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O agente de recreação é a pessoa responsável pelo planejamento de serviços destinados a oferecer a melhor exploração possível do tempo de lazer de seus clientes. Seu trabalho é junto a grupos de pessoas, a quem orienta quanto ao uso dos serviços e para quem programa atividades de recreação.

Apesar de ser um representante dos proprietários e dirigentes da instituição onde trabalho, não pode se esquecer de que trabalha com gente, e gente muito especial: grupos formandos por pessoas de temperamento e de interesses diferentes, cujo objetivo único comum é o de usufruir de prazeres, emoções, conforto e bem-estar durante o período de tempo dedicado ao lazer.

Para um bom desempenho junto à empresa e à clientela, o agente de recreação precisa desenvolver um conjunto de conhecimentos e de atitudes, de técnicas e de habilidades específicas que compõem o perfil desse profissional e o torna apto à execução de suas muitas atribuições, dentre as quais se destacam a liderança de

grupos e o planejamento das atividades recreativas.

O bom recreador é aquele que vive, na liderança, a condição de participante. Que sabe olhar o interesse de todos; que escuta o desejo comum; que procura, na

medida do possível, aproximar-se de cada um, sem perder a noção de grupo.

Mas lembre-se: como profissional de recreação e lazer, você não é um simples animador de grupos. Seu trabalho proporciona alegria e descontração e, na liderança de um grupo, você responde pelo melhor aproveitamento do tempo gasto em jogos e brincadeiras.

Por isso é tão importante que o agente de recreação possua preparo técnico adequado e habilidades específicas, além de características peculiares ao bom desempenho da função.

O preparo técnico supõe o conhecimento das noções e dos princípios que fundamentam seu campo de atuação; um bom domínio da expressão oral, de informações sobre as possibilidades do mercado de trabalho, dos fundamentos de higiene e segurança no trabalho, de primeiros socorros, entre outras. Dentre as competências básicas necessárias ao exercício da função de recreador, é de fundamental importância o desenvolvimento da capacidade de relacionamento interpessoal.

Através do lazer você tem oportunidade de se encontrar consigo mesmo e também com o outro. O lazer ajuda a criar novas formas de expressão, proporcionadas por um fazer livre e descompromissado. Por isso, o agente de recreação deve, também, ter postura de estímulo, interesse e respeito pelas pessoas. Precisa ser, antes de tudo, acessível, de convívio agradável, bem-humorado e flexível no trato com os outros.

Depende muito da habilidade do profissional levar pessoas diferentes, com expectativas diversas, a se unirem num mesmo movimento de interesse e cooperação. Por isso, o profissional de recreação e lazer deve gostar de gente e desenvolver sua capacidade de se relacionar com os outros. Não é tarefa das mais fáceis, mas quanto mais habilitado estiver o recreador, melhor o seu desempenho na direção dos grupos.

As pessoas diferem umas das outras além do aspecto “visual”. Elas reagem de forma diversa, suas exigências variam e as maneiras de ser de cada um afetam a relação do grupo. Todas essas diferenças devem ser respeitadas, pois são elas que compõem as marcas da identidade de cada um, fazendo-os indivíduos. E a liderança de grupos exige um conhecimento mínimo sobre a diversidade de comportamentos dos seres humanos.

No que se refere à educação social e à escolaridade, é bom lembrar que o meio em que as pessoas nasceram e cresceram, a região do país onde vivem, as escolas

que cursaram e sua formação profissional exercem forte influência sobre seu caráter e personalidade.

Um outro aspecto diz respeito à alimentação. Ela varia de pessoa para pessoa, às vezes por questão de gosto, outras vezes por necessidade. Os hipertensos ou os diabéticos, por exemplo, precisam de dietas especiais. Os pratos típicos, portanto, devem ser oferecidos com moderação, apenas com uma mostra da cozinha local.

As preferências recreativas compõem outro aspecto diferenciador. Futebol, vôlei, jogos de salão, banhos de mar, aeróbica, caminhadas, cada pessoa tem sua predileção. Conhecendo as características, gostos, interesses individuais, fica mais fácil organizar uma programação que atenda a todos.

Existem as diferenças presentes no linguajar. Ainda que no grupo haja participantes expressando-se de várias maneiras, através de regionalismos interessantes ou de palavreado confuso - por vezes chulo -, o recreador deve manter sua expressão oral sempre clara e correta.

E a questão da formação religiosa e política? Esses são assuntos que sempre – ou quase sempre – geram polêmica. E aqui o princípio é o respeito às opiniões nas duas áreas, regidas pela pluralidade de tendências e opções.

Na condução de grupos, você talvez precise lidar com pessoas difíceis, que podem criar situações desconfortáveis. Habilidade e bom senso são extremamente úteis nessas circunstâncias. Mas, para ajudá-lo a melhor contornar tais situações apresentam-se a seguir, alguns dos traços mais característicos de certos temperamentos:

➢ Os indivíduos de temperamento acentuadamente nervoso podem apresentar-lhes irrequietos, suscetíveis, mas também abertos a motivações e propostas. Como seu humor costuma ser mais instável, sugere-se que lhes seja dispensado um tratamento cordial e amistoso, evitando situações de conflito;

➢ Nos tipos coléricos geralmente predominam a impulsividade e a capacidade de aplaudir ou explodir com igual vigor emocional. Essas pessoas costumam ter gosto pelo poder, pelo mando. É aconselhável delimitar as áreas, de modo firme e gentil, lembrando-lhes que em situações de lazer cabe ao recreador liderar, propor e viabilizar as preferências do grupo;

➢ Outros já se mostram mais inclinados à apatia. Em geral, aderem ao proposto sem formular exigências. O que lhes sobra em concessão, freqüentemente falta-lhes em

entusiasmo. Tais pessoas podem contribuir bastante nas decisões de interesse coletivo, por sua aptidão ao consenso. Quando estimuladas, apresentam respostas surpreendentes, agradáveis, que se revelam positivas para a agregação do grupo.

