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A UFRJ e os projetos de memória

No documento Universidade e lugares de memória (páginas 186-197)

Acervo do AMORJ FUNDOS

COLEÇÕES DE PESQUISAS ACADÊMICAS • No Calor do Fogo

B) O acervo virtual

3. A UFRJ e os projetos de memória

A oportunidade de realização do Seminário Memória, Docu- mentação e Pesquisa, promovidas em 2008, pelo Sistema de Biblio- tecas e Informação - SiBI, permitiu a exposição de várias experi- ências realizadas em diferentes unidades da UFRJ. A diversidade temática observada, rica expressão dos ramos do conhecimento científico e os objetivos institucionais específicos, não escondem, entretanto, a proximidade entre as trajetórias dos vários arquivos, museus, bibliotecas, programas, núcleos e centros de documenta- ção, que resultam do empenho acadêmico, do compromisso social e da vontade política de professores, pesquisadores e técnicos des- ta universidade.

O patrimônio cultural reunido na Universidade Federal do Rio de Janeiro é inestimável. Ele preserva e conta a história da ciência, da sociedade civil, das instituições e do Estado. Registra e divulga o conhecimento, a vida em sociedade, as realizações, conflitos, proje- tos e utopias dos homens e mulheres que fizeram e fazem a história de nosso país.

Espera-se que o Seminário - e o relato das experiências re- gistradas neste livro - venham a cumprir o papel esperado de dar maior visibilidade a todas essas iniciativas, propiciar o intercâmbio e a colaboração entre elas e, principalmente, estimular o contínuo apoio da Universidade a esse trabalho.

Referências

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Maria da Luz Barbosa Gomes Sandra Cristina Demetrio de Moraes O modelo de enfermagem anglo americano implantado na capital do Brasil, no início da década de 20, ocorreu em uma con- juntura de forte influência americana nos domínios da economia e da tecnologia.

Assim, uma Missão de Enfermeiras americanas, patrocinada pela Fundação Rockfeller e chefiada por Ethel Parsons, foi trazida para o Brasil com o objetivo de promover as inovações requeridas pelo Departamento Nacional de Saúde Pública - DNSP, conside- radas necessárias à efetivação da Reforma Carlos Chagas e aqui permaneceu por uma década (1921-1931).

Ethel Parsons Chefe da Missão de enfermeiras americanas

(acerco CDOC/EEAN)

Em 1922 foi criada a Escola de En- fermeiras do Departamento Nacional de Saúde Pública, hoje Escola de Enferma- gem Anna Nery, sendo transplantado para o Brasil um modelo de enfermagem que agregava às características do tradi- cional modelo Nightingale, e outras, de- senvolvidas com o intuito de adaptar-se aos padrões da sociedade americana.

As primeiras diretoras da EEAN foram as norte - americanas: Clara Louise Kieninger (1923-1925); Lorai- ne Geneviéve Denhardt (1925-1928) e Bertha Lucille Pullen (1928-1931 / 1934-1938).

Durante este período ocorre a institucionalização do ensino de enfermagem de alto padrão e a organização do Hospital Geral da Assistência, hoje Hospital Escola São Francisco de Assis que funcio- nou e até hoje funciona como campo de estágio para a EEAN. Diretoras norte-americanas. Da esquerda para direita: Clara Louise KIENINGER (1923-1925), Loraine Geneviéve DENHARDT (1295-1928) e Berthe L. PULLEN (1928-1931/1934-1938).

Hospital Escola São Francisco de Assis - 1926

Em 1926, Carlos Chagas obteve junto ao Ministro da Justiça, Afonso Pena Junior, a cessão do prédio do ex-hotel Sete de Setem- bro, pertencente ao governo, para instalação da Residência das Alu- nas (internato). Ao mesmo tempo a Fundação Rockfeller celebrou

acordo com o governo brasileiro, através do qual se comprometia a fazer adaptações necessárias e mobiliar as dependências do pré- dio.

Ex-Hotel Sete de Setembro – Internato (1926)

Devido à distância entre a residência e o Hospital onde as alu- nas estagiavam, a Fundação Rockfeller providenciou também a compra de um ônibus e a construção de um pavilhão de aulas.

O plano para a enfermagem brasileira, elaborado por Ethel Par- sons, foi executado de maneira exemplar e de modo a assegurar a autonomia do ensino, a qualificação profissional e a inserção da Enfermeira no mercado de trabalho, em bases seguras.

A trajetória da Escola de Enfermagem Anna Nery como insti- tuição dedicada à formação de enfermeiras(os) ao longo de mais de oitenta anos, encontra-se registrada em um rico patrimônio do- cumental sob a custódia do Centro de Documentação da Escola de Enfermagem Anna Nery, localizado no prédio do Pavilhão de Aulas da Escola, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artísti- co Nacional (IPHAN), situado na Rua Afonso Cavalcante, 275 - Cida- de Nova - Centro-Rio de Janeiro.

