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Tomás Moro

No documento Hip (páginas 31-38)

Roro interroga*se se valerá a pena servir um monarca e conclui que é dever do /omem experiente ene0ciar o p7lico com o seu consel/o. #oni viri

o^cium p.K( e ss.- "ara ser feli9, a rep7lica carece de 0lósofos que n:o en1eitem aconsel/ar os governantes. Ras ao contrário do que se poderia esperar n:o se trata propriamente do dever platónico, incarnaç:o de um paradigma, nem do dever $rist:o, orientaç:o da existCncia para um em

supremo. A tal ponto ascendera o poder intelectual do /umanista que o poder espiritual de0nido pela ordem medieval se tornara quantidade negligenciável. Ao intelectual seculari9ado pouco mais resta que o destino de itlodeu, o

/omem que entregou a propriedade aos amigos e < família= de pouco servirá aconsel/ar os

ignorantes porque Wtodos os lugares est:o igualmente distantes do camin/o para o céuW.

Roro censura a p/ilosop/ia sc/olastica cu1o i9arro sermo insolens é

demasiado astracto para ser 7til nas circunst>ncias da vida real e louva a p/ilosop/ia civilior, muito mais maleável e persuasiva e que se resume na fórmula Wse n:o for possível tornar as coisas oas, pelo menos é possível fa9C* las menos másW. Até que ponto esta ra9oável proposta de senso comum é anti* 0losó0ca 5 Ferve muito em para quem precisa de uma dose de estupefaciente intelectual para adormecer os escr7pulos. Roro parece estar a perder de vista que /á ocasiões em que as verdades astractas s:o indispensáveis para pOr coro < confus:o de ordem moral e intelectual. $onformar*se com a

imperfeiç:o é um antídoto para o perfeccionista mas pode tamém tornar*se em atitude de condescendCncia para com a pervers:o. 8a perspectiva da 0loso0a, o espírito é uma autoridade radical situada para além das

circunst>ncias. Jra ao recusar o signi0cado da 0loso0a como dimens:o

intelectual da vida do espírito, como articulaç:o de uma ordem que culmina na vida espiritual e na orientaç:o da consciCncia para o ens realisssimum, Roro mostra que perdeu o equilírio entre fé e ra9:o. 6mora a sua saedoria assente oviamente na tradiç:o $rist:, perdeu oa parte da turulCncia da presença divina.

Fendo a Stopia um diálogo, Roro n:o se contenta evidentemente em

apresentar o seu argumento algo oportunista e pouco espiritual. Ras quando esperaríamos ver surgir a posiç:o radicalmente espiritual, surge apenas a

resignaç:o do via1ante apátrida. A vida espiritual, a verdadeira alternativa, essa está ausente. Hatio e Heligio, os princípios ordenadores da conduta /umana, s:o considerados opostos na utopia. Js utópicos condescendem em ter

sectários religiosos que s:o celiatários e traal/adores. Ras redu9em a

religi:o o0cial a um mínimo de dogmas; existCncia de Deus, imortalidade da alma, sanç:o no além e governo da providCncia. J dogma mínimo é aceite em nome da pa9 p7lica, o mesmo argumento do Grande Enquisidor do romance Js Erm:os `arama9ov de Dostoievs]U. A mesma posiç:o reaparecerá em Ioc]e que aceita um teismo com rituais mas sem teologia e que tolera todas as crenças desde que se manten/am privadas e n:o exi1am recon/ecimento p7lico. A ideia do $orpo Rístico de $risto desapareceu totalmente. A vida espiritual tornou*se assunto privado e a ordem temporal tornou*se sociedade

seculari9ada. A religi:o é privati9ada, separam*se ratio e religio, Egre1a e estado, sorenatural e natural. Fe o /ori9onte de seculari9aç:o fec/a o /ori9onte da

experiCncia /umana em sociedade, cresce a desordem e o social*asolutismo sustitui a relativi9aç:o $rist: do valor do mundo. J $rist:o cu1o destino é a eatitude transforma*se no itlodeu, o caçador apátrida de ideais. Jnde os irá encontrar 5 Roro é su0cientemente crist:o para saer que os ideais apenas existem em nen/ures, na Stopia.

