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3. Os caminhos para um catálogo

3.1. O ensino das Belas Artes no Porto entre o século XVIII e XIX

3.1.4. Academia Portuense de Belas Artes

As Academias de Belas Artes do Porto e de Lisboa foram fundadas no seguimento da Revolução Setembrista, em 1836, por iniciativa do Ministro Manuel da Silva Passos294.

O decreto de fundação da Academia Portuense de Belas Artes estabelecia que o plano de aulas deveria ser semelhante ao da sua congénere, possuindo os mesmos cursos – Desenho Histórico, Pintura Histórica, Escultura e Gravura295. No Porto assistimos a

algumas diferenças, dado que não era lecionado o curso de pintura de paisagem, nem todas as vertentes de Gravura, que possuía a sua congénere296. Deveria ainda funcionar

na Academia o curso de Arquitetura, a ser orientado em duas vertentes, Arquitetura Civil e outra de Arquitetura Naval e Cartas Geográficas, passando estes cursos substituir aqueles que eram lecionados, anteriormente, na Academia Real da Marinha e Comércio, que se transformara em Academia Politécnica297.

A formação nas Academias era composta por dois níveis298. O primeiro era

constituído pelo Curso de Desenho, o mais frequentado, e o segundo que pressupunha a obtenção do primeiro, que era caracterizado por uma componente mais especifica de especialização e por isso também menos frequentado299. Compreendemos assim que o

Curso de Desenho era a base para o restante ensino, possuindo nas duas Academias o maior número de alunos inscritos300. O plano de Desenho era composto por cinco anos

de formação e as linhas formuladas pelo Decreto de criação das Academias acabaria por ser seguidas, aproximando-se em bastantes pontos nas duas escolas301.

Apesar de o regulamento de formação das duas instituições ser semelhante, a Academia do Porto passaria, desde a sua abertura, por uma polémica de orientação302.

293 Idem

294 VASCONCELOS, 2009, 9

295 FRANÇA, 1966, Vol. 1, 229 e MOURA, 2005, 82-83 296 Idem 297 Idem 298 VASCONCELOS, 2009, 10 299 Idem 300 MOURA, 2005, 83 301 Idem, 89 302 Idem, 83

Este facto esteve relacionado com João Baptista Ribeiro, professor e lente da Aula de Desenho da, agora, Academia Politécnica, que deveria assumir o cargo de Diretor da Academia Portuense de Belas Artes303. Contudo, João Baptista Ribeiro defendia que só

aceitava tomar o cargo se as Aulas de Desenho fossem lecionadas em simultâneo nas duas Academias304. Opôs-se a esta ideia, o professor de Pintura Histórica, Joaquim Rodrigues

de Braga, que escreveu uma carta ao Ministro do Reino onde se autopromove para reger a cadeira de Desenho, sugerindo a mudança de João Baptista Ribeiro para as aulas de Pintura305. Além desta proposta, num relatório de Março de 1837, um conjunto de

académicos defende que a Aula de Desenho da Academia Politécnica e o seu lente deveriam passar a fazer parte da Academia Portuense de Belas Artes, pois entendiam que esta aula era mais adaptada ao Desenho de História do que os outros tipos de desenho que se deveriam aprender na Politécnica306. Apesar da polémica Baptista Ribeiro assumiu o

cargo de Diretor, mas recusou-se a assumir a regência da cadeira de desenho, optando por dar aulas na Academia Politécnica até ao desfecho da situação307. O desfecho dado pelo

Ministério do Reino, foi de não optar por nenhuma das propostas anteriores, demonstrando ainda interesse em que as duas cadeiras se mantivessem separadas, optando Baptista Ribeiro pelo ensino na Academia Politécnica308. Rodrigues Braga apesar da

tentativa, não se tornou lente de Desenho e, permaneceu professor da cadeira de Pintura, acumulando as aulas, com o cargo de diretor interino que, entretanto, com a opção de Baptista Ribeiro, ficou vago309.

As aulas de Desenho ficariam entregues a Manuel José Carneiro, que nunca assumiu o seu lugar, passando Silva Oeirense a substituir este professor310. Em 1849 é

criado o lugar de Professor Substituto dentro das Aulas, o qual foi tomado por Tadeu Almeida Furtado após concurso, ficando o lugar de primeiro Professor ao encargo de Oeirense311.

