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PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ADOTADOS

5.2 Apresentação do local do estudo de campo

O estudo de campo da referente pesquisa foi realizado em uma fábrica localizada no Distrito de Insurreição, da cidade de Sairé, no agreste pernambucano, estando a 120 km da capital Recife. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE (2010), a cidade possui 11.240 habitantes, e abrange uma área de 198,78 km² (IBGE 2017).

De acordo com a prefeitura de Sairé a maior fonte de renda da cidade é a atividade agropecuária, conhecida também como a Terra da Laranja (figura 14). Sairé surgiu na época do desbravamento agrestino, após a abertura de um caminho que ligava o povoado de São José dos Bezerros ao sul do estado, passando pela Vila Bonito, por iniciativa dos fazendeiros e tropeiros. Era uma região de florestas, o local à margem deste caminho hoje está situado Sairé. Em 1896 tornou-se distrito São Miguel, subordinado à Bezerros, apenas em 1943 o distrito de São Miguel, passou a denominar-se Sairé. Somente em dezembro de 1963 o município teve autonomia. A economia do município é movimentada durante o Festival do Buscapé, que acontece em junho e a Festa da Laranja, que acontece no mês de novembro.

Figura 14: Acesso à cidade de Sairé.

Fonte: Blog Sairé News (s/d).

A Fábrica de Cerâmica selecionada para esta pesquisa, Cerâmica Padre Cícero, fica no distrito de Insurreição, no km 92, às margens do Rio Ipojuca. Fundada em 1957, a Fábrica conta com trinta funcionários de várias faixas etárias, que trabalham de segunda à sexta, a partir das sete da manhã, com pausa das onze até as treze horas. A fábrica faz uso de três matérias primas na fabricação dos cerâmicos, a argila branca, a preta e a vermelha. A argila branca e a preta são extraídas da própria região e a argila vermelha é fornecida pela empresa E. J. de França, situada no município de Barra de Guabiraba - PE, que faz essa extração em jazidas certificadas pelo IBAMA.

Figura 15: Matéria prima argila preta na fábrica Padre Cícero.

Fonte: Capturada pela autora para a pesquisa.

As argilas usadas pela fábrica de Cerâmica Padre Cícero são depositadas ao ar livre para serem misturadas (Figura 15).

No local são fabricados por extrusão tijolos de oito furos pequenos e grandes, lajes, tijolos aparentes e casquilhos, todas essas peças são conformadas na extrusora, o

que muda são as boquilhas que dão o formato as peças, como mostrado nas imagens abaixo (figura 16).

Figura 16: Modelos de tijolos fabricados na empresa.

Fonte: Capturado pela autora para a pesquisa.

A fábrica utiliza o método de secagem natural (Figura 17), esse processo acontece em galpões, no qual as peças passam de 8 a 15 dias secando, dependendo do clima isso pode variar. Em condições favoráveis são fabricados vinte mil tijolos por dia.

Figura 17: Secagem natural das peças da cerâmica Padre Cícero.

Fonte: Capturada pela autora para a pesquisa.

A fábrica de cerâmica Padre Cícero faz uso de dois tipos de fornos para a queima do material, o forno intermitente abóboda e o forno contínuo túnel. Normalmente o forno abóboda (figura 18) é mais usado na queima de telhas, como na cerâmica Padre Cícero não fabricam telhas, ele é usado na queima de lajes e tijolos aparentes. Esse forno tem um aquecimento muito alto e os tijolos queimam por onze horas à 700 graus.

Figura 18: Forno Abóboda usado pela cerâmica Padre Cícero.

Fonte: Capturada pela autora para a pesquisa.

A maior parte da produção é queimada nos fornos contínuos túnel, (figura 19) diferentemente do forno abódoda que queima pelas laterais o forno contínuo a queima acontece na parte superior ao forno, numa temperatura de 850 graus, durante 24 horas. O combustível usado no processo é a madeira.

Figura 19: Forno Contínuo usado pela cerâmica Padre Cícero.

Fonte: Capturado pela autora para a pesquisa.

A corrente pesquisa tem foco no ambiente interno do forno contínuo, no posto de trabalho do forneiro. Neste caso, observamos os trabalhadores que fazem o trabalho de empilhar os tijolos no forno contínuo, para o processo de queima.

5.2.1. Posto de trabalho do forneiro

A pesquisa acontece no ambiente do forno contínuo que é construído com tijolos e argila sem mais acabamentos. A parte externa do mesmo mede cerca de 10 metros

de comprimento, e possui várias portas para entrada e saída dos materiais, as quais medem 157 cm de altura e 97cm de largura (Figura 20).

Figura 20: Parte externa do Forno Contínuo.

Fonte: Capturado pela autora para a pesquisa.

As análises foram feitas na parte interna do forno, que apresenta algumas divisões devido sua extensão. A mesma mede 227 cm de altura na parte central da abóboda e 130 cm nas laterais e 340 cm de largura.

Figura 21: Parte interna do Forno Contínuo.

Fonte: Capturado pela autora para a pesquisa.

Ambiente interno do forno contínuo (Figura 21), apesar do comprimento, apresenta algumas divisões que servem para agilizar no processo, ou seja, quando uma parte do forno está cozinhando as peças, a outra parte está sendo preparada.

Os tijolos são transportados para o forno em um carrinho de mão, onde são empilhados do chão até o teto por todo o forno, que é bem extenso. Na fábrica, três trabalhadores são encarregados de arrumar os tijolos para a queima.

Figura 22: Forneiro empilhando os tijolos.

Fonte: Capturado pela autora para a pesquisa.

O trabalho do forneiro consiste em organizar os tijolos em pilhas para o processo de queima (Figura 22). Como mostrado na imagem, o trabalhador precisa fazer uso de várias posturas como abaixar e levantar inúmeras vezes para empilhar os tijolos em lugares muito baixos ou altos. O trabalho também exige força para manusear os tijolos que pesam 2,100 quilos cada, levando em consideração que eles carregam dois tijolos por mão.

SEÇÃO 6

APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS

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