Ao final da década de 1980 houve o reconhecimento da impor- tância desse amplo e valioso acervo e a constituição de uma linha de pesquisa em História da Enfermagem Brasileira. A construção desta linha de pesquisa ocorreu em estreita ligação com o curso de doutorado, o Centro de Documentação e o Núcleo de Pesquisa de História da Enfermagem Brasileira (Nuphebras), que serviram como alavanca para que a EEAN / UFRJ tomasse, no início da década de 1990 algumas iniciativas voltadas para a preservação de documen-

tos textuais, iconográficos e orais. Reunidos e organizados, esses documentos são fontes primárias, imprescindíveis para pesquisa- dores das áreas de história da enfermagem e da saúde, bem como outras áreas de formação profissional.

Vale ressaltar que a criação do curso de Doutorado em Enfer- magem (1989), a inauguração do Centro de Documentação (1993) e a implantação do Núcleo de Pesquisa de História da Enfermagem (1993) ensejaram o incremento da produção dos enfermeiros sobre história da enfermagem. Tanto os docentes de enfermagem como os técnicos de enfermagem dos serviços de saúde têm buscado esclarecer suas perplexidades através dos estudos históricos. A pro- dução vem adensando e no momento contabilizamos cerca de uma centena de trabalhos publicados, entre livros e artigos. Além disso, essa produção vem se diversificando tanto no que se refere à natu- reza de seus objetos no tempo e no espaço, quanto à abordagem teórico-metodológica e às fontes utilizadas. Essas pesquisas são desenvolvidas mediante consulta ao acervo documental (textual, iconográfico e oral) ao mesmo tempo em que os nutrem, com docu- mentos resgatados ou produzidos pela atividade de investigação.

Destacamos ainda a participação de pesquisadores de outras áreas desenvolvendo pesquisas em história da enfermagem, no Rio de Janeiro e em São Paulo, subvencionados por agências de fo- mento. Assim, a discussão sobre a mesma é pertinente e consente a reconstrução da história da enfermagem brasileira cuja continuida- de depende da existência das fontes documentais.

Constituição e identificação do acervo

O acervo do Centro de Documentação da Escola de Enferma- gem Anna Nery deve-se ao empenho de algumas professoras, entre elas, Anna Jaguaribe Nava e Madalena Werneck, que nas décadas de 1940 e 1950 organizaram o arquivo iconográfico. Posteriormen- te, as professoras Cecília Pecego Coelho e Vilma de Carvalho deram início à organização do arquivo dos documentos textuais.

É importante destacar que a inauguração do CDOC, em 1993, foi precedida da organização do acervo que esteve a cargo da Profª Drª Vilma de Carvalho e Profª Drª Jussara Sauthier.

Os documentos Textuais foram organizados em Séries Aber-

tas:

-A MISSÃO (1922-1931) - documentos escritos pelas enfermeiras estrangeiras que implantaram a Enfermagem Moderna no Brasil;

-AS PIONEIRAS (1932-1950) - período que abrange as gestões

das Diretoras Rachel H. Lobo, Berta Pullen e Lais Netto dos Reis; -CURSO DE GRADUAÇÃO (1923-1990) - composto de dossiê das alunas que concluíram o curso de enfermagem a partir da pri- meira turma que colou grau em 1925;

- SOCORRISTAS VOLUNTÁRIAS DE GUERRA (1942-1945) - reúne documentos que demonstram a participação da EEAN no preparo de moças brasileiras, motivadas a inscreverem-se como voluntárias na II Guerra Mundial;

- ASSOCIAÇÃO DE VOLUNTÁRIAS DE ANNA NERY (AVAN) - resul-

tado de um movimento feminino em prol do bem estar dos clientes dos hospitais públicos ou filantrópicos do Rio de Janeiro;

- OS EXCLUÍDOS (1923-1970) - dossiê das alunas que foram

reprovadas ou convidadas a deixar o curso de Graduação da EEAN;

- SÉRIE PÓS-GRADUAÇÃO - documentos produzidos desde a

criação do curso de Mestrado, em 1972 (falta ser organizado); - DIRETORAS E OUTRAS PERSONALIDADES - documentos per- tencentes ao arquivo privado;

- OBRAS RARAS - reúne exemplares que datam do período inicial da ascensão da enfermagem no Brasil, cadernos ou textos manuscritos, livros que indicam a adoção de novas abordagens na enfermagem, com anotações manuscritas ou com autógrafos de enfermeiras que se projetaram num dado campo profissional, primeiros periódicos brasileiros e a coleção especial de Teses e Dis- sertações defendidas na EEAN.

O projeto “Quadro Documental da Escola de Enfermagem Anna Nery - 70 anos de evolução histórica (1922-1992)” coordenado pela

Profª Vilma de Carvalho teve como um dos produtos o CATÁLOGO ANALÍTICO DA EEAN (1922-1972) sob a responsabilidade da Profª Jussara Sauthier que foi o alicerce para a organização do acervo.

Dando continuidade ao trabalho de organização do acervo as professoras produziram ainda os seguintes catálogos:

A MISSÃO PARSONS – os documentos históricos da EEAN (1922-1931);

AS PIONEIRAS E A CONSOLIDAÇÃO DA ENFERMAGEM NO BRA- SIL - documentos históricos da EEAN/UFRJ (1932-1950);

ANAES DE ENFERMGEM INFORMATIZAÇÃO DAS PUBLICAÇÕES

No documento Universidade e lugares de memória (páginas 186-197)