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3.1 Panorama histórico da legislação brasileira em matéria de direitos dos animais

3.1.1 A proteção dos animais não humanos na Constituição Federal de 1988

Assim como em outras matérias de Direito, a Constituição Federal de 1988 inovou ao tratar de tutela do Meio Ambiente brasileiro. Nenhuma outra Carta do país havia abordado a proteção ambiental e animal como um direito fundamental (RANGEL, 2012, p. 88), fato que levou a atual Constituição ao reconhecimento de vanguarda no movimento de Novo Constitucionalismo Latino-americano, como já foi aqui apresentado.

A guarida constitucional do meio ambiente encontra-se no artigo 225 da CF/88, em seu caput, parágrafos e incisos, dentre os quais se apresenta, entre outros dispositivos do texto constitucional, a tutela jurídica dos animais de forma clara e incisiva, mais especificamente em seu artigo 225, §1º, VII.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: (...)

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.

Este dispositivo, em razão das substantivas mudanças que trouxe, possui várias peculiaridades e conceitos significativos no tratamento do meio ambiente e do Direito Ambiental no Brasil, munido de questões ainda controversas e com necessidade de debate e evolução. Passa-se a analisar, portanto, os seguintes pontos: o meio ambiente como bem de uso comum do povo; a preservação deste para as presentes e futuras gerações; o desenvolvimento sustentável; e a função ecológica da fauna e da flora.

Inicialmente, no entender de Fiorillo (2012, p. 65), a Constituição de 1988 inovou no ordenamento jurídico brasileiro no que tange ao tratamento dispensado à natureza. Em virtude de novas características e tutelas elencadas para sua proteção, o meio ambiente e seus componentes passaram a ser definidos como um bem de atributos sui generis.

20 Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados,

nativos ou exóticos:

Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.

40 Os componentes da natureza (águas, rios, fauna, flora, dentre outros) já vinham sendo definidos legalmente como bens ambientais. Entretanto, a proteção que lhes foi assegurada pelo texto constitucional não se integra completamente nas características da propriedade do Direito Civil, inerentes aos bens tradicionais do direito brasileiro. Em relação a estes, há direitos básicos de usar, fruir, gozar e dispor do bem, que não podem ser aplicados ao bem ambiental. Por este motivo, alguns desses direitos foram excluídos e limitados desta nova categoria de bem, a fim de se alcançar a proteção efetiva do meio ambiente. A título de exemplo, tem-se que estes bens são insuscetíveis de apropriação e, portanto, não podem ser alienados.

Além disso, Thiago Pires Oliveira (2007, p. 201) aponta a inaplicabilidade do instituto res derelictae aos animais, ou seja: as coisas abandonadas, cuja propriedade pode vir a ser adquirida por qualquer um, pela ocupação. Ensina que, sendo os animais considerados coisas, poderiam, então, ser objeto de abandonos por seus possuidores. Porém a legislação brasileira (Decreto nº 24.645/34 e Lei nº 9.605/98) considera crime a conduta de abandonar animais. Sendo assim, resta claro que não se sustenta essa classificação civilista aos seres não humanos.

Desta forma, Fiorillo (2012, p. 66) entende que os partícipes da natureza, como um todo, são elencados como um “terceiro gênero de bem, que, em face de sua natureza jurídica, não se confunde com os bens públicos e muito menos com os privados”.

Esta nova exegese é imprescindível para a interpretação dos demais dispositivos constitucionais (e infraconstitucionais) que tratam da natureza e de seus recursos, como o artigo 20 da CF/8821, o qual determina serem os rios, lagos, ilhas fluviais e o mar territorial, dentre outros, bens da União. Esclarece que estes não se tratam de propriedades do ente federado, mas apenas têm definida a competência quanto ao seu gerenciamento, fiscalização, manutenção e proteção, assim como os demais casos previstos.

A nova construção da natureza jurídica dos bens ambientais na CF de 1988 retirou-os, portanto, da classificação de bens públicos, dando origem aos bens difusos e modificando ainda a titularidade destes bens, anteriormente pertencentes à União e, após a

21Art. 20. São bens da União: (...)

