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Fonte: Lopes (1999)282.

Alguns desses movimentos dos índios dentro da própria Capitania do Rio Grande, foram pontuados por Júlio César de Alencar, e mostram, inclusive, o medo que se construiu em torno da figura dos “bárbaros” por parte dos moradores e autoridades locais, desde 1665. Desse modo, o clima de insegurança somava-se às dificuldades desse período, como poucos moradores com cabedal, além da carência de munições e de infantaria. Quase uma década

282 LOPES, Fátima Martins. Índios, colonos e missionários na colonização da capitania do Rio Grande do

Norte. Mossoró: Fundação Vingt-um Rosado; Coleção Mossoroense. Edição Especial para o Acervo Virtual Oswaldo Lamartine de Faria, 2003, p. 463.

depois, especificamente em 1674, por exemplo, Alencar destaca cartas dos oficiais do Senado da Câmara de Natal e do capitão mor, então Antônio Vaz Gondim, remetidas ao príncipe regente, D. Pedro, nas quais narravam o estado da Capitania do Rio Grande de maneira similar, acentuado pelo problema de ela ser “metida entre os gentios alarves”283, que costumavam “descer” à faixa litorânea. A respeito da expressão “alarves”, Júlio César Alencar comenta que se fazia referência aos índios do sertão, e tal terminação procedia de grupos árabes que tinham um estilo de vida nômade, reforçando, assim, a ideia desses índios que “desciam” do sertão ao litoral, termo evidente em algumas das fontes analisadas por ele284. Contudo, cabe aqui ressaltar que, em alguns documentos, esse último termo pode referir-se aos descimentos indígenas realizados de modo compulsório, ocorrido no momento em que determinado grupo de índios era apresado e o faziam forçadamente, muitas vezes amarrados, a se transferirem para outra localidade.

Caso similar de fuga de índios, em meio ao período turbulento das guerras justas na Capitania do Rio Grande, foi evidenciado em uma carta de Mathias da Cunha, então governador-geral, endereçada ao coronel Antônio de Albuquerque, responsável pelo Forte do Cuó, em 1688. Nela, dava-se ordem para que, dos 80 infantes que foram remetidos de Pernambuco para a fortaleza do Rio Grande, 50 fossem enviados para reconduzir todos os índios que saíram das Aldeias de Mipibu, Cunhaú e Guaraíras, localizadas no Rio Grande, em fuga rumo à Aldeia da Preguiça, na Paraíba. Vale salientar que o teor dessa carta repetiu-se em mais outras duas com destinatários diferentes, sendo eles o governador de Pernambuco, João da Cunha de Sotto Maior285, e o capitão-mor do Rio Grande, Paschoal Gonçalves de Oliveira286, informou da fuga e da união desses índios ao somarem suas forças, levando-se a inferir aqui a possibilidade deles serem do mesmo grupo étnico. Sobre esses índios, o Governador geral discorreu que havia muitos deles “homiziados sem partes e degredados em todas as capitanias desde a Bahia até essa287” e, como solução encontrada por ele, para incentivar o retorno desses índios aos seus locais de origem, sugeria-se que eles receberiam perdão por seus crimes desde

283 Apud. ALENCAR, Op. Cit., p. 93. 284 ALENCAR, Op. Cit., p. 91-93.

285 Carta que se escreveu ao governador de Pernambuco João da Cunha de Sotto Maior sobre a guerra do gentio

bárbaro do Rio Grande [1668]. Documentos Históricos da Biblioteca Nacional, Volume 10, pp. 263-267.

286 Carta que se escreveu para o capitão-mor da capitania do Rio Grande Paschoal Gonçalves de Oliveira sobre a

guerra do gentio bárbaro do Rio Grande [1668]. Documentos Históricos da Biblioteca Nacional, Volume 10, pp. 270-272.

287 Carta que se escreveu ao coronel Antônio de Albuquerque da Câmara sobre a guerra do gentio bárbaro do Rio

que se alistassem no Regimento até o fim da guerra, servindo de força marcial para continuidade dos embates.

