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Capítulo VIII H60-H95 Doenças do Ouvido e da Apófise Mastoide Capítulo IX I00-I99 Doenças do Aparelho Circulatório

2.21 ABSENTEÍSMO: A ATESTAÇÃO E A CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE DOENÇAS E PROBLEMAS RELACIONADOS À

2.21.3 Absenteísmo Odontológico e Médico, e a CID

O absenteísmo é um assunto de interesse crescente devido ao atual contexto econômico de competitividade, que faz com que as empresas procurem meios para diminuir sua ocorrência, aumentando a rentabilidade e com isso crescendo de forma sustentada. Procurou-se estudar o absenteísmo por razões odontológicas e médicas, nos serviços público e privado, analisando se a idade, o sexo e a função do trabalhador, além do regime empregatício, interferem na sua ocorrência. Desenvolveu-se o estudo na prefeitura do município de Araçatuba, São Paulo, Brasil, e em uma indústria acrílica. Para a coleta dos dados, analisaram-se todos os atestados odontológicos e médicos, que deram entrada nas empresas no período de janeiro a junho de 2002 e as listagens dos trabalhadores. Verificou-se que as faltas por motivos odontológicos tiveram pouco peso sobre o total de faltas por motivo de doença, além de provocarem o afastamento do trabalhador por um período menor. As variáveis, idade, sexo, função e regime empregatício influenciaram na ocorrência do absenteísmo ao trabalho. O Índice de gravidade na empresa pública foi de 1,43 e na empresa privada de 1,07. O Índice de frequência na empresa pública foi de 0,38 e na empresa privada de 0,50. Duração média das ausências na empresa pública foi de 3,82 e na empresa privada de 2,13. A disponibilidade dessas informações é muito importante, pois, visto as inúmeras variáveis envolvidas, facilitam a tomada de decisões das distintas estratégias para sua prevenção (MARTINS et al., 2005). Aqui abre-se parêntese para importantes definições de relações padronizadas para a análise e comparações do absenteísmo. Onde a relação entre o número de dias perdidos e o número de empregados determina a duração das faltas, ou seja, o número de dias perdidos por empregado, sendo definido como o Índice de gravidade. Assim, a relação entre o número de períodos de afastamento (o número de ausências) e o número de empregados, ou seja, o número de faltas por empregado, define o Índice de frequência. Já, a relação entre o número de dias perdidos e o número de períodos de afastamento (o

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número de ausências), conceitua a Duração média das ausências (QUICK; LAPERTOSA, 1982).

O absenteísmo é o estudo de todas as ausências ao trabalho e essas ausências criam diversos problemas, de ordem econômica e social. O este estudo tem por finalidade avaliar o absenteísmo odontológico e médico por intermédio de uma análise descritiva feita a partir de um levantamento de dados dos atestados odontológicos e médicos emitidos no ano de 2005, em uma empresa do ramo frigorífico do Estado do Paraná. Foram avaliados 8.728 atestados de origem médica e odontológica, que continham data de emissão do atestado, número de dias de afastamento, CID, nome do médico ou cirurgião dentista, número de inscrição nos respectivos conselhos de classe, posto de trabalho e matrícula do trabalhador. A idade, o sexo e outras informações necessárias foram obtidos nas respectivas fichas clínicas do trabalhador. Os principais resultados encontrados foram: 97,64% de atestados médicos e 1,51% de atestados odontológicos. Apesar dos casos médicos dominarem o cenário dos atestados na indústria frigorífica, as patologias de origem bucal têm importante participação no afastamento do trabalho no setor. Recomenda- se, com base nos levantamentos realizados, a criação de um serviço de odontologia ocupacional, ou melhor, a inserção da odontologia ocupacional na equipe multidisciplinar de saúde e segurança das empresas, pois, se a finalidade desse serviço é a promoção da saúde do trabalhador, a saúde bucal não pode ficar à parte (HITO, 2007).

