• Nenhum resultado encontrado

ESTUDO DA POSTURA CORPORAL HUMANA

3.2. A Posição de pé

Diversos problemas de saúde ocupacional estão relacionados com a posição de pé, isso porque muitos postos de trabalho solicitam a execução desta posição por um extenso espaço de tempo, sendo aplicada em muitos cargos de trabalho da indústria e do comércio (GRANDJEAN, 1998; RENNER, 2002; JORGE, 2003; JÚNIOR, 2004; GUIMARÃES, 2006; LUZ, 2006 apud BERENGUER et al, 2010, p. 254).

A sustentação da postura ereta é um trabalho imprescindível e complicado para o corpo humano, uma vez que ela diz respeito ao alinhamento e comando de diversos segmentos corporais (FERREIRA, 2005). Manter-se muito tempo de pé exige oscilações do corpo para manter o equilíbrio (FERREIRA, 2005 e REIS et al. 2013).

De acordo com Fonseca (2013) uma postura estática é a postura do corpo em pé parado, e para manter o equilíbrio dessa posição é necessário o trabalho da chamada “musculatura da estática”. Esse grupo de músculos em conjunto com os ossos e as articulações da coluna são encarregados de manter a postura ereta e essenciais para a qualidade das atividades corporais (AMADIO, 2003; BARCELLOS, 2002; BRICOT, 2001; ANDRADE e FONSECA, 2000; ZAZA, 1998, apud FONSECA, 2013, p. 13).

Para Kroemer (2005), ficar de pé por muito tempo é estafante e doloroso, não só pelo esforço muscular estático excessivo, mas pelo aumento da pressão hidrostática do sangue nas veias das pernas, contribuindo para a incidência de: Dilatação das veias das pernas, causando as varizes; Edema dos tecidos dos pés e das pernas; Ulceração

da pele edemaciada. Visto que além de ser um trabalho fatigante, é a causa de muitos problemas de saúde.

Luz (2006 apud Berenguer et al., 2011 p. 154) corroborando com Kroemer (2005), afirma que a manutenção da postura em pé causa consequências, como o surgimento de problemas circulatórios nos membros inferiores ocasionando varizes, edemas e celulites, causando dores e podendo evoluir para problemas mais graves como a perda da mobilidade dos membros inferiores. Segundo Junior (2004), os trabalhos que demandam a posição de pé por muito tempo, causam fadiga na musculatura das pernas que se estendem para as costas, e com movimentos do tronco podem causar dores na coluna vertebral.

A manutenção da postura de pé imóvel tem ainda as seguintes desvantagens (MTE, 2001 apud JUNIOR 2004, p. 22):

▪ Propensão à concentração do sangue nas pernas, que induz ao surgimento de insuficiência valvular venosa nos membros inferiores, causando o surgimento de varizes e sensação de peso nas pernas;

▪ Sensação de dor nas áreas de contato articular, especialmente aquelas que sustentam o peso do corpo (pés, joelhos, quadris);

▪ Distensão muscular frequente desenvolvida para preservar o equilíbrio, que dessa forma impossibilita a realização de atividades com precisão;

▪ A posição em pé torna-se mais fatigante quando o trabalhador precisa manter posturas incômodas;

Diante dos pontos abordados, podemos perceber que a postura de pé é extremamente extenuante, pois requer uma atividade maior da musculatura, provocando a diminuição do fluxo sanguíneo das extremidades do corpo (JUNIOR, 2004). Ainda de acordo com autor, as tarefas executadas dinamicamente em pé geram menos fadiga que aquelas executadas estaticamente.

SEÇÃO 4

CERÂMICA

A cerâmica é o material artificial mais remoto fabricado pelo homem, produzida à partir da argila, que quando cozida obtêm rigidez e resistência (ANFACER, s/d). Esta seção faz um breve resumo sobre a origem e as propriedades dos materiais cerâmicos e as regiões de maior produção, em seguida abordaremos sua classificação e aplicação. Por fim será detalhado todo o processo de fabricação das peças cerâmicas desde a preparação da massa até a queima do artefato modelado.

A cerâmica é uma pedra falsa adquirida mediante a moldagem, secagem e cozedura da argila ou mistura contendo argila. Seu surgimento no Brasil ocorreu na Ilha de Marajó (SEBRAE, s/d). Segundo Lima (2006), Cerâmicas são materiais inorgânicos não metálicos, decorrentes da calefação a altas temperaturas (1400° a 1800°C) da mistura de matérias-primas naturais, como argila, caulim, feldspato, quartzo etc., e sintéticas como a alumina. As cerâmicas são umas das principais matérias-primas utilizadas na construção civil, por serem resistentes à compressão, à corrosão de agentes químicos, além de serem ótimos isolantes elétricos. As argilas podem possuir granulometria muito fina e essa característica faz com que ela apresente diferentes graus de plasticidade de acordo com a porcentagem de água adicionada e isso possibilita uma grande variedade de peças na produção.