303 Idem 304 Idem

305 Texto assinado por Joaquim Rodrigues de Braga, não datado entre a documentação datada de 1835 a

1843, Documentação do Ministério do Reino, maço 2122 - Torre do Tombo apud Idem, 84-85

306 Idem, 85

307 Idem, 83 - Nota de rodapé 95 308 Idem, 86

309 Idem 310 Idem, 89-90 311 Idem

Uma das maiores diferenças entre as duas Academias é o facto de a Academia do Porto não possuir professores especializados para cada vertente do desenho, sendo a Aula do Nu lecionada por vários professores com uma duração mensal312. Assim como, o facto

de não ter sido criado no Porto, em comparação com a sua congénere, aulas para os diferentes tipos de desenho: linear e geométrico, ornato, arquitetura, antigo e ainda de paisagem313. Concluímos assim que a Escola do Porto vai ter menos aulas e

especializações que a sua congénere, possuía ainda um quadro de professores mais reduzido314. Este quadro vai sofrer ainda mais alterações no ano de 1880, quando a

academia vê a sua verba reduzida para metade, realizando um corte igual ao nível dos seus mestres315.

A Academia do Porto tentou uma reforma de ensino em 1876, onde propunha diferentes medidas, entre as quais, a inclusão nos planos de um curso de arte ornamental e decorativa316. Tentava ainda criar aquele que se deveria denominar de Curso de Desenho

Histórico e de Género, que passaria a constituir um segundo nível da aprendizagem dos alunos317. Compreendemos assim que a Academia do Porto pouco ou nada se alterou em

relação aos regulamentos internos desde a sua criação, dados corroborados pelo regulamento interno da Academia de 1897318. Tal como estipulava o decreto de criação

das Academias o Curso de Desenho Histórico servia de base para todos os outros cursos e nem mesmo quando são alterados outros estatutos e criados outros espaços de ensino, a escola do Porto conseguiu alterar a sua ideia de criação319.

Na cidade do Porto foram elaborados sucessivos pedidos para que ocorresse uma renovação dos planos de estudos, como acontecia na sua congénere320. Estes pedidos são

realizados ao longo dos anos de 1907 e 1908, não se verificando qualquer mudança ao ano de 1909321. As primeiras medidas de alteração regulamentar são tomadas no ano de

312 Idem, 92 313 Idem

314 Documento na Biblioteca da Faculdade de Belas Artes do Porto – APBA-128 apud Idem, 95-96 315 Idem

316 Idem, 93 317 Idem

318 Documentação da Biblioteca da Faculdade de Belas Artes do Porto – APBA-131 apud Idem, 98 319 Idem

320 Idem, 101-103 321 Idem

1911, por Decreto do dia 26 de Março, onde se mandava aplicar no Porto medidas iguais às da sua congénere322.

Passaremos agora a compreender o funcionamento das aulas nas Academias de Belas Artes, onde se formaram a maior parte dos pintores que encontramos expostos no MRQM.

3.1.4.1. O funcionamento das Academias de Belas Artes Portuguesas

Para se ser aluno das Academias de Belas Artes não eram exigidas muitas condições de acesso, sendo estas: idade mínima de dez anos, instrução em ler, escrever e contar323. Estas instruções não correspondiam sequer à conclusão do ensino primário,

denotando-se falhas de instrução na maioria dos alunos, um entrave à evolução dos estudos académicos, sobretudo na área da arquitetura324. As Academias aceitavam ainda

alunos de ambos os sexos, datando de 1879/80 o registo da primeira aluna na escola de Lisboa e no Porto do ano seguinte325. Foram feitas diversas propostas que tinham por base

conseguir a alteração de condições de admissão nas duas Academias, propondo o texto legal de 1881 o conhecimento da língua francesa aos alunos de arquitetura dado que a maior parte da bibliografia artística estava escrita nessa língua, constituindo um entrave ao ensino o não conhecimento desta por parte dos alunos326. Contudo, a aprovação desta

norma e reformulação de admissões só ocorreu em 1901327.

