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18. ATIVIDADES SISTEMATIZADAS DE LAZER

18.2 Dinâmica de grupo:

Exercícios que visam estimular atitudes esportivas dentro de um grupo ou alertar para comportamento desfavorável ao desenvolvimento pessoal/coletivo. Atividades como jogos, dramatização e charadas são algumas das possibilidades para fazer dinâmica de grupo.

Na recreação, os jogos de dinâmica de grupo, podem ser utilizados para identificar/desenvolver a personalidade das pessoas, o nível de cooperação no grupo ou sensibilizá-las para algum aspecto importante da realidade.

Ás vezes uma dinâmica bem dada pode até dispensar discursos ou sermões sobre algo errado no grupo. Porém, é importante criar um clima favorável à compreensão da “moral da história”, senão a dinâmica ficará apenas como uma “brincadeirinha”.

Quando iniciamos uma atividade com um grupo que pouco se conhece, realizamos dinâmicas para facilitar o relacionamento, a sociabilização (“quebra-gelo”).

Gonçalves e Perpétuo (1998) citados por Pimentel (2003) afirmam que esses tipos de jogos ajudam “as pessoas a se relacionarem, diminuindo tensões e facilitando a mudança de uma atividade para outra”. A atividade é estruturada em introdução, desenvolvimento e conclusão. Esta última se destina à pessoa avaliar o aprendizado obtido no processo.

Exemplo: Dinâmica do barbante Material: Barbante de 30 cm.

Objetivo: Autoconhecimento. Debater sobre a diferença entre nossa expectativa e o quanto conseguimos realizar.

Desenvolvimento: Pedir que cada pessoa observe o seu barbante e anote quantos nós acha que conseguiria fazer, em 1 minuto, utilizando: 1º) somente a mão esquerda e 2º) somente a mão direita. Será proibido encostar o barbante no resto do corpo. Uma alternativa cooperativa é desenvolver a dinâmica em duplas. Depois, o professor pede para executarem a tarefa e realizar a comparação do resultado real com o imaginado. Geralmente, subestimamos nossa capacidade.

18.3 Gincana

Caracteriza-se por ser uma atividade recreativa na qual a competição se dá através do cumprimento de tarefas (estabelecidas ou pré-estabelecidas). A cada atividade cumprida ou vencida atribui-se pontuação.

Considera-se uma modalidade recreativa muito atrativa, quer pelo seu dinamismo e pela variedade de provas, quer pela possibilidade de participação de muitas pessoas de idade, sexo e habilidades diferentes.

Atualmente, existem até gincanas virtuais pela internet. Porém, as mais comuns são aquelas nas quais se reúnem equipes organizadas por turma, bairro, grupo de amigos, setor de produção ou de forma aleatória. Tais equipes recebem com antecedência tarefas as quais devem ser entregues no(s) dia(s) da prova. Concomitante a realização do evento, mais tarefas e provas são acrescentadas pelos organizadores, intercalando provas prontas e provas surpresas.

Tarefas pré-determinadas: papagaio para “falar” o maior nº de palavras com uma determinada letra (pode estipular tempo caso queira); grito de guerra e mascote caracterizado; maior quantidade em Kg. de alimentos/agasalhos; a pessoa mais velha; a moeda mais antiga; carteira de identidade que comece com 9 e termine com 9; bigode natural mais comprido; apresentação de coreografia; trazer foto de infância do pároco, descobrir o nome completo do promotor do evento.

Provas surpresa: maior nº de pessoas dentro de um fusca; cabo de guerra; beber a maior quantidade de água em 1 minuto; estafetas; imitar cantor; pênalti feminino; responder perguntas sobre conhecimentos gerais; pintar o corpo; achar objeto escondido; colocar pessoas vendadas para identificar objetos.

18.4 Recreação Aquática

Com a expansão dos parques temáticos e, mais particularmente, dos parques aquáticos, aumentou a preocupação com formas agradáveis e atrativas de recreação no meio líquido. Embora existam tubos em diversas alturas, corredeiras lentas, brinquedos de escorregar, piscinas com ondas e com cascata ainda são necessários programas de animação sociocultural, até mesmo para dinamizar a ocupação dos atrativos físicos.

Os jogos e brincadeiras na água têm forte influência indígena (o brasileiro herdou uma relação lúdica com praias e cachoeiras). As brincadeiras foram sistematizadas para aulas de iniciação ao nado, em especial do público infantil nas fases de adaptação ao meio líquido, respiração, flutuação e deslizamento (locomoção na água).

