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Destacamos 10 requisitos essenciais para o exercício do Minis tério de Monitoria na PJM:

5. CoDIGo DE ConDuTA Do MonIToR

3.2 Acampamentos / Acantonamento

O acampamento é uma atividade muito atrativa e essencial na vida de crianças, adolescentes e jovens. Por ser tão almejado, deve ser encarado e assumido com seriedade e responsabilidade. Ele só terá sentido se visto à luz de objetivos previamente pensados e fun-

damentados nos pilares da PJM26. Do contrário, perdemos o nosso

tempo, pois adolescentes e jovens não precisam do nosso empenho para o contato com a natureza e com o seu grupo.

Diante de objetivos e intenções claras da formação que deseja- mos desenvolver nos participantes, fica mais fácil pensar na pro- gramação. A equipe de organização do acampamento (monitores e Responsáveis Adultos), ao preparar as atividades, deve levar em consideração os aspectos dos adolescentes e jovens em todas as suas dimensões – ser social, biológico, cultural, afetivo, rela- cional, espiritual etc. A clareza na organização leva-os a não des- perdiçarem o momento propício de formação integral com brin- cadeiras sem sentido.

Um acampamento, para cumprir seu propósito, deve proporcionar aos participantes a oportunidade de viverem experiências concretas de espiritualidade, solidariedade, autonomia, responsabilidade e su- peração de seus próprios limites e egoísmos. Assim, cada atividade busca internalizar valores e ir além de um simples passatempo.

a) Definindo:

Acampamento: É uma atividade realizada em contato com a na- tureza, usando barracas e instalações provisórias.

Acantonamento: Trata-se da mesma atividade, porém, em es- paços com alojamento e acomodações mais confortáveis.

b) objetivos:

Geral:

Proporcionar a formação integral da criança, adolescente ou jo- vem por meio de atividades práticas em contato com a natureza e relações de cooperação entre as pessoas e os grupos.

Específicos:

Desenvolver a integração e a socialização entre os participantes. Promover o valor da partilha e da autonomia responsável. Vivenciar valores humanos e cristãos.

Desenvolver a sensibilidade ecológica por meio do contato com a natureza.

Desenvolver habilidades práticas e úteis para a vida em grupo. Buscar superação dos limites pessoais por meio de atividades

lúdicas.

Aprender a conviver em grupo e a resolver conflitos. Vivenciar de momentos de mística e espiritualidade.

Desacomodar os participantes retirando-os de seu contexto e conforto cotidiano.

c) Antes do Acampamento

O acampamento deve ser previsto em calendário, divulgado e organizado com bastante antecedência. Isso favorece a adesão e o compromisso dos participantes, criando um clima de expectativa favorável à realização da atividade e possibilitando aos participan- tes e famílias que se programem.

Algumas orientações úteis:

Marcar a data do acampamento: se possível, conciliar fatores como período de feriado, temperatura propícia, atividades importantes da Unidade etc.

Escolha do local: visitar o local e verificar a disposição dos es- paços. Condicionar o número de vagas à estrutura física dis- ponível e prestar atenção às condições que permitirão a plena realização do encontro.

Programação: as atividades precisam ser pensadas a par-

tir dos objetivos para os acampamentos/acantonamentos, levando-se em conta os pilares da PJM e a idade dos par- ticipantes. Pensar em atividades criativas que provoquem participação, interação e cooperação. Pensar também nos momentos de interação, de cooperação e solidariedade, de espiritualidade, de partilha, de avaliação etc.

Infra-estrutura: é indispensável organizar o transporte e o ma-

terial a ser utilizado em campo e na cozinha, além de prever um cardápio propício. Formar um grupo de trabalho consti- tuído de monitores, Responsáveis Adultos, familiares e ex- -alunos para coordenar o encontro e realizar as atividades. O grupo deve receber formação prévia, de modo a preparar- -se fisica e espiritualmente para acolher os participantes. Em reunião com as famílias, o grupo deverá ser apresentado como referência para os jovens.

Carta convite: os jovens e suas famílias precisam ser infor- madas sobre o acampamento/acantonamento e a importân- cia da atividade no processo de formação integral. Assim, é

necessário encaminhar uma correspondência com lingua- gem clara e objetiva, informando data, local, custos, nome dos responsáveis pela atividade, meio de transporte e outros dados que importantes. O comunicado deve conter assina- tura dos pais ou o responsável legal pelo participante autori- zando sua participação.