Tanto o caso dos índios que migraram das Aldeias de Mipibu, Cunhaú e Guaraíras, no Rio Grande, para a Aldeia da Preguiça, na Paraíba, em 1688, quanto o caso dos índios das etnias Caboré e Capela que foram recolhidos na Aldeia de Guajiru, em 1714, desperta a reflexão a respeito das relações interétnicas desenvolvidas por esses grupos indígenas. Por não se ter maiores informações nas fontes consultadas, não se sabe ao certo se de fato esses índios pertenciam aos mesmos grupos étnicos, no entanto, a união entre os índios de diferentes aldeias do litoral, mencionada pelo capitão-mor Paschoal Gonçalves de Oliveira, pode caminhar em sentido à noção de comunhão étnica. Para Max Weber, as relações de sangue não se caracterizam como suficientes para a conformação de um grupo étnico, mas sim o sentimento de comunhão étnica, em geral advindo de alguma ação política288. Essa espécie de consciência comunitária tende a ser construída ainda mais facilmente em situações de ameaça de guerra, com o intuito de somarem forças diante das investidas dos inimigos, fato que poderia explicar essa movimentação entre diferentes aldeias, dentro e fora da Capitania do Rio Grande.

Além disso, durante o período colonial é possível perceber, não somente na Capitania do Rio Grande, diferentes jogos de interesse entre os próprios índios envolvendo sua classificação étnica. Maria Regina Celestino de Almeida destacou algumas situações de conflito entre índios da Aldeia de Mangaratiba, no Rio de Janeiro, em meados do século XVIII, em que um dos índios, Pedro Alexandre Galvão289, ora se declarava como liderança indígena, ora como morador, categoria contrária ao aldeado, de modo que lhe fosse mais conveniente nos processos de contestação de terras. A esse respeito, Almeida conclui que:

A classificação étnica se apresenta, pois, como importante instrumento de reinvindicação não só para pedir terras, mas também para destituir líderes acusados de introduzir brancos nas terras dos índios e negociar com elas. [...] ser índio e identificar-se com os interesses coletivos da aldeia era importante para ganhar suas terras ou conquistar sua liderança.290

288 WEBER, Max. Economia e sociedade. Brasília: UnB, v. 1, 1999, p. 270.

289 Esse caso envolvendo Pedro Alexandre Galvão e o conflito de terras no interior da Aldeia, foi discutido

amplamente na dissertação de Carmen Alveal. Cf.: ALVEAL, Carmen Margarida Oliveira. História e direito: sesmarias e conflito de terras entre índios em freguesias extramuros do Rio de Janeiro (século XVIII). 2002. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em História Social, Rio de Janeiro, 2002.

290 ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Quando é preciso ser índio: identidade étnica como força política nas

Desse modo, coloca-se em cheque as relações interétnicas no sentido de entendê-las não como bloco monolíticos, mas passível de mudanças, de acordo com os interesses envolvidos. Essas oscilações podem ocorrer tanto nas formações de alianças, como pode ter sido no caso do acolhimento de diferentes etnias na Aldeia do Guajiru, em 1714, quanto nas classificações étnicas, como no caso de Pedro Galvão, e por que não se pensar em uma situação semelhante no caso da união das diferentes Aldeias de Mipibu, Cunhaú e Guaraíras rumo à Aldeia da Preguiça, na Capitania da Paraíba.

