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A re(ol+8ão na ?ran8a: a na8ão contra a tirania

No documento Hip (páginas 61-85)

A situaç:o é em diferente na Brança. A imagem da 8aç:o está fortemente implantada na

representaç:o coletiva= e a aç:o centrali9adora da monarquia contriuiu astante para reforçar tal

imagem. A despeito das carCncias da política monárquica e da pore9a

endCmica de uma parte da populaç:o, a sociedade francesa é rica e numerosa.  contra esse pano de fundo que ir:o se apoiar as forças políticas que, por

ocasi:o da reuni:o dos

6stados Gerais do Heino, em 1ul/o de ?KQ(, provocar:o os primeiros grandes aalos.

 signi0cativo que, mais ainda que os colonos da América, os promotores do movimento tivessem

tido, para além da de0niç:o dos programas e do enunciado dos textos

legislativos, de legitimar seus atos políticos e de proclamar as ra9ões de seu empen/o. "oucos regimes, pelo menos até a queda de Hoespierre, tiveram como esse uma tal preocupaç:o de legitimar sua aç:o e de anunciar a Woa novaW. A pulicidade das idéias é considerada como uma arma contra o inimigo declarado; a tirania.

6, por trás dessa vontade de demonstraç:o, esoça*se o pro1eto de uma

moili9aç:o universal contra os sen/ores que oprimem in1ustamente os povos. Sma primeira tomada de posiç:o signi0cativa é a de FieUes #?K'Q*?Q+Z-,

memro da Assemléia

$onstituinte, da $onvenç:o, do Diretório e artes:o do golpe de 6stado que ariu a Vonaparte o

camin/o do poder. Fua roc/ura J que é o Perceiro 6stado5 #pulicada em  1aneiro de ?KQ(- teve

uma inLuCncia determinante nos primeiros momentos do pensamento revolucionário= e suas

concepções da instituiç:o repulicana marcaram profundamente a redaç:o das $onstituições e dos códigos da Hep7lica e do Empério. A induitável realidade na qual FieUes se aseia é a 8aç:o; ela é um dado anterior a qualquer ato político ou legislativo= é feita de indivíduos, livres, iguais,

independentes, diferentes uns dos outros, mas unidos por necessidades comuns < nature9a /umana e pela vontade. de viverem em con1unto.

Fem essa vontade, sem a representaç:o intelectual dessa entidade que é a 8aç:o, os indivíduos s:o impotentes e incapa9es de resistir <s operações de su1eiç:o tentadas por andidos e c/arlat:es. Podo indivíduo é um cidad:o potencial, que só se reali9a na medida em que liga sua vontade < dos outros memros do con1unto, com o 0m de constituir o poder nacional.

 nesse sentido que a 8aç:o é soerana= que ela é una e indivisível. FieUs n:o se emaraça nem

com a /istória nem com a sociologia= sua metafísica é pore e só intervém na medida em que

 1usti0ca o ponto de vista político adotado. Prata*se, para ele, com efeito, de designar o ser de ra9:o em torno do qual se organi9a o comate pela lierdade e pela igualdade e contra o arítrio e os privilégios. J ser real da 8aç:o é o

 Perceiro 6stado, que agrupa a imensa maioria da populaç:o que * com exclus:o dos privilegiados * é a parte viva do reino. WJ Perceiro 6stado é tudoW; a

aoliç:o dos privilégios é um convite aos que, por seu nascimento, n:o

conseguem pertencer ao todo= e tamém um convite a eliminar a coletividade. os que n:o querem renunciar a tais privilégios.

Da 8aç:o, do Perceiro 6stado, emanam todos os poderes. Ras a 8aç:o n:o poderia reinar como tal.

J exercício da soerania nacional passa pela implantaç:o de uma $onstituiç:o que de0na os órg:os da legislaç:o e do governo, as autoridades 1udiciárias que reali9ar:o e garantir:o a lierdade e a igualdade dos cidad:os e, mais

geralmente, a plenitude dos direitos naturais. Jra, o poder constituinte * se quer ser e0ca9 * deve oedecer a um princípio; o da representaç:o. Devem ser afastadas todas as tentações da democracia direta, que levam < desordem e < impotCncia.  mesmo conveniente que se descon0e do mandato particular, que limita o poder do deputado <s prescrições dadas pelos mandantes. A oa

representaç:o é a que concede um mandato geral ao eleito= é nessa condiç:o que ele pode participar utilmente da elaoraç:o da vontade nacional. .

