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A PROVISORIEDADE DO CONHECIMENTO, entendido

No documento Educação Física (Saiba Mais) (páginas 32-36)

ABORDAGEM CRÍTICO SUPERADORA

6. A PROVISORIEDADE DO CONHECIMENTO, entendido

enquanto representação do real no pensamento não está em constante evolução e por isto não deve ser considerado como absoluto ou imutável, mas sim, como construção histórica da humanidade, deve então ser considerado desde a sua gênese para que o aluno compreenda a sua construção histórica e a partir daí a si mesmo enquanto sujeito histórico.

A concepção de currículo no COLETIVO DE AUTORES busca romper com as teorias tradicionais ao ponto que pensa no currículo em suas relações tanto com toda a estrutura e organização escolar quanto com o aluno, seu conhecimento e a realidade social que o cerca e o seu contexto sócio - histórico. Como afirma LIBÂNEO:

(...) os conteúdos são realidades exteriores ao aluno que devem ser assimilados a não simplesmente reinventados, eles não são fechados refratários às realidade sociais, pois não basta que os conteúdos sejam apenas ensinados, ainda que bem ensinados é preciso que se liguem de forma indissociável a sua significação humana e social.

Desta forma, o conhecimento da cultura corporal, tratado pela Educação Física, devem ser específicos para cada nível de ensino, propondo que esse conhecimento seja em forma de ciclos de escolarização. Os elementos que fazem parte da cultura corporal, deve ser abordados diferentemente em cada ciclo, atendendo as especificidades que cada ciclo necessita, para que o processo educativo se dê satisfatoriamente. Segundo o COLETIVO DE AUTORES os ciclos são divididos em:

1º Ciclo: pré-escolar até a 3ª séries do ensino fundamental

Ciclo de organização da Identidade dos dados da realidade.

Os dados, os elementos (os conteúdos) são percebidos pelo aluno de forma confusa e global, pois o mesmo tem uma visão sincrética da realidade, se encontram no momento da experiência sensível, onde prevalecem as referenciais sensoriais. Por isso, os conteúdos trabalhados nas aulas de Educação Física, devem promover aos alunos a possibilidade de formar sistemas, encontrar as relações entre as coisas identificar as diferenças e as semelhanças daquilo que lhe é apresentado. Para que esta possibilidade se concretize é necessário que a escola e principalmente o professor identifique os dados constatados descritos pelos alunos.

2º Ciclo: 4ª à 6ª séries do ensino fundamental

Ciclo de iniciação a sistematização do conhecimento.

Neste ciclo o aluno começa a adquirir a consciência de sua atividade mental, consegue perceber o individual através de abstrações, confronta os dados da realidade com as representações do seu pensamento sobre eles, estabelece nexos e relações complexas sobre o real aparente. Os conteúdos utilizados nas aulas de Educação Física, podem promover o pensamento tático e discutir regras, o que vai ajudar o aluno na sua socialização e no pensamento coletivo.

3° Ciclo: 7 à 8ª series do ensino fundamental

Ciclo de ampliação da sistematização do conhecimento

O aluno vai ampliando as referências conceituais do seu pensamento, ele toma consciência da atividade teórica, ou seja, de que uma operação mental exige a reconstituição dessa mesma operação na sua imaginação, para atingir a expressão discursiva e a leitura teórica da realidade. Neste ciclo o nível de conhecimento do aluno permite que ele antecipe alguns fatos, já que pode elaborá-los teoricamente, fazendo uma construção mental entre causa /efeito e objeto, e ele próprio. As aulas de Educação Física devem trazer um conteúdo que permita ao aluno organização técnico - tática e o julgamento de valores na arbitragem dos mesmos, considerar os seus objetivos e interesses próprios, decisão de níveis de sucesso, etc.

Ciclo de aprofundamento da sistematização do conhecimento

O aluno adquire uma relação especial com o objeto, que lhe permite refletir sobre ele. O aluno começa a perceber propriedades comuns e regulares nos objetos, na medida em que pode compreendê-las e explicá-las. Neste ciclo, também, o aluno lida com a regularidade científica, podendo a partir dele adquirir alguma condição objetivas para ser produto de conhecimento científico, através da pesquisa. Sendo assim, o conteúdo trabalhado nas aulas de Educação Física, devem proporcionar ao aluno, o aprofundamento de técnicas, táticas e regras que regem jogos e brincadeiras, o conhecimento técnico / científico do conteúdo da aula que está desenvolvendo, etc.