III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II;

41 promulgação da Carta Constitucional, de titularidade indeterminável, visto que impassíveis de apropriação. Neste sentido, atenta-se para obsolescência do Código Civil de 2002 perante a CF/88, mesmo tendo sido promulgado 14 anos após esta.

Em segunda análise, figura-se a finalidade da proteção e preservação do meio ambiente disposta no caput do artigo 225 da CF/88: as presentes e futuras gerações de cidadãos brasileiros, que irão usufruir o meio ambiente deixado pelos seus antecessores.

Percebe-se, portanto, que este texto legal traça, com exatidão, todo o paradigma de proteção aos animais desta Constituição Federal (RANGEL, 2012, p. 89), baseada na pessoa humana como o destinatário final do direito ambiental e do próprio meio ambiente em si, caracterizando a adoção de visão explicitamente antropocêntrica.

Esta tendência da Constituição brasileira foi, de certa forma, firmada já em seu primeiro artigo, o qual remonta como fundamento da República Federativa do Brasil a dignidade da pessoa humana2223. A partir disso, este princípio destinou-se a interpretar todo o sistema constitucional e infraconstitucional brasileiro (FIORILLO, 2012, pp. 68-69).

Sarlet e Fensterseifer (2007, p. 71) explanam que a dignidade da pessoa humana, passou a ser a pedra basilar da edificação constitucional do Estado de Direito Brasileiro, de maneira que o constituinte, sob influência dos pensamentos de Immanuel Kant, admitiu que o Estado é que deve existir em função da pessoa humana e não o contrário.

Wolkmer (2011, pp. 84-85) explica que a crescente escassez de recursos naturais, como água e petróleo, o desaparecimento de espécies, catástrofes naturais causadas por desequilíbrios ambientais, entre outros fatores de degradação da natureza que influenciaram na vida dos seres humanos, levaram à preocupação das autoridades com as gerações futuras e o que estas terão à sua disposição.

Baseado nisso e em diversos estudos que previam a insuficiência de bens ambientais e recursos da natureza para a sobrevivência das próximas gerações, criou-se um novo modelo de raciocínio que visa à proteção e à preservação do meio ambiente e de suas

22 Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do

Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: (...) III - a dignidade da pessoa humana;

23 Sarlet (apud SARLET; FENSTERSEIFER, 2007, p. 74) conceitua a dignidade da pessoa humana como “a

qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos”.

42 espécies para que os próximos humanos possam usufruir delas com semelhantes opções e abundância, chamado de antropocentrismo intergeracional ou mitigado.

Salientou-se neste modelo o abrandamento das ideias do antropocentrismo tradicional, do extremo egoísmo humano, em virtude da ascensão da solidariedade humana para com a posteridade.

Esta opção, entretanto, não leva em consideração os interesses da natureza ou reconhece valores intrínsecos dos componentes do meio ambiente, e sequer retira o homem de sua posição centralizada do Universo, tão somente abre espaço para que sejam discutidos e protegidos também os interesses de mais homens, só que do futuro (WOLKMER, 2011, p. 86).

A solidariedade abordada, então, não se relaciona com a natureza, apenas com a própria humanidade, que, para sobreviver, depende necessariamente de recursos naturais e, somente assim, digna-se a preservá-la. O meio ambiente não é a finalidade imediata das leis brasileiras ou de quaisquer outras medidas de preservação, mas apenas um beneficiário reflexo da tentativa do homem de prolongar a existência de sua espécie no planeta Terra.

O resultado que se depreende da interpretação global desse pensamento voltado às futuras gerações é de que nosso sistema legal dá maior importância aos interesses dos não nascidos do que da própria natureza em si, existente no agora. Isso porque se pretende promulgar leis que miram produzir efeitos para gerações futuras incontáveis, com maior reverberação possível, de modo que, quanto maior e mais longínquo seu alcance no tempo, mais eficaz.

Por outro lado, a natureza, no presente, constantemente ameaçada pelos resultados das condutas humanas, nunca recebeu tratamento jurídico adequado. Quase sempre preterida quando em confronto com interesses de pessoas físicas e jurídicas, só passou a ser devidamente tutelada diante do risco de perpetuação dos seres humanos.