De maneira geral, os casos referentes à Capitania do Rio Grande, apresentados acima, representam fugas indígenas, um tipo de deslocamento de iniciativa livre dos índios, apesar de serem, em sua maioria, motivadas por possíveis ataques de inimigos. Nessas ocasiões, muitas vezes os índios percorriam distâncias longínquas, entre Pernambuco e Rio Grande, para poder escapar da guerra e do cativeiro. Em 1647, já próximo ao fim do trajeto da viagem de Roulox Baro, intérprete e embaixador ordinário da Companhia das Índias Ocidentais, ao país dos tapuias, ele encontrou-se com o principal de um grupo de índios Janduís localizados na atual Serra de Santana, no Rio Grande do Norte, ao qual comentou que aquele espaço não era ainda seguro suficiente para o grupo, fator que motivava a fuga do local, pois “ao primeiro ruído de guerra, abandona-o e foge para o mato”291. O local atual que estavam, por sua vez, já era fruto de uma fuga anterior, fato que levou Baro a questionar a falta de vergonha deles em abandonar os demais membros do grupo, sendo surpreendido pela resposta do principal ao dizer que não era uma questão de vergonha, pois “não tendo recorrido aos seus inimigos, aos quais não podiam resistir, era prudente fugir; oprimidos pela fome em sua aldeia. Sem isso, sentir-se-iam felizes vivendo em paz”292 naquela ocasião. Em outro momento da trajetória, Baro deparou-se com outro grupo de tapuias e lhes questionou o porquê de estarem tão afastados, em meio às matas e distante do seu povo, e, novamente, o tópico da guerra surge na resposta dos índios. Eles alegaram que por conta da guerra, preferiam ficar naquele espaço convivendo em paz com outros tapuias vizinhos293.

Apesar do relato de viagem de Roulox Baro tratar-se de uma produção realizada em um período anterior ao definido para ser estudado aqui e em outro contexto, serve para endossar a importância atribuída à fuga pelos grupos indígenas em busca de paz, e encontrando nos matos, por mais distante que fosse dos demais parentes de seus grupos, uma alternativa de

291 BARO, Roulox. Relação da Viagem ao país dos Tapuias. São Paulo/ Belo Horizonte: Edusp/Itatiaia, 1979. 292 Idem.

verem-se livres das guerras. Nesses novos espaços, como no caso dos matos, portanto, tinha-se a possibilidade de reterritorialização, fosse por meio da afirmação étnica; relação com outros grupos indígenas; e estabelecimento da paz e dos costumes próprios.

No entanto, o movimento reverso entre as Capitanias também pôde ser evidenciado nas fontes da Junta. Em um dos termos, encontra-se um caso de transferências de índios Janduí e Caboré, apresados em uma guerra que até então estava indefinida se justa ou injusta, retirados da Capitania do Rio Grande para a Fortaleza de Itamaracá em Pernambuco. Através de uma portaria que foi remetida ao provedor da Fazenda Real, em 27 de fevereiro de 1713, sobre a assistência no sustento de uma índia, Dona Catherina – citada anteriormente – que estava presa em Olinda, pôde-se apreender que dessa guerra ocorrida no Rio Grande foram feitos muitos índios cativos e achou-se mais prudente os remeterem para Pernambuco para lá colaborarem com o trabalho na fortificação294. Nessa ocasião, vale ressaltar que mesmo com a indeterminação sobre a matéria da guerra, se seria justa ou injusta, diversos índios foram aprisionados. Não obstante, foram retirados de seu espaço de convívio social e deslocados para um novo território. Esse processo de retirada dos índios do local que estavam fixados é evidenciado e justificado no documento pelo temor que se tinha de uma reorganização do grupo para preparação de um motim contra os brancos em consequência do conflito.

Numericamente falando, do total dos 22 termos da Junta das Missões que tratam da temática da guerra justa no Rio Grande, mais da metade dão conta dos deslocamentos dos índios pela Capitania do Rio Grande, sendo 5 (22,7%) considerados de inciativa livre dos índios, enquanto 11 (50%) representam os deslocamentos compulsórios, somando 16 termos no total, como exposto no Gráfico 1. Além dos destinos comentados acima, os outros possíveis locais de territorialização dos índios evidenciados na documentação foram a Aldeia de Guajiru na própria Capitania do Rio Grande.

294 Ata da Junta da Missões de Pernambuco, 27 de fevereiro de 1713. Biblioteca Nacional de Lisboa, Coleção Pombalina, Cód. 115, “Livro dos assentos da Junta das Missões, cartas ordinárias, ordens e bandos que se escreveram em Pernambuco no tempo do governador Félix José Machado”, fl. 127.

