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Abordagem para a Transformação Automática do Modelo de Negócio em

No documento Elaine Alves de Carvalho (páginas 134-137)

Capítulo 5 – Apresentação de Algumas Abordagens de Identificação dos Requisitos de

5.10. Abordagem para a Transformação Automática do Modelo de Negócio em

Esse é um artigo apresentado em 2006 no IX Workshop em Engenharia de Requisitos no Rio de Janeiro. Seus autores são Felipe Dias, Gisele Morgado, Pedro Oscar, Denis Silveira, Antonio Juarez Alencar, Priscila Lima e Eber Schmitz, que à época pertenciam ao Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Cabe ressaltar que a proposta apresentada nesse trabalho está diretamente relacionada àquela feita por Cruz (2004) dois anos antes e apresentada à comunidade científica em alguns artigos46.

O trabalho tem como problema de pesquisa a dificuldade e o insucesso da atividade de modelagem e implementação de sistemas de informação. Esse insucesso é demonstrado pela freqüência com que as organizações se mostram insatisfeitas com a qualidade dos seus sistemas. Os autores também destacam outros problemas que contribuem para esse insucesso como: incapacidade dos sistemas de informação de oferecerem suporte eficiente e efetivo às operações do negócio; dificuldade de manutenção dos aplicativos; deficiência na integração entre as áreas organizacionais; falta de confiabilidade dos usuários nas informações dos sistemas.

Na tentativa de minimizar o problema identificado, os autores apresentam em seu artigo uma abordagem composta de técnica e ferramenta apropriadas para tornar mais confiável e natural a transformação do entendimento do negócio, através de suas

46CRUZ, P. O. S., SILVEIRA, D., SCHMITZ, E. A. “Heurísticas para Extração dos Casos de Uso

de Negócio a Partir da Modelagem de Processos”. In: III Conferência da Associação Portuguesa de Sistemas de Informação (CAPSI 2002). Anais... Coimbra (Portugal): APSI, 20 02.

______. “Descrevendo os Elementos do Modelo de Processos de Negócio”. In: XXXVII Congresso Latino-Americano de Escolas de Administração (CLADEA 2002). Anais... Porto Alegre, 2002.

______. “Heurísticas para Extração dos Casos de Uso de Negócio a Partir da Modelagem de Processos”. In: XI Congreso Latino Ibero-americano de Investigación de Operaciones (CLAIO 2002).

Anais... Concepción (Chile), 2002.

______. “Uma Abordagem para Especialização de Requisitos em Sistemas de Informação Focada em Modelagem de Processos”. In: XXVI Encontro Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Administração (ENANPAD 2002). Anais... Salvador: ANPAD, 2002.

atividades, em requisitos de sistema nos projetos de desenvolvimento de sistemas de informação. Assim, a abordagem da solução aplica o conceito de processos de negócio definido como um conjunto de atividades estruturadas para geração de um produto que pode ser um bem ou um serviço. Juntamente com os processos são agregados ao modelo de negócio elementos como regras de negócio, objetivos e recursos. Na proposta dos autores são usados os diagramas de atividades da UML para representar os processos e o Português Estruturado47 para representar as regras de negócio. Segundo os autores, esses dois objetos são considerados essenciais para a definição de requisitos no processo de desenvolvimento de sistemas.

Já para definir o modelo de requisitos, Dias et al. (2006) definem o domínio do problema e as funcionalidades que se espera do sistema. Esse modelo de requisitos é representado através do diagrama de classes48, que descreve as classes que formam a estrutura do sistema e as suas relações. E através do diagrama de casos de uso da UML é representado o conjunto de funções executadas pelo sistema ao interagir com os atores.

A transformação do modelo de negócio em modelo de requisitos proposta no artigo ocorre em duas etapas. A primeira é a transformação da definição dos termos em classes e a segunda é a transformação dos processos em casos de uso. Na primeira etapa, após a definição dos termos do negócio, faz-se o mapeamento de alguns destes termos em classes49 de domínio que compõem o diagrama de classes. O critério aplicado para selecionar os termos das classes é o relacionamento dos atributos. Já na segunda etapa, na qual os processos são transformados em casos de uso, aplicam-se quatro conjuntos de heurísticas ao modelo de processo. Esse modelo é representado em diagrama de atividades da UML, sendo responsável pela obtenção do respectivo modelo

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É um subconjunto da língua portuguesa que tem, por um lado, a aparência da linguagem natural e, por outro lado, corresponde a uma representação consistente e não ambígua do conhecimento.

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Os diagramas de classes descrevem os tipos de objetos existentes num sistema, assim como seus atributos, operações, regras e os vários tipos de relacionamentos estáticos também existentes entre esses objetos.

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Uma classe é definida por atributos e operações de um conjunto de objetos. Todos os objetos da mesma classe (as instâncias da classe) têm o mesmo comportamento e os mesmos atributos. As relações entre as classes são representadas por associações, composições ou heranças.

de requisitos funcionais (representado em diagrama de casos de uso). As heurísticas e as regras para mapeamento dos termos em classes do domínio estão detalhadas no Anexo 5.

Por fim, é apresentada no artigo uma ferramenta desenvolvida com objetivo de automatizar as transformações supracitadas. A Figura 33 mostra a tela inicial desse ambiente computacional.

Figura 33 – Tela principal do ambiente RAPDIS

Fonte: Dias et al. (2006)

Esse software chama-se RAPDIS50. Segundo os autores, é através deste ambiente que se torna possível a construção de modelos em alto nível de abstração. E torna-se possível também com essa ferramenta a transformação automática desses modelos em outros situados em níveis de abstração mais baixos.

50

A ferramenta RAPDIS é um software gratuito que pode ser obtido no endereço eletrônico: www.geti.dcc.ufrj.br/projetos.php.

5.11. Definição de Requisitos de Software Baseada numa Arquitetura

No documento Elaine Alves de Carvalho (páginas 134-137)