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Heurísticas para Identificação de Requisitos de Sistemas de Informações a

No documento Elaine Alves de Carvalho (páginas 116-119)

Capítulo 5 – Apresentação de Algumas Abordagens de Identificação dos Requisitos de

5.6. Heurísticas para Identificação de Requisitos de Sistemas de Informações a

Essa proposta é proveniente de uma dissertação de mestrado em informática, do autor Pedro Oscar de Souza Cruz, defendida em 2004 no Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O autor se propõe a resolver algumas questões que o motivaram a desenvolver um método de identificação de requisitos de sistemas a partir dos processos de negócio. A questão central do trabalho é a fragilidade aos sistemas de informação, que muitas vezes se mostram incompletos devido à ausência de funcionalidades fundamentais ao processo de negócio e/ou existência de outras funcionalidades muitas vezes consideradas desnecessárias. Outra questão também tratada no trabalho é a necessidade da ampliação dos mecanismos para garantir a rastreabilidade dos requisitos funcionais em suas relações com os elementos dos processos de negócio.

Para resolver as questões acima, Cruz (2004) propôs um método baseado em heurísticas e uma ferramenta para operacionalizar a identificação de requisitos funcionais de sistemas de informação a partir do entendimento dos processos de negócio. Esses processos são considerados pelo autor como a essência funcional do negócio (caracterizada pelas atividades realizadas, conjunto de eventos envolvidos, cronologia, concorrência, insumos utilizados, produtos gerados, responsabilidades etc.). Assim, a abordagem da solução proposta pelo autor usa como base o entendimento das atividades do negócio seqüenciadas lógico e temporalmente, bem como as relações dessas atividades com os sistemas de informação. A abordagem prevê o uso de modelos de requisitos funcionais para reapresentar as funcionalidades dos sistemas de informação. A partir da compreensão do negócio, a abordagem prevê, então, a correlação entre os elementos dos processos e os elementos dos modelos de requisitos funcionais. Assim, a solução proposta por Cruz (2004) prescreve a aplicação de cinco

conjuntos de heurísticas nos modelos que representam os processos de negócio para a obtenção dos respectivos modelos de requisitos funcionais.

O método pressupõe a utilização de diagramas da UML escolhidos, entre outros fatores, em função da adoção cada vez mais freqüente pelo mercado e pelo meio acadêmico dessa notação como um padrão de linguagem de modelagem para o desenvolvimento de sistemas de informação. Outro fator que motivou a adoção de tais diagramas é a conformidade desses, segundo o autor, com as necessidades teóricas de construção tanto dos modelos de processos quanto de requisitos. Os dois diagramas empregados pelo método para representar esses modelos são: diagrama de atividades e de casos de uso da UML, respectivamente. Esses diagramas fornecem representação gráfica, facilitando a comunicação, mas não possuem rigor matemático. O autor ressalta ainda que para a correta construção dos diagramas de atividades da UML, que representam os processos de negócio, é preciso seguir um conjunto de regras de diagramação exposto em detalhes no Anexo 6.

Para construir as heurísticas, Cruz (2004) optou pela realização de experimentos e identificação de regras em consonância com a literatura afeta à modelagem de processos e de requisitos. Com a identificação de padrões constatados em algumas situações foi possível gerar uma análise e desses padrões extrair a sua essência na forma de heurísticas. As heurísticas criadas são agrupadas em cinco tipos e norteiam a identificação dos requisitos funcionais a partir dos diagramas de atividades, a saber:

 HAG (Heurísticas para Ajuste Geral): direciona a aplicação das demais heurísticas, expressando ordenamento e limitações;

 HIA (Heurísticas para Identificação de Atores): sua finalidade é identificar atores a serem representados no diagrama de casos de uso a partir dos elementos existentes no diagrama de atividades;

 HIC (Heurísticas para Identificação de Casos de Uso): têm por finalidade identificar as funcionalidades a serem representadas no diagrama de casos de uso a partir dos elementos existentes no diagrama de atividades;

 HIR (Heurísticas para Identificação de Relações): têm por objetivo identificar as relações a serem representadas no diagrama de casos de uso a partir dos elementos existentes no diagrama de atividades;

 HDR (Heurísticas para Diagramação de Requisitos): o objetivo dessas heurísticas é organizar a topologia do diagrama de casos de uso gerado, permitindo a visualização dos elementos em sua primeira importação para a ferramenta CASE (Computer-Aided Software Engineering), denominada HPReq (Heurísticas para transformação Processo – Requisitos). Essa ferramenta operacionaliza o método proposto, utilizando os elementos e artefatos definidos na UML.

Assim, cada grupo de heurísticas tem uma finalidade específica e essa seqüência de aplicação, segundo o autor, deve ser obedecida para a correta obtenção dos resultados. As heurísticas estão detalhadas no Anexo 4, seguindo a ordenação dos agrupamentos apresentados acima. Além das heurísticas e das regras de diagramação, o trabalho de Cruz (2004) também apresenta uma ferramenta computacional responsável pela operacionalização do método.

A ferramenta HPReq foi desenvolvida com o intuito de tornar mais rápida a obtenção dos modelos de requisitos funcionais, bem como padronizar a apresentação dos resultados. Essa ferramenta foi projetada para ambientes de diagramação que usam o sistema operacional Microsoft Windows em suas diversas versões. A linguagem de programação para o desenvolvimento da ferramenta HPReq foi o C#, no ambiente de desenvolvimento Dot Net. O autor recomenda que a ferramenta seja instalada juntamente com o “pack” relativo ao “Microsoft .NET Framework”, na versão 1.1 ou superior.

Por fim, o autor inclui em seu trabalho a descrição de quatro casos experimentais de aplicação do método conduzidos por grupos de alunos de graduação: “Clínica Dentária”, “Empresa de Entrega Rápida”, “Imobiliária” e “Corretagem de Seguro Automóvel”. Como resultado da aplicação desse método, o autor relata sua percepção satisfatória por ter percebido nesses casos um comportamento uniforme nos modelos de requisitos funcionais gerados. Além disso, outros resultados considerados igualmente satisfatórios no que tange à qualidade, completude, nível de detalhamento e padronização dos requisitos funcionais foram constatados pelo autor.

5.7. Elicitação de Requisitos de Software a Partir do Modelo de Negócio

No documento Elaine Alves de Carvalho (páginas 116-119)