Gráfico 1 – Termos da Junta das Missões de Pernambuco analisados (1712-1715)

Fonte: Elaborado pelo autor com base nos 78 termos analisados (Silva, 2020). É possível identificar as fugas dos índios em diversos documentos que fazem referência aos momentos das guerras e perseguições contra eles. Em uma carta régia ao Governador do Maranhão, de 1695295, o rei autorizou a guerra ao “gentio brabo” para que se defendesse os moradores da Capitania do Rio Grande das hostilidades dele. Contudo, fazia-se necessário não apenas combatê-lo na própria Capitania, como também que se encontrassem tropas compostas pelos moradores e índios guerreiros na Serra do Guepeba296, local no qual os índios ameaçados teriam escolhido para fugir das armas. Apesar de não se saber ao certo onde especificamente se localiza a Serra do Guepeba, por motivo de falta de detalhes na fonte, o rei comenta apenas que seria fora da jurisdição do Estado. A escolha desse refúgio, possivelmente distante da Capitania do Rio Grande, mas principalmente fora de sua jurisdição, pode indicar a estratégia de articulação dos índios em fugirem para um novo espaço, ou mesmo um espaço já

295 Carta régia ao governador do Maranhão sobre se ter resoluto fazer-se guerra ao gentio brabo em defesa das

hostilidades que fazem aos moradores do Rio Grande. Lisboa, 10 de março de 1695. Conselho Ultramarino – Tomo V – PE. Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, Arq. 1. 2. 24, fl. 112.

296 Pela leitura e transcrição do manuscrito, identificou-se o destino da “Serra do Guepeba” como um local para

refúgio dos índios. Pode-se inferir a respeito desse espaço que se trate da Serra de Ibiapaba, pois como explicitado na fonte, ela também não faz parte da jurisdição do Estado do Maranhão.

conhecido por eles anteriormente, para que se reterritorializassem afastados do raio de alcance do controle da Coroa portuguesa e de suas ações.

Em uma parte da crônica de João Andreoni de 1704, mencionada no capítulo anterior, quando ele discorreu sobre a situação a qual os índios do Rio Grande, Ceará e Paraíba foram submetidos para serem reduzidos em aldeias distantes de seus locais de origem, pode-se ter uma noção de como esses índios reagiam a isso pois se declara que:

Como a transmigração se fazia do solo pátrio ou do sertão, começaram uns a dizer que iam como escravos, outros que iam a ser mortos pelos Paulistas, outros olhavam entre lágrimas o sertão que iam deixar, outros que não se poderiam defender dos contrários se fossem assaltados pelo caminho.297

Desse modo, pelas palavras de João Andreoni, consegue-se perceber que no início do século XVIII, os índios poderiam compartilhar um sentimento em comum advindo da transmigração. O solo pátrio associado por ele ao sertão, e entendido aqui como um território social dos índios, era desvinculado de seu grupo, que apesar de carregar consigo sua conduta territorial própria, via-se confrontado à diversas situações possíveis, desde a sua retirada do sertão, passando pela trajetória conduzida pelos Paulistas, até a chegada – se chegassem vivos, pois eles também temiam a morte no caminho – ao novo local designado pelos colonos. Essa retirada do solo pátrio ganhará ainda uma nova denotação, a da desnaturalização, como será possível evidenciar no tópico a seguir.

4.3 – Desnaturalização dos índios da Capitania do Rio Grande

Atrelada aos movimentos dos deslocamentos compulsórios, evidenciou-se na documentação a ideia de desnaturalização dos índios. Ao ler os termos da Junta das Missões de Pernambuco, nota-se repetidas vezes a menção a essa noção que, de maneira geral, se contrapõe aos projetos assimilacionistas298 propostos pela Coroa portuguesa de integração dos índios ao meio social dos brancos, salientando-se a especificidade desse período de caráter conquistador. Pelo que se pôde observar das fontes até aqui analisadas, no que diz respeito ao discurso jurídico da guerra justa e às consequências oriundas dela, houve esse incremento no aparato legal pois,

297 Carta ânua de João Antônio Andreoni por mandato do Pe. Provincial, 25 de novembro de 1704. ARSI, Bras.

10, ff. 42-43 apud Leite, 1938-50: 543-547.

