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Adaptação do modelo escolhido, justificativas e considerações Diferente do público participante do fórum de discussão, para o qual

ATIVIDADES assunto

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.2. Análise Qualitativa do curso a distância Bioquímica da Nutrição

4.2.5.1. Adaptação do modelo escolhido, justificativas e considerações Diferente do público participante do fórum de discussão, para o qual

Gunawardena e colaboradores (1997) desenvolveram o modelo de análise apresentado no item 1.1.2.2, os participantes das discussões travadas nas salas de chat do curso a distância Bioquímica da Nutrição eram bastante distintos quanto à formação e aos conhecimentos prévios sobre Bioquímica e aspectos da Nutrição. No fórum analisado por Gunawardena e colaboradores, não havia um monitor ou um moderador com mais conhecimento que os demais participantes. Já no curso em estudo, tivemos a participação de um tutor/moderador nos chats e nas listas de discussão.

Uma vez que o modelo original não considera as intenções de fala de um moderador ou monitor mais capaz, foi necessário instruir os analisadores a classificarem as mensagens dos monitores considerando essa intenção. As manifestações dos monitores tiveram o objetivo principal de levantar questões a serem discutidas pelos alunos para que eles chegassem às conclusões em conjunto, guiados pelo fluxo da discussão. Outro objetivo relaciona-se ao questionamento dos conhecimentos dos alunos a fim de verificar e esclarecer conceitos errados e idéias inconsistentes. Dessa forma, os analisadores classificaram as mensagens dos monitores de acordo com o nível (fases 1 a 5) de mensagem que pretendiam instigar nos alunos, mesmo que, no decorrer da discussão, essa intenção não fosse atingida.

As características destes cinco níveis são semelhantes às utilizadas para a classificação das mensagens dos alunos, mas deveriam ser examinadas sob o enfoque da intenção dos monitores. Por exemplo, os monitores não fazem uma síntese (nível 5) mas podem solicitar aos alunos que ela seja feita; neste caso, a intervenção do monitor também deve ser classificada naquele nível.

O modelo de análise de Gunawardena e colaboradores (1997) divide as fases para a classificação em subfases hierárquicas de complexidade, ou seja, assim como

os níveis maiores correspondem à maior complexidade de construção de conhecimento, as subfases, seguem os mesmo padrões. Entretanto, a existência de uma maior quantidade de códigos aumenta a possibilidade de ocorrências de discordâncias entre os tratamentos dos diferentes analisadores, levando a baixíssimos índices de confiabilidade. Dessa forma, optamos por não subdividir as fases criadas no modelo adaptado, mas identificamos características que devem ser consideradas para classificar uma mensagem nas diferentes fases.

Adaptação do Modelo de Análise de Conteúdo

No modelo de análise que efetivamente foi aplicado, adaptado a partir do modelo de Gunawardena e colaboradores (1997), sugerimos, como primeiro passo para a classificação pelos analisadores, a leitura geral de toda a discussão (chat) para conhecer o assunto em debate, perceber o fluxo da discussão e tomar uma primeira impressão do nível atingido pela a discussão.

O passo seguinte consistiu em classificar as intervenções numeradas (as que foram consideradas no tratamento final), seguindo os critérios descritos abaixo: 0 – mensagens sem relação com o conteúdo discutido, de socialização;

1 – mensagens de compartilhamento de informações;

2 – mensagens que expressassem a descoberta e a exploração de idéias e de conceitos conflitantes;

3 – mensagens de negociação de significados – construção de conhecimento; 4 – mensagens que propusessem verificação e modificação do conceito proposto; 5 – mensagens que expressassem aplicação do conceito/informação co-construída.

Havendo mais de um nível identificado nas mensagens, os analistas deveriam considerar como uma mensagem única e classificar pelo maior nível observado.

Na Tabela 4.4, apresentamos as características consideradas para a classificação de cada um dos cinco níveis. Também estão apresentados exemplos dessas mensagens.

Tabela 4.4. Códigos para classificação das mensagens dos alunos e exemplos de mensagens.

Código Exemplo de mensagem

0 – sem relação com o conteúdo

A6 – “Tomei uma decisão importante: tão logo eu termine a faculdade, vou tentar fazer uma mega revisão do tópico integração do metabolismo. Quanto mais eu leio, mais perdido eu fico”

1 – Compartilhamento de informações - Informação ou opinião.