Os cursos com maior frequência nas duas academias foram os Cursos de Desenho e de Arquitetura, tendo-se já verificado os motivos do primeiro que constituía a primeira etapa para uma especialização, é apontado como motivo para a frequência do segundo, o facto de este ser um dos cursos com mais possibilidades de saídas profissionais328. Ao

nível da frequência das aulas, existe uma nova diferença entre as duas instituições, apesar

322 Idem

323 Decreto de 15 de Novembro de 1836, Diário do Governo, 2º Semestre, Série VI, Art. 1º, alínea 1 (Este

artigo descreve que a instrução primária compreende as artes de ler, escrever e contar; a civilidade, moral e doutrina cristã; os princípios de gramática portuguesa; noções breves de história, geografia e da constituição; o desenho linear e ainda exercícios ginásticos acomodados á idade)

324 MOURA, 2005, 131 325 Idem

326 Decreto de 22 de Março de 1881, Ministério dos Negocios do Reino, Direcção Geral de Instrucção

Publica, Reforma das academias de bellas artes de Lisboa e Porto, Capítulo VIII, Art. 57º

327 MOURA, 2005, 133 328 Idem, 127

de a Academia de Lisboa ter ensino noturno, a Academia do Porto não possuía, sendo esta falha colmatada pelo ensino industrial da Academia Politécnica329.

Na instituição das Academias também foi criado um regime de concursos anuais destinados à atribuição de prémios aos alunos mais pontuados330, constituindo um sistema

de bolsa como mencionamos a propósito da Real Academia da Marinha e Comércio. Este sistema era aplicado a todos os cursos, desde o preparatório até aos superiores, correspondendo anualmente esta atribuição em Lisboa a seis alunos e no Porto apenas a dois331. Diferiam ainda as ofertas com estes ganhos, em Lisboa eram atribuídos trinta mil

reis a cada aluno e no Porto eram apenas distribuídas medalhas de prata332. São anda

instituídos, de forma distinta dos anteriores, concursos trienais que procuravam distinguir os alunos dos cursos superiores das duas Academias333. Este concurso tinha como prémio

três medalhas de ouro e três medalhas de prata, e era destinado apenas aos cursos de Arquitetura, Pintura e Escultura334. Os primeiros concursos datam de 1839-40 em Lisboa,

iniciando-se no Porto em 1844-45335. A Academia de Lisboa reclamou a propósito deste

prémio, a atribuição e mostra de trabalhos do mesmo modo que as outras disciplinas para os cursos de Pintura de Paisagem e Gravura Histórica, algo que conseguiram aprovar em 1868336.

Os concursos trienais aconteceram com a periodicidade exigida nas duas Academias, com exceção do ano de 1864 na Academia de Lisboa, na qual não aconteceu devido a obras que afetaram o funcionamento das aulas337. Estes concursos tinham

particular impacto na vida académica e é por isso, possivelmente, que quando deixam de ocorrer, são criados prémios especiais para os alunos de algumas áreas338. Em Lisboa

encontramos o prémio Anunciação, Lupi e Ferreira Chaves, ao passo que no Porto existiam os prémios Soares dos Reis e o prémio Barão de Castelo de Paiva339. A partir de

329 Idem

330 Decreto de 22 de Novembro de 1836, Diário do Governo, 2º Semestre, Série VI, Art. 58º, 60º e 62º 331 Idem

332 MOURA, 2005, 136-137

333 Decreto de 22 de Novembro de 1836, Diário do Governo, 2º Semestre, Série VI, Art. 59º, 68º 334 Idem

335 MOURA, 2005, 137-138 336 Idem

337 Idem, 163 338 Idem

339 Idem (O Prémio Anunciação, criado em 1879 pela comissão executiva de amigos do pintor destinou-se

1871 as duas Academias começaram a atribuir os prémios numa escala qualitativa de 0 a 20, sendo atribuído a este método alguma importância no futuro, pois é notório que os alunos que vencem mais prémios dentro do seio académico foram aqueles que tiveram maior facilidade no acesso a diferentes cargos e profissões, bem como possuíram maior facilidade na atribuição de bolsas de estudo no estrangeiro340. Denota-se ainda que a

maior parte dos alunos que recebem prémios, por mais que uma vez, da Academia, tornar- se-iam seus professores ou tomaram profissões distinguidas na área artística341.