6m suma, a encarnaç:o do povo no corpo do Hei é sustituída pela representaç:o na 8aç:o nos

corpos instituídos. 8um e noutro caso, trata*se de fa9er prevalecer uma

vontade. FieUs é um lieral #mostra*se profundamente apegado < salvaguarda das lierdades individuais em face da autoridade governamental- que

descon0a da democracia.

J 6stado emana da 8aç:o e a representa= essa é autOnoma com relaç:o <quele, a n:o ser

politicamente, caso em que l/e deve oediCncia.

Js dois primeiros anos da Hevoluç:o foram saudados com entusiasmo pela grande maioria

da intelligent9ia européia conquistada para as idéias da Edade das Iu9es.  Podavia, se excetuarmos

`ant #cf. supra, cap. EE-, Bic/te #cf. infra, cap. EEE, @, A- e egel, na Aleman/a, e o inglCs P/omas

"aine #eleito deputado < $onvenç:o-, esse entusiasmo n:o durou muito; as vitórias militares do

exército francCs e o Perror provocaram um recuo geral e, pouco tempo depois, a /ostilidade; o

nacionalismo pregado pela Hep7lica suscita, em aç:o de retorno, reações nacionais, das quais a

evoluç:o de Bic/te é um sugestivo testemun/o.

A atitude de 6dmund Vur]e #?K@(*?K(K- se destaca pela sua 0rme9a. 6sse memro do

"arlamento rit>nico, aristocrata irlandCs lieral, que defendeu os direitos dos católicos da Erlanda e legitimou a insurreiç:o dos colonos da América, pulicou  1á em ?K( suas HeLexões sore a

Hevoluç:o na Brança, que condenam o empreendimento revolucionário sem apelaç:o. 6le o

condena por ser o fruto da Ha9:o astrata dos 0lósofos, que só pode engendrar desordem e

violCncia. $olocando como o1etivo o estaelecimento da lierdade e da igualdade universais, os

patriotas franceses voltam as costas para a nature9a. Decerto, a idéia de

nature9a sore a qual Vur]e se apóia carece de clare9a; dela fa9em parte tanto considerações teológicas *depende da incompreensível "rovidCncia Divina * como referCncias empíricas * o con/ecimento que

os /omens tCm da nature9a é funç:o de suas experiCncias. Ras é precisamente forte o sentimento

que temos de que /á uma realidade, que n:o depende de nós e que só podemos apreender com

referCncia < tradiç:o, lentamente for1ada pelos ancestrais e graças <s nossas próprias vicissitudes,

que leva a recusar como ineptos e perigosos os pro1etos que procedem por decreto e que especulam

com uma meta física da /umanidade.

Sma $onstituiç:o WfaricadaW pela reLex:o é inoperante; o contrato sore o qual se funda

uma organi9aç:o social sólida e equilirada instaurou*se progressivamente por uma lenta

maturaç:o, no curso da qual se revelaram os enefícios do om senso c da virtude e do uso em

regrado da lierdade. Fe o povo inglCs é /o1e um povo livre constata Vur]e *, isso ocorre porque ele aprendeu no curso dos séculos a implantar instituições diversi0cadas, que garantem as lierdades compatíveis com a ordem e a

oediCncia, em ve9 de reivindicar a lierdade em geral= e porque ele se ligou a pessoas e n:o a princípios. Vur]e denuncia com vigor as pretensões

centrali9adoras da $onstituinte, como a sua vontade de legiferar de uma ve9 por todas. 8a opini:o dele, as regras <s quais devemos nos dorar s:o as da

moral legada pela tradiç:o= quanto ao governo, n:o é coisa de que qualquer um possa se ocupar; o tempo e a experiCncia segregam em cada época uma aristocracia que sae calcular a política conveniente ao em*estar da

coletividade.

"ois o conservadorismo do moralista se alia sem di0culdades aparentes com o sentido do 7til, lugar comum do pensamento rit>nico desse período.

8a mesma ótica, Meremias Vent/am #?K'Q*?Q@@- n:o tardará a elaorar uma teoria da pena e

da instituiç:o carcerária, a qual, como Ric/el Boucault mostrou #cf. infra, capo -, instaura em

nome da segurança de todos e do respeito <s lierdades privadas de cada um uma técnica de

vigil>ncia generali9ada...

