• Nenhum resultado encontrado

2. Relatório de Estágio

2.1. Atividades desenvolvidas no MRQM

Antes do início das atividades, no dia 20 de novembro, já havia sido começada a nossa investigação sobre a coleção de pintura e identificação de obras. Pelo que já

possuímos dados, ainda que sumários, sobre dezassete das sessenta e oito pinturas. Também já teríamos iniciado a nossa revisão bibliográfica, pelo que já existiam algumas pinturas em vias de ser identificadas, contudo, só conseguimos esta confirmação com o início do estágio.

A nossa primeira tarefa consistiu numa recolha das fichas de inventário de todas as peças. Quando demos início a esta primeira tarefa confrontamo-nos com a situação de nem todas as telas terem como sua proveniência os fundos ou depósitos MRQM. Pelo que nos centramos em primeiro lugar em tentar identificar o que seria proveniente do Museu, para esse estudo realizamos um levantamento de cotas nos livros de cadastro e fichas de inventário manuais e, posteriormente, uma busca no sistema de inventário In Arte onde se encontra informatizado o acevo do museu. Descarregando cada uma das fichas, realizamos o seu estudo e constatamos as diferentes lacunas presentes, procurando colmatar, todas elas, na medida do possível. Encontrando-se as Fichas de Inventário do MRQM no Apêndice D, Documento 3 e as fichas concretizadas por nós no Apêndice B, Documento 1.

De modo a criar um registo normalizado e sequencial para todas as pinturas por nós em análise, criamos uma lista de códigos, através dos quais nos guiamos ao longo de toda a dissertação, esta lista encontra-se nos Índices deste volume e no Apêndice A, Documento 1. Aqui surgem todas as Pinturas Expostas no Museu Romântico (PEMR) e as nove pinturas por nós em estudo nos depósitos, sob o código Pintura em Depósito no Museu Romântico (PDMR), acompanhadas por um número cardinal desde o 01 ao 77. Esta tabela encontra-se distribuída por quatro áreas, código, localização, título e imagem. Sendo a localização atribuída de acordo com a Sala, Parede e, quando acontece, numeração ordinal. Para que se possa explicar o funcionamento da localização das obras teremos de compreender o funcionamento do Museu, onde as paredes das salas se encontram distribuídas por ordem alfabética, funcionando esta de acordo com o lado esquerdo do observador quando entra na sala. Ou seja, quando o observador entra numa sala, a parede do seu lado esquerdo corresponde à Parede A, a da sua frente à Parede B, do seu lado direito estará a Parede C e nas suas costas a Parede D. Encontrando-se as pinturas catalogadas nas fichas de inventário do Museu de acordo com este critério, sendo que na nossa investigação incluímos o critério ordinal, de modo a que se possa compreender a que pintura ao certo nos estaremos a referir, recorremos à mesma

metodologia aplicada no Museu, da esquerda para a direita, correspondendo assim as pinturas a uma lógica de Parede e numeração, quando aplicável. Pelo que realizamos um esquema explicativo, com a Sala das Telas, para que se possa compreender melhor como funciona esta denominação:

Figura 30 – Esquema de organização e colocação de pinturas na Sala das Telas

O título das pinturas também foi realizado por nós de uma forma normalizada, verificando-se que ao longo da nossa investigação nos deparamos com vários títulos referentes à mesma pintura, optamos por uma denominação comum dentro do mesmo tipo de representação, como por exemplo a atribuição no nome Floreiro, quando as pinturas apresentam apenas um jarro com flores, dado que para a mesma pintura encontramos em alguns casos denominações como: flores, vaso com flores ou floreiro. Optamos ainda por criar séries quando as pinturas se apresentam sob a mesma forma e com denominadores comuns, seguindo as normas de inventário de pintura publicadas pela

DGPC194. Sendo que também nos baseamos nestas normas para a criação de títulos para

as pinturas que se apresentavam sem nenhum tipo de identificação e que não tratavam acontecimentos históricos ou mitológicos, como no caso das outras séries, seguindo a metodologia proposta de catalogação de pinturas através do título “Composição”, seguido de numeração romana195, para as pinturas da Sala das Telas. Seguindo-se finalmente a

fotografia para que se consiga ter sempre noção da representação plástica da peça a que nos referimos.

Após a concretização de um critério normalizado de referenciação das pinturas, iremos agora centrar-nos na recolha que vimos a enunciar, quando iniciamos o nosso estágio curricular e após a consulta de todas as fichas de inventário presentes no sistema

In Arte, constatamos que apenas se encontravam inventariadas no sistema do próprio

museu 42 pinturas das 68 expostas. Pelo que procuramos reconstituir qual a proveniência das restantes 16, tratando-se estas de depósitos da Câmara Municipal do Porto no Museu Nacional Soares dos Reis e Coleção Vitorino Ribeiro, e dois registos de comodato do Arquivo da Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto.

