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5. ADMINISTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA ESCOLA

5.2. ADMINISTRAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO DA ESCOLA AGRÍCOLA DE

Na atualidade entende-se ser consensual a necessidade da preservação da história no seio das instituições públicas por meio de instrumentos normativos, mencionados anteriormente – em nível nacional determinantes da Constituição Federal, Leis, Decretos, recomendações internacionais, dentre outros – as quais devem ser cumpridas pelo Gestor Público ao assumir o referido cargo. Sendo seu papel administrar, Stone e Freeman (1985, p. 4) atribuem ser a arte de administrar o “processo de planejar, organizar, liderar e controlar o trabalho dos membros da organização, e de usar os recursos disponíveis da organização para alcançar os objetivos disponíveis”.

Para Silva (2013, p.5 apud SCHULTZ, 2016, p.25), por sua vez, “A administração está relacionada com o alcance [pelo gestor de uma organização] de objetivos por meio dos esforços de outras pessoas”. Partindo dos conceitos acima, nas palavras de Camargo (2016), o significado dos termos Estrutura Organizacional e Ambiente Organizacional aplicados à Administração são:

A estrutura organizacional é definida a partir de um planejamento estratégico coerente com os objetivos traçados, uma vez que a estrutura organizacional vai impactar diretamente na formação e manutenção da Cultura Organizacional. Requer o Planejamento Estratégico se colocar à frente das tarefas a ser realizadas, pessoas com papéis bem definidos, de acordo com suas especialidades para que as decisões laborais estejam em sintonia com o planejamento estratégico, ou seja, pessoas que estejam no local e na função certas, pois responsáveis por identificar tarefas a serem realizadas, organizá-las e determinar as responsabilidades é função da Estrutura Organizacional que também permite trabalhar com a questão motivacional e com a integração entre funcionários. Além disso, a Estrutura Organizacional pensada de forma correta reflete na produtividade e na excelência da gestão, permitindo o desenvolvimento e gerenciamento dos indicadores de desempenho, controle de estoques, coleta e análise de dados, o que permite verificar onde há excesso ou escassez de recursos.

Observa-se que a Estrutura Organizacional deixa clara a relação entre empregados e seus líderes, classificando-se estas em Estrutura Vertical e Estrutura Horizontal.

No caso de uma organização que se utiliza da estrutura vertical, o CEO – sigla inglesa de Chief Executive Officer que em Português significa Diretor Executivo, ou seja, pessoa que representa a organização e, que, portanto, se encontra no topo da administração. Isto significa que abaixo dele estão as divisões e respectivos responsáveis ou diretores. Esta verticalização define os líderes e liderados, ou seja, cada equipe de trabalho contém líderes, que distribui para sua equipe as tarefas a serem realizadas; e os liderados, que executam as tarefas sob a inspeção do líder.

Esse formato de estrutura dificulta a comunicação que se torna mais lenta, pois as decisões são tomadas em níveis hierárquicos, ou seja, o Diretor Executivo se reúne com seus diretores, os quais passam as tarefas para os gerentes, que as repassam para os líderes das diversas equipes; cada líder reúne sua equipe repassando aos mesmos os afazeres a serem realizados.

Já no caso de uma Estrutura Organizacional Horizontal há uma divisão do trabalho agrupando pessoas que tem conhecimentos análogos, o que permite a distribuição do conhecimento prático ou teórico entre pessoas de uma mesma área, significando uma comunicação maior entre as pessoas em trabalho correlato. Em contrapartida, esta organização tende a manter um distanciamento entre departamentos, afinal, cada um buscando o cumprimento de suas tarefas estará contribuindo para o resultado estabelecido pelas decisões tomadas.

Os conceitos acima explanados são conceitos específicos da Administração Geral como um todo, entretanto é necessário expor especificamente conceitos da Administração

Pública que se adequem aos serviços públicos de forma direta ou indireta através de pessoas jurídicas, órgãos e até agentes públicos, passando estes, entretanto, a ser regulado conforme estabelecido no Direito Público, por ser este o garantidor do interesse da sociedade.

