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7 O TERRORISMO

7.4 O Terrorismo e o Mundo

7.4.3 A Organização dos Estados Americanos

A Organização dos Estados Americanos, também conhecido por sua sigla OEA, se funda na democracia, nos direitos humanos, na segurança e ainda no desenvolvimento, buscando um estreitamento dos laços entres os países desta organização.

A OEA busca realizar seu trabalho da maneira mais eficaz possível maximizando com isso, os resultados, utilizando como ferramentas, o apoio entre os países, a comunicação política constante, cooperação jurídica e mecanismos de acompanhamento.

Esta organização pode ser considerada o grupo mais antigo regional do mundo, tendo como origem a Primeira Conferência Internacional Americana, que teve realização na capital dos E.U.A, Washington, D.C., no ano de 1951, com a

Carta da OEA, onde foi complementada com o Protocolo de Buenos Aires em 1967, e sucessivamente pelos Protocolos de Cartagena das Índias em 1985, Manágua em 1993 e Washington em 199219.

O objetivo da OEA, conforme estipulação do art. 1 de sua Carta, é

“uma ordem de paz e de justiça, para promover sua solidariedade, intensificar sua colaboração e defender sua soberania, sua integridade territorial e sua independência”, tendo hoje, a reunião de 35 Estados Membros permanentes e ainda, fora concedido a título de observação permanente a 69 Estados bem como a União Européia – EU.20

Contudo, foi com a realização da Convenção em fevereiro de 1971, na cidade de Washington que veio buscar uma repressão efetiva, bem como, certa prevenção, quanto aos delitos considerados como terroristas, enumerando características do referido crime, conforme nos orienta Chonet (1993, p. 123-124)

“secuestro, homicídio de personas a lãs que el Estado tiene deber de conceder uma proteción especial conforme al Derecho Internacional, atentados contra la vida y la integridad de lãs personas, así como la extorsión conectada a eses delitos21”.

Ainda, Chornet (1993, p. 124) destaca uma conceituação que fora determinada através do art. 4 da mesma Convenção.

Producen um efecto de terror o intimidación em los habitantes de um Estado o en parte de su población y provocan um peligro común para la vida, la salud, la integridad física o la liberdad de lãs personas, mediante el empleo de métodos o médios que por su naturalezapueden causar um daño extendido, una seria perturbación del orden público, uma calamidad pública, o que consistan em la toma de posesión por la violencia o en la destrucción de ua nave, aeronave, o cualquier outro medio de transporte internacional22

Interessante destacar que este tal documento, segundo Chornet (1993, p. 124), veio reafirmar Convenção de Haia realizada em dezembro de 1970, que reprimia a captura ou sequestro de aeronaves, bem como o Convênio de Montreal,

19 Disponível em: http://www.oas.org/pt/sobre/que_fazemos.asp

20 Disponível em: http://www.oas.org/pt/sobre/quem_somos.asp

21 Sequestro, homicídio de pessoas para que o Estado tem o dever de conceder acordo de proteção especial, conforme o Direito Internacional, atentados contra a vida ou a integridade das pessoas, assim como a extorsão ligados a esses delitos. (Tradução literal).

22 Produzam um efeito de terror ou intimidação nos habitantes de um Estado ou em parte de sua população e provocam um perigo comum para a vida, a saúde, a integridade física ou a liberdade das pessoas, mediante o emprego de métodos ou meios que por sua natureza possam causar um dano intenso, uma séria perturbação da ordem pública, uma calamidade pública, ou que consistam na tomada da posse por violência ou em destruição de uma nave, aeronave, ou qualquer outro meio de transporte internacional. (Tradução literal).

de setembro de 1971, que cerceava, por sua vez, os atos dirigidos contra a segurança da aviação civil.

Convênio de esmero, foi o de Estrasburgo, ocorrido no ano de 1977, onde, segundo Chornet (1993, p. 125), veio proporcionar alguns elementos conceituais do terrorismo, dando uma ênfase maior na utilização da extradição, focado na repressão e combate do terrorismo internacional, trazendo ainda uma série de condutas que poderiam ser considerados como atos terroristas.

Já no ano de 1996, no mês de abril, fora pactuada a Declaração de Lima (Anexo H), e de forma semelhante, outras Convenções e Declarações, se objetivam na prevenção e combate do terrorismo, onde, em seu preâmbulo, demonstrando a gravidade e a necessidade de sua repressão, incluindo entre as prioridades e utilizando dos mesmos mecanismos, contra o tráfico ilícito de entorpecentes e outros delitos que possam ser vinculados ao terrorismo.