A despeito dessa saedoria um tanto ou quanto limitada, a ora de Vur]e testemun/a uma

vis:o aguda da fal/a que seu caráter doutrinário representou para a Hevoluç:o Brancesa. 6la

explícita uma crítica em mais pertinente do que a pesada teoria da /istória providencialísta

administrada por Mosep/ de Raistre #?K)+*?Q@?- em suas $onsiderações sore a Brança #?K(Z-, ou

do que as estran/as $onsiderações sore a Hevoluções #?K(K- de $/ateauriand #?KZQ*?Q'Q-,

divididas entre as 0delidades monarquistas de seu autor e a atraç:o que sente pela idéia da

lierdadeX

) 7 O nacionalismo na $+ro6a

A ideologia nacionalista, decerto, é em anterior ao século E. Ras foi durante esse

período que a 8aç:o passou a ser tomada como tema de análise e de reLex:o, e que foi erigida em argumento destinado a 1usti0car um tipo de poder.  difícil distinguir, nela, o que pertence <

concepç:o política e o que resulta do espírito da época, expresso nas oras literárias e nos

sentimentos e movimentos populares. Js textos que a tomam como o1eto * pretendendo teori9á*la *s:o eles mesmos muito disparatados no que se refere aos tipos de provas a que aludem; Uppolite Paine, que se quer positivo, n:o é t:o metafísico quanto Bic/te5 6 a /istória de Preitsc/]e n:o é t:o rom>ntica quanto a de Ric/elet5

As concepções aqui evocadas visam a mostrar a diversidade e a import>ncia do tema do

nacionalismo, que alimenta tanto os partidários quanto os detratores da

Hevoluç:o, tanto os arautosda lierdade quanto os nostálgicos da autoridade, tanto os contestários quanto os conformistas.

,o nacionalismo Flantró6ico @ ideologia conser(adora da Na8ão A orientaç:o característica do pensamento de Ric/elet reaparece, so diversas formas, nas

nações sumetidas a dominaç:o estrangeira. Giuseppe Ra99ini #?Q)*?QK@-, por exemplo, que era

uma comatente pela unidade da Etália lierta do 1ugo austríaco, concee essa luta * em A Fanta

Aliança dos "ovos #?Q'(- * como uma primeira etapa no sentido da fraternidade universal dos

povos da 6uropa. f; esse mesmo sentimento * no qual intervCm freqentem ente considerações

religiosas e sociais * que guia os patriotas poloneses e /7ngaros, os movimentos eslavos que

re1eitam ao mesmo tempo a sumiss:o aos asurgos ou < Fulime "orta e a tutela do P9ar, e, demodo mais geral, todos os que se inspiram nas Declarações de ?KQK e ?KQ( e no princípio da

soerania nacional entendida como soerania do povo.

 Podavia, os eventos europeus dos anos ?Q'Q*?Q'(, o fracasso das revoluções democráticas e

WnacionalitáriasW, con0rmam o duplo conLito que ameaça o equilírio europeu fundado na Fanta

Aliança dos 6stados; conLito interno nos países WavançadosW, nascido do desenvolvimento da

ordem industrial e das reivindicações de uma numerosa classe operária, miserável, porém cada ve9 mais consciente de sua força, e cu1os pontos de vista internacionalistas se a0rmam= e conLito entre os 6stados mais poderosos, envolvidos em crises econOmicas, que

inevitavelmente os opõem uns aos outros. Acrescentam*se a isso os riscos de guerra constituídos

pelos empreendimentos de liertaç:o efetuados pelas nações européias ainda mantidas em estado de dependCncia.

6ssa situaç:o favorece o desenvolvimento * em particular na Brança, mas tamém na

Aleman/a e no Heino Snido * de um outro tipo, de nacionalismo, que apela para os valores da

tradiç:o #a família, a terra, os ancestrais- e da moral do sacrifício, da ren7ncia e da oediCncia, para conservar o que existe e para denunciar a anarquia que resultaria de qualquer mudança que n:o fosse cuidadosamente controlada. 6sse nacionalismo é reacionário * na sentido etimológico * e, na Brança, deplora o infeli9 episódio da Hevoluç:o, que interrompeu o curso normal da evoluç:o.

