A Rede de Urgência e Emergência e a importância das Unidades de Pronto

Conforme Fiocruz (2017), o atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é realizado a partir de um modelo baseado na hierarquização das ações e serviços de saúde por níveis de complexidade.

O modelo propõe que casos de menor urgência sejam resolvidos em instâncias de menor complexidade, melhorando a eficiência e a eficácia de todo o sistema. As unidades objeto deste estudo integram a média complexidade do Município, compondo a rede de urgência e emergência. A Figura 12 traz os níveis de complexidade do SUS.

Figura 12- Níveis de complexidade do atendimento no SUS

Fonte: Fiocruz (2017)

O atendimento do SUS acontece em três níveis de atenção: no primeiro estão as unidades básicas ou postos de saúde, entendido como atenção primária ou como porta de entrada para os usuários. No segundo nível, entendido como de média complexidade, estão as clínicas, as unidades de pronto atendimento e os hospitais escolas, que realizam alguns procedimentos de intervenção, bem como tratamentos de casos crônicos e

ATENÇÃO PRIMÁRIA MÉDIA COMPLEXIDADE ALTA COMPLEXIDADE

agudos de doenças; e no terceiro, de alta complexidade, estão os hospitais de grande porte, onde são realizadas manobras mais invasivas e de maior risco à vida (Fiocruz, 2017).

Figura 13 - Tipos de estabelecimentos públicos conforme o nível de complexidade

Fonte: Fiocruz (2017)

De acordo com o CNES (2017), a cidade objeto de estudo conta, entre estabelecimentos públicos e privados, com 51 unidades básicas ou postos de saúde; 140 clínicas ou centros de especialidades; oito policlínicas; 36 unidades de apoio à diagnose e terapia (SADT); um (01) Pronto Socorro Geral; três unidades de pronto atendimento; dois hospitais privados especializados; três hospitais dia e quatro hospitais gerais, entre outros, totalizando 715 estabelecimentos de saúde públicos e privados.

A seguir apresentam-se as definições dos principais tipos estabelecimentos de saúde (Datasus, 2017; Brasil, 2017)

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 Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde: unidade para realização de atendimentos de atenção básica e integral a uma população, de forma programada ou não, nas especialidades básicas, podendo oferecer assistência odontológica e de outros profissionais de nível superior.

 Unidades de Pronto Atendimento – UPA: são estruturas de complexidade intermediária entre as Unidades Básicas de Saúde e as portas de urgência hospitalares, compondo, em conjunto, uma rede organizada de atenção às urgências. • UNIDADES BÁSICAS • UNIDADES DE SAÚDE BUCAL Atenção Primária •PRONTO ATENDIMENTO •PRONTO SOCORRO •POLICLÍNICAS •CLÍNICAS ESPECIALIZADAS Média Complexidade

• HOSPITAIS

GERAIS

 Pronto Socorro Geral: unidade destinada à prestação de assistência a pacientes com ou sem risco de vida, cujos agravos necessitam de atendimento imediato, podendo ter ou não internação.

 Policlínica: unidade de saúde para prestação de atendimento em várias especialidades, incluindo ou não as especialidades básicas. Pode ainda ofertar outras especialidades não médicas.

 Clínica Especializada: destinada à assistência ambulatorial em apenas uma especialidade ou área da assistência.

 Hospital Geral: destinado à prestação de atendimento nas especialidades básicas por especialistas e/ou outras especialidades médicas.

Como já citado, as unidades objeto de estudo integram a média complexidade do Município, compondo a rede de urgência e emergência. A Política Nacional de Urgência e Emergência foi lançada em 2003, com o intuito de estruturar e organizar a rede de urgência e emergência no país, objetivando integrar a atenção às urgências.

Essa Rede visa ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência/emergência nos serviços de saúde de forma ágil e oportuna nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) (Brasil, 2017)

Zibulewsky (2001, pp. 339-346) definiu emergência como:

[...] uma situação médica que se manifesta por sintomas agudos ou com suficiente severidade que na ausência de atenção médica é capaz de: colocar a saúde de uma pessoa em perigo; resultar em sérios danos a função do corpo ou resultar em disfunção de qualquer órgão ou parte do corpo.

O Conselho Federal de Medicina [CFM] (1995, p. 3666) na Resolução CFM nº 1451/95, de 10 de março de 1995, definiu urgência “como ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata”. De acordo com Brasil (1985, p. 49), “as Unidades de Urgência e Emergência são serviços de saúde destinados à prestação de atendimento imediato e prioritário a pessoas com afecções agudas e críticas”.

A Rede de Atenção às Urgências prioriza as linhas de cuidados cardiovascular, cerebrovascular e traumatológica. É constituída pelos componentes seguintes: promoção, prevenção e vigilância à saúde; atenção básica em saúde; serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU 192) e suas centrais de regulação médica das urgências; sala de estabilização; força nacional de saúde do SUS; unidades de pronto atendimento (UPA 24h) e o conjunto de serviços de urgência 24 horas hospitalar; e atenção domiciliar.

A Rede de Urgências é pensada de forma integrada, à disposição da população, com serviços mais próximos de sua residência. O principal objetivo das UPAS é diminuir as filas nos prontos-socorros dos hospitais, evitando que casos que possam ser resolvidos nas unidades básicas de saúde sejam encaminhados para as unidades hospitalares (Brasil, 2017). A Figura 14, a seguir, traz a constituição da rede de urgência e emergência.

Figura 14- Constituição da Rede de Urgência e Emergência

Fonte: Brasil (2017)

As UPAS funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana, e podem resolver grande parte das urgências e emergências. Nas localidades que contam com as UPAS, 97% dos casos são solucionados na própria unidade. Quando o paciente chega às unidades, os médicos prestam socorro, controlam o problema e detalham o diagnóstico. Eles analisam se é necessário encaminhar o paciente a um hospital ou mantê-lo em observação por 24h (Brasil, 2017).