Agenda 21 (1992)

Tendo como tema principal, o Desenvolvimento sustentável, bem como a responsabilidade dos Estados desenvolvidos perante atual conjuntura do meio ambiente, realizou-se em junho de 199238, na cidade de Rio de Janeiro – Brasil, a “Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - Eco 92 e Cúpula da Terra39”.

Os documentos40 derivados da referida Conferência deram a tônica do direito internacional ambiental, e dentre eles, destaca-se a Agenda 21, que se fez como um “um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos, de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica” (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, s/d), e a Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que possui 27 princípios, os quais visam à busca do desenvolvimento sustentável.

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Durante o evento, as forças armadas fizeram a proteção da cidade, gerando uma sensação de segurança, que motiva até hoje a defesa da utilização das forças armadas na segurança pública da cidade. O presidente da República Fernando Collor de Mello transferiu, durante o evento, a capital de Brasília para o Rio de Janeiro, fazendo durante alguns dias que o Rio voltasse a ser a capital do país, como foi de 1763 até 1960.

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Contou com a a presença de 108 representantes de diversos países.

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A Carta da Terra; Convenções sobre a Biodiversidade, Desertificação e Mudanças climáticas; Declaração de princípios sobre florestas; Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento; e a Agenda 21.

Agenda 21, apesar de ser um o documento que apresenta um conjunto de metas reunidas em um texto de natureza normativa e programática, que discorre sobre a importância da educação em prol do meio ambiente, a fim de estimular a compreensão para a preservação, não possui efeito vinculante. “Pode ser definida como um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência económica” (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, s/d).

A Agenda 2141, foi ficializado por ocasião da “Cúpula da Terra” – ECO 92 – Rio de Janeiro e sua implementação subsidiaria legislações locais, estaduais, nacionais e, oportunamente, um ordenamento jurídico internacional. Corroborou com as recomendações de Tblisi em prol desta Educação, inclusive no Capítulo 4:

Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Capítulo 4. Mudança dos Padrões de Consumo (...)(f) Reforço dos valores que apóiem o consumo sustentável. 4.26. Os Governos e as organizações do setor privado devem promover a adoção de atitudes mais positivas em relação ao consumo sustentável por meio da educação, de programas de esclarecimento do público e outros meios, como publicidade positiva de produtos e serviços que utilizem tecnologias ambientalmente saudáveis ou estímulo a padrões sustentáveis de produção e consumo. No exame da implementação da Agenda 21 deve-se atribuir a devida consideração à apreciação do progresso feito no desenvolvimento dessas políticas e estratégias nacionais. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1995).

Além de afirmar os objetivos educacionais em prol do meio ambiente, foi proposta a Década de Educação para o Desenvolvimento Sustentável como uma das formas de propiciar o desenvolvimento sustentável, visto que em seu Capítulo 36, intitulado “Promoção do Ensino, da Conscientização e do Treinamento”, destaca que a educação é essencial para melhorar a capacidade das pessoas em compreender os problemas do meio ambiente e do seu desenvolvimento.

Este documento visa a chamar a atenção através do ensino, aumentando a consciência pública, com o treinamento a importância do desenvolvimento sustentável:

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O ensino, inclusive o ensino formal, a consciência pública e o treinamento devem ser reconhecidos como um processo pelo qual os seres humanos e as sociedades podem desenvolver plenamente suas potencialidades. O ensino tem fundamental importância na promoção do desenvolvimento sustentável e para aumentar a capacidade do povo para abordar questões de meio ambiente e desenvolvimento. Ainda que o ensino básico sirva de fundamento para o ensino em matéria de ambiente e desenvolvimento, este último deve ser incorporado como parte essencial do aprendizado. Tanto o ensino formal como o informal são indispensáveis para modificar a atitude das pessoas, para que estas tenham capacidade de avaliar os problemas do desenvolvimento sustentável e abordá-los. O ensino é também fundamental para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas e comportamentos em consonância com o desenvolvimento sustentável e que favoreçam a participação pública efetiva nas tomadas de decisão. Para ser eficaz, o ensino sobre meio ambiente e desenvolvimento deve abordar a dinâmica do desenvolvimento do meio físico/biológico e do sócio-econômico e do desenvolvimento humano (que pode incluir o espiritual), deve integrar-se em todas as disciplinas e empregar métodos formais e informais e meios efetivos de comunicação. (CONFERÊNCIA..., 1995, p. 00)