A seguir algumas atividades para se fazer na piscina:

1. Caça ao tesouro: são atirados objetos na piscina (uns flutuando e outros mais pesados, submersos). Dado o sinal de partida, as equipes (dispostas em lados diferentes da piscina) pulam para capturar o maior número de objetos; para segurança, irá uma equipe de cada vez, tendo o tempo cronometrado (vence o menor tempo).

2. Corrida da múmia: uma pessoa é envolta com papel higiênico (1 rolo). Vence a equipe que, carregando o colega, chegar ao final do trajeto sem molhar a múmia; 3. Briga de galos: disputa entre duas duplas para ver qual, através de empurrões,

derruba primeiro a outra. Na dupla, um está assentado sobre os ombros do parceiro.

18.5 Recreação Especial

Está relacionada a pessoas especiais, de vida especial. Deve conter os mesmos objetivos educacionais. As atividades podem ser as mesmas que as convencionais, feitas com algumas adaptações.

Pimentel (2003) detecta que a maior deficiência é a nossa mentalidade em não acreditar que o lazer traz benefícios a todas as pessoas, independente da diferença que cada uma possua. Portanto deve-se atender estas pessoas com atividades adaptadas e estimulá-las a ter um estilo de vida ativo.

Quando a pessoa em situação de deficiência física é dominada pela idéia de que é imperfeita, ela deixa-se apanhar pela ociosidade, apatia e desânimo; o que acarreta um círculo vicioso, pois quanto mais indisposta menor é a atividade física e, conseqüentemente, a qualidade de vida. Uma qualidade de vida pior leva a grau maior de indisposição. E, como reitera Vygotsky, quanto maior a privação de experiências, mais diminuto o grau de desenvolvimento.

A atividade física promove estímulos contínuos, seja uma estimulação neurofisiológica e psicológica (bem-estar), seja no ajustamento sócio-cultural (conviver

em sociedade). No caso de amputados, após o acidente e superada a fase de choque, a pessoa em situação especial deve reassumir suas funções.

As aulas devem ser de características lúdicas tendo como objetivo favorecer o conhecimento de si mesmo; vivenciar situações de sucesso; estimular o convívio social; liberar o estresse (equilíbrio emocional); e aprimorar o condicionamento físico. Rosadas (1991) citado por Pimentel (2003) preconiza a estimulação do desenvolvimento global (na relação da atividade física com a cognição, entre outras funções); auxiliar no potencial criativo (recreação); treinar atividades em situações reais da vida (ex.: Mamãe da rua/atravessar rua); convívio comunitário (inclusão social); e ajustamento social pleno (cidadania).

A utilização de jogos e brincadeiras melhora o controle corporal de crianças com paralisia cerebral. As pessoas podem obter ganhos objetivos (equilíbrio estático, força muscular, amplitude de movimento) e subjetivos (sensibilidade, auto-estima, criatividade). Junto a deficientes mentais (D. M.) recomenda-se ao ensinar jogos, iniciar com explicação prévia da brincadeira e na execução da criança, agir com retroalimentação) elogiar no acerto e, se incorreto, dicas verbais de correção).

Na Educação Especial podemos dividir as pessoas em três níveis, conforme o grau de autonomia:

1. dependentes, precisam de atenção constante;

2. treináveis, podem ser condicionados a sozinhos realizarem tarefas; 3. educáveis, são capazes de se incluírem na sociedade e na educação.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 10% da população seria portadora de algum tipo de deficiência no mundo. Essas pessoas enfrentam dificuldades de acesso de lazer, educação, saúde e transporte, mas 70% deles podem ser integrados à sociedade.

Surge porém a pergunta! Será possível inserir crianças com déficit de cognição (síndrome de down e hiperativos) em colégios regulares sem prejuízos!? Aqueles que são favoráveis valem-se da teoria da zona de desenvolvimento proximal (Vygotsky). Colocam que uma criança influência a outra a subir os estágios de desenvolvimento. Logo, as crianças mais capacitadas serviriam de referência àquelas com alguma deficiência.

Em contrapartida percebe-se a discriminação de alguns professores, pois, isolam o deficiente da sociedade, como se ele não pudesse superar os preconceitos.

Observa-se que há crianças que não possuem condições de responder às necessidades da escola, no entanto, percebe-se a falta de preparação da escola e de vários profissionais para atuarem com estas crianças especiais.

Diversas iniciativas vêm sendo levadas a cabo para favorecer o acesso das pessoas com necessidades especiais a opções de lazer, dentro da capacidade adaptativa de cada pessoa. Um exemplo é o goalball: uma modalidade criada exclusivamente para cegos e portadores de visão subnormal. Participam dois times de três jogadores e o objetivo é lançar uma bola (com guiso) em direção ao gol adversário (09 metros de comprimento).