Ressalta-se aos olhos, o Plano de Ação sobre Cooperação Hemisférica, que fora elaborado conjuntamente com a Declaração anteriormente mencionada, cobiça criminalizar o terrorismo pelos Estados Membros, buscando ainda impedir qualquer forma de financiamento que possa haver.

Posteriormente, foi criado o CICTE – Comitê Interamericano Contra Terrorismo, sigla do comitê criado pela OEA, em novembro de 1998, que por sua vez, originou a resolução AG/RES 1650 (Anexo I), determinando alguns princípios norteadores onde podem ser elencados como: a) estabelecer uma base de dados interamericana sobre questões relacionadas ao terrorismo; b) instituir uma proposta para auxiliar os Estados parte em elaborações de normas criminalizando o terrorismo, entre outras.

Mas, grande notoriedade e repercussão teve o atentado às Torres Gêmeas de Nova York, conforme citado anteriormente, e no mesmo dia deste atentado que veio a ceifar milhares de vidas, era realizada a Assembleia Geral na cidade de Lima, no Peru, onde se discutia a aprovação da Carta Democrática Interamericana.

Foi neste momento, que a OEA, aproveitando o acontecimento terrível que veio marcar a história, elaborou a Resolução 23/RES 1/01 (Anexo J) lamentando o acontecimento, veio a aprovar medidas mais drásticas no combate ao terrorismo, reconhecendo um clima de insegurança causado que geram esses

crimes, condenam, de maneira enérgica os ataques ocorridos no dia 11 de setembro de 2001.

O mesmo documento, manifesta as condolências e solidariedade ao povo e Governo dos E.U.A, em especial, os diretamente ligados àquela tragédia do fatídico dia.

Por último, breve análise deve ser feita sobre o documento AG/RES 1840 (Anexo K), que dentre outras, determina alguns instrumentos de combate e prevenção do terrorismo, bem como, o seu financiamento, previsto no artigo 4, utilizando-se para isso, de vigilâncias para com as instituições financeiras, podendo congelar, embargar e ou confiscar capital que esteja vinculado ao terrorismo, conforme se abstrai do art. 5 do já citado documento.

O art. 9 da mesma resolução prevê a assistência judiciária entre os Estados que fazem parte do mesmo grupo, buscando a prevenção, investigação, e processo dos delitos.

Merecido destaque é o artigo subsequente, onde prevê o translado de pessoa sob a custódia de outro país e que esteja cumprindo pena, predetermina vários requisitos para sua ocorrência e em sua ausência não o concederá, os quais necessitam de transcrição.

Artigo 10

1. A pessoa que se encontrar detida ou cumprindo pena em um Estado Parte e cuja presença seja solicitada em outro Estado Parte para fins de prestar testemunho, ou de identificação, ou para ajudar na obtenção de provas necessárias para a investigação ou o processo de delitos estabelecidos nos instrumentos internacionais enumerados no artigo 2, poderá ser transladada se forem atendidas as seguintes condições:

a) A pessoa dê livremente seu consentimento, uma vez informada; e

b) Ambos os Estados estejam de acordo, segundo as condições que considerem apropriadas.

2. Para os efeitos deste artigo:

a) O Estado a que a pessoa for transladada estará autorizado e obrigado a mantê-la sob detenção, a não ser que o Estado do qual foi transladada solicite ou autorize outra medida.

b) O Estado a que a pessoa for transladada cumprirá sem delonga sua obrigação de devolvê-la à custódia do Estado do qual foi transladada, em conformidade com o que as autoridades competentes de ambos os Estados tiverem acordado de antemão ou de outro modo.

c) O Estado a que a pessoa for transladada não poderá exigir do Estado do qual foi transladada que inicie procedimentos de extradição para sua devolução.

d) O tempo que a pessoa permanecer detida no Estado a que foi transladada será computado para fins de dedução da pena que está obrigada a cumprir no Estado do qual tiver sido transladada.

Os demais artigos, apesar de não serem comentados neste trabalho, merecem atenção dada sua grande relevância, uma vez que determina limites, emprega conceitos, deseja uma parceria entre os Estados Parte para que ocorra uma cooperação séria e um enfrentamento contra um perigo real.