No Brasil é bem significante o aumento do setor cerâmico, visto que temos uma abundância de matéria-prima principalmente nas regiões sul e sudeste, onde destacam-se especialmente as indústrias de cerâmicas vermelha, materiais de revestimento, louças sanitárias, louças de mesa, cerâmicas artísticas (decorativa e utilitária), cerâmicas técnicas e isolantes térmicos (JUNIOR E TORQUETTI, 2013). Entretanto o Nordeste tem se destacado e mostrado desenvolvimento nesse setor, especialmente pelo fato de termos matéria-prima e mercado consumidor (ANFACER, 2012; BNB 2010 apud JUNIOR E TORQUETTI, 2013, p. 10).

Os dois modos mais relevantes para categorizar os materiais cerâmicos são pelo grau de vitrificação e pela aplicação do produto final (BRALLA 1998, apud LIMA, 2006, p.123). Na classificação a partir do grau de vitrificação as cerâmicas podem ser brancas, estruturais, refratários, esmaltes e vidros.

Conforme a Associação Brasileira de Cerâmica, a classificação pela aplicação final subdivide os materiais cerâmicos nos seguintes grupos: cerâmica vermelha, materiais de revestimentos, cerâmica branca, refratários, isolantes térmicos, cerâmicas avançadas, fritas e corantes, vidros, cimento e cal e abrasivos (ABC, 2016).

As Cerâmicas Vermelhas, também conhecidas como produtos estruturais, correspondem ao grupo que envolve os tijolos, telhas, tubos cerâmicos, encanamentos e correlatos (ABC, 2016).

Figura 3: Cerâmica Vermelha: Telhas e tijolos.

Fonte: Site Cerâmica Heitor Petronilo (s/d).

Como mostrados na figura 3, alguns exemplos de Cerâmicas Vermelhas: Telhas e tijolos, que são popularmente os produtos mais fabricados na indústria de Cerâmica Vermelha (ABDI, 2016).

As Cerâmicas de Revestimento compreendem os materiais produzidos em forma de placas, empregados na construção civil para revestimento de paredes, pisos e bancadas, e podem ser denominados azulejo, lajota, porcelanato entre outros (OLIVEIRA E MAGANHA, 2006).

Figura 4: Porcelanato.

Fonte: Site Habitissino (s/d).

Os Materiais de Revestimento são produtos com um acabamento mais elaborado como o porcelanato que tem um efeito espelhado (Figura 4).

As Cerâmicas Brancas correspondem a um grupo bem abrangente, que envolve produtos obtidos de uma massa branca e comumente coberta por um revestimento vítreo transparente e incolor, como as louças sanitárias, isoladores elétricos e as porcelanas (OLIVEIRA E MAGANHA, 2006).

Figura 5: Porcelana.

Fonte: Site Oxford (s/d).

A Porcelana (figura 5) é um exemplo de Cerâmica Branca muito usada na cozinha e em artigos de decoração.

Os Refratários englobam os produtos que tem como função resistir a altas temperaturas e estarem sujeitos a força mecânica, ataques químicos e variações bruscas de temperatura (OLIVEIRA E MAGANHA, 2006). Incluem os blocos, tijolos, argamassas e argilas isolantes de elevada resistência ao calor (ABC, 2016).

Os Isolantes Térmicos são materiais feitos com produtos como vermiculita expandida, sílica diatomácea, diatomito, silicato de cálcio e lã de vidro, que faz com que eles possam ser utilizados a temperaturas de até 1100 ºC. São empregados em fornos industriais, proteção de motores e altos-fornos e são encontrados geralmente na forma de fibras (ABC, 2016; OLIVEIRA E MAGANHA, 2006) (Figura 6).

Figura 6: Isolante térmico.

As cerâmicas de alto desempenho, confeccionadas a partir de matérias-primas sintéticas de elevada pureza, são destinadas a aplicações muito restritas, como para indústria aeroespacial, biomédica, eletrônica, entre outros (ABC, 2016). As Fritas e Corantes (também chamados de vidrados) correspondem ao grupo direcionado ao revestimento de peças cerâmicas formando sobre estas uma fina camada vítrea, produzidas a partir de um vidro moído e aplicadas no corpo da cerâmica que depois de queimada apresenta uma aparência vítrea, já os corantes são formados de óxidos puros ou pigmentos inorgânicos sintéticos, que são misturados aos esmaltes (vidrados) para atribuir-lhe coloração. (ABC, 2016; OLIVEIRA E MAGANHA, 2006). As peças metálicas, são produtos chamados de esmaltes cerâmicos (enamels) que se destinam, da mesma forma que nos materiais cerâmicos, à proteção e acabamento superficial (ABC, 2016). Na figura 7 é possível visualizar um exemplo de vaso de decoração com aspecto vidrado. Além das qualidades estéticas, ele apresenta também força mecânica e impermeabilidade (OLIVEIRA E MAGANHA, 2006).

Figura 7: Vidrados.

Fonte: Site Arfai Ceramics Portugal (s/d).

Os abrasivos são classificados como elementos do setor cerâmico, por fazer uso de matérias-primas e processos similares, e podem ser divididos entre grãos abrasivos, lixas e abrasivos de liga (ABC, 2016; OLIVEIRA E MAGANHA, 2006). Os formatos dos Abrasivos podem ser rebolos discos de corte, pontas montadas, discos de desbastes, bastões, lixas flexíveis e uma infinidade de outros formatos.

Documentos relacionados