298 A ideia de assimilação dos índios estava vinculada aos projetos da Coroa portuguesa destinados aos índios

amigos, a exemplo de ações desse caráter pode-se destacar, tanto as Missões Jesuíticas como o Diretório Pombalino (1755) e o estabelecimento das vilas de índios, que visavam a integração social deles no meio dos brancos, ao assimilá-los e torná-los adeptos da fé católica, além de súditos do rei.

até então, a partir da execução de uma guerra desse tipo, era garantido aos conquistadores o apresamento dos índios e a conquista do território deles.

Em um dos termos da Junta das Missões fica claro que, após a conquista de um dado espaço por meio da guerra justa, o próximo passo deveria ser a retirada dos grupos indígenas locais para que houvesse o estabelecimento efetivo do poder da Coroa, fazendo-se necessário, portanto, a aplicabilidade da desnaturalização dos índios. A noção de desnaturalização aparece em um termo de assento299, datado de 23 de setembro de 1713, no qual faz referência aos grupos Janduís, Caboré e Capela, os quais não deveriam ser feitos apenas cativos, após o empreendimento da guerra justa, mas se sugere serem também desnaturalizados. Ao continuar discorrendo o termo, a Junta propõe que, para efetivar a “desnaturalização” dos índios, eles teriam que ser retirados da jurisdição do governo de Pernambuco, ao qual o Rio Grande estava submetido, e serem remetidos ao Rio de Janeiro. Tal iniciativa fora motivada pelo fato de que esses povos eram considerados rebeldes e estavam praticando roubos e mortes constantemente. Nesse mesmo termo, a Junta comentou de uma índia tapuia cativa de guerra que se teria casado com um negro da Capitania do Ceará e que, portanto, ela se encaixaria no perfil destinado à desnaturalização, pelo fato de também ter participado da guerra, sugerindo-se ser remetida a partir de então à jurisdição do Ceará. Porém, pelo fato de o casal ter seguido o rito matrimonial do casamento sem que houvesse dolo, a índia fora absolvida da pena.

Nos dois casos acima, os índios envolvidos configuraram perfis semelhantes no sentido de terem participado de conflitos, especificamente guerras justas na Capitania do Rio Grande, no entanto, o perfil que se sobressaía para a execução da desnaturalização era dos grupos étnicos Janduís, Caboré e Capela. De início, pode-se levantar algumas hipóteses a respeito da indicação desse perfil à desnaturalização, infere-se aqui, por exemplo, o fato desses grupos serem numericamente maior, se comparado apenas à tapuia cativa, além disso, por conta de a índia já encontrar-se casada em outra Capitania, não mais no Rio Grande, portanto, não se fazia necessário remetê-la a outra jurisdição.

Segundo o termo mencionado acima, essa mesma determinação já havia sido tomada nas juntas anteriores de 03 de abril e 08 de julho do mesmo ano. No entanto, dentre os termos analisados, encontra-se apenas o do mês de abril, no qual se solucionou a dúvida com relação

299 Ata da Junta da Missões de Pernambuco, 23 de setembro de 1713. Biblioteca Nacional de Lisboa, Coleção

Pombalina, Cód. 115 “Livro dos assentos da Junta das Missões, cartas ordinárias, ordens e bandos que se escreveram em Pernambuco no tempo do governador Félix José Machado”, fl. 41/43v.

ao envio também das mulheres para o Rio de Janeiro, determinando que ficasse na terra apenas os índios de sete anos de idade300. Sobre esse caso, há ainda um bando301, datado de 24 de maio desse ano, em que se ordena que os moradores da Capitania do Rio Grande que tiverem em seu poder índios das etnias Janduí, Capela e Caboré, fossem entregá-los na Capitania de Pernambuco para serem remetidos ao Rio de Janeiro ou os remetessem diretamente para o Rio de Janeiro, caso quisessem. A respeito desse caso, questiona-se aqui o porquê da escolha desse possível destino dos índios ser especificamente o Rio de Janeiro, e não outra Capitania, contudo, apenas o que se pode inferir através das fontes é que o processo de desnaturalização estava

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