- Concordância com opiniões já manifestadas.

- Exemplos adicionais.

- Pedido de esclarecimento da informação oferecida.

- Resposta ao pedido de esclarecimento.

A5 – “continuando sobre o metabolismo....o TAM apresenta capacidade lipogênica, sensibilidade aumentada a insulina... o sangue do obeso fica consequentemente com maior concentraçao de acidos graxos”

2 - Descoberta e exploração de idéias e conceitos conflitantes

- Identificação de uma informação

conflitante, incompleta, fragmentada, não fechada

- Perguntas para averiguar e/ou esclarecer a extensão do conflito.

- Reafirmação de informação anterior, esclarecendo a origem da informação, exemplos, metáforas e analogias que reforcem a informação anterior.

A4 – “Estou confusa... Eu escrevi algo mais para cima, sobre a relação entre leptina, neuropeptideo Y, aumento de concentrações de insulina e glicocorticóides no plasma. Será que essas três causas estão interligadas ?”

3 – Negociação de significados – Construção de conhecimento - Negociação ou esclarecimento sobre conceitos/significado de termos.

- Identificação de pontos de concordância e discordância.

- Propostas de conceitos ou informações que englobem as informações antes conflitantes para construir uma informação abrangente.

A1 – “o abacate seria o outro controle (o inverso da maçã) com uma alta taxa de respiração e produção de etileno, sendo assim, um dos que amadureceram mais rapidamente”

A2 – “também acho que o abacate teria uma produção alta de etileno fazendo assim nas experiências que as frutas embrulhadas juntas com o abacate maturassem mais rápido”

4 – Verificação e modificação do conceito proposto

- Checagem (confronto, comparação) do conceito com relação a conhecimentos anteriores, experiências pessoais, dados de literatura.

A5 – “no caso de diabetes onde há problemas nos receptores celulares e não na produção... ocorre tudo que discutimos, não é verdade?”

5 – Aplicação do conceito/informação co-construído

- Síntese do que foi concluído. - Aplicação do novo conhecimento. - Declaração que, a partir do que foi discutido, fatos anteriores fizeram sentido. Mudança na maneira de pensar.

A3 – “A resposta do A3 seria também uma resposta para uma otra questao:o motivo de algumas frutas estragarem ao redor de um local em que sofreram alguma pancada,etc”

As mensagens dos monitores deveriam seguir a seguinte classificação, baseada na classificação estabelecida para as mensagens de alunos:

1 – mensagens de compartilhamento de informações ou solicitação dessas manifestações;

2 – mensagens que expressassem a descoberta e a exploração de idéias e de conceitos conflitantes ou perguntas visando descobrir inconsistência de conceitos e idéias a fim de esclarecimentos;

3 – mensagens de negociação de significados – estímulo à construção de conhecimento ou de estímulo à negociação;

4 – mensagens que propusessem verificação e modificação do conceito proposto; 5 – mensagens que expressassem ou que solicitassem aplicação do conceito/informação co-construída.

Na Tabela 4.5, apresentamos as características consideradas para a classificação de cada um dos cinco níveis para as mensagens dos monitores.

Tabela 4.5. Códigos para classificação das mensagens dos monitores e exemplos de mensagens.

Código Exemplo de mensagem

0 – sem relação com o conteúdo ... bom já que os alunos estão chegando aos poucos,

vamos tentar organizar a discussão. Pois bem TEmos representantes de todas as dietas

1 – Compartilhamento de informações

sim, e os resultados poderiam diferir de acordo com o estagio de amadurecimento da fruta, gostaria que voces citassem exemplos dentro do que foi observado

2 - Descoberta e exploração de idéias e conceitos conflitantes

Fernando, porque voce acha que as frutas nao reagem da mesma maneira?

3 – Negociação de significados –

Construção de conhecimento Julia, voce acha que embrulhando as frutas com plastico seria uma boa forma de armazenamento, e porque?

4 – Verificação e modificação

do conceito proposto De acordo com os resultados vistos/esperados, quai seriam suas opinioes a respeito do manejo e conservacao de frutas?

5 – Aplicação do

conceito/informação co- construído

Sim, as opnioes do Fabiano, julia e dani podem se unir para explicar o que ocorre durane as injurias de frutas. Muito bem!