6ssa exaltaç:o da 8aç:o corno sust>ncia da vida coletiva inscreve*se facilmente na corrente de

pensamento positivista e evolucionista, dominante nessa segunda metade do século E= tal

corrente apela para a Ha9:o e para as virtudes clássicas, descon0ando do romantismo, que

condu9iria a excessos. J representante francCs mais típico desse estado de espírito é Uppolite

 Paine #?Q@Q*?Q(+-. Fua análise das Jrigens da Brança contempor>nea #?QK)* ?Q(+- pretende estar a serviço da ciCncia; considera os atos dos /omens como produtos de um estrito determinismo. Paine felicita um crítico por ter

/istória= e especi0ca que a investigaç:o psicológica se redu9, por seu turno, a uma investigaç:o 0siológica e química.

Fe o determinismo que regula as questões /umanas n:o é aparente, isso ocorre porque as causas que nelas interferem s:o complexas. Podavia, é possível distriuí*Eas em trCs elementos;

* a raça; ou se1a, o con1unto de caracteres iológicos transmitidos /ereditariamente=

* o meio; as tradições, as crenças, os /áitos mentais, as instituições que modelam Js indivíduos=

* o momento; isto é, o con1unto das circunst>ncias que desencadeiam a aç:o. Runido desse método, Paine explica * no sentido estrito do termo * a

Hevoluç:o corno produto de

agitadores de cérero doentio= no mesmo espírito, erige em leis deduções astratas operadas a partir de coleta de exemplos, e estaelece, entre outras coisas, que existem caracteres nacionais. Dessa psicologia /istórica

determinista, ele retira ensinamentos políticos. J primeiro e mais seguro é que o governo é um prolema de saer e que é preciso estaelecer um sistema que permita <s elites competentes calcular oas decisões e implantar uma

educaç:o da populaç:o que a previna contra a tirania de um só e contra a tirania de todos. 6ssa mesma preocupaç:o do cálculo adaptado <s

circunst>ncias que l/e fa9 temer a potCncia centrali9adora do 6stado, o sufrágio universal e a espontaneidade popular.

$om Paine, a 8aç:o se imoili9a numa rede de determinações. J importante, ent:o, é

prevenir*se contra a WdemCnciaW que viria perturar essa rede de causas e efeitos. Enteiramente

oposta é a atitude desse outro mestre da Hep7lica conservadora que foi

6rnest Henan #?Q@+*?Q(@-; ensaísta, eclético tanto no que se refere aos o1etos quanto aos modos de argumentaç:o, /istoriador de ela erudiç:o, mentor

algumas ve9es solene, Henan ama os mati9es e n:o se recusa a modi0car seus pontos de vista.

 Podavia, tem em comum com Paine a idéia de que, doravante, a ciCncia positiva tomou o lugar outrora ocupado pela religi:o, e é ela que ilumina a moral. Henan tamém compartil/a com Paine uma profunda avers:o pela massa e por todas as políticas que apelam para a democracia direta. $omo  Paine, Henan teme a decadCncia da Brança * cu1a derrota de ?QK seria um

sintoma * e pede o seu reerguimento. 8essa perspectiva, sua pregaç:o moral se organi9a em torno

do tema A 8aç:o como princípio espiritual #discurso de ?QQ@-, como alma do território, cu1a

sorevivCncia e expans:o devem ser o o1etivo de todas as vontades...

Sma outra imagem da pátria, portanto, delineia*se aqui; uma imagem que irá encantar a

direita, de Varres a Raurras e aos /erdeiros da WAction BrançaiseW. 6ssa direita se considera * por

sua cultura, origens e opções & como uma elite depositária da essCncia superior da 8aç:o; ela é

xenófoa e radicalmente antidemocrática, condenando num mesmo oprório o áraro estrangeiro e o povo ignorante. J caso DreUfus #?Q('*?Q()- irá

permitir que ela se a0rme como racista.

O li9eralismo 6ol1tico

8o século E, o 6stado*8aç:o se constitui mais ou menos por toda parte, na ordem interna, como

6stado lieral; o lieralismo político é sua 0loso0a dominante. As concepções lierais dominantes

pretendem resolver principalmente a Wquest:o políticaW, entendida

essencialmente como o prolema das relações entre o indivíduo e o 6stado. 4ualquer que se1a a diversidade dessas doutrinas Wde acordo com a época, o país, as tendCncias

numa mesma época e num mesmo paísW #d. Mean Pouc/ard, istoire des idées politiques, @, "SB,

?()(-, pode*se perceer a presença de uma dupla preocupaç:o essencial; o indivíduo deve ser

protegido, ao mesmo tempo, contra o 6stado e contra as massas= por conseguinte, é preciso

encontrar os mecanismos institucionais destinados a impedir esse duplo perigo.