Reunião com os pais: o envolvimento das famílias nas ativida- des da PJM é fundamental para o processo de formação dos pejoteiros e para a legitimação da PJM na Unidade. Deste modo, após o envio da carta convite e com as autorizações em mãos, procede-se à convocação para uma reunião com as fa- mílias, na qual são apresentados os objetivos da atividade e se esclarecem as dúvidas. Se possível, convidar alguns pais/ mães para ajudarem no acampamento. Essa atitude amplia a confiança da família na PJM.

Compras: todo o material usado na atividade deve ser garanti- do com antecedência. Para tanto, é necessário fazer uma lista detalhada com produtos e quantidades, evitando correrias durante o encontro. Um grupo deve ficar responsável por rea- lizar a compra e prestar contas à pessoa indicada na Unidade.

Material: todo material utilizado deve estar em lista para ser

conferido no final do acampamento. O cuidado também é uma forma de educação e posicionamento contra o desper- dicio. Caso algum material tenha sido emprestado, deve-se devolvê-lo em estado melhor do que quando foi recebido. No transporte, é importante observar os produtos frágeis e pe- recíveis. Deve-se estimular os pejoteiros a levarem o essen- cial para o acampamento, evitando celulares e equipamentos eletrônicos, bem como bagagem exagerada.

Equipes: para promover a interação entre grupos/pessoas, sugere-se que as equipes sejam organizadas com pessoas que se conheçam pouco. A divisão pode ser feira antes da saída ou na chegada ao local, tendo como critério, não questões pessoais ou afetivas, mas questões formativas. Evitam-se, des- sa forma, as “panelinhas”.

Grupo Marista 85 84 Caderno de Monitores - Referencial Teórico-Prático para Monitores e Pastoralistas Grupo Marista 85

d) Durante o Acampamento

Partida: atenção ao horário de partida. O que foi combinado deve ser cumprido, deixando pequena margem de tolerância, acertada com o grupo.

viagem: a viagem deve ser feita de ônibus ou veículo similar, com autorização para trafegar. É fundamental levar as autori- zações assinadas pela família. O encontro começa na viagem, ou seja, é necessário cuidado para que não haja desrespeito com as pessoas que passam pela rua. Deve-se criar um clima de inte- gração, distração e alegria, tanto na ida quanto no retorno.

Chegada e Tarefas: chegando ao local, após descarregar o ma-

terial e as bagagens, é importante reunir o grupo e construir o código de convivência do acampamento/acantonamento. Em seguida, distribuir as tarefas entre as equipes. As tarefas de- vem estar bem claras, de modo que os grupos e as pessoas sai- bam o que fazer. Se forem crianças, um jovem mais experiente poderá ser o monitor das equipes.

Acampamentos: o local do acampamento precisa ser visitado antes para se preverem os pontos de montagem das barracas. Normalmente, arma-se o acampamento em blocos: a) monitores e cozinha; b) bloco feminino ou equipe “A”; c) bloco masculino ou equipe “B”. As barracas dos monitores ficam entre os dois blo- cos tornando mais fácil a observação e o atendimento aos parti- cipantes. As barracas devem ficar perto umas das outras, arma- das com os espeques bem seguros e as cordas bem amarradas, em local seco para que não se acumule água em caso de chuva. Cozinha: prever local seguro e arejado para a cozinha e, se pos-

sível, um toldo para a cobertura. Os mantimentos devem ser conservados em lugar bem fechado e limpo. A cozinha deve ter o mínimo indispensável: fogão a gás ou a lenha e mesa; local para guardar a louça e ferramentas de uso geral. Cuidar para não montar a cozinha perto de formigueiros ou abelhas. O lixo deverá ser bem acondicionado e depositado em local propício.

Programação: deve ser intensa e variada, com atividades alter- nadas, para que os participantes não se cansem e se mante- nham envolvidos durante todo o encontro. É fundamental ter algumas atividades alternativas para o caso de algum impre- visto, como chuva ou quebra de ritmo do grupo. O tempo livre, quando demasiado, prejudica o processo grupal, desmotiva e cria um clima de descontentamento no grupo.