Algumas outras experiências já estão em andamento: ➢ brinquedoteca terapêutica para excepcionais;

➢ clubes recreativos adaptados; ➢ musicoterapia e arte reabilitação; ➢ esporte paraolímpico;

➢ natação para amputados, cegos e deficientes mentais; ➢ caminhadas de crianças da Apae pela cidade;

➢ deficientes visuais visitando zoológicos e museus (“museu do tato”);

➢ planejamento dos locais de lazer para receber paraplégicos (acessibilidade); ➢ pacotes turísticos e hotéis com serviços especializados.

Deficientes auditivos e visuais devem realizar mais jogos sensoriais, ligados aos motores. Exemplo: quem sou eu?, bate o sino, pique-círculo (visuais); lenço risonho; corrida, barra manteiga (auditivos).

As atividades aquáticas são excelentes para as crianças especiais, pois solicitam todos os sentidos e também o aparelho locomotor.

Em estudo realizado por Melo et al. (2001) citado por Pimentel (2003), com presidiários, homossexuais e prostitutas (HIV), descobriu que estes consideram o lazer como uma forma de diminuir o estigma e melhorar a qualidade de vida e que os momentos de lazer são compartilhados junto à família e filhos como uma forma de terem uma vida normal e os exercícios físicos visam a manutenção do corpo (estética).

É interessante observar que grupos especiais possuem lazeres ainda pouco esclarecidos, mas que possuem uma lógica. Adolescentes com dependência química pesquisados por Gimeno et al. (1998) e Molinari (2000) citados por Pimentel (2003) apresentavam interesse por jogos de vertigem. Estranhamente, para Caillois (1994)

citado pelo autor acima, as drogas seriam a corrupção (exagero) da vertigem experimentada nesses jogos. Na verdade, tanto o uso de drogas, quanto a prática de esportes radicais produzem vertigem (emoção, sensações, adrenalina), sendo que os jovens em tratamento buscavam trocar a dependência química por uma vertigem natural e socialmente aceita (skate, paraquedismo, rapel).

Atividades desse gênero, como os esportes radicais, têm a vantagem de estimularem maior cooperação social e a interação com o meio além de serem práticas emblemáticas da adolescência. Em complemento, estudiosos vêm introduzindo jogos cooperativos como estratégia de restabelecer a sociabilidade em parâmetros de confiança.

Os estudos dos hábitos, necessidades e desejos desses grupos podem em muito contribuir para formularmos diretrizes e intervirmos nessas realidades.

O importante é o tempo livre de pessoas com necessidades especiais ser pleno de possibilidades. Muitas vezes para poderem possuir condições de ir a um parque ou clube, são necessários tratamento e treinamento prévios. De outro lado, o espaço deve ser planejado para anular barreiras arquitetônicas.

Em todas as atividades devemos atentar para os perigos que rodeiam, como objetos que machucam e áreas de risco. A atenção deve ser redobrada e a paciência, triplicada.

Crianças portadores de mongolismo, procure atividades que motivem a criatividade, a força de pensamento (raciocínio) e a agilidade. Exemplo: fugir da bola, canguru, tartaruga sabida, corrida de equilíbrio, etc.

18.6 Ruas de Lazer

Embora brincar na rua seja uma prática antiga, ainda atrai várias crianças com propósitos de ludicidade. Esse tipo de evento visa a promoção do lazer comunitário utilizando-se das ruas ou praças para a realização de atividades recreativas sistematizadas.

A seqüência para efetivar as ruas consiste em: contato com a comunidade, definição das responsabilidades das partes, especificação do local e das atividades, orçamento, treinamento de pessoal, divulgação, solicitação de autorização e proteção pública, montagem, execução (o dia propriamente dito) e avaliação do evento.

As estratégias mais freqüentes são a montagem de um palanque para animação geral (concurso de calouros, mini-gincana, apresentações artísticas) e estações de brincadeiras (pintura, cama elástica, fantoches, “chutes a gol”, “arremessos à cesta”, rolamentos). Pode ainda haver montagem de postos de informação, barracas de alimentação ou salas para assembléia comunitária. Pode-se, ainda, enfatizar a face cultural desses eventos através de festas populares, teatro de rua, feiras de artesanato... na rua.

Como é repleta de várias atividades que se realizam ao mesmo tempo é necessário a atuação de vários instrutores. Marque o previamente o tempo de participação em cada atividade para que haja rodízio.