O que ocorre, em verdade, é a realização de uma espécie de contrato social intergeracional, no qual a presente geração se propõe a conservar o meio ambiente, no limite da possibilidade de desenvolvimento econômico, a fim de garantir aos seres humanos do futuro as mesmas oportunidades que se tem no presente, e com a mesma qualidade (WOLKMER, 2011, pp. 88).

Edith Brown Weiss (apud WOLKMER, 2011, pp. 87-88) sintetizou as pretensões da solidariedade intergeracional, quanto à natureza, em três objetivos, para que seja possível o aproveitamento satisfatório dos recursos no futuro: a conservação de opções na diversidade biológica, a conservação da qualidade do planeta e a conservação do acesso igualitário dos

43 seres humanos aos recursos naturais, apontando, ao final, para a “justiça entre as várias gerações”.

Essa justiça, no entanto, não alcança a natureza em si, visto que é tratada apenas como um meio para se chegar à sobrevivência dos animais humanos. Se de outra maneira fosse possível assegurar a perpetuação da espécie, certamente o meio ambiente não seria poupado frente à ambição de crescimento e desenvolvimento tecnológico e econômico do homem.

Assim é que se dividem duas escolas de proteção à natureza: a da conservação (representada pelos antropocentristas mitigados) e a da preservação (idealizada pelos não antropocêntricos). A diferença entre ambos é que a conservação não se preocupa com a natureza e os ecossistemas per si, mas tão somente enquanto instrumentos necessários para a viabilização da sobrevivência da humanidade e da continuidade do desenvolvimento, portanto preocupam-se não com as espécies ou os componentes naturais, mas com o seu uso adequado para que nunca faltem.

Já os preservacionistas pretendem proteger a natureza do próprio desenvolvimento, da sua transformação, mantendo áreas naturais fora do alcance da degradação e da utilização de indústrias, comércios e outros, preservando a integridade da natureza, por seu próprio valor intrínseco (WOLKMER, 2011, p. 90-91), existencial, ao passo que os antropocêntricos atribuem à natureza apenas valores de uso econômico direto, de uso direito e de opção, conferindo ao meio ambiente características de produtos e monetarização (WOLKMER, 2011, p. 91-93).

Pelo exposto, não obstante opiniões doutrinárias em contrário (quanto ao seu §1º VII), é que não se aconselha encarar o artigo 225 da Constituição Federal de 1988 como representativo de um modelo biocêntrico de constitucionalismo, pois, embora haja proteção a fauna, flora e recursos naturais, esta decorre, majoritariamente, da necessidade de conservação dos mesmos pela posteridade, e não em defesa da própria natureza.

Sendo assim é que, quando confrontados com outros interesses patrimoniais, são amplamente aceitas práticas que colocam em risco sua função ecológica e submetem animais à crueldade, em razão do potencial econômico que produzem e em detrimento da própria disposição constitucional.

Ressalta-se ainda que a presente ideia também foi reproduzida, quatro anos após a publicação da Constituição Federal vigente, no Princípio 01 da Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, de 1992 (a RIO-92): “Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida

44 saudável e produtiva, em harmonia com a natureza”, ratificando o posicionamento do Brasil e de diversos outros países no modelo de solidariedade intergeracional e na visão antropocêntrica mitigada.

O modelo intergeracional, parte de nosso sistema e fruto da visão antropocêntrica, é considerado um dos pilares da sustentabilidade, (WOLKMER, 2011, p. 88) e leva diretamente à terceira questão em análise do artigo 225 da Constituição: o desenvolvimento sustentável.

O conceito deste termo, “desenvolvimento sustentável”, o qual define o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das gerações vindouras satisfazerem suas próprias necessidades”, foi formulado em 1987, no Relatório de Brundtland (Nosso Futuro Comum), elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas (MARQUES JÚNIOR, 2012, p. 294).

Este novo tipo de desenvolvimento foi traçado a partir da necessidade de garantir vida digna aos seres humanos desta geração, sem que isto afete os que estão por vir, baseando-se na cooperação entre as nações na formação de uma ética ecológica e na gestão racional dos recursos provenientes da natureza (LOUREIRO, 2014, p. 44).

Ou seja, trata-se da alternativa de resolução de empasses entre a economia e o meio ambiente (MARQUES JÚNIOR, 2012, p. 298), na qual este último passa a ser uma variável importante do cálculo ou do processo de crescimento econômico, visto que a sobrevivência de seus recursos torna-se um fator relevante a ser considerado nesta análise.