Entende-se que esse serviço indireto prestado por uma empresa não pública, através da modalidade de contrato administrativo tem apoio legal a Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, permitindo um contrato de concessão envolvendo pagamentos realizados pelo setor público ao parceiro privado pelo serviço público por ela prestado.

Sendo a Administração Pública um caso específico da administração, conforme Di Pietro (2015), tem a seguinte classificação:

Em sentido subjetivo, formal ou orgânico ela designa os entes que exercem a atividade administrativa: compreende pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos incumbidos de exercer uma das funções que se triparte a atividade estatal: a função administrativa; em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administração Pública é a própria função administrativa que incumbe, predominantemente, ao Poder Executivo.

Dessa forma, tem-se o entendimento que pensar em Administração Pública remete à reflexão sobre a administração como um todo respeitando normativas. Uma vez que não apenas a organização do nosso dia a dia enquanto indivíduos, mas as grandes empresas privadas, um pequeno negócio, assim como (e até mais que o privado), a Administração Pública, requer controle visto regulamentações específicas à mesma.

Por conseguinte, para que este controle traga resultados, se faz necessário um planejamento estratégico, que para Chiavenato (2003, apud BRITO, 2015), “planejamento estratégico está relacionado com os objetivos estratégicos em curto, médio e longo prazo que afetam a direção ou viabilidade da empresa”. É exatamente esse planejamento que faz com que um pequeno negócio se transforme em um negócio rentável, de sucesso.

Dessa maneira a Gestão Pública precisa apresentar bons resultados, pois o gestor público é apenas um administrador do que é público, portanto, Gestão Pública é um termo que designa um ente público para administrar instituições que preste serviço à população. Estes gestores se encontram à frente de escolas, hospitais, grandes empresas públicas e até do País, ou seja, organizações cuja missão seja de interesse público. Entretanto, este Gestor ou qualquer outro servidor público é regido por normas a serem cumpridas, leis que os diferencia do administrador de empresas privadas.

Além disso considera-se salutar trazer o entendimento de Manoel Henrique Martins, bacharel em Administração Pública sobre a diferença entre Administração, Administração Pública e Administração Empresarial.

Segundo o Martins (2005), a Administração é uma ciência. Ciência esta que se preocupa em examinar como se constitui as empresas para o estabelecimento de seus padrões de organização. O autor destaca que há diferença entre o modo de fazer a contabilidade empresarial, da contabilidade pública, embora dentro da matemática se utilizem de técnicas e práticas parecidas, e que ainda, na Gestão Pública, algumas dessas técnicas vem do setor privado; outros remontam a um passado que podemos chamar de histórico, considerando ainda a situação em que se encontra o Estado na atualidade.

Concluída esta introdução sobre o processo de administração se fez necessário explicar que a Administração Pública vem gradativamente passando por reformas, a exemplo da Administração Pública Gerencial (APG), que segundo Bresser Pereira (1995) “consiste em um conjunto de normas, leis e funções [...] seguindo os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência” (BRASIL, 2015). Seguida da promulgação do Decreto-Lei Nº 200, de 25 de fevereiro de 1967, acompanhada ainda da Emenda Constitucional (EC) nº 19 de 04 de junho de 1998, que introduz o princípio da eficiência.

Considera-se que os princípios acima destacados veem cobrar do agente público não apenas um maior compromisso com o serviço prestado, mas também uma melhor estrutura à realização desse serviço.

Diante disto, reitera-se o papel do Gestor Público com a preservação da história e conservação das instituições substanciado com as referências normativas legais, em nível intencional e nacional – Cartas Patrimoniais, Convenções internacionais e Constituição Federal e demais recomendações afins. Tais instrumentos foram explorados no início deste capítulo.