Alimentação: deve ser simples e em quantidade suficiente. Normalmente, são servidas quatro refeições: café da manhã, almoço, lanche e jantar, porém, caso as atividades se esten- dam, pode ser servido um chá ou chocolate com leite ao final da noite. As refeições podem ser preparadas por uma equipe pré-definida ou pelos próprios participantes, com a ajuda de adultos. Deixar claro aos participantes que não é recomenda- do levar outros alimentos. Deve-se zelar pela higiene nas re- feições e na organização do local. É importante prever rodízio das equipes para lavar a louça e realizar outras tarefas. Jogos: o acampamento como um todo é um grande jogo. Para

que seja significativo é preciso: providenciar com antecedên- cia o material necessário; programar as atividades de acordo com o perfil do grupo – idade e objetivos do acampamento; nos jogos de representação, cuidar para que todos possam participar; dosar os graus de dificuldade e de periculosidade; incentivar a garra e a superação; não permitir a “humilhação” individual ou coletiva; os jogos feitos à noite devem ser pensa- dos conforme a faixa etária dos participantes, tendo atenção aos perigos próprios do horário.

Momentos de Mística e Espiritualidade e noite cultural: à noite,

podem-se realizar momentos profundos de mística e espiri- tualidade, de acordo com os Momentos da PJM, previstos e orientados pela equipe organizadora. Pode-se ainda propor a “noite cultural”, com números apresentados e organizados pelos próprios participantes. Neste caso, deve-se prever um tempo para a preparação.

Banho: é necessário prever horário para banho, em banhei- ros, se possível (ainda que improvisados). Caso o banho seja feito em rios ou cachoeiras, é importante ter o acompanha- mento de adultos, a fim de recomendar cuidados e jamais deixar que o pejoteiro vá sozinho.

Cuidados Especiais: não colher frutas ou madeira sem permis- são e, sendo permitido, não desperdiçar; usar apenas os re- cursos necessários, pois a natureza deve ser preservada; evi- tar fogueiras desnecessárias e inconvenientes, já que o fogo é perigoso; e não levar velas ou fósforos para as barracas.

Disciplina: prezar pela disciplina, uma vez que o acampamen-

to/acantonamento deve ser lugar de interação. Aos que não cumprem as regras, questioná-los sobre os propósitos de es- tarem ali, recordando-lhes o código de convivência construído e apresentado no início das atividades. Caso haja iniciativas de burlar as regras, a coordenação deve chamar a atenção e, se não atendida, desligar o(s) participante(s) do encontro. Um conselho de disciplina pode ser instituído com os jovens, po- rém a última palavra é da coordenação. Posturas inadequadas e conflitos devem ser discutidos sempre à luz dos valores: par- tilha, amizade, entrosamento etc. Os participantes devem ser avisados a priori sobre a possibilidade de desligamento.

Enfermaria: deve-se levar o kit enfermaria, com os medica-

mentos de urgência, faixa, algodão, gaze, termômetro, re- médios específicos do participante com a receita médica etc. Quando possível, convidar familiares dos participantes, que sejam médicos ou enfermeiros, para fazer parte do acampa- mento/acantonamento.

Pontuação: para estimular os participantes, especialmente as crianças, pode-se usar um esquema de pontuação. Tudo pode servir para receber pontos: jogos, limpeza, disciplina, serviços, relacionamentos etc. O valor de pontos, em jogo, em determina- da atividade, deve ser anunciado antes e a soma da pontuação deve ser apresentada no final.

Avaliação Final: é preciso avaliar com o grupo o que se refere aos objetivos do acampamento/acantonamento. Os coordena- dores também devem fazer a avaliação. Não é oportuno per- mitir saídas antecipadas.

e) Após o Acampamento

Limpeza: após a desmontagem das barracas, o material deve

ser recolhido; os locais precisam ficar limpos e o lixo acondi- cionado.

Agradecimento: é importante agradecer, por escrito, de pre-

ferência, aos que colaboraram de maneira direta ou indireta para a realização do acampamento/acantonamento.

Devolução: todo material emprestado deve ser devolvido, em boas condições, imediatamente após o acampamento. Caso algo tenha se quebrado ou estragado, deve-se restituir. Prestação de Contas: tudo terminado, prestar contas à pessoa

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