O estudo do absenteísmo no âmbito da administração pública busca novas práticas para as políticas de recursos humanos, que permanecem observadoras dos altos índices na força de trabalho. Nesta pesquisa visou-se identificar as causas que levaram ao afastamento os membros da equipe de saúde bucal de um município paulista. A amostra foi composta por 60 indivíduos, sendo 32 cirurgiões-dentistas (CD) e 28 auxiliares de saúde bucal (ASB). A metodologia aplicada foi o levantamento de dados em arquivo dos atestados de saúde, tanto médicos, quanto odontológicos, e as variáveis analisadas foram: indivíduo, gênero, natureza do atestado, dias de afastamento, horas de afastamento, mês, ano e CID (Classificação Internacional de Doenças). O período escolhido foi de 2006 à 2008. Os dados mostraram que o absenteísmo no serviço público se deu mais frequentemente por causas médicas, num percentual de 95,71%, contra um índice de 4,29% de atestações odontológicas, o gênero masculino apresentou mais atestados e a maior

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99 parte dos afastamentos teve a duração de um dia. Alguns indivíduos se ausentaram mais que a maioria dos profissionais e houve uma diversidade muito grande das CIDs anotadas, porém as mais prevalentes entre os CDs foram as doenças musculoesqueléticas e entre os ASB as doenças do aparelho respiratório (ESTEVAN, 2009).

O absenteísmo é uma questão de interesse crescente devido à atual competitividade econômica e leva as empresas a procurar meios para minimizar a sua ocorrência, a fim de aumentar a rentabilidade e produtividade. Identificar os principais fatores envolvidos no absentismo médico e odontológico em uma indústria de móveis na cidade de Itatiba, SP, Brasil, entre 2005 e 2008, foi o objetivo deste estudo transversal descritivo em que todos os atestados médicos e odontológicos dos trabalhadores, emitidos entre janeiro de 2005 e dezembro de 2008, foram revisados. A coleta de dados foi realizada na indústria e as variáveis dos atestados médicos e odontológicos foram: atividade, data do atestado (ano e mês), Classificação Internacional de Doenças (CID), a duração do absenteísmo (horas), o tipo de atestado (médico ou odontológico), as variações de declaração e completude. Os questionários foram aplicados a todos os trabalhadores da indústria, sem critérios de exclusão para o perfil demográfico, usando as variáveis com foco em gênero, idade e nível de escolaridade. Como resultado, 111 (65,2%) trabalhadores responderam ao questionário, dos quais 84,6% deles eram homens, com idade média de 31,4 anos. O nível de escolaridade da maioria dos funcionários foi o ensino médio (53,2%). Assim, 943 atestados foram analisados, sendo 775 (82,2%) médicos e 168 (17,8%) atestados odontológicos. A única CID encontrada nos atestados odontológicos foi K 525-8, que refere-se a "outras doenças e transtornos dos dentes e estruturas de suporte”. A perda de tempo de trabalho foi de 7.098,5 horas, ou 887,3 dias, considerando uma jornada de trabalho de 8 horas diárias. Houve uma associação estatisticamente significativa (p <0,0001) entre a duração da ausência e causa. O absenteísmo na indústria de móveis foi mais frequente devido à atestação médica que à odontológica. Havia vários atestados nos quais faltaram os códigos da CID. Mostrou-se que o número de horas de trabalho perdidas devido a problemas médicos e odontológicos é um fator econômico significativo (MACEDO; QUELUZ, 2010).