O que nos facilitou a compreensão da proveniência destas pinturas terá sido a sua remoção cautelosa das paredes para a execução de medidas para completar as Fichas de Inventário presentes no Apêndice B, Documento 1, dado que as fichas de inventário MRQM não apresentavam dados em alguns campos de medidas. As medições foram feitas em várias fases, às segundas feiras, dia em que o museu se apresenta encerrado ao público, para esta tarefa foi destacada de modo permanente uma equipa composta por cinco pessoas, sendo que uma, se dedicou inteiramente ao registo dos dados e execução de fotografias do verso das telas. Este processo foi realizado para todas as pinturas removíveis, de pequeno, médio e grande formato, com exceção do retrato do Rei Carlos Alberto (PEMR26) que dada a sua dimensão e colocação tornou a nossa missão inviável e ainda para o Pólo Informativo 2 (PEMR42 a PEMR45), dado que as pinturas se encontram fixas num suporte, Figura 31, sendo necessária a sua desmontagem para a realização de medidas, algo que não foi possível para esta realização. Pelo que, no Pólo Informativo 2 realizamos apenas a medida das pinturas com tela e não pelo seu verso.

194 COSTA, INSTITUTO DOS MUSEUS E DA CONSERVAÇÃO, 2007, 17 195 Idem

Figura 31 – Representação das pinturas presentes no Pólo Informativo 2

Quase todas as pinturas indicam a sua proveniência e número de inventário sob a moldura ou tela, no verso, o que nos permitiu a fazer a atribuição de proveniência e solicitar a consulta das fichas de inventário da coleção pertencente. Pelo que criamos, neste momento, uma tabela de proveniências, presente no Apêndice A, Documento 2, esta possui uma identificação por salas, composta pelos campos de pintura, proveniência e

fontes/bibliografia. Inicialmente esta tabela possuía, quase exclusivamente, a

proveniência, da pintura, em termos de coleção no século XXI, sendo que no decorrer da investigação foi ficando cada vez mais completa, incluindo o campo de proveniência os dados sobre cada pintura, a que possuímos acesso, desde o seu tempo mais remoto.

Confrontamo-nos ainda neste momento com a não existência de fichas de inventário sobre a Série em têmpera, versando os medalhões da Sala das Telas (PEMR08 e PEMR10) e a Série de papéis pintados de Psiquê (PEMR16 a PEMR18 e PDMR69 a PDMR77), não existindo inclusivamente nota de entrada no livro de registos do MRQM, para as quinze peças. De modo a colmatar esta falha, criamos fichas de raiz no nosso trabalho. A atribuição de dados para os medalhões da Sala das Telas tornou-se mais simplificada, pois estas pinturas contam com representação visual nas fotografias relativas à Série de marinhas em têmpera, na sua morada original em Braga, pelo que estes medalhões também terão sido adquiridos pela Câmara Municipal do Porto, no

antiquário da cidade do Porto, António Faria de Lencastre196. Pelo que não conseguimos

concluir porque é que estas pinturas não haviam sido identificadas até aos dias de hoje, dado que datam e se encontram no MRQM desde a sua primeira montagem, em 1972. A série de painéis pintados de Psiquê foi aquela que representou maior dificuldade na sua atribuição e reconstituição do percurso histórico, já havíamos identificado os temas mitológicos que representavam, contudo não possuíamos dados que nos permitissem reconstituir o seu percurso, dada a inexistência de nota de entrada em inventário manual, nem existência de Fichas de Inventário. Pelo que contactamos a direção do Museu, que prontamente nos forneceu a informação de que estas pinturas seriam provenientes da Família Allen e que haviam sido adquiridas pela CMP, já no século XX. A CMP adquiriu toda a série relativa à história de Psiquê encontrando-se em exposição no MRQM apenas três painéis de uma série de doze, localizando-se os restantes nove painéis por nós estudados sob o código PDMR, estando expostos aqueles que se encontram em melhor estado de conservação. Cremos ainda que é importante realçar que estas informações foram publicadas, mais tarde, no Guia de Coleções do MRQM, coordenado por Paula Cardona197.

O levantamento fotográfico do verso de cada pintura revelou-se extremamente útil quando confrontado com o nosso trabalho prévio, dado que possuíamos alguns números de inventário de pinturas que criamos que estivessem expostas no MRQM, através dessa recolha executamos algumas atribuições com certezas. Sendo exemplo dessas atribuições as pinturas PEMR51 e PEMR52.

Solicitamos ainda por via do museu a receção das fichas de inventário sobre as pinturas que se encontravam expostas com proveniência de outras coleções, sendo que apenas conseguimos, através da instituição, o acesso, às fichas de Inventário da Coleção Vitorino Ribeiro. Pelo que das restantes instituições conseguimos apenas os dados de acolhimento, tendo sido feito o restante percurso feito in loco, nas instituições.

