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2. Problema, questões de investigação e objetivos

2.5. O campo empírico eleito para a investigação

2.5.1. A unidade de elearning da Universidade de Lisboa

Sendo o ElearningLab a unidade responsável pela implementação do Programa elearning na Universidade de Lisboa e pela promoção da integração das tecnologias e meios

interativos de informação e comunicação nas práticas de ensino da instituição, interessa-nos conhecer as atividades que desenvolvem e os programas institucionais voltados para a utilização das plataformas LMS.

Esta unidade surgiu em julho de 2010 como uma equipa central de apoio a todas as escolas da Universidade, agregada ao Instituto de Educação pela afiliação dos seus

coordenadores executivos a esta Unidade Orgânica. Em agosto de 2013, o ElearningLab foi integrado enquanto projeto da Reitoria da Universidade de Lisboa, ficando, então, sob tutela direta da equipa reitoral.

A atuação desta unidade baseia-se num modelo pedagógico que enfatiza o

desenvolvimento da autonomia do estudante no seu processo de aprendizagem, assinalando igualmente como determinante, o estabelecimento de mecanismos de suporte e incremento à comunicação e interação com recursos online, com os seus pares e docentes.

O ElearningLab gere a plataforma Moodle da Universidade de Lisboa, que se encontra acessível a todos os seus utilizadores através de um endereço único:

http://elearning.ulisboa.pt/. A partir deste endereço é possível ter acesso ao espaço online de uma das 18 escolas que atualmente compõem a ULisboa. A Figura 1 apresenta a tela inicial de acesso à plataforma.

Os objetivos propostos pelo ElearningLab são:

 Promover a inclusão digital e o acesso ao conhecimento, através de mecanismos tecnológicos adaptados às diferentes necessidades dos estudantes;

 Promover o desenvolvimento de competências digitais e o recurso às tecnologias de vanguarda no suporte ao ensino, através da formação dirigida aos docentes;

 Apoiar o desenvolvimento de conteúdos multimédia que permitam uma aprendizagem mais eficaz por parte dos estudantes;

 Desenvolver iniciativas que projetem a ULisboa internacionalmente;  Criar meios de divulgação da oferta formativa e de outros projetos

formativos/científicos, através dos ambientes web, que deem visibilidade à ULisboa;  Apoiar o desenvolvimento de soluções educativas e formativas pós-graduada e contínua, através de iniciativas em blended-learning e totalmente online, que permitam a captação de novos públicos;

 Apoiar a atualização tecnológica das práticas de ensino e o contínuo

desenvolvimento de competências pedagógicas dos docentes da ULisboa para a utilização das tecnologias e para a valorização da relação pedagógica entre docentes e estudantes (ElearningLab, 2014).

No ano letivo 2012/2013, o ElearningLab disponibilizava aos estudantes e professores três plataformas distintas: uma dirigida, especificamente, à Faculdade de Ciências

(http://moodle.fc.ul.pt ), outra dirigida à Faculdade de Farmácia (http://elearning.ff.ul.pt ) e, uma mais ampla, dirigida às demais Faculdades e Institutos da Universidade de Lisboa

estudante poderia ter acesso à sua respetiva plataforma. A Figura 2 apresenta a tela inicial de acesso à plataforma no ano letivo 2012/2013.

Figura 2: Tela inicial para acesso à plataforma elearning no ano letivo 2012/2013.

O Moodle, plataforma de gestão da aprendizagem usada pela Universidade de Lisboa, foi criado a partir da colaboração de diversos programadores e educadores e é amplamente utilizada no mundo. Os dados atuais registam 67.941 plataformas nos 223 países que utilizam o LMS, tendo 9.404.829 cursos e 83.613.360 usuários inscritos. Em Portugal, atualmente, estão registados 1160 Moodles ativos de acordo com as estatísticas oficiais disponibilizadas

em http://moodle.org (Moodle, 2016).

Na Tabela 2, estão descritos os dados estatísticos da plataforma, apresentando o total de registos de utilização no mundo. Deu-se especial destaque para o grande número de acessos nos fóruns de discussão, o que se explica por terem seus idealizadores como filosofia educacional o construcionismo, pautado não na transmissão do conhecimento mas centrado no estudante, no desenvolvimento de suas habilidades e na forte interação entre todos os envolvidos no processo de aprendizagem.