Convém observar que esses tipos de temperamento não retratam a maioria, que se caracteriza por mesclar duas ou mais tendências. Outro aspecto a ser destacado é que integrantes de grupo, fora de seus domínios habituais, tendem a se tornar mais participativos nos ambientes descontraídos do lazer.

Para um bom desempenho no relacionamento interpessoal é importante também que você não descuide de certos aspectos indispensáveis ao seu próprio comportamento na condução de grupos, tais como os indicados a seguir:

➢ A busca do autoconhecimento – quanto mais você se conhecer, souber de suas reações e do seu modo de viver o dia-a-dia, mais fácil será o trato com as dificuldades naturais, que surgem no convívio em grupo;

➢ O gosto pelo convívio com as pessoas – prazer de orientá-las facilita o entrosamento, ajuda a ouvir as expectativas do grupo e a buscar formas de integrar seus componentes;

➢ A facilidade de expressão – uma dicção clara e o cuidado com as palavras usadas garantem a correta e precisa transmissão das informações e o aproximam dos integrantes do grupo;

➢ A discrição pessoal – fator importante para que você não leve aos grupos assuntos ou problemas seus, assim como temas polêmicos, que podem gerar desconforto. Aqui também se pode considerar a questão da apresentação pessoal: modo discreto de se vestir, sempre de acordo com a ocasião;

➢ A tolerância – qualidade que permite compreender as diferenças individuais e, assim, evitar provocações e neutralizar comportamentos indesejáveis;

➢ A clareza e a rapidez de raciocínio – fundamental para manter-se atento às respostas do grupo.

melhor ação competente, está a capacidade de planejar. O planejamento é essencial para que se tenham bons resultados.

É necessário também que se conheça o ambiente. Seja qual for o local em que vá desempenhar sua função, o importante é entrosar-se com o ambiente e com as pessoas com quem vai trabalhar. Assim é importante que se observe com atenção e interesse os ambientes, a atitude das pessoas do setor, os materiais e equipamentos, as áreas disponíveis. Sua curiosidade é a de quem observa para melhor situar-se. O estágio de observação ajuda e facilita o trabalho que vem depois. É a fase de anotar falhas e acertos e de corrigir o mais urgente, sem esquecer que todas as ações futuras devem ser planejadas com base no interesse do público. Uma fórmula simples para atingir o objetivo principal da recreação é perguntar: “se fosse eu a me beneficiar das atividades recreativas, como gostaria que as coisas acontecessem?”. De posse dos dados referentes ao ambiente, o recreador poderá, então elaborar programação adequada, sabendo onde, quando e como ir, os perigos e problemas que porventura pode enfrentar, os melhores horários para a programação. Outro fator importante é o conhecimento sobre o clima da região e sobre a relação entre a época do ano e os costumes locais, de modo a poder melhor definir que tipos de animação turística devem ser oferecidos. Por último mas, não menos importante, é necessário inteirar-se do tipo de grupo que vai coordenar: sua faixa etária, sua procedência, interesses e expectativas.

São vários os motivos que provocam o agrupamento de pessoas que vão em busca de atividades de lazer orientado. Conhecer esses motivos é fundamental para se montar um perfil da clientela. Observa-se que cada grupo ou pessoa utiliza seu momento de lazer como melhor lhe convier, porém é necessário que se determine o objetivo de cada grupo. Normalmente trabalhos com crianças e adolescentes envolvem jogos de corrida, natação, caminhada, escalada, atividade que as obrigue movimentar, sendo necessário salientar a utilização de atividades com caráter de cooperação. Já os adultos, de modo geral, preferem o total relaxamento, mas isso não os impede de aproveitar com prazer as caminhadas, exercícios de respiração e alongamento, jogos aquáticos, canto, dança de salão e tantas outras programações que venham ao encontro de seus interesses e gosto pessoais.

O importante é saber que o recreador deve buscar atividades adequadas ao momento, ao grupo etário e aos interesses gerais, assegurando-se de que cada um esteja totalmente entregue à atividade prazerosa e nela encontre formas de expressão

pessoal e de relaxamento.

Conhecido o ambiente e a clientela, cabe ao recreador determinar o modo como o objetivo será alcançado. Essa forma compreende basicamente quatro etapas:

➢ Especificação das atividades, quando se verificam que tarefas ou providências serão necessárias para que se alcance o objetivo;

➢ Estabelecimento de prazos, o que consiste em definir o tempo necessário à execução de cada tarefa e organizar o cronograma geral de recreação;

➢ Análise dos recursos humanos e materiais disponíveis, compreendendo a avaliação da quantidade e da qualidade desses recursos para a execução do que foi programado;

➢ Determinação do local, escolhido a partir dos tipos de atividade recreativa que serão desenvolvidos e da quantidade prevista de participantes.

Outro ponto importante é o Marketing do evento. “A propaganda é a alma do negócio”. Seja claro nos anúncios e de preferência bem objetivo. Seja qual for a forma de propaganda, deve-se colocar claro o local e o horário de inscrição, incluindo o nome do responsável pelo atendimento aos interessados. Precisa definir a hora e o local de realização da programação. Se o evento for externo, é fundamental comunicar também o local e o horário de partida. Importantíssimo é informar o valor dos serviços, relacionando as condições de pagamento, e, por fim, como obter dados complementares.

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