É nas fichas de inventário que encontramos uma das maiores dificuldades da nossa investigação, pois encontramos as mesmas pinturas identificadas e catalogadas dentro de duas coleções, mais precisamente dentro da Coleção MRQM e do depósito MNSR.

196 Vd. Capítulo 4

Encontrando-se 25 fichas de inventário realizadas em duplicado e com diferentes dados para as pinturas: PEMR15, PEMR20, PEMR23, PEMR27 a PEMR34, PEMR43 a PEMR45, PEMR47, PEMR48, PEMR57, PEMR59 a PEMR62 e PEMR65 a PEMR68. Nas nossas fichas de inventário, presentes no Apêndice B, colocamos os dados provenientes das duas fichas de inventário, indicando sempre a proveniência que utilizamos nos preenchimentos dos campos, assim como demos primazia ao número de inventário MRQM, no campo nº de inventário, pois são estes os dados que passarão a constar dentro da instituição, encontrando-se a numeração de inventário MNSR, no campo outras numerações.

No caso das pinturas identificadas como parte da Coleção Allen. Procuramos para cada uma delas reconstituir o seu percurso desde o século XIX até aos dias de hoje, pelo que para o estudo desta Coleção nos socorremos das suas diferentes listas, inventários ou guias, transcritos e presentes no Apêndice C, Documentos 1 a 7. De modo a criar uma arrumação conceptual e simplificada, criamos uma tabela de percurso e número de inventário das obras expostas no MRQM da Coleção Allen, presente no Apêndice A, Documento 3. Esta tabela apresenta a identificação da obra, documento em análise, orientado por ano e ainda os dados presentes no verso da tela. Sendo a nossa principal fonte para discernir que tela seria qual dentro dos conjuntos as fichas de inventário MNSR, que realizam essa separação, sendo esta separação feita com uma base que desconhecemos, compreendemos apenas que a numeração CMP, é proveniente da nova inventariação realizada pelo depósito das pinturas feito através de Decreto-Lei, presente no Apêndice C, Documento 8.

Foi ainda no MRQM que conseguimos o acesso aos Guias e Roteiros do Museu criados sobre as exposições permanentes anteriores, datando estes de 1972, 1983 e 1996. Estes Guias revelaram-se uteis pois será através dos mesmos que compreendemos a colocação de algumas das telas no espaço ao longo do tempo.

Figura 32 e 33 – Representação do Patamar do primeiro andar e Capela, em 1972

Figura 34 e 35 – Representação da Sala de Estar e do Salão de Baile, em 1972

Compreendemos assim que desde a primeira montagem do MRQM, além da Sala das Telas, já poderiam ser encontradas as pinturas PEMR28 e PEMR29, no mesmo local que permanecem até hoje, no Patamar do primeiro andar. Encontravam-se ainda, pelo menos as pinturas PEMR31 e PEMR32 no Oratório, pelo que as pinturas PEMR33 e PEMR34 também se deveriam encontrar, dado que estas representam a Série do Beato Gaspar de Bono. Encontravam-se ainda no mesmo espaço e localização que se encontram hoje os dois tremós com a representação da Série de Píramo e Tisbe, na Sala de Estar (atual Salão do Rei), as pinturas PEMR38 e PEMR39. No Salão de Baile localizamos dois dos floreiros atribuídos a Domingos Vieira, pelo que consideramos que também os restantes dois, da série de quatro, também se poderiam encontrar no MRQM, PEMR59 a PEMR62. Sabemos ainda que nesta montagem já se encontrava na Escadaria a representação do Rei Carlos Alberto da Sardenha, PEMR26.

Figura 36 e 37 – Representação da Sala de Estar e da Sala Romântica, em 1996

Incluímos ainda duas imagens do Guia de 1996198, por esta altura já

encontrávamos no Museu as pinturas da Sala das Telas, Sala do Bilhar e as anteriormente mencionadas. Contudo, consideramos estas duas representações importantes, pois demonstram em primeiro lugar, na Sala de Estar, a colocação das pinturas de Domingos Vieira que em 1972 se encontravam no Salão de Baile e ainda a inclusão de duas pinturas na Sala Romântica (entretanto desmontada), onde encontramos as pinturas PEMR20 e PEMR57, respetivamente e que hoje se encontram na Sala de Estar e Mundo Infantil/Juvenil. Estes dados são uteis pois permite-nos compreender que as pinturas, ao longo do tempo, circulam dentro do próprio Museu e que as pinturas que foram incorporadas na Coleção ao longo do século XX, salvo dois casos, que mencionaremos aquando do nosso percurso de identificação de obras, no Capítulo 4, não sairão do espaço onde foram depositadas até 2019.