Tabela 1: Dados estatísticos do moodle.org (Retirado em 15.03.2016). Registos Total Sites registados 67,941 Países 223 Cursos 9,404,829 Usuários 83,613,360 Postagens no fórum 167,087,692 Recursos 86,075,050

As abordagens pedagógicas pautadas na colaboração são favorecidas pelas ferramentas que a plataforma disponibiliza, pois propiciam uma maior interação,

nomeadamente nos fóruns de discussão, wikis, glossário e base de dados, no sentido em que favorecem a construção conjunta do conhecimento e, também, nas ferramentas de

comunicação como os fórum, chats e mensagens que permitem as trocas comunicacionais entre os participantes, promovendo a interação e os trabalhos em grupo, para a construção colaborativa da aprendizagem.

O ElearningLab, dentro dos seus eixos de atuação que compreende ações de divulgação, iniciativas de formação, sistemas de recursos de apoio e monitorização e

avaliação, desenvolve, ainda, estratégias para a adesão dos professores ao uso da plataforma. O gráfico da Figura 3, disponível nos relatórios do ElearningLab, demonstra o

crescimento não só na utilização da plataforma no decorrer dos anos, mas também da intensidade de uso, registado como as seguintes categorias: “sem utilização evidente”, ou seja, disciplinas vazias; com “utilização moderada” constituída por disciplinas onde estão disponibilizados aos estudantes apenas “recursos” e com “utilização considerável” as

disciplinas onde estão disponibilizados “recursos” e “atividades”. De acordo com estes critérios, são considerados “recursos” os materiais de estudo estáticos ou com grau reduzido de interatividade disponibilizado aos estudantes, tais como: textos, imagens, vídeos,

animações, páginas web, documentos organizadores da disciplina e livros. São classificadas como “atividades”: as submissões de trabalho, chat, wiki, glossário, referendo, base de dados, inquéritos, questionários, testes e fóruns.

Figura 3: Intensidade de utilização das disciplinas nas plataformas LMS. (Retirado de ElearningLab, 2012).

No ano letivo 2012/2013, as conclusões do relatório do ElearningLab apontam:

 Crescimento marcado no número de disciplinas em todos os anos letivos (ver Figura 4);

 Progressão da utilização das disciplinas na generalidade das unidades orgânicas;

 Aumento do número de disciplinas com um grau de utilização moderado e considerável (Figura 3);

 Aumento na utilização das ferramentas de comunicação e sistemas de avaliação (Figura 5);

 Existência de funcionalidades que permanecem a evidenciar reduzidas taxas de utilização, as quais se defendem como tendo grande vantagem em ser mais exploradas, muito em particular mobilização/disponibilização de recursos interativos e de ferramentas de colaboração (ElearningLab, 2014).

Figura 4: Crescimento do uso das plataformas LMS até o ano 2012/2013 (Retirado de ElearningLab 2012).

Ao analisar as disciplinas e os dados nos relatórios dos últimos anos, é possível constatar um crescimento significativo na utilização da plataforma pelos professores e estudantes, apresentando um uso expressivo de recursos estáticos e um crescimento na utilização das ferramentas de comunicação. Também é possível observar uma utilização inicial dos sistemas de avaliação e recursos interativos.

Como afirma Pedro e Gonçalves (2012) este padrão de uso é convergente com o desenvolvimento de estudos anteriores na área da integração das TIC em contexto educativo, onde se evidenciou que as mesmas tendem a ser adaptadas às práticas tradicionais de ensino

dos professores. No entanto, a tecnologia em geral pode funcionar como um catalisador para combater a inflexibilidade dessas estruturas organizacionais. A integração das novas

tecnologias nas instituições de Ensino Superior não é processo progressivo nem linear de sucesso; requer tempo para ganhar estabilidade e ser difundido na organização.

Figura 5: Utilização das ferramentas disponíveis nas plataformas LMS (Retirado de ElearningLab, 2012).

2.5.2. As políticas de formação continuada para os professores na Universidade de