& 37 Org+l4o e 6ro6riedade

J ideal é um instrumento de crítica social, a meio camin/o entre a atitude do cristianismo e a revoluç:o social. Ferve para criticar os males do tempo e

permite indicar pequenas reformas, como se oserva na passagem 0nal da ora mas n:o é uma proposta séria de realidade alternativa. A soera é o mal da época. J livro E da Stopia descreve a Englaterra de ent:o; vadios, pedintes e ladrões; leis cruéis e degradaç:o de costumes, 1ogo, eida, prostituiç:o,

conquistas e maquinações guerreiras= aandono dos vel/os e dos doentes, exagero do 0sco, ausCncia de origações sociais, 1urídicas e políticas. A

soera é o tronco comum de que todos estes males s:o os ramos e de que a propriedade privada é a rai9. A sociedade em que se vive é uma conspiratio divitum na qual os ricos 0ngem representar o interesse da comunidade.

Ausam dos que possuem e exploram os que n:o tCm /averes= e ao pre1uí9o acrescentam o in17ria quando decretam leis iguais para todos. Aliás, como se pode sequer falar de comunidade se cada um apenas procura o seu em

privado 5 Sma comunidade sem vícios nem soera nem propriedade privada seria a contra*ideia < opor <s sociedades degradadas do Jutono da Edade

Rédia e do início da crise do séc. !E. De nada serviria o individualismo possessivo, a futura soluç:o política e social originada nos países anglo* saxónicos e que exalta a aquisitividade.

Jra os utópicos encontraram instituições para eliminar estes males. F:o

essencialmente /edonistas mas uscam o pra9er mediante a ra9:o. Jdeiam a metafísica mas estimam a contemplaç:o e as artes 7teis, existindo uma classe de sáios dedicada a tais actividades. A1udam o próximo através do om

governo da colectividade. $omem em refeitórios comuns. F:o ao mesmo tempo ascetas e /edonistas e a sua felicidade pag: n:o é manc/ada pela ang7stia $rist:. 6 soretudo aoliram a propriedade privada, o instrumento

com que a soera se instala e satisfa9 a sede de prestígio e de poder. A Stopia é realmente uma comunidade pois nela nada é privado. Ras Roro n:o é

propriamente um socialista pois sae que o din/eiro destrói ou dá esplendor conforme o uso. $ritica o auso da rique9a e a irresponsailidade, mas n:o crC que a propriedade e a rique9a se1am males em si mesmo. J seu o1ectivo

principal, semel/ante ao de P/omas oes, é a eliminaç:o da soera, do orgul/o, do amor sui. 6 para eliminar a soera satisfa9*se com a medida

institucional da aoliç:o da propriedade privada. 8o conte7do parece a soluç:o de "lat:o na Hep7lica= mas de facto estamos nas antípodas do platonismo. Aliás Roro n:o acreditava na soluç:o da utopia= n:o eram os recursos

institucionais, mas apenas a graça divina que poderia eliminar a soera. A resposta mais evidente que se esperaria de um $rist:o seria a reforma da Egre1a. Ras aqui a ondade das instituições parece sustituir a ondade

/umana= os expedientes institucionais sustituem a ordem sustantiva da alma. J 1ogo sério da Stopia degenera em impotCncia espiritual. A ordem espiritual é sustituída pelo ideal social. J ideal e os valores adquirem uma

suprema import>ncia na acç:o porquanto parecem ser a via para a estailidade social. Roro transmitiu com dignidade a ideia da existCncia moderada dos

utópicos mas con/ecia su0cientemente a alegria do mundo para saer que a existCncia ideal seria uma grande Wc/aticeW. 6, como escreveu P.F.6liot, Wcom soluções pragmáticas seria possível criar uma ordem t:o perfeita que ninguém mais precisaria de ser omW.

Assistimos assim < transformaç:o de uma escatologia $rist: numa nova

escatologia que n:o é ainda revolucionária. A ra9:o prática deixa de participar e de se orientar pela ra9:o divina #lierdade- e converte*se num con1unto de regras #ideais normativos e valores- axiologicamente desligadas da realidade /istórica. A expectativa $rist: de salvaç:o num novo mundo é sustituída pela teleologia da perfeiç:o intramundana. Roro ainda n:o acredita que a descriç:o

da sociedade ideal se possa converter numa tentativa de mudança irrealista da nature9a /umana= ainda n:o pensa numa revoluç:o que modi0caria o /omem de modo a fa9er desaparecer do mundo o prolema do mal. ans Srs von

Valt/asar descreveu o ideal como uma decomposiç:o do cristianismo.