Um levantamento epidemiológico das doenças de origem médica e odontológica de servidores públicos municipais de uma cidade do interior paulista foi

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realizado com o intuito de relacioná-las ao absenteísmo. Uma amostra de 340 prontuários funcionais de um quadro de 973 servidores, foi submetida a uma avaliação transversal retrospectiva de 11 anos e 5 meses, através da análise da História Médico-Odontológica Pregressa colhida dos atestados médicos e odontológicos justificantes de afastamentos. Foram computados os números de afastamentos médicos e odontológicos, nas modalidades: faltas justificadas, auxílio- doença e acidente de trabalho, e os dias perdidos, além das afecções mais frequentes. Os dados foram analisados por meio de Estatística Descritiva, do teste de Mann-Whitney e do Coeficiente de Correlação de Spearman (p<0,05). Os afastamentos médicos somaram 3.523 eventos, e os odontológicos, 337, com totais de 34.685 e 425 dias perdidos de trabalho, respectivamente. As patologias mais frequentes de origem médica foram as Doenças do Aparelho Respiratório (CID J11), e as de origem odontológica, os Dentes Inclusos (CID K01.0). Conclui-se que, o absenteísmo médico é proporcionalmente superior ao odontológico, com 91,27% contra 8,73%, e os índices encontrados para ambos, de 82,6% e de 26,8%, respectivamente, corroboram os índices encontrados na literatura. Ademais, fica claro e evidente o impacto negativo sobre a produtividade na administração pública, ou mesmo privada, em que pese a relevância, seja do absenteísmo médico, ou odontológico, na saúde afetada do servidor (CAPELARI, 2013).

Muito embora o foco e o esmiuçar desta pesquisa investigue o absenteísmo por motivo odontológico especificamente, segundo o cargo ou ocupação do servidor da Prefeitura Municipal de Guarulhos, alguns parâmetros importantes foram atribuídos e comparados ao absenteísmo médico também encontrado. Os dados, relativos ao ano de 2007, foram obtidos junto ao Serviço de Engenharia de Segurança e de Medicina do Trabalho (SESMT) da própria prefeitura e correspondem a todos os afastamentos registrados na base geral de dados do serviço, cuja classificação internacional de doenças (CID-10), alude a motivos odontológicos, além dos médicos. Os afastamentos por motivos odontológicos prevaleceram de forma significativa (p<0,05), com suas razões de prevalência (RP), dentre as funções de Técnico de Enfermagem III (RP 4,71), Professor (RP 2,88) e Guarda Civil Municipal (RP 1,33). A prevalência dos atestados com até 15 dias foi de 17% para os odontológicos e 83% para os médicos, sendo que as doenças da polpa e dos tecidos periapicais, e, as doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo, prevaleceram com 36,84% e 17,2%, como causas odontológicas e médicas dos

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101 afastamentos, respectivamente. Considerados os motivos de afastamento, conclui- se que o estabelecimento de políticas e práticas de prevenção, promoção de saúde e monitoramento periódico dos servidores (que devem ser conduzidas por equipes permanentes dentro do próprio SESMT) é enfaticamente recomendado. Afora os aspectos que mais diretamente dizem respeito ao incremento da saúde e qualidade de vida dos servidores, considerou-se que tais práticas têm potencial para redução de até 70% do absenteísmo por motivo odontológico (BOMFIM et al., 2013).

Recentemente, com o intuito de caracterizar o absenteísmo-doença de trabalhadores de enfermagem de um serviço de hemodiálise, porém sem classificar ou analisar profundamente as modalidades específicas dos afastamentos, se de causa médica ou odontológica, mas nivelando e considerando as suas frequências dentro de um mesmo patamar de significância e importância, um estudo descritivo, documental e retrospectivo, com abordagem quantitativa, foi realizado com a coleta dos dados por meio de consulta aos atestados médicos referentes ao absenteísmo- doença nos prontuários destes servidores. Assim, foram analisados 141 atestados médicos. As causas predominantes de absenteísmo-doença foram distúrbios musculoesqueléticos, atendimentos odontológicos e oftalmológicos, e transtornos mentais. De forma específica para a profissão analisada em tela, concluíram que há necessidade de avaliar as ausências não previstas da equipe de enfermagem, bem como as condições de trabalho desta classe trabalhadora, como subsídio para a realocação ou para o remanejamento de trabalhadores e consequente melhora das condições de trabalho da equipe de enfermagem (DISSEN et al., 2014).

3 PR O P O S I Ç Ã O

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105 3 PROPOSIÇÃO