Tendo em vista a organização do diagnostico histórico elaborado neste trabalho e a EAJ integrar o sistema de operacionalização da preservação como patrimônio da UFRN, propõe-se a intervenção de ações preservacionistas nesse patrimônio público escolar com a utilização de uma das ferramentas de Gestão - a matriz 5W2H.

Considera-se ser esta ferramenta eficiente para a Gestão Estratégica, possibilitando atender a um dos desafios da Instituição em seu planejamento administrativo no que diz respeito a fortalecer a cultura de gestão estratégica, que passa por Formulação, Implementação e Avaliação da estratégia. Outrossim, adequada, uma vez que deverá ser

elaborado por etapas distribuídas, realizadas e acompanhadas por uma equipe comprometida com o Plano de Desenvolvimento Institucional-PDI* 2019-2023 desta Instituição Acadêmica.

Para Maiczuk e Andrade Júnior (2013 apud LEITE, 2019), a ferramenta 5W2H “é empregada para assegurar e informar um conjunto de planos de ação, diagnosticar um problema e planejar ações, de modo a facilitar o entendimento da definição de métodos, prazos, responsabilidades, objetivos e recursos”.

Contudo, as ações de Preservação da EAJ deverão estar em conformidade com o PDI da UFRN para o quadriênio 2019-2023, o qual tem como missão educar, produzir e disseminar o saber universal, bem como preservar e difundir as artes e a cultura para o desenvolvimento humano, comprometendo-se ainda com a justiça social, a sustentabilidade socioambiental, a democracia e a cidadania, onde se insere, portanto, o Patrimônio de Preservação da EAJ.

Diante do exposto, reforçamos que as ações de Preservação da EAJ em articulação com o PDI da UFRN vêm se afunilar na formação de um todo para planejar a preservação e conservação desta memória mesmo que a médio prazo, visto os desmandos econômicos de um governo que sem plano para o País tem dificultado a implantação de projetos voltados para a educação e a cultura.

Por outro lado, entende-se que a administração de órgãos públicos que já vem passando por um processo de inovação na Gestão Pública não poderia deixar de aderir às novas tecnologias que migraram da administração privada para tornar mais eficiente o Estado brasileiro.

A viabilidade de eficiência desta proposta de intervenção física com vista a preservação da memória da EAJ antecede a esta enquanto Unidade Acadêmica da UFRN, a essencial a participação de Órgãos do Campus Central, à exemplo dos cursos de História e de Arquitetura e Urbanismo, bem como a Superintendência de Infraestrutura/SIN. Este último é o setor responsável pelas intervenções físicas da UFRN e desde 1967 acompanha anualmente as alterações sofridas por cada uma das estruturas existentes na EAJ. Contar com estes setores pode significar a elaboração de um diagnóstico arquitetural como uma das etapas de um projeto que carece de ser iniciado.

A utilização da ferramenta de gestão estratégica 5W2H é considerada de simples operacionalização, pois se constitui de uma matriz que se apresenta na forma de Check List de atividades específicas, e que vem servir para o desenvolvimento de planos de ação dentro da instituição buscando um alinhamento para solucionar objetivos. De tal forma que, basta apenas que os colaboradores saibam exatamente o que fazer, por que fazer, quem vai fazer,

onde fazer, quando fazer, como fazer e o custo do que será feito, e, principalmente qual o objetivo a ser alcançado. A partir do momento em que cada participante tenha ciência das atividades a ser realizadas e o papel de cada um dos componentes dentro do processo em andamento, suas funções fluirão para a eficiência. A seguir, apresenta-se uma proposta de tabela para o controle do planejamento estratégico.

Quadro 06 – Quadro de Controle de Planejamento Estratégico What (O que?)

AÇÃO

Why (Por que?)

MOTIVO Who (Quem?) RESPONSÁVEL? Where (Onde?) LOCAL Aviário Colônia Penal

Dr. João Chaves Estábulo Pocilga Sobrado When (Quando?)

PRAZO?

How (Como?)

PROCEDIMENTO

How Much (Quanto?)

(CUSTO)