"romet/eus. ApocalUpse der deutsc/en Feele. 6 esse ideal que segundo Roro existe em nen/ures, tornar*se*á com o tempo o ideal das ideologias que

renunciam < ordem na consciCncia, na sociedade e na /istória.

F:o possíveis várias atitudes ideológicas; a- J activista ou "aracleto místico pretende aolir a soera= casos de $omte, Rarx, Bourier= - J proponente de um estado*Ieviat: quer moderar a cupide9 e a estupide9 individuais= oes, Ioc]e, amilton, Radison= c- Js inocentes 7teis, os compagnons de route, s:o pelagianos que acreditam mesmo no ideal e pensam que tudo se vai compor e que acaará por surgir uma soluç:o.

As consequCncias da adopç:o do ideal como critério asoluto de 1ustiça da acç:o e como morali9aç:o da conduta p7lica s:o inexoráveis; ?- J possuidor de um ideal perde consciCncia da sua soera e pleonexia. @- A soera é

canali9ada para a formaç:o do ideal. +- Fe a pervers:o l/e preenc/er a mente, o idealista perde o sentido da culpa porque o ideal é um asoluto moral. '- J ideal santi0ca os meios necessários para a sua reali9aç:o. )- 4uem está contra o idealista está errado. J utópico leva a cao guerras 1ustas e pratica a

violCncia com oa consciCncia. Z- A tragédia do conLito é eliminada da /istória. J inimigo n:o tem o direito a coexistir com o idealista. K- J ideal é contra a

pluralidade de civili9ações na /istória. Fó a civili9aç:o do idealista é oa.Q- A defesa dos valores próprios origa a praticar rutalidades em nome da

dignidade.

N"COLAU MA!U"AE$L

A originalidade de J "ríncipeh de RA4SEA!6I está em que ele quera

completamente com a tradiç:o do pensamento político que o procedeu; quera com a tradiç:o de "IAPJ, de AHEFPjP6I6F, e de $k$6HJ, e quera com a

tradiç:o medieval crist:.

4uera com a tradiç:o greco*latina clássica, na medida em que n:o situa o 6stado perante o Rundo, nem perante o $osmos, n:o se preocupando

minimamente com a existCncia de leis eternas e universais ou com qualquer referencia ao direito natural, e tamém na medida em que opta pelo realismo

"olitico contra o idealismo ético.

6 quera com a tradiç:o medieval crist:, na medida em que, além de omitir referencias á lei natural, nunca fala em Deus, ignora as limitações morais dos governantes, aconsel/a muitas ve9es a prática de actos imorais, e

seesporadicamente fala na religi:o n:o é para l/e suordinar a politica mas, em ao contrário, para a0rmar que a religi:o é 7til ao 6stado porque a1uda a convencer os povos a oedecer <s leis.

RA4SEA!6I é assim um inovador e, á sua maneira, um revolucionário ele é, sem d7vida. o primeiro analista moderno do poder h

J "ríncipeh n:o é um livro teórico, é um manual com recomendações sore a arte e governar. J seu valor na istória das Edeias "oliticas é imenso, pelos

camin/os novos que ariu á análise dos mecanismos do poder, e tamém pela desfaçate9 com que ousou revelar na sua crue9a a maldade eu os /omens

usam uns para com os outros na actividade politica.

A noç:o de 6stado. & RA4SEA!6I é o primeiro autor a utili9ar a palavra 6stadoh com o sentido que ela assume actualmente.  a época do

Henascimento, terminou a Edade Rédia, extinguiu*se o feudalismo, nasceram os primeiros 6stados nacionais, o poder real conseguiu monopoli9ar o emprego da força p7lica ao serviço do em comum; nasceu o 6stado moderno. "ois é

 1ustamente nesta época que RA4SEA!6I utili9a pela primeira ve9 a palavra 6stadoh no sentido actual de comunidade política soerana na ordem interna e na ordem internacional. Js gregos falavam antes em pólis e

os romanos em repulica.

Ras, é claro, o 6stado no Henascimento é um conceito que ainda se n:o destacou dos próprios /omens que o governam. J 6stado é, pois, o 6stado monárquico; é o principado, é o poder real, é o asolutismo principescoh.

