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Declaração Thessaloniki, em 1997

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1 A Educação Ambiental: de recomendação a instrumento institucionalizado

1.3 Evolução da Educação Ambiental, nas Conferências onusianas

1.3.5 Declaração Thessaloniki, em 1997

Em dezembro de 1997, a UNESCO promoveu uma Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Conscientização Pública para a Sustentabilidade, em Thessaloniki, Grécia, celebrando os 20 anos da Conferência de Tbilisi, e apresentou um documento – Declaração de Thessaloniki, a fim de complementar a Agenda 21 no tocante à Educação Ambiental, a fim de sensibilizar os cidadãos em prol da sustentabilidade.

A Declaração de Thessaloniki reconhece a importância da Educação como “um meio indispensável para fornecer a todas as mulheres e homens no mundo a capacidade de conduzirem suas próprias vidas, exercitar suas escolhas pessoais e responsabilidades”. (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, s/d), e ainda apresenta valiosas recomendações quanto à valorização da Educação Ambiental e dos profissionais que se dedicam às atividades de educação e conscientização das comunidades:

Ênfase especial deve ser dada ao fortalecimento e a eventual reorientação de programas de capacitação de professores e identificação e intercâmbio de práticas inovadoras. Deve ser dado apoio à pesquisa em metodologias de ensino interdisciplinares e à avaliação de impacto dos programas educacionais relevantes

O texto advindo desta Declaração foi concebido como início de um processo de debates, sendo divido em seis partes. Tinha a intenção de discutir sobre “O que é sustentabilidade?”, “Informação e compreensão pública: o motor da mudança”, “Reorientação da educação como respaldo para o desenvolvimento sustentável”, Mudança de hábito de consumo e de produção para estilo sustentáveis de vida”, “Ética, cultura e equidade: sustentabilidade como imperativo moral”, e a última parte “Mobilização para a Ação”. Estando esse documento voltado para ação, no início do trabalho o Diretor-Geral da UNESCO50 afirma:

Obviamente, este documento está longe de ser completo, pois não inclui tudo o que poderia ser dito sobre esse vasto tema. Por esse motivo, o prefácio do Diretor- Geral caracteriza o trabalho como “o começo de um processo e não uma conclusão”. Essa primeira tentativa de articular mensagens-chave de educação para o desenvolvimento sustentável e de considerar seus numerosos componentes deverá, ao longo do tempo por meio de debate e da mais ampla participação possível, ser tarefa atribuída à UNESCO. É por essa razão que este documento, deliberadamente, não é dirigido aos que já estão comprometidos nesse campo. Para algumas pessoas, o trabalho, sem dúvida, dará a impressão de repetir o que já sabemos. Mas, para os outro, que participam em um ou em outro aspecto desse amplo assunto – docente, funcionários governamentais, ONGs – e para os que não estão diretamente vinculados a educação sendo, porém, parte interessada na educação para o desenvolvimento sustentável – empresas, setor produtivo, instituições financeiras, comunidade universitária - o trabalho abrirá a ampla perspectiva que o conceito de educação para o desenvolvimento sustentável propõe. É necessário precisar que os temas já estabelecidos claramente, como educação ambiental, e educação em matéria de população cumprem uma função fundamental e continua mantendo a identidade própria (UNESCO, 1999, p. 00).

E tendo a noção da importância da Educação para o alcance da Sustentabilidade, a Declaração de Thessaloniki aborda a reorientação da educação como respaldo para o desenvolvimento sustentável, e destaca a necessidade da priorização da educação básica no mundo em desenvolvimento, bem como a reforma curricular das escolas e a capacitação

docente, como a elaboração de estudos e programas interdisciplinares em todos os níveis (UNESCO, 1999, p. 46):

Definitivamente, para caminharmos no sentido do desenvolvimento sustentável será necessário que a educação não apenas dure para toda a vida, mas que, além disso, seja ampla como a própria vida; uma educação a serviço de toda a população, que aproveite todas as áreas do conhecimento e trate de inserir o saber em todas as principais atividades da vida. Há muito tempo terminou a época em que a educação era uma atividade da infância e o trabalho, ocupação dos adultos. O rápido crescimento do saber tornou antiquado o conceito do ensino como uma preparação “de uma vez para sempre” para a vida. O crescimento do saber é exponencial, porém, não tão rápido como a necessidade de compreensão e de soluções que trata de satisfazer. No que se refere ao desenvolvimento sustentável, especificamente, é impossível prever de forma confiável quais serão os temas-chave sobre os quais as pessoas necessitarão ser informadas daqui cinco, dez, vinte ou cinquenta anos. Cabe prever, entretanto, que esses fatos não se encaixarão perfeitamente nas atuais subdivisões artificiais do saber que existem há mais de um século. Portanto, é provável que para compreender e resolver problemas complexos seja necessária uma maior cooperação mútua entre os distintos campos da ciência. Enfim, reorientar a educação no sentido do desenvolvimento sustentável exigirá mudanças importantes, até mesmo extraordinárias em que quase todos os campos.

O plano de ação proposto nesta Declarão de Thessaloniki não devem ser implementados somente pelas instituições internacionais, mas por entidades e grupos importantes dentro de sua nação.

[...] educação já não é considerado um fim em si própria, mas um instrumento para: provocar mudanças de valores, de comportamentos e de estilos de vida necessários para o desenvolvimento sustentável e, em última instância, a democracia, a segurança humana e a paz; difundir o conhecimento, as técnicas e as habilidades necessárias para cria perfis de produção e de consumo sustentáveis e melhorar a gestão dos recursos naturais, a agricultura, a energia e a produção industrial; garantir uma população informada, preparada para apoiar as mudanças para a sustentabilidade emergente em outro setores (UNESCO, 1999, p. 76).

A Conferência Internacional sobre o Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Conscientização Pública para a Sustentabilidade, além de esclarecer o conceito de educação, pontuou a importância desta para a sustentabilidade e para o alcance de um futuro sustentável.

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