Além dos concursos, o texto de fundação das Academias previa o possível envio de alunos das duas instituições para o estrangeiro, de modo a aprimorar a sua arte342,

sendo que esta já era uma prática comum entre artistas. A lei definia ainda que em Lisboa deviam ser escolhidos por concurso três discípulos, um de pintura, outro de arquitetura e um de escultura343. Ao passo que, para o Porto não era dada qualquer indicação sobre

quantos e de que curso deveriam ser estes alunos344. Existe um dado curioso sobre o envio

de alunos pensionistas, porque foi a Academia do Porto a primeira a enviar um aluno pensionista de Paisagem – Silva Porto – apesar de esta Academia não possuir uma aula específica de paisagem como a sua congénere345.

O destino dos alunos bolseiros não é explícito no decreto ou regulamento das Academias, mas é assumido desde a criação das bolsas e ainda numa portaria do Ministério do Reino em Lisboa, datada de 1844, que o destino era Roma346. Dado que

essa cidade possuía o Convento de Santo António dos Portugueses, instituição religiosa que acolhia desde o século XIV peregrinos, devendo os alunos seguir para Roma acompanhados e orientados por um Diretor que seria escolhido entre os professores da Academia347. Os concursos de seleção dos primeiros alunos bolseiros são executados nos

uma exposição póstuma do artista, garantiam anualmente 1:200$000 reis à Academia. O Prémio Ferreira Chaves garantia um prémio aos melhores alunos de pintura na matéria de composição, cujo rendimento era de 1:500$000. O Prémio Soares dos Reis era destinado à melhor composição arquitetónica anual, no valor de 6:000$000 reis. O Prémio Barão de Chaves criado entre 1884-85 era destinado a composições de temas bíblicos, não se sabendo o valor que lhe era destinado - Idem, 163-166)

340 Idem, 153-154 341 Idem

342 Decreto de 25 de Outubro de 1836, Diário do Governo, 2º Semestre, Série VI, Art. 103º a 112º e Decreto

de 22 de Novembro de 1836, Diário do Governo, 2º Semestre, Série VI, Art. 70º

343 Decreto de 25 de Outubro de 1836, Diário do Governo, 2º Semestre, Série VI, Art. 103º 344 Idem

345 MOURA, 2005, 169 346 Idem, 170

primeiros meses de 1866, ano de que datam as primeiras instruções para os pensionistas de belas artes em países estrangeiros elaborados pela Academia Portuense e que foram publicados em Diário de Governo nº 151 de 9 de Julho de 1866348. Apesar da estipulação

dos estudos em Roma, em 1866, os artistas manifestam a escolha por estudar em Paris, ao invés de Roma349. Conseguiram que este plano fosse aprovado salvaguardando-se,

todavia, que a estadia começaria em Paris, mas terminaria em Roma, contudo, em 1875, começaram a surgir dúvidas quanto às estadias dos alunos bolseiros em Paris, alegando- se que a cidade de Roma tinha melhores condições e que o alojamento nessa cidade era gratuito, começando a opor-se ao ensino na escola francesa alguns professores da Academia do Porto e de Lisboa350.

A Academia de Lisboa enviou para fora mais alunos que a Academia do Porto, sendo que através da verificação da totalidade de bolsas atribuídas no funcionamento das instituições, a Academia do Porto apenas conseguiu enviar para estudar um terço dos alunos comparativamente à sua congénere351. Os alunos pensionistas quando se

encontravam no estrangeiro tinham de realizar trabalhos para os quais eram definidos o tipo de modelo, temas, técnicas e escalas em que tinham de ser apresentados352. Na

generalidade estes trabalhos eram divididos em dois grandes tipos de exercícios: o primeiro era a cópia dos grandes mestres, na sua totalidade ou parcialmente, e a cópia do modelo vivo; o outro consistia na composição de obras ou projetos de obra da autoria do próprio aluno353. Contudo e denotando-se que a atribuição de bolsas por parte das