Essa concepção de organização do ensino escolar em ciclos, propõe que as aulas de Educação Física, sejam ministradas no horário regular do turno em que o aluno freqüenta a escola (inclusive por uma questão social - gastos com transporte, etc.).

A concepção crítico - superadora afirma que a avaliação do processo ensino - aprendizagem “é muito mais que simplesmente aplicar testes, levantar mediadas, selecionar e classificar alunos, " pois esta forma de avaliar está pautada em paradigmas "mecânico - burocráticos ", que reforçam a função seletiva e classificatória. Os métodos usados sob este paradigma para avaliar o ensino observam apenas o caráter "formal" da avaliação, atendendo a exigências burocráticas da escola e a legislação vigente, serve para reforçar o sistema e legitimar o fracasso, a discriminação e a evasão escolar. E para compreender isso é necessário, como afirma os autores, considerar que:

A avaliação do processo ensino - aprendizagem está relacionada ao projeto pedagógico da escola, está determinada também pelo processo de trabalho pedagógico, processo interrelacionado dialeticamente com tudo o que a escola assume, corporifica, modifica e reproduz, e que é próprio do modo de produção da vida em uma sociedade capitalista, dependente e periférica.

Contudo, a concepção crítico - superadora acredita que além do caráter "formal" da avaliação escolar, existe também o caráter "não formal" expresso nas condutas e comportamentos dos alunos em aula, que o professor pode utilizar, através de uma mediação, para avaliar os conhecimentos dos alunos. Por isso, considera que a avaliação do processo ensino - aprendizagem está relacionado com o projeto pedagógico da escola. Observa- se que o COLETIVO DE AUTORES destaca:

E, portanto através da expressão corporal enquanto linguagem que será mediado o processo de socialização das crianças e jovens na busca da apreensão, e atuação autônoma e crítica da realidade, através do conhecimento sistematizado, ampliado, aprofundado, especificamente no âmbito da cultura corporal.

Com a intenção de superar o modelo "mecânico — burocrático" de avaliação em Educação Física, os autores "compreendem a Educação Física como uma disciplina do currículo escolar, cujo objeto de estudo é a expressão corporal como linguagem”. Assim usam a dinâmica curricular para contribuir,

através de um esforço coletivo na construção de um projeto político - pedagógico.

A partir de dados obtidos da observação das aulas de Educação Física o COLETIVO DE AUTORES verifica que a avaliação tem sido entendida e tratada, predominantemente, por professores e alunos para atender exigências burocráticas expressas em normas da escola, atender a legislação vigente e selecionar alunos para competições e apresentações tanto dentro da escola, quanto com outras escolas. Ainda segundo os autores (op.cit, p. 99), geralmente a avaliação é:

(...) feita pela consideração da "presença" em aula, sendo este o único critério de aprovação e reprovação, ou então, reduzido-se a medidas de ordem biométrica: peso, altura, etc., bem como de técnicas: execução de gestos técnicos, "destrezas motoras", "qualidades físicas", ou, simplesmente, não é realizada.

A avaliação de acordo ao COLETIVO DE AUTORES, deve observar o projeto histórico, ou seja, a sociedade na qual estamos inseridos e a que queremos construir, para superar as práticas avaliativas existentes na educação, redefinindo valores e normas que norteiam a avaliação na Educação Física escolar, buscando não apenas aspectos quantitativos, mas também, os qualitativos, que se revelam no projeto histórico e nas práticas dos professores e alunos, que acontecem durante o processo pedagógico.

Ainda segundo os autores destacam-se "o sentido da avaliação do processo ensino - aprendizagem em Educação Física é o de fazer com que ela sirva de referência para a análise da aproximação ou distanciamento do eixo curricular que norteia o projeto pedagógico da escola ".

O que se pretende é deixar evidente que a avaliação não deve se reduzir a medir, comparar, classificar, selecionar alunos e muito menos reduzir a análise de condutas esportivo-motoras, a gestos técnicos ou táticos.

A avaliação implica em conhecer a realidade, traçar planos de ação e ampliar referências reflexivas críticas sobre a formação humana, identificamos a necessidade de ampliação da avaliação para além de um mero sistema de juízos.

POSSIBILIDADES DA

No documento Educação Física (Saiba Mais) (páginas 32-36)

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