Ressalvamos ainda que a publicação do Guia de Coleções MRQM, realizado sob a coordenação de Paula Cardona, datado de 2018, chegou a nossa posse e do próprio museu, apenas no final do mês de Dezembro de 2018. Quando já se encontravam identificadas a totalidade das pinturas e a sua proveniência, faltando ainda neste momento fazer uma recolha das Fichas de Inventário do MNSR in loco. A saída do Guia de Coleções MRQM acaba por ser importante pois divulga todas as pinturas, contudo, talvez por falta de tempo ou investigação mais alargada, encontramos algumas lacunas que

procuramos colmatar, em relação à pintura, no Capítulo 4, onde realizamos as identificações de todas as pinturas e o nosso percurso de investigação, de uma forma resumida. Salientamos ainda que sendo este um Guia que procura resumir e dar a conhecer todos os objetos presentes no MRQM, acaba por só transmitir dados sumários sobre cada uma das peças, não se alongando na sua plástica ou representação, transmitindo por vezes apenas alguns dados biográficos sobre os autores das mesmas. Pelo que incluímos duas pequenas transcrições sobre duas áreas de circulação do museu, para que se compreenda a organização e descrição presente no Guia de Coleções.

Núcleo de Francisco José Resende:

“No corredor do primeiro piso estão representadas quatro obras do pintor portuense Francisco José de Resende: dois autorretratos, óleos sobre tela (VR.951.31.55/VR.951.31.56), um destes assinado e datado e 1899 e com uma inscrição do autor – Pintura em honra d’um velhote que já foi novo e divertido, e duas figuras populares, óleo sobre madeira – mulher das castanhas (71.31.37) e mulher da Murtosa (71.31.36)199.”

Receção:

“Na área reservada à receção e loja, destaca-se um par de floreiros provenientes da coleção Allen, óleo sobre tela, de Margherita Caffi (Veneza 1650 – Milão 1710) (71.31.10/71.31.24)200.”

Sendo particularmente interessante atentarmos na descrição do Núcleo de Francisco José Resende, onde os dois autorretratos se encontram assinados e datados, assim como encontraremos a mesma identificação e nota de oferta realizada pelo artista na representação da Mulher da Murtosa, conforme verificaremos no Capítulo 4, respeitante ao nosso percurso de identificação de pinturas.

É ainda importante realçar dentro do âmbito das pesquisas no MRQM o acesso que nos foi dado aos documentos que se encontravam arquivados nos Serviços de Gestão, pois será a partir destes dados que construímos o ponto 1.3.1., do Capítulo 1, intitulado de Percursos de visita e comunicação de informações. Sem estes dados não seriamos capazes de compreender o funcionamento do museu e as atividades que albergou, desde exposições temporárias, concertos, palestras, etc.

199 CARDONA, 2018, 245 200 Idem

2.1.1. Propostas de trabalho no âmbito de estágio

Dentro do âmbito de estágio foram propostas três atividades: a criação de folhas de sala, nove fichas de inventário de pinturas em depósito e a concretização de várias visitas. Sobre as folhas de sala, a nossa experiência e modo de concretização será abordada no Capítulo 5, no campo respeitante a folhas de sala 5.3., e as fichas de inventário podem ser encontradas, tal como mencionado anteriormente, no Apêndice B, Documento 1. Sobre as visitas guiadas e dado que aqui realizaremos apenas um balanço sobre elas, poderá ser encontrada a sua proposta no Capítulo 5, subcapítulo 5.

Todas as visitas se inseriram em âmbitos temáticos distintos. A primeira foi realizada no contexto da Comemoração do Dia Internacional dos Museus, onde fizemos uma leitura de todas as pinturas expostas no espaço. A segunda, surgiu como necessidade da primeira, onde informamos os colaboradores sobre o que pinturas estavam no Museu e de que forma poderiam orientar o público. A terceira, possuiu um âmbito temático, neste caso a pintura de paisagem, tendo sido realizada por nós e pelos orientadores deste projeto. Tendo particular impacto, para nós, a nossa segunda visita, pois contou com tradução de uma intérprete de Língua Gestual Portuguesa, o que permitiu que todos os colaboradores tomassem parte da nossa visita e ainda, que dessemos resposta a uma necessidade, que de outra forma não conseguiríamos.

Consideramos que a experiência de estágio foi bastante enriquecedora nesta fase de estudos, permitindo um maior crescimento pessoal e profissional. Permitiu, ainda, uma compreensão e aplicação de conceitos fora do contexto de sala de aula ou gabinete de

estudos. O estágio no MRQM revelou-se, ainda, particularmente importante no

pensamento sobre a acessibilidade de conteúdos ao maior número de pessoas e públicos, algo que consideramos determinante, sobretudo, ao ter em conta, que quando pensamos num museu, deveremos pensar sempre neste enquanto espaço plural e que deverá conseguir albergar todo o tipo de público.