Academias se iniciou com mais de trinta anos de atraso, era habitual serem enviados alunos bolseiros para fora através de bolsas atribuídas por particulares354. Por vezes, as

Academias também eram chamadas a avaliar a pertinência de oportunidade e escolha dos beneficiários, assim como ajudavam a estipular as atividades que por eles deveriam ser desenvolvidas355. Um dos exemplos destas bolsas exteriores é um dos nossos casos de

estudo. Francisco José Resende conseguiu uma bolsa atribuída pelo Rei D. Fernando,

348 Idem, 176 349 Idem, 170-171 350 Idem, 171 351 Idem, 185 352 Idem, 190 353 Idem 354 Idem, 176 355 Idem

enquanto ocupava o cargo de Professor da Academia Portuense de Belas Artes356. Esta

bolsa é excecional no seu carácter de atribuição, pois Francisco José Resende conseguiu que fosse atribuída à sua pessoa e ao seu amigo e pintor Pinto da Costa, que parte também nesta primeira viagem357.

Encontramos ainda algumas notas sobre os espaços e materiais didáticos destas aulas, permitindo-nos compreender algumas partes do seu funcionamento. A Academia do Porto e a sua congénere encontravam-se instaladas em conventos e, no momento de criação, foram dotadas de uma coleção razoável de obras de arte que resultavam das expropriações das instituições religiosas extintas e ainda, de bens que foram retirados das casas das fações absolutistas358.

A prioridade estabelecida para o ensino neste momento, foi a aquisição de desenhos, estampas e gravuras, assim como modelos de gesso de estátuas, bustos e relevos que pudessem ser copiados pelos alunos na sua aprendizagem359. Relatando as

duas Academias que possuíam falta de materiais necessários ao funcionamento das aulas. A Academia do Porto teve uma benesse na sua abertura pois o espólio que se encontrava ao abrigo da agora Academia Politécnica, que remontava já aos tempos de Vieira Portuense, conforme documentamos, foi integrado no seu espólio360. Além desta remessa,

Silva Oeirense, em 1827, conseguiu adquirir uma coleção de 120 gravuras e mais de duas centenas de estampas da autoria de Bartolozzi para a aula de Gravura361. Foram ainda

adquiridas cerca de 130 estampas para a Aula de Desenho Histórico, compostas por obras de pintura, escultura, desenhos de figura, paisagem, flores, costumes e alguns contornos de anatomia362. Contudo, quando se verificam os sucessivos cortes nos financiamentos

das Academias, a Academia de Lisboa ficou responsável por entregar materiais à Academia do Porto, sendo enviadas para o Porto estampas de diferentes pintores já consagrados e algumas académias realizadas por Rodrigues Braga, em Roma, oferecidas pelo próprio363. 356 MOURATO, 2000, Vol. I, 40-42 e 53-54 357 Idem 358 MOURA, 2005, 326 359 Idem 360 Idem, 335 e 361 Idem, 327 362 Idem

363 Idem, 335-336 (Entre as estampas enviadas pela Academia de Lisboa, encontramos cópias de Rafael,

Apesar dos esforços das duas Academias em enriquecer o seu espólio de materiais didáticos, em 1845, Tadeu de Almeida Furtado elaborou um relatório onde mencionou a falta de estampas e gravuras para o ensino da Aula de Desenho, mencionando ainda a quase total ausência de modelos em gesso364. Presumindo-se que este seja um dos motivos

pelos quais as Academias vão exigir aos alunos pensionistas que realizem académias quando se encontram no estrangeiro365. Estas académias resultavam normalmente de

estudos ou cópias de obras de artistas já consagrados nas cidades onde se encontravam a estudar366, pelo que o maior exemplo que encontramos são as académias enviadas por

Francisco José Resende. Em Paris, o artista executou pelo menos setenta e oito produções, de acordo com instruções do Estado, que diziam que devia fazer esbocetos a óleo dos melhores coloristas367.

Compreendemos assim a importância que as cópias e as académias assumiram no ensino das duas instituições, encontrando-se numa das salas do MRQM desenvolvida esta etapa de formação no ensino.