O conceito do vocábulo desenvolvimento relaciona-se com o crescimento, qualificado por uma noção de progresso (LOUREIRO, 2014, p. 48) contínuo, alimentada pelo modelo econômico do capitalismo, que ambiciona o crescimento infindável das sociedades e das pessoas individualmente.

A sustentabilidade, por sua vez, é uma proposta ancorada nos estudos que indicam a capacidade de suporte de um ecossistema (LOUREIRO, 2014, p. 45), com a continuidade de sua renovação e em equilíbrio com a influência no mesmo. Tudo isto de forma harmoniosa o suficiente para assegurar a durabilidade do meio ambiente e, principalmente, do progresso econômico.

Loureiro (2014, pp. 45-46) afirma, portanto, que a sustentabilidade não é um processo voltado com a preocupação social e muito menos ecológica, visto tratar-se do instrumento de “perpetuação do modelo econômico atual e de uma matriz paradigmática pautada na dissociação sociedade-natureza e na ciência positivista, incompatíveis com um paradoxo complexo”.

45 Desta maneira é que o modelo de desenvolvimento sustentável busca a “concordância prática entre interesses antagônicos” (MARQUES JÚNIOR, 2012, p. 298), e que tem início e fim no próprio ser humano (MARQUES JÚNIOR, 2012, p. 300), como centro e finalidade única desse sistema.

Ao apresentar um texto mais protetivo aos bem ambientais brasileiros, a Constituição Federal de 1988 não pretende o benefício da natureza como preocupação imediata do artigo citado, mas advém de “(...) uma indissociável relação econômica do bem ambiental com o lucro que pode gerar, bem como com a sobrevivência do próprio meio ambiente” (FIORILLO, 2012, p. 72).

A interpretação teleológica e crítica que se faz do artigo 225, §1º, VII da CF, então, apresenta os interesses primordialmente econômicos, patrimoniais e intergeracionais motivadores do legislador constituinte que, ao final, quase por coincidência, aportaram na defesa da natureza em âmbito jurídico e administrativo.

Por fim, em última análise, o legislador dispõe que a proteção da fauna e da flora, entre outras finalidades (extinção das espécies e submissão dos animais a atos de crueldade), deve combater as práticas que coloquem em risco sua “função ecológica”.

O termo resulta da influência antropocêntrica clássica na legislação ao exprimir que a fauna e a flora brasileira têm finalidades a cumprir em relação aos seres humanos e suas expectativas, fundamentando sua existência em satisfazer seus desígnios (RANGEL, 2012, p. 91).

Interpretando o referido dispositivo, dispõe Fiorillo (2012, p. 281) que as diversas finalidades da natureza correspondem ao “benefício que a sua utilização trará ao ser humano”, elegendo, além da função ecológica, as funções recreativa, científica, econômica e cultural, nas quais, em cada uma delas fica devidamente aparente a exploração do meio ambiente.

Demonstra o ser humano total intenção de financiar seu crescimento próprio e a evolução de áreas como a Medicina, a Ciência, Economia, até mesmo do lazer, em detrimento dos interesses ambientais.

O conceito de função ecológica é o cumprimento, pela fauna e flora, da sua participação na manutenção e no equilíbrio do ecossistema do qual fazem parte, resultando em um ambiente sadio, harmonioso, propenso à perpetuação homem e à sua qualidade de vida (FIORILLO, 2012, p. 282).

Em suma, trata-se da posição, que o animal, no caso da fauna, ocupa em seu bioma ou ecossistema, participando da cadeia alimentar e equilibrando o meio ambiente, o que pode ser resumido em existir e cumprir seu papel na natureza.

46 Para Fiorillo (2012, p. 282), esta característica é determinante para a conceituação do animal como bem difuso ou não, pois, aqueles que não têm uma função ecológica expressiva ou não responsável pelo equilíbrio de um ecossistema, podem, a seu ver, ser objeto de apropriação, regulado normalmente pelo Código Civil, não fazendo parte do conjunto de bens ambientais de natureza difusa, como ocorre com a fauna doméstica.

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