Outro aspecto inegável está na dimensão lúdica da rua, exercendo ligação entre o público e o privado. Na sociedade brasileira, a rua sempre ocupou lugar de destaque nas atividades sociais. Para populações de baixa renda é um dos equipamentos de lazer mais utilizados para brincar e conversar, apesar da violência urbana.

Como é repleta de várias atividades que se realizam ao mesmo tempo é necessário a atuação de vários instrutores. Marque o previamente o tempo de participação em cada atividade para que haja rodízio.

18.7 Colônia de Férias

Por este tipo de atividade entenda-se uma programação – em tempo integral ou parcial – realizada entre 5 a 30 dias, na qual as pessoas desenvolvem interesses recreativos, artísticos e esportivos de cunho educativo. Geralmente, as colônias de férias ocorrem em quartéis, fazendas, escolas, hotéis, acampamentos ou estâncias balneárias. E, embora pensemos imediatamente no público infantil, existe também colônia de férias destinadas ao público adulto e famílias.

Finalidades: proporcionar as pessoas em férias oportunidade de preencherem esse período de forma orientada com atividade física, recreativa e desportiva, contato com a natureza, atividades artísticas, culturais e outras.

Quanto aos Objetivos:

Recreativo: Consideramos aquela cujas atividades desenvolvidas sejam somente de

o aspecto do prazer dos participantes é fundamental. Podem ser desenvolvidas Colônias de Férias cujas atividades tenham o cunho esportivo e serem classificadas em recreativas, desde que a atividade esportiva seja dinamizada e orientada para o objetivo recreativo.

Desportiva: Consideramos aquelas que tenham como objetivo específico dinamização

de técnicas e táticas de determinado ou determinados desportos. É o caso de um programa de meio período, durante 05 dias em que sejam ministradas somente atividade de voleibol. Mesmo que algumas dessas atividades sejam desenroladas de forma lúdica e recreativa, o objetivo principal é o aprimoramento dos participantes em determinada prática desportiva, o que não ocorra na Colônia de Férias cujo objetivo seja “recreativo”.

Socializante: Toda Colônia de Férias deve ter como objetivo geral a socialização. Mas,

podemos programar um em que o enfoque principal seja a socialização. Não são poucas as crianças, jovens e mesmo adultos com dificuldades de relacionamento.

Cultural: Atividades culturais também são parte de quase toda programação de

Colônia de Férias. Encontramos hoje em dia, algumas cujo objetivo central são as atividades culturais. Consideramos àquelas cujas atividades teatrais, artísticas e outras são o foco central. Exemplo de Colônia de Férias Cultural: a dinamizada em um teatro ou em ateliê artístico ou mesmo em praça pública ou praia desde que o enfoque seja centrado nas atividades culturais, ainda que, evidentemente, desenvolvidas de forma recreativa e lúdica.

Específica: Consideramos aquelas que, além dos objetivos gerais citados, que

desenvolvam suas atividades de forma recreativa, desportiva e cultural, tenham objetivo específico especial, tipo Colônia de Férias para diabéticos, para cardiopatas, para emagrecimento e outras. O enfoque nessas Colônias de Férias é muito mais amplo. Visa dar orientação específica aos participantes através de equipe multidisciplinar e poliprofissional. Por exemplo, em Colônia de Férias para diabéticos, o enfoque é a convivência do participante com seu problema, com a insulina, é o conhecimento nutricional, é o reconhecimento dos benefícios das atividades físicas. Em suma, como todas essas atividades podem contribuir para um melhor bem estar do

indivíduo. É gratificante participar de uma Colônia de Férias desse tipo.

Mista: A maioria das Colônias de Férias são do tipo mista. Consideramos aquelas que

não possuem objetivo específico. São as realizadas de forma recreativa, desportiva e cultural.

Desenvolvimento das atividades:

Este é um parâmetro fundamental na decisão da realização de uma Colônia de Férias. Após identificarmos a classificação da mesma, é necessário estabelecer a forma como vamos executá-la em termos de atuação dos profissionais. Um dos fatores que influenciarão na decisão é os objetivos traçados para o programa.

Podem ser três formas de atuação técnica:

Professor Fixo na Turma: é aquela em que estipulamos um professor responsável

pela turma e, este fica delegada a responsabilidade de desenvolver pela turma e, este fica delegada a responsabilidade de desenvolver as atividades fixadas no quadro de trabalho. O professor se coloca com a turma. Cabe a este profissional dinamizar as atividades na piscina, na quadra esportiva, no campo de futebol e assim sucessivamente. É a melhor opção operacional receptiva para uma Colônia de Férias Recreativa, cujos objetivos principais sejam os sociais e de integração comunitária. Onde não se tenha como meta o desenvolvimento técnico.

