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Quanto à Sistematização da Modelagem dos Processos Através de

No documento Elaine Alves de Carvalho (páginas 150-154)

Capítulo 6 – Análise Crítica das Abordagens e Métodos de Elicitação de Requisitos a

6.3. Quanto à Sistematização da Modelagem dos Processos Através de

A modelagem de processos pode ser sistematizada por arquiteturas e metodologias que visam garantir a existência de uma linguagem comum e estruturada. Dentre as inúmeras existentes, que suportam ações de modelagem de processos, pode-se

citar: ARIS, CIMOSA, IDEF, Rede de Petri e BPMN, todas elas abordadas com mais detalhes no Capítulo 3.

A proposta de Vicente (2004) é a única que explicitamente emprega uma metodologia de modelagem de processos preparada para tal – a metodologia ARIS. Já a abordagem de Azevedo Junior e Campos (2008) emprega os chamados diagramas de processos de negócio (diagramas da UML estendidos) para modelagem de processos. As extensões (alterações e inclusões na notação original) criam adaptações nos diagramas da UML, linguagem de modelagem originalmente criada para modelar sistemas, podendo, assim, se mostrar insuficientes na realização de análises mais específicas sob o ponto de vista da EPN (reengenharia, indicadores de desempenho etc.). Isso ocorre porque a UML não foi originalmente concebida para representar aspectos do negócio e sim para modelar os sistemas de informação.

Knight (2004) em seu método não adota explicitamente nenhuma metodologia específica para a modelagem de processos. Essa constatação pôde ser obtida a partir do seguinte trecho retirado da proposta da autora: “...é esperado que o método seja capaz de considerar o modelo de negócio de uma organização, descrito em qualquer notação [grifo próprio]. Para isso, é preciso que se identifiquem, no modelo de negócio em questão, os conceitos sobre a estrutura organizacional, processos de negócio, atividades, objetivos de negócio, objetos de negócio, eventos e localizações geográficas” (ibid., p.63). As demais abordagens apresentadas usam o diagrama de atividades da UML, com a aplicação das devidas adaptações, ou seja, extensões para representação dos processos de negócio. Assim, a UML estendida, por não ter sido originalmente concebida para realizar a modelagem de processos de negócio e suportar as diferentes aplicações da EPN, acaba apresentando limitações de representação e análise dos processos e de seus elementos. A Tabela 7 resume a análise quanto ao critério em questão.

Tabela 7 – Resumo da análise das abordagens quanto sistematização da modelagem dos processos através de metodologias calcadas no arcabouço conceitual da EPN

# Título Autor (es) Ano Atendimento

ao critério Análise resumida do critério

1 Integrating Business Processes, Workflows and Object Models via Use Cases

Empresa Proforma 1998 Não atende Emprega diagramas de atividades da UML para representar os processos de negócio, limitando a representação completa de aspectos dos processos que viabilizariam outras análises e aplicações da EPN (análises organizacionais, indicadores de desempenho etc.).

2 Business Modeling with the UML and Rational Suite Analyst Studio

Empresa Rational 2000 Não atende Emprega diagramas de atividades da UML para representar o detalhamento dos processos de negócio, limitando a representação completa de aspectos dos processos que viabilizariam outras análises e aplicações da EPN (análises organizacionais, indicadores de desempenho etc.). Num nível mais agregado, os processos são representados em diagramas de casos de uso estendidos da UML. 3 Business Modeling with UML: business patterns at work ERIKSSON, H. E. PENKER, M.

2000 Não atende Emprega diagramas de atividades da UML para representar os processos de negócio, limitando a representação completa de aspectos dos processos que viabilizariam outras análises e aplicações da EPN (análises organizacionais, indicadores de desempenho etc.). 4 Business Modelling for Component Systems with UML TYNDALE-BISCOE, S. SIMS, O. WOOD, B. SLUMAN, C.

2002 Não atende Como no caso anterior, também emprega diagramas de atividades da UML para representar os processos de negócio, limitando a representação completa de aspectos dos processos que viabilizariam outras análises e aplicações da EPN (análises organizacionais, indicadores de desempenho etc.).

5 Heurísticas para Identificação de Requisitos de Sistemas de Informações a partir de Modelos de Processos

CRUZ, P.O.S. 2004 Não atende Há o emprego de diagramas de atividades da UML para representar os processos de negócio, limitando a representação completa de aspectos dos processos que viabilizariam outras análises e aplicações da EPN (análises organizacionais, indicadores de desempenho etc.). 6 Elicitação de Requisitos de Software a Partir do Modelo de Negócio

KNIGHT, D. M. 2004 Não atende Também como no caso anterior, a abordagem emprega diagramas de atividades da UML para representar os processos de negócio, limitando a representação completa de aspectos dos processos que viabilizariam outras análises e aplicações da EPN (análises organizacionais, indicadores de desempenho etc.). 7 Modelagem de Processos e Linguagem de Modelagem Unificada: uma análise crítica

VICENTE, L. S. S. 2004 Atende Dentre as abordagens analisadas, é a única que emprega uma metodologia de modelagem de processos de negócio preparada para tal – a metodologia ARIS, viabilizando outras aplicações da EPN. 8 Elicitación de requisitos en sistemas de gestión orientados a procesos VILLANUEVA, I. SÁNCHEZ, J. PASTOR, O.

2005 Não atende Emprega diagramas de atividades da UML para representar os processos de negócio, limitando a representação completa de aspectos dos processos que viabilizariam outras análises e aplicações da EPN (análises organizacionais, indicadores de desempenho etc.). 9 Uma Abordagem para a Transformação Automática do Modelo de Negócio em Modelo de Requisitos DIAS, F. MORGADO, G. CRUZ, P. SILVEIRA, D. ALENCAR, A. J. LIMA, P. SCHMITZ, E.

2006 Não atende Idêntico ao caso anterior, emprega diagramas de atividades da UML para representar os processos de negócio, limitando a representação completa de aspectos dos processos que viabilizariam outras análises e aplicações da EPN (análises organizacionais, indicadores de desempenho etc.).

10 Definição de Requisitos de Software Baseada numa Arquitetura de Modelage m de Negócios AZEVEDO JUNIOR, D. P. CAMPOS, R.

2008 Não atende Também emprega os diagramas de processos de negócio da UML para a modelagem de processos, apresentando limitações por usar uma notação adaptada que originalmente não foi concebida para a modelagem de processos, trazendo limitações de representatividade e de possibilidade de análises.

Fonte: A autora

Conforme pode ser observado acima, 90% das abordagens apresentadas usam os diagramas de atividades da UML para representar os processos de negócio. Como a UML, mesmo a adaptada, ou seja, a estendida não foi originalmente concebida para realizar a modelagem de processos, mas sim sistemas, há limitações quanto à representação dos processos, se mostrando insuficiente para outras aplicações da EPN. Esse aspecto torna aquelas abordagens inadequadas quanto ao critério analisado.

6.4. Quanto ao Emprego de Ferramentas de Modelagem dos Processos

No documento Elaine Alves de Carvalho (páginas 150-154)