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Por agronegócio, entende-se como um sistema integrado o qual implica a ideia de cadeia produtiva, e este, ao longo dos anos, vem passando por um processo de modernização e especialização, o que resulta em um aumento significativo de competitividade. Este processo se dá principalmente pela exigência dos consumidores que buscam mais qualidade nos produtos, aos preços competitivos e às práticas de conservação do meio ambiente. (AMADO et al, 2006; CALLADO, 2011).

Fatores como a disponibilidade de recursos naturais, avanços tecnológicos, crescimento do consumo do mercado internacional e a expressiva demanda interna podem ser indicadores do potencial de crescimento do agronegócio brasileiro. Para isto, o país precisa estimular seu desenvolvimento através de uma produção crescente da agricultura a fim de suprir as necessidades além das suas divisas. Por outro lado, um dos principais desafios encontrados capaz de dificultar este desenvolvimento do setor do agronegócio pode ser justamente as questões ambientais, dado que é necessária uma redução urgente na degradação ambiental e na emissão dos gases do efeito estufa. (ASSAD, MARTINS e PINTO, 2012).

Segundo o relatório do Departamento do Agronegócio (DEAGRO) emitido pela Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP) no mês de janeiro de 2018, o último mês de 2017 registrou o terceiro maior superávit de uma série histórica na balança comercial do agronegócio brasileiro, com um valor de US$ 5,7 bilhões, montante superior a dezembro de 2016.

O acumulado de exportações total do Brasil para ano de 2017 foi de US$ 217,739 bilhões, o que significa um incremento 17,5% sobre dezembro de 2016, sendo que, 44,1% destas exportações foram oriundas do agronegócio, ou seja, aproximadamente US$ 96.014 bilhões, o que representa um incremento de 13% sobre o ano de 2016. Neste cenário, é importante destacar que todos os demais setores juntos representam em torno de US$ 121.724 bilhões em exportação.

Quanto às importações realizadas, no ano de 2017, o acumulado total para o Brasil foi em torno de US$ 150.749 bilhões, sendo que 9,4% destas importações foram oriundas do agronegócio, ou seja, aproximadamente US$ 14,153 bilhões. Neste cenário, também é importante destacar que todos os demais setores juntos representam em torno de US$ 136,596 bilhões em importação. Como resultado, o saldo da balança do setor foi superavitário em US$ 81,86 bilhões, sendo este o segundo maior saldo da balança do agronegócio, ficando atrás apenas do ano de 2013, que apresentou um superávit de

US$82,91 bilhões. A Tabela 2 faz uma relação com as exportações e importações realizadas, para no ano de 2017.

Tabela 2 – Relação das exportações e importações do ano de 2017 (em US$ milhões)

Setores 2017 Saldo Exportação Importação Total do Brasil 217.739 150.749 66.990 Demais setores 121.725 136.596 -14.876 Agronegócio 96.014 14.153 81.861 Representação (%) 44.1 9.4 --

Fonte: Adaptada de DEAGRO (2017).

Para a FAO (2015), o Brasil assumiu a responsabilidade e a condição de “celeiro do mundo”, tornando-se um dos principais exportadores de alimentos, atrás apenas dos Estados Unidos. Neste sentido, de acordo com o relatório de projeções para os anos de 2025/2026, realizado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) com o objetivo de nortear e embasar a estratégia a ser escolhida com relação ao agronegócio, é possível observar que o Brasil estará dentre os principais países exportadores daqueles que são considerados os principais alimentos consumidos e imprescindíveis para os seres humanos conforme Tabela 3.

Tabela 3 – Representatividade de exportação brasileira de alimentos de acordo com projeção para os anos de 2025/2026

Cultura Milhões de Toneladas Participação no comércio mundial (%)

Soja em Grão 69 45,9 Carne de Frango 5 41,5 Carne Bovina 2,7 26,5 Farelo de Soja 17,9 23,6 Milho 25,3 17,8 Óleo de soja 1,8 15,4 Carne de Porco 0,8 10,5

Fonte: Adaptado de MAPA (2015).

De acordo com o relatório emitido pela CONAB no mês de fevereiro de 2018, a produção total de grãos para a safra de 2017/2018 está estimada em 225,57 milhões de

toneladas, o que significa uma redução de 5,1% em relação à safra de 2016/2017, que obteve um resultado de 238,8 milhões de toneladas. Com relação à área plantada, é observado um pequeno acréscimo de 0,2% se comparada com a safra anterior, o que significa 61,01 milhões de hectares de cultivo. O Gráfico 1 apresenta o comportamento histórico bem como uma projeção da área utilizada para a produção de grãos para o ano de 2015/2026. É possível perceber um considerável aumento na área plantada, e de acordo com a CONAB (2018) um dos principais motivos é a expansão da soja na região centro-nordeste, que compreendem a região da Matopiba que deve expandir 13,7% nos próximos 10 anos, a partir do ano de 2015.

Gráfico 1 – Comportamento da área destinada para a produção de grãos no Brasil

Fonte: CONAB (2015).

Mesmo diante da ascensão e consolidação do agronegócio brasileiro, Claudino e Talamini (2012) alertam que o setor enfrenta desafios, como a preocupação da sociedade de uma maneira em geral com a sustentabilidade ambiental, o que leva o setor para uma atenção especial em práticas ambientalmente sustentáveis na produção de alimentos, e, aliado a isso, existe uma tendência do mercado mundial por alimentos que contenham o selo e a certificação ambiental para realizar a importação.

Neste sentido, o Brasil necessita continuar estimulando o desenvolvimento da agricultura nacional, atentando para as questões ambientais, principalmente no que se refere às emissões dos gases do efeito estufa, que são questões que impõe novos paradigmas tanto para os agricultores quanto para o próprio governo brasileiro. Este é o desafio a ser enfrentado, dado que é necessário o estímulo da produção ao mesmo tempo que se busca a

redução dos impactos ambientais. Neste sentido, fatores como a disponibilidade de recursos naturais, avanços tecnológicos a demanda interna e externa são indicadores de um potencial desenvolvimento da produção nacional. (ASSAD, MARTINS E PINTO, 2012).