A educação é tratada com maior propriedade, endossando as recomendações da Conferência Mundial sobre Ensino para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem42. A agenda 21 pontua a necessidade de assegurar acesso universal ao ensino básico; de conseguir, por meio de ensino formal e informal, reduzir os altos níveis de analfabetismo, principalmente entre as mulheres e de estimular também a consciência em prol do meio ambiente e desenvolvimento em todos os setores da sociedade em escala mundial.

Fala-se acerca da responsabilidade de todos os países na aplicação das recomendações da Conferência de Jomtien a fim de garantir a sua estrutura de ação, devendo os governos desenvolver estratégias destinadas a integrar meio ambiente e desenvolvimento como tema interdisciplinar ao ensino de todos os níveis, como também a elaboração de legislação que pontue o papel da Educação em favor do desenvolvimento sustentável.

O desenvolvimento sustentável é pontuado como uma preocupação mundial, comum a todos. A educação se apresenta como instrumento capaz de

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Aprovada pela Conferência Mundial sobre Educação para Todos, em Jomtien, Tailândia – 5 a 9 de março de 1990 - Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem.

estimular questões sociais, ambientais, culturais e econômicas, que podem ser transformadas e desenvolvidas através do ensino.

A Agenda 21 é dividida em quatro seções e subdividida em 40 capítulos. Apresenta um novo padrão de desenvolvimento, assimilando temas como dimensões sociais e econômicas, conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento, o fortalecimento do papel dos grupos principais e apresenta os meios de execução para a proteção ambiental, a justiça social e eficiência econômica.

No Capítulo 3643 da Agenda 21, fica latente a necessidade do enfoque interdisciplinar da Educação Ambiental e da ênfase ao desenvolvimento sustentável. O programa deve ser desenvolvido em três grandes aspectos “(a) Reorientação do ensino no sentido de desenvolvimento sustentável; (b) Aumento da consciência pública; (c) Promoção do Treinamento”. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1995, p. 429).

O Primeiro aspecto considera necessário encaminhar/guiar a Educação em prol do desenvolvimento sustentável, a fim de formar, trabalhar a consciência para criar novos comportamentos para reforçar as medidas compatíveis com este desenvolvimento.

Base para a Ação: 36.3- O ensino, inclusive o ensino formal, a conscientização pública e o treinamento devem ser reconhecidos como um processo pelo qual os seres humanos e as sociedades podem desenvolver plenamente suas potencialidades. O ensino tem fundamental importância na promoção do desenvolvimento sustentável e para aumentar a capacidade do povo para abordar questões de meio ambiente e desenvolvimento. Ainda que o ensino deve ser incorporado como parte essencial do aprendizado. Tanto o ensino formal como o informal são indispensável para modificar a atitude das pessoas, para que estas tenham capacidade de avaliar os problemas do desenvolvimento sustentável e abordá-los. O ensino é também fundamental para conferir consciência ambiental e ética, valores e atitudes, técnicas e comportamentos em consonância com o desenvolvimento sustentável e que favoreçam a participação pública efetiva nas tomadas de decisão. Para ser eficaz, o ensino sobre o meio ambiente e desenvolvimento deve abordar a dinâmica do desenvolvimento do meio físico/biológico e do sócio econômico e do desenvolvimento humano (que pode incluir o espiritual) deve integrar-se em todas as disciplinas e empregar métodos formais e meios efetivos de comunicação. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1995, p. 429-430).

