniciativas169. No eixo econômico, a manutenção da centralidade do dólar como principal meio de troca e reserva de riqueza dentro do sistema financeiro internacional foi talvez a primeira prioridade. O governo dos EUA mirava uma ampliação do espaço de utilização daquela moeda, agia no sentido de conter propostas de instituição de moedas multinacionais alternativas da mesma forma que atuava para rapidamente controlar crises sistêmicas que pudessem por em risco tal estrutura baseada no dólar. Não menos importante era a busca pela recomposição das expectativas de expansão das taxas de lucros dos setores monopolistas industrial e financeiro norte- americanos. O movimento geral de liberação econômica apoiado pelos EUA visou um alargamento do espaço de acumulação, assim como das possibilidades de intensificação da exploração do trabalho.

No segundo eixo, o geopolítico, o governo dos EUA se engajaria em ações no sentido de constituir uma inquestionável preponderância militar global. Assim o fariam mediante a intensificação do estrangulamento econômico do bloco soviético e por meio de uma corrida armamentista que tinha por objetivo levar esse já desgastado grupo de países a uma derrocada econômica, deixando o espaço

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Fiori (1997: 118-119) fez sua interpretação sobre a reafirmação do poder americano considerando dois eixos de política externa norte-americana, por um lado, a chamada ‘diplomacia do dólar forte’, no âmbito econômico, por outro, a ‘retomada da Guerra Fria’ no âmbito geopolítico.

aberto para o avanço de um sistema econômico já dominado pelos Estados Unidos da América.

A Caminho de uma Nova Ordem

Entre 1981 e 1982, os primeiros anos de governo de Ronald Regan, a taxa de juros americana, Prime Rate, registrava patamares mais do que elevados (ver Tabela 2.1, acima) – tanto em termos nominais, quanto em termos reais170. Como já salientamos, o Fed tinha o propósito firme de dissolver qualquer expectativa quanto à possibilidade de uma desvalorização súbita do dólar, contendo ainda um dos principais elementos de desconfiança, o ímpeto inflacionário. A estabilidade de uma almejada ordem com base em mercados internacionais abertos, disciplina nos gastos de governo, redução do Estado e flexibilidade de fatores - operando predominantemente com base na divisa americana e à mercê das políticas unilaterais estadunidenses - exigia, contudo, que os EUA deixassem claro ao resto do mundo, principalmente às nações-chave, que aquele era o novo status quo desejado pela potência hegemônica e que todos, cedo ou tarde, a este deveriam adequar-se.

Em setembro de 1981, ainda no primeiro ano de governo, Ronald Reagan, em discurso na reunião anual do FMI, afirmaria:

“[…] the most important contribution any country can make to world development is to pursue sound economic policies at home. Regrettably, many industrial countries, including my own, have not made this contribution in the recent past. We have overspent, overtaxed and overregulated, with the result being slow growth and soaring inflation. […] By reducing the rate of Government spending, honoring our commitment to balance the budget, reducing tax rates to encourage productive investment and personal savings, eliminating excessive Government regulation, and maintaining a stable monetary policy we are convinced we will enter a new era of sustained, noninflationary growth and prosperity, the likes of which we have not seen for many years. […] Only with a foundation of sound domestic policies can the international economic system continue to expand and improve. My own Government is committed to policies of free trade, unrestricted investment and open capital markets. The financial flows generated by trade investment and growth capital flows far

170 A média da taxa de juros real americana esteve em torno de 8% e 8,5% entre 1981 e 1982, chegando, em alguns meses, a mais de 10% ao ano.

exceed official development assistance funds provided to developing countries”171

.

Henry Nau, que durante o governo Reagan foi assessor para assuntos econômicos internacionais do Conselho de Segurança Nacional172 (NSC, na sigla em inglês) e representante pessoal do presidente Reagan na preparação das Cúpulas Econômicas do G-7, descreveu ao fim do primeiro mandato a estratégia internacional adotada pelos EUA para alcançar o referido objetivo. Ponderava que uma denominada política doméstica de “incentivos” ao mercado teria mais efeitos para o estabelecimento da nova ordem do que uma ação externa de negociação e cooperação internacional. A ação unilateral dos Estados Unidos produziria o “consenso” requerido de forma bem mais rápida do que mediante negociações com outros países nas quais os EUA teriam posição bem menos vantajosa (NAU, 1984: 22-23):

In the 1980s, domesticists173 urged a reversal of this approach [ou

seja, a anterior abordagem pela cooperação internacional]: an

assertive use of U.S. economic power in the marketplace based on noninflationary policies and a relatively passive U.S. economic diplomacy, for example, at the annual economic summits. Domesticists believed that this combination could work because U.S. power in the international marketplace, exploited effectively and enhanced through noninflationary policies, remains much greater than its power at the bargaining table - a fact that frequently irritates U.S. allies. If the U.S. economy, therefore, could be revitalized and steered back to price stability, market incentives, and freer trade, the world economy might be induced to follow. At some point, domesticists argue, changes in the world economy might help the United States apply its reduced political influence at the bargaining table to re-establish consensus and, if necessary, secure formal commitments to a revitalized international economic system

(grifo nosso).