ClassiFca8ão dos regimes 6ol1ticos7 * RA4SEA!6I, apresenta pela primeira ve9 uma classi0caç:o ipartida e que, na ase do critério que ele adopta,

nunca mais será aandonada até aos nossos dias.  classi0caç:o em Hep7licash e "rincipadosh ou, como /o1e diríamos, em Hep7licah e Ronarquiah; a monarquia é governada pela vontade de um só indivíduo

#soerano singular-, a rep7lica é dirigida por uma vontade colectiva & se1a de poucos, se1a de muitos #soerano colectivo-.

6xemplos de monarquias eram os reinos de 6span/a, Brança ou Englaterra= exemplos de rep7licas eram as cidades de Blorença, Génova ou !ene9a.

6m J "ríncipeh, ele vai tratar soretudo das monarquias, ou principados, a0rmando claramente que o seu o1ectivo fundamental é determinar qual é a essCncia dos principados, quantas espécies de principados existem, como se adquirem, como se mantCm e porque se perdem.

Sm outro aspecto astante curioso da classi0caç:o de RA4SEA!6I é o de que, contrariamente a AHEFPjP6I6F e a F. PJRTF D6 A4SE8J, o Blorentino n:o

distingue entre formas de governo oas e más, ou s:s e degeneradas.

"ara RA4SEA!6I todos os regimes políticos s:o legítimos, n:o /á formas de governo ilegítimo, o que /á é umas mais convenientes do que outras, conforme as circunst>ncias.

RA4SEA!6I n:o fa9 1uí9os morais. "ara ele n:o tem sentido distinguir entre rei e tirano; o príncipe é om ou mau, n:o em funç:o de critérios éticos, mas em funç:o de Cxito político. Vom é o príncipe capa9 de conquistar o poder e de o manter por muitos anos= é mau aquele que n:o c/ega a possuir o poder ou eu o perde em pouco tempo.

"ara ele, n:o /á política 1uí9os éticos; o 7nico critério é o do Cxito político. 8:o importa se os príncipes usam ou n:o a crueldade; o que conta é se a crueldade foi em usada e teve Cxito, ou foi mal usada e fracassou.

A mel/or forma de governo. & Fe é certo que RA4SEA!6I n:o distingue entre formas de governo s:s e degeneradas. Esto n:o quer di9er, todavia, que ele n:o

a0rme as suas preferCncias. Bá*lo, por critérios de conveniCncia política e n:o por critérios morais.

6m princípio, e como regra geral, RA4SEA!6I prefere a Hep7lica. "refere*a por se tratar de um governo livreh, isto é, do governo que mel/or defende a lierdade.

6 tamém porque, segundo ele, a Ronarquia tem diversos inconvenientes de peso; na verdade, a monarquia depressa se transforma de electiva em

/ereditária e, nesta, surge com frequCncia o fenómeno dos 0l/os que

degeneram dos seus pais, e que se entregam ao luxo, ao egoísmo e a toda a espécie de pra9eres. Assim, os príncipes atraem sore si o ódio geral. Do ódio nasce o medo. 6 o medo mais cedo ou mais tarde, condu9 sempre á tirania, a qual se caracteri9a pela instailidade.

A 6ol1tica como cincia7

RA4SEA!6I, reivindica a autonomia do fenómeno politico & em como a

autonomia do estudo da politica & em relaç:o a outros fenómenos sociais, e em relaç:o a outras disciplinas do pensamento. Pal autonomia da política é

a0rmada e defendida pelo Fecretário Blorentino soretudo em relaç:o á moral. 4uando c/ama a atenç:o para que é um erro propor como meios de

conservaç:o dos 6stados métodos que ser:o instrumentos da sua destruiç:o, ou quando considera ser falso di9er que um príncipe pode manter o poder pela  1ustiça e pela oa fé porque os factos provam o contrário, RA4SEA!6I está na

realidade a situar*se como precursor da ciCncia politica moderna & e n:o mais, como os seus antecessores /aviam feito na época medieval, no campo da

politica conceida como um capitulo de tica .

RA4SEA!6I entende que os políticos s:o 1ulgados, n:o pela ondade ou maldade das suas acções, mas pelo Cxito ou pelo fracasso da sua luta pelo poder, mostrando que o resultado 0nal & conquistar e manter o poder & é a 7nica coisa que conta em política.