Professor Fixo nas Atividades: é aquela em que o professor com especialização

técnica permanece fixo em local determinado. Um professor na piscina, outro na quadra de basquetebol, outro no campo de futebol e assim sucessivamente. A turma se desloca de acordo com o quadro de trabalho, mas, o professor permanece nos respectivos locais. Esse tipo de trabalho foi utilizado em algumas unidades militares. Estipulava-se a um militar a responsabilidade de conduzir as turmas para os locais da prática desportiva onde, um professor de Educação Física dinamizava determinada atividade. É a melhor opção operacional receptiva para uma Colônia de Férias cuja meta seja o desempenho técnico.

Misto: é a junção das duas anteriores. Um professor responsável pela turma,

acompanhando a mesma em todos os setores e, um professor técnico em cada local de atividades. Sem dúvida alguma é a que melhor efeito terá em todos os sentidos. O

professor fixo na turma terá condições de observar os participantes buscando a integração social ao passo que o professor fixo na atividade estará, auxiliado pelo professor da turma, desenvolvendo atividade específica, tais como basquetebol, teatro, arte, música, natação e outras. Poucas são as Colônias de Férias dinamizadas desta forma. O encarecimento do custo da mesma praticamente a inviabiliza. A forma mais utilizada é a do professor fixo na turma.

De acordo com Pimentel (2003), considera-se essencial para se realizar uma colônia de férias:

1. definir público alvo, local mais apropriado e duração;

2. construção de projeto prevendo custos (dividir gastos totais com o nº de “colonins”), tamanho da equipe, material necessário, aluguel do espaço, transporte, alimentação, divulgação, segurança e parte técnica: objetivos e metas, metodologia de trabalho, síntese da programação (nunca mostre o plano de ação muito detalhado: ninguém vai ler ou pode haver plágio de suas idéias);

3. acertos com os parceiros (clubes, igrejas, condomínios, escolas), apresentando o projeto de forma clara e sintética;

4. divulgação do evento e inscrições;

5. treinamento da equipe e preparação do local/material.

Sempre após a colônia e, de preferência durante a mesma, realizar sua avaliação, visando cobrir as falhas e melhorar o trabalho.

18.8 Acampamento e Acantonamento

Acampamento é realizado com barracas enquanto acantonamento consiste na

ida a um local com acomodações prontas, mesmo que rústicas, com adaptação de um local para alimentação, banho e acomodação do grupo para pernoitar. As idéias associadas a acampamento são autodisciplina, companheirismo, dormir fora de casa e contato com a natureza.

Possivelmente, os primeiros modelos de acampamento vieram do escotismo. Este, por sua vez, originou-se com a influência militar. Assim, quando os pais enviam seus filhos aos acampamentos, eles esperam coisas como todos ficarem em fila,

arrumarem seus quartos ou barracas, obedecerem às ordens, enfrentarem situações difíceis na natureza e adquirirem senso de lealdade e disciplina. Assim o profissional deverá graduar o rigor com outras estratégias educacionais. Stoppa (1999) citado por Pimentel (2003) reforça, com base em seus estudos sobre acantonamentos, que a ação do profissional pode violentar o modo de ser da criança quando é feita de maneira manipuladora e autoritária. Tem-se resgatado a faceta de interação como o meio natural (movimento ecológico).

Salienta-se a importância de não “inchar” a programação, dando um tempo para que a criança possa criar suas próprias atividades e expandir sua responsabilidade, sociabilidade e independência.

Em geral existem acampamentos que recebem grupos escolares ou colônias de férias. Tanto existem locais com equipe própria (atreladas a um pacote de atividades) ou somente o aluguel de local para a realização do evento.

Tem-se surgido vários acantonamentos e acampamentos porém, nem todos são preparados de maneira a garantir segurança e o cumprimento dos objetivos (“ocupação sadia”, consciência ecológica, ...). É importante selecionar rigorosamente os especialistas, tanto pela necessidade de um trabalho diferenciado quanto para evitar riscos à integridade dos clientes. Os riscos vão desde acidentes devidos à negligência do monitor até casos de pedofilia.

É importante apontar outros aspectos importantes como ter os objetivos definidos, traçar o perfil do público, criar fichas médicas e disciplinares para controle e prevenção, determinar local, transporte, alimentação, equipe, materiais condizentes com a programação e não permitir viagem sem autorização dos pais.

A programação deve e/ou poderá prever: 1. Dia esportivo, incluindo tempo livre;

2. Banho e arrumação das camas; 3. Pequeno show ou concurso interno;

4. Jantar (de preferência um cardápio de fácil preparo, em que vários alunos podem

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