Melhor dizendo, uma elevação mais do que proeminente na taxa de juros americana sem uma consulta multilateral prévia, colocando todas as economias do globo numa situação de fragilidade em relação aos Estados Unidos, foi o instrumento utilizado para se conseguir a disciplina requerida para a consolidação e ampliação do arranjo econômico desejado pelo governo americano174.

171

‘Challeges of World Development’, ‘Address by President Reagan before the annual meeting of the International Monetary Fund (IMF)’, 30 Set. 1981. DSC06193.

172

Órgão consultivo vinculado diretamente à presidência. 173

De acordo com o autor, o termo, domesticist, corresponde aos intelectuais e funcionários favoráveis as medidas de corte doméstico com efeitos sobre o âmbito externo.

174

No caso das principais economias europeias e do Japão, a valorização do dólar em comparação com suas respectivas moedas, apesar de ter trazido relativa melhora nos saldos comerciais175, trouxe restrições severas para a economia e a sociedade nesses países176. O aumento na taxa de juros doméstica naqueles estados em consequência da alta americana, depois das dificuldades passadas com o Choque do Petróleo, traduziu-se em queda no crescimento econômico, elevação generalizada nos índices de desemprego e um relevante aumento no nível geral de preços - neste último caso, com aceleração até pelo menos 1981177. É, portanto, numa circunstância em que a drenagem da liquidez mundial é comandada pelos Estados Unidos, que a gestão Ronald Reagan, em meio a reuniões de cúpula de alto nível, prepara e apresenta sua proposta para a recuperação do sistema capitalista encerrada nos marcos de seus interesses econômicos e geopolíticos.

Trataremos primeiramente da questão econômica, deixando para um capítulo específico a questão geopolítica. Em 1981, primeiro ano da administração Reagan, assessores da Casa Branca e Secretarias do Executivo faziam os preparativos para a elaboração do arcabouço técnico econômico que seria utilizado pelos EUA nos pronunciamentos públicos e especialmente na Cúpula do G-7 que ocorreria no Canadá em meados de julho daquele ano. Iniciava-se, portanto, a primeira abordagem por parte do novo governo em que este apresentaria os elementos definitivos de sua política econômica externa e que seriam reiteradamente afirmados ao longo daquela década e da seguinte. Assim, em maio de 1981, num documento de avaliação macroeconômica emitido pelo CEA (Council of Economic Advisers) para fundamentação das discussões do G-7, são asseverados, de acordo com a visão daqueles técnicos, os problemas por que

175 Devemos lembrar que o valor do barril de petróleo era vendido em dólares e que a valorização da moeda americana tornava-o mais caro. Para valorização cambial, ver OECD Data. Disponível em:

https://data.oecd.org/conversion/exchange-rates.htm. Acessado em: 27/09/2016. Para os resultados na balança comercial ver IFS-FMI. Disponível em: http://data.imf.org/regular.aspx?key=61545863. Acessado em: 24/10/2017.

176

Na periferia, endividada junto ao sistema financeiro internacional, como veremos mais a frente, os resultados da alta de juros foram nefastos.

177 Para esses dados, ver World Bank Data. Disponível em: https://data.worldbank.org/. Acessado em: 23/10/2017.

passava a economia internacional e as propostas de solução que os Estados Unidos deveriam propor nas reuniões dos Sete Maiores178.