Ras RA4SEA!6I n:o se limita a oservar e a classi0car a realidade. RA4SEA!6I procura descorir as leis da políticah

Nacionalismo

RA4SEA!6I foi um nacionalista. 8esse tempo, como se viu, n:o /avia em Etália um 6stado nacional e uni0cado, /avia apenas cidades*estados num contexto geral de pulveri9aç:o politica, o que tornava a Etália constantemente su1eita a invasões estrangeiras. Durante a vida de RA4SEA!6I, a Etália foi invadida por franceses, espan/óis, suíços e alem:es, e nen/uma das cidades tin/a força para se l/es opor. RA4SEA!6I considerava que niso tin/a

grandes culpas o "apado e que este era um grande ostáculo < unidade

italiana, pois era demasiado fraco para a assegurar, e demasiado forte para a tolerar. 6nt:o RA4SEA!6I torna*se o arauto de uma 2Etália unida, armada e despadrada3, a0rmando mesmo; 2amo a min/a "átria mais do que a min/a

alma3. 6 para isso RA4SEA!6I retorna ao ponto central da sua ora; para que a Etália se1a unida e forte, é necessário um príncipe, que deten/a o poder, que construa um 6stado forte e que possua um exercito nacional.

Fegundo, RA4SEA!6I, o príncipe deve ser cruel quando necessário= mais vale a um príncipe ser temido do que ser amado= o príncipe deve usar da oa fé ou da má fé, conforme o que l/e for mais 7til= n:o é preciso ter todas as

qualidades, o que é preciso é parecer tC*las= algumas coisas que parecem virtudes levariam, se seguidas, < ruína, e outras que parecem vícios resultam em maior segurança e em*estar do príncipe= o príncipe deve entregar a outros a execuç:o das tarefas impopulares= e conceder ele próprio os favores

ou enefícios= um príncipe que dese1e manter o 6stado é frequentemente

forçado a praticar o mal, etc. Assim, sendo nas acções dos príncipes apenas se atende ao 0m a alcançar, conquistar e manter o 6stado= se esse 0m for

atingido pelo "ríncipe, todos os meios que ele tiver usado, ainda que ilegítimos, ser:o por todos considerados como /onrosos e louvados. "ara RA4SEA!6I, o mal, n:o consiste em cometer um crime, consiste em praticar um erro político.

As trCs principais dimensões da sua ora;

 6m primeiro lugar, RA4SEA!6I aparece*nos como um nacionalista italiano, muito antes da uni0caç:o da Etália, um /omem que se ateu por uma causa que /avia de triunfar, e que portanto viu certo e viu longe.

 6m segundo lugar, RA4SEA!6I surge*nos com a grande estatura de um politólogo, um cultor da ciCncia política, aspecto em que atinge a sua maior dimens:o; delimita e puri0ca o o1ecto e o método da

ciCncia política= aseia a análise no estudo da realidade= e n:o se limita a explicá*la e a classi0cá*la, vai mais longe, procurando formular certas leis da política.

 A terceira dimens:o é a do que 0cou a ser con/ecido por

2maquiavelismo3, ou se1a, a 2ra9:o de 6stado3, a adopç:o de uma moral diferente para 1ulgar a acç:o política, a asolviç:o dos

comportamentos eticamente reprováveis dos governantes por terem em vista os interesses superiores da colectividade.

6, ainda, RA4SEA!6I, n:o se limita a descrever o mal que os governantes fa9em; ele n:o só os n:o critica como vai mais longe e, numa atitude sem

precedentes, advoga e recomenda o uso do mal, do crime, da violCncia, da má é, para 0ns políticos. 6 propõe*se ensinar todos os príncipes deste mundo a proceder dessa forma, so pena de n:o terem Cxito e de a sua acç:o politica redundar em fracasso.

MAT"N#O LUT$O

_ ? J meio social. Emprensa e AudiCncia

A Heforma foi o primeiro grande movimento social a contar para a sua propagaç:o com um novo meio técnico; a palavra escrita. Aproveitando as circunst>ncias do extraordinário desenvolvimento da imprensa desde meados do século ! e que aumentou o n7mero de oras em circulaç:o de algumas de9enas de mil/ares de manuscritos para alguns mil/ões de livros e panLetos, Iutero c/egou a atingir um quase monopólio das casas editoras alem:s

ocupadas em imprimir os seus sermões, panLetos, as cartas e a traduç:o da Vília. 6m segundo lugar, a Heforma é alimentada por um novo e grande

p7lico de professores e alunos. 6ntre ?+Q) #eidelerg- e ?)@ #ittenerg-

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