• Nenhum resultado encontrado

A proposta de um modelo de Administração para um Centro de Pesquisa Clínica.

Fase IV ou Farmacovigilância: São pesquisas realizadas depois de

CAPÍTULO 7: ADMINISTRAÇÃO DE UM CENTRO DE PESQUISA CLÍNICA

1. A proposta de um modelo de Administração para um Centro de Pesquisa Clínica.

Vimos no Capítulo 2 deste trabalho os diversos modelos administrativos existentes. Dificilmente se aplicam modelos administrativos puros nas organizações, o que se observa são características de vários modelos administrativos aplicados em um mesmo período.

Na proposta de administração de um Centro de Pesquisa Clínica não há o que inovar, tendo em vista as normatizações existentes que regulam o funcionamento dessas organizações, pois, o que se observou é que todas essas normas têm as diretrizes voltadas para a Administração pela Qualidade. Determinam, por exemplo, em relação à gestão que os laboratórios tenham uma política da qualidade; manual da qualidade; organização de processos, padronização de procedimentos - POP (Procedimento Operacional Padrão) mantido atualizados, com pessoal designado e treinado, referenciado a documentos oficiais ou normas; que seja estabelecido um Programa de Garantia da Qualidade; que tenha o comprometimento da alta direção com o desenvolvimento e implementação do sistema de gestão, etc. Observa-se, portanto que o foco das normalizações é a gestão pela qualidade.

Segundo Nogueira (1999), a noção da qualidade está intimamente ligada às ciências da saúde. Toda a formação do profissional da saúde é orientada no sentido da melhoria – restauração da saúde do paciente, quando isso não é possível, melhoria de sua condição de vida, melhoria de métodos e técnicas de diagnóstico e de tratamento, simplificação de procedimentos, obtenção de resultados melhores. Diz que “a essência do Gerenciamento pela Qualidade Total é a busca de melhoria contínua, utilizando metodologia específica. Nestas condições, os serviços de saúde são um campo fértil para a sua aplicação”.

Peter Drucker em entrevista a José Salibi Neto (HSM Management nº 54, 2006) quando questionado sobre as grandes tarefas e desafios da administração nos dias atuais respondeu: “O mais importante é que os executivos tenham em mente o seguinte: Não é o dinheiro, não é a tecnologia. Portanto, a principal tarefa do executivo – ou, eu diria, seu principal desafio – é tornar as pessoas produtivas. Isso vai ser um desafio ainda maior com o passar do tempo, pois os trabalhadores do conhecimento não se vêem como empregados e sim como parceiros das empresas. Embora a constatação pareça óbvia, é razoavelmente fácil esquecer quando há 20 páginas de dados financeiros diante de si. Esta, aliás, é uma pequena lição que aprendi, o que parece óbvio geralmente é verdadeiro”. Diz mais: que nenhuma empresa vai crescer para sempre e nem se sair bem para sempre. O período médio de sucesso para a maioria das empresas é de 30 anos; que mesmo administradas excepcionalmente bem, passam os próximos 20 ou 30 anos apenas equilibrando-se. As empresas têm um “ciclo de vida”, mas que, apesar disso, elas têm que ser administradas, mas que existem certos fundamentos que a administração precisa levar em conta. Que é preciso pensar a fundo sobre a teoria dos negócios. De uma maneira geral cita cinco tarefas ou desafios da administração de uma empresa:

1) tornar os colaboradores produtivos; 2) administrar o ciclo de vida da empresa; 3) criar mudanças;

4) equilibrar curto e longo prazo gerenciando os “três mercados” interessados (o mercado dos produtos e serviços, o mercado do dinheiro e o mercado das pessoas, os funcionários), e

5) a administração precisa funcionar exclusivamente com vista à empresa.

Diz que qualquer outra coisa é menos importante. A empresa tem de prosperar e ponto final.

Entendemos continuarem válidas as colocações de Drucker para os próximos anos e por todo o século, inclusive para organizações da área da saúde e como aqui tratamos de Centro de Pesquisa Clínica incluímos esse tipo de organização que deve ser também administrada com a visão, diretrizes e estratégia empresarial.

O modelo de Administração para um Centro de Pesquisa Clínica proposto teve como base os Critérios de Excelência ® da Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade - FNQ 16 que constituem um modelo Sistêmico de Gestão reconhecido internacionalmente e que se traduzem em conceitos, práticas ou fatores de desempenho encontrados e adotados por inúmeras organizações líderes de Classe Mundial que buscam constantemente se aperfeiçoar e se adaptar as mudanças globais, e que comungam com as teorias de Drucker e de outros teóricos da Administração. A proposta se deu observando também todas as Resoluções, Normas Leis citadas no item 3 do capítulo 3 – Políticas relativa à Pesquisa Clínica, cujas diretrizes relativas à gestão estão contidas nos “Critérios de Excelência” da FNQ.

Os Critérios de Excelência ® são alicerçados sobre uma base de conceitos fundamentais, essenciais à obtenção da excelência do desempenho organizacional, que se traduzem no instrumento de avaliação usado pela FNQ e que entendemos poder ser adaptado como modelo de Administração, constituindo-se em uma estratégia administrativa para qualquer instituição, inclusive as de saúde e pesquisa, tendo em vista que, sinteticamente, o conceito e técnica de uma boa administração se resumem em gerir (planejar, decidir, implementar), e avaliar bem a organização, para que alcance o desempenho desejado.

Segundo os conceitos da FNQ e de diversos autores as organizações têm de se entender e se ver como sistemas vivos, integrantes de ecossistemas complexos, com os quais interagem e dos quais dependem. A excelência em uma organização depende fundamentalmente de sua capacidade de perseguir seus propósitos em completa harmonia com seu ecossistema. “Excelência não é um estado absoluto, mas uma disposição, intensa, constante, abrangente, de fazer bem, em espírito e em verdade. Excelência é um horizonte, se em algum instante cremos tê-la alcançado, este é o momento em que a teremos perdido” (FNQ, 2007).

16

A FNQ – Fundação Nacional da Qualidade, uma organização não-governamental, desde 1991 vem cumprindo plenamente seu objetivo de disseminar o Modelo de Excelência da Gestão® por meio dos ciclos anuais de concessão do Prêmio Nacional da Qualidade® e seus desdobramentos, contribuindo significativamente para a competitividade das organizações brasileiras. A FNQ, como geradora de conhecimento apóia tecnicamente a Rede Nacional da Gestão Rumo a Excelência, que reúne atualmente 54 Programas e Prêmios Regionais e Setoriais que utilizam o Modelo de Excelência da Gestão ® (MEG) em organizações que buscam uma gestão competitiva. Essa Rede busca o alinhamento de seus processos de avaliação ao Prêmio Nacional da Qualidade® (PNQ).

A busca da excelência por uma organização é o que constrói o seu verdadeiro valor. Quando se fala em excelência organizacional esta se falando em sobrevivência. A excelência organizacional é o que faz a diferença no mundo competitivo.

2. Fundamentos para uma Administração de Excelência de um Centro de