"odem*se distinguir, grosso modo, dois tipos de soluç:o. Sma vers:o mais ou menos otimista,

considera que a aplicaç:o de certas WreceitasW institucionais pode sutrair o indivíduo do

despotismo, enfraquecendo a autoridade do 6stado e impedindo o advento da democracia de massa= para tomarmos o exemplo mais signi0cativo, é o caso da soluç:o uscada por Ven1amin $onstant #?KZK*?Q+-. A outra, vers:o

nitidamente mais pessimista, considera o advento democrático como inelutável e tenta preconi9ar métodos destinados, n:o a impedir, mas a evitar o excesso de despotismo que um tal advento corre o risco de promover= coue a Alexis de  Pocqueville #?Q)*?Q)(-, decerto, ilustrar do modo mais exemplar essa

segunda vers:o.

A7 0en<amin Constant: o li9eralismo contra a democracia  impossível a0rmar de modo mais preciso que o indivíduo éW o princípio primeiro e que é preciso

defendC*lo duplamente;

WDefendi durante quarenta anos o mesmo princípio; lierdade em tudo, na religi:o, na

literatura, na 0loso0a, na ind7stria, na política= e, por lierdade entendo o triunfo da

individualidade, tanto sore a autoridade que pretendesse governar pelo despotismo quanto

sore as massas, que reclamam o Wdireito de su1ugara minoriaW #Rélan9es. ?Q@(-.. W

da lierdade, legítima para os antigos, mas in7til e perigosa para os modernos, iludidos pela Weterna metafísica do $ontrato social3.

 "ois a lierdade, para um antigo, consistia em Wexercer coletivamente, mas de modo direto, várias partes da soerania inteira= em delierar na praça

p7lica sore a guerra e a pa9= em 0rmar tratados de aliança com os

estrangeiros, em votar leis, em pronunciar sentenças, em examinar as contas, os atos, a gest:o dos magistrados [...\.

Ras, ao mesmo tempo em que era isso que os antigos c/amavam de lierdade, admitiam como

compatível com essa lierdade coletiva a completa su1eiç:o do indivíduo < autoridade do con1unto,[de modo que\, entre os antigos, o indivíduo * quase sempre soerano nas questões p7licas & é escravo em todas as suas relações privadas [...\W #Fore a lierdade dos antigos em comparaç:o com a dos

modernos, ?Q?(-.

Js modernos só podem sentir avers:o por essa concepç:o, 1á que para um moderno * ser livre

Wé, para cada um, o direito de ser sumetido apenas <s leis, de n:o poder ser nem preso,

nem morto, nem maltratado de nen/um modo em decorrCncia da vontade aritrária. de um

ou. mais indivíduos.  o direito que tem cada um de emitir sua opini:o, de escol/er sua

End7stria e de exercC*la= de dispor da propriedade, inclusive de ausar da mesma= de ir e

vir sem para isso oter permiss:o e sem prestar contas de seus motivos ou movimentos.  o

direito que tem cada um de se reunir a outros indivíduos, se1a para discutir seus interesses,

se1a para professorar o culto que ele e seus associados preferirem, se1a simplesmente para

passar seus dias e /oras do modo mais conforme a suas inclinações e fantasias. Binalmente,

é o direito que cada um tem de inLuir na administraç:o do governo, se1a pela nomeaç:o de

todos ou de alguns funcionários, se1a mediante representações, demandas, que a autoridade

é mais ou menos origada a levar em consideraç:oW #iid.-. 0en<amin Constant insiste nessa o6osi8ão decisi(a:

 J o1etivo dos antigos era a partil/a do poder social entre todos os cidad:os de uma mesma pátria.

6ra isso que eles c/amavam de lierdade.

. J o1etivo dos modernos é a segurança nas fruições privadas= e eles c/amam de lierdade as

garantias concedidas pelas instituições a essas fruições.

Desse modo, a quest:o política moderna é colocada menos em termos de legitimidade do que em

termos de exercício da autoridade.o povo é soerano5 Fim, se se quer,

No documento Hip (páginas 61-85)

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