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A sua grande meta é promover a mudança comportamental, para uma cooperação internacional a fim de acelerar o desenvolvimento sustentável44, e não somente uma transmissão de conhecimento ecológico.

A Educação Ambiental representa, sobretudo uma proposta política de reflexão, debates e posicionamento sobre a relação entre homem e a natureza e como este relacionamento sofre a mediação da relação dos homens entre si, na mediada em que os caminhos trilhados por uma sociedade em direção ao seu desenvolvimento socioeconômico passa pelas relações sociais de poder que se estabelecem entre os grupos sociais que a compõem, no decorrer de sua historia. (RAMOS, 1996. p.41).

Dentre os objetivos a serem alcançados na Agenda 21, todos focam na necessidade de “Desenvolver consciência do meio ambiente e desenvolvimento em todos os setores da sociedade em escala mundial e com a maior brevidade possível”. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1995, p. 430), destacando o “acesso à educação sobre meio ambiente e desenvolvimento, vinculada à educação social”(ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1995, p. 431), desde a idade escolar primária até a idade adulta em todos os grupos da população, bem como a obrigação principal dos governos depreparar estratégias a fim de que se promova a Educação Ambiental como tema interdisciplinar ao ensino de todos os níveis.

As autoridades pertinentes devem assegurar que todas as escolas recebam ajuda para a elaboração de planos de trabalho sobre as atividades ambientais, com a participação dos estudantes e do pessoal. As escolas devem estimular a participação dos escolares nos estudos locais e regionais sobre saúde ambiental, inclusive água potável, saneamento, alimentação, e os ecossistemas e nas atividades (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1995, p. 431).

E ainda, o segundo aspecto que é tratado na pela Agenda 21, especificamente no Capítulo 36 (Aumento da conscientização pública),

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O desenvolvimento sustentável pode ser definido de vários modos, uma vez que ele representa um processo em continua evolução, mas mantém na sua fundamentação o conceito de “desenvolvimento que atende as necessidades do presente sem comprometer a

possibilidade de satisfazer as necessidades das futuras gerações”, evitando os abusos na

exploração e no consumo dos recursos naturais = o consumismo egoísta e a ambição desmedida, e promovendo a igualdade e a segurança de todos os povos. Dupla Ação: ConscientizAção e EducAção Ambiental para a Sustentabilidade, A Agenda 21 vai à Escola, Autora: Zióle Zanotto Malhadas Nucleo Interdisciplinar de Meio Ambiente e Desenvolvimento/UFPR/Curitiba/2001

percebe-se que é “necessário sensibilizar o público sobre os problemas de meio ambiente e desenvolvimento” (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1995, p. 431), proporcionando a todos meios de participação e responsabilidade pessoal na busca de um desenvolvimento sustentável, devendo os Estados e organizações não-governamentais implementar políticas e programas para levar e estimular o conhecimento a ponto de trazer uma conscientização do público.

Acresce também que o aspecto da “Promoção do Treinamento”, é um dos instrumentos mais importantes para desenvolver recursos humanos e facilitar a transição para ummundo mais sustentável”. (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1995, p. 436), devendo ser dirigido aos profissionais competentes, proporcionando de forma didática uma consciência maior das questões ligadas ao meio ambiente sadio.

O objetivo da Agenda 21 é o de promover o Desenvolvimento Sustentável, isto é, propiciar ao homem uma melhor qualidade de vida promovendo a conservação ambiental para a geração futura. E o desenvolvimento da Educação Ambiental, através da Agenda 21, especificamente em seu Capítulo 36, se tornou um compromisso assumido pelos chefes de estado de 178 nações, perante a ONU. Ficaram estabelecidas as metas em um texto de natureza normativa e programática, que foi oficializado por ocasião da “Cúpula da Terra” – ECO 92, onde se acredita que através da mudança de mentalidade, atitude e comportamentos via Educação Ambiental, torna-se possível alcançar um desenvolvimento sustentável