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4.1 ANÁLISE BIBLIOMÉTRICA E ANÁLISE SISTÊMICA DA LITERATURA

4.1.2 ANÁLISE SISTÊMICA DA LITERATURA

4.1.2.1 Abordagem

A primeira lente da análise sistêmica busca responder à seguinte questão: a abordagem utilizada no artigo harmoniza o modelo construído (abordagem e dados) com sua aplicação? Assim, para a análise e classificação dos artigos de acordo com as premissas utilizados pelos autores utilizou-se quatro abordagens, que são as classificações das abordagens observadas por Roy (1993) para a análise de problemas organizacionais quais sejam:

development. Management Learning, v. 35, n. 2, p. 205-223, 2004.

KAVANAGH, Peter; BENSON, John; BROWN, Michelle. Understanding performance appraisal fairness. Asia Pacific Journal of Human Resources, v. 45, n. 2, p. 132-150, 2007.

47 citações

BOL, Jasmijn C. The determinants and performance effects of managers' performance evaluation biases. The Accounting Review, v. 86, n. 5, p. 1549-1575, 2011.

72 citações

VAN DER HEIJDEN, Beatrice IJM; NIJHOF, Andre HJ. The value of subjectivity: problems and prospects for 360-degree appraisal systems. The International Journal of Human Resource Management, v. 15, n. 3, p. 493-511, 2004.

79 citações

BROWN, Michelle; HEYWOOD, John S. Performance appraisal systems: determinants and change. British Journal of Industrial Relations, v. 43, n. 4, p. 659-679, 2005.

a) Normativista: entende o contexto organizacional a partir de regras gerais empiricamente verificáveis (as pesquisas de cunho normativista buscam reduzir os fenômenos das dimensões observáveis e quantificáveis).

b) Descritivista: preocupa-se com a observação empírica da realidade, assumindo a existência de uma linearidade entre o futuro e o passado (tem maior valor para entender atuações em momentos dados, mas perde seu valor em função do tempo que permite interferência de novas variáveis transformando os objetos).

c) Prescritivista: aceita que a percepção do decisor sobre o contexto físico seja o elemento fundamental a ser considerado para a avaliação do problema (a partir do discurso, identifica-se os valores e preferências do decisor, possibilitando a construção de um modelo de apoio à decisão e a prescrição de soluções para o problema).

d) Construtivista: aceita que o contexto organizacional seja socialmente construído e mutuamente debatido. Os fenômenos não representam verdades empíricas absolutas, mas percepções do observador sobre a realidade. As pesquisas que se valem por essa abordagem pautam sua atuação na construção de conhecimento do gestor a respeito de seu contexto.

No artigo produzido por Wu, Y. J., & Hou, J. L. (2010) foi proposto um modelo que visa determinar o desempenho de diferentes tipos de funcionários, utilizando os dados do chão de fábrica de atividades logísticas. No que diz respeito aos cálculos de desempenho do empregado, a pesquisa utilizou fatores quantitativos para estimar o desempenho operacional dos trabalhadores diretos e gerentes indiretos. Para esse fim, foi empregada a abordagem normativista, mais especificamente. A fim de auxiliar os gestores na estimativa de desempenho do empregado, a pesquisa desenvolve um modelo de estimativa de desempenho do empregado para determinar o desempenho dos trabalhadores diretos e gerentes indiretos. Para habilitar uma determinação do desempenho pessoal para cada funcionário, níveis de pessoal e unidades organizacionais devem ser definidos para servir como entrada. Depois de definir a organização, o artigo utilizou os dados da operação de atividades de logística, os registros de relatórios de exceção, horários de trabalho e orçamento para determinar o desempenho de cada funcionário (incluindo trabalhadores diretos e gerentes indiretos). O modelo proposto EPE podem ser categorizados em três módulos.

Camilleri e Van Der Heijden (2007) desenvolveram um modelo de gestão de desempenho, examinando as relações entre os vários atributos que são assumidos

para melhorar o comprometimento organizacional e a motivação de serviço público. Ainda, investigam o impacto desses e de outros fatores no desempenho do empregado e também utilizaram a abordagem normativista.

Na pesquisa desenvolvida por Tyson e Ward (2004), é apresentada uma avaliação de 360 graus, tanto como uma intervenção como uma técnica de avaliação para avaliar o aprendizado de gestão. Para o alcance desse objetivo, os autores valeram-se da abordagem normativista, conforme se verifica no artigo que destacou a solicitação de uma avaliação independente dos programas de impacto, que a organização solicitou. Essa foi a base para a pesquisa. Os princípios de avaliação que foram adotados foram baseados em Hesseling (1966) e em conceitos e sistema de avaliação de Kirkpatrick (1994).

Já Bol (2011) buscou avaliar o plano de incentivo de um prestador de serviços financeiro, usando para tanto, a abordagem descritivista, concentrado em duas importantes formas de viés de avaliação de desempenho: viés de centralidade e polarização clemência.

O trabalho de Kavanagh, Benson e Brown (2007) teve por objetivo analisar funcionários australianos do setor público, investigar o papel da participação dos trabalhadores na avaliação de desempenho, atitudes em relação ao supervisor e conhecimento do sistema de mensuração na promoção e percepções da avaliação de desempenho pelos empregados, evidenciando-se a sua opção pela abordagem descritivista.

Van der Heijden e Nijhof (2004) realizaram uma pesquisa empírica entre oito grandes organizações e 95 pequenas e médias empresas com a finalidade de recolher classificações combinadas de ambos os empregados e seus supervisores, na avaliação de desempenho de 360 graus, com caraterísticas de uma pesquisa descritivista.

Brown e Heywood (2005) usaram os dados do Australian Workplace Industrial

Relations Survey (AWIRS) para estimar os determinantes dos sistemas de avaliação

de desempenho, aponta a utilização de lógica descritivista.

Moers (2005) examina sob a lógica descritivista o impacto da diversidade de medidas de desempenho e o uso de medidas subjetivas de desempenho, em viés de avaliação de desempenho e seu reflexo na performance final real.

Em face dessa análise, o gráfico abaixo sintetiza a opção dos pesquisadores dos artigos constantes do portfólio bibliográfico, no que diz respeito à abordagem escolhida, expressando a origem do modelo que o artigo desenvolve.

Figura 12 - Origem do modelo que o artigo desenvolve

Fonte: Elaborada pelo autor.