Na avaliação do CEA, a crise dos anos 1970 teria sido causada por basicamente três elementos: em primeiro lugar, teria havido um aumento excessivo na oferta de moeda em relação à produção total, provocando forte pressão inflacionária entre os países do Grupo dos Sete; o segundo problema decorreria do fato de as economias industrializadas modernas mostrarem-se inflexíveis e incapazes de reagir rapidamente aos vários choques que as atingiram, ou seja, a eficiente alocação dos recursos teria sido distorcida por instituições não pertencentes ao mercado, melhor dizendo, órgãos e empresas do Estado; em terceiro lugar, ante tais problemas, a política econômica dos governos teria sido direcionada para situações de curto prazo, ignorando implicações sistêmicas de longa duração, isto é, as políticas de restrição monetária seguidas posteriormente por medidas de incentivo à demanda, stop and go, teriam desencadeado mecanismos de expectativa inflacionários. Em resumo, as políticas econômicas adotadas nos anos 1970 agravaram as consequências dos choques ao invés de absorvê-los, provocando ao mesmo tempo, inflação e desemprego179.

A partir de tal contextualização e de acordo com o CEA: “If the primary role of government is to provide an enviroment within which the dynamism of the private economy creates growth and employment, the mastery of inflation must top the list of policy objectives” 180

. Assim, com base nesta explicação, na interpretação do governo americano, a inflação foi eleita o elemento central do problema e o remédio seria constituído por um conjunto de ações que deveriam ser tomadas por todos os países do G-7, entre elas: realizar o devido controle da oferta de moeda por meio de uma política monetária contracionista; subjugar os elementos de fora do mercado (aparatos do Estado) à disciplina que o próprio mercado impõe; encorajar o comportamento competitivo dos agentes nos mercados doméstico e internacional, eliminando o envolvimento do Estado na produção e no comércio de bens e

178

‘Ottawa 1981: A Macroeconomic Assessment’. 20 mai. 1981. CEA. Series II: Economic Summit Files. Rac Box

12-13. Box2. DSC00637.

179 ‘Ottawa 1981: A Macroeconomic Assessment’. Ibidem: 12-16. 180

serviços; e encorajar a mobilidade de capitais e do trabalho, considerando para este último desnecessários os programas sociais oferecidos pelos governos181.

Neste arcabouço analítico-propositivo, não há, entretanto, uma discussão nas mesmas bases teóricas quanto ao fato de o dólar ainda se manter como a moeda central dentro do sistema monetário internacional depois de uma década de crise. Ou seja, a sagrada dominância das forças de mercado, que tinha como base a liberdade de escolha dos agentes, não seria considerada naquilo que se referia à determinação do ativo de reserva líquida internacional. Contudo, a política monetária americana – e seus profundos impactos, principalmente na valorização cambial do dólar – haveria de ser justificada com base naquilo que o governo americano buscava realçar como o maior problema:

The virulence of inflation has sapped the strength of the largest economy in the world, the United States, and eroded confidence in its currency. The U.S. dollar is de facto the key world currency; confidence is the essential characteristic of a key currency. Control of the domestic money supply is a necessary condition for eradicating inflation – and the U.S. strongly believes that its commitment to control the money supply must not be compromised by attempts to counter day-to-day fluctuations in vital market signals, such as interest and exchange rates. In any case, research suggests that major economic decisions are based on the long-run expectations of market participants, not the day-to-day gyrations of volatile markets182. (grifo nosso)

Murray Weidenbaum, então chefe de CEA, já vinha expondo publicamente essa argumentação em outras instâncias de debate como o fez no Institut Français de Relations Internationales em Paris:

Monetary and price stability in the U.S. will go a long way towards permanently restoring confidence in the dollar. Evidence to date suggests that the exchange markets do view our program favorably, even after allowance is made for interest rate movements over the past several months. (grifo nosso)

Justificava, dessa forma, a alta dos juros, alegando:

Our program is designed to avoid the errors of the past - misguided efforts to lower interest rates temporarily by pursuing an expansionary monetary policy which then only led to increased inflationary pressures and ultimately higher interest rates. Our policy, in contrast,

181

‘Ottawa 1981: A Macroeconomic Assessment’. Ibidem: 18-19. 182

Neste texto, a centralidade do dólar é tratada apenas como um fato já dado pelas circunstâncias e sua valorização vinculada secundariamente ao mal inflacionário. ‘Ottawa 1981: A Macroeconomic Assessment’. Ibidem: 22.

is to encourage lower growth of the money supply in order to reduce inflationary pressures and expectations of future inflation, which are the basic factors that have caused high interest rates183.

Da mesma maneira, também salientava o Secretário Adjunto do Departamento do Tesouro, R. T. Macnamar, na Áustria, na mesma época do encontro do G-7: “[…] we do not want the high interest rates that have

contributed to exchange rate movements, and we are not using high interest rates as a policy. […]. But I want to emphasize that both are the result, not the

cause, of inflation”184

(grifo nosso). A alegação dos EUA era, portanto, a de que um