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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL PROCESSOS

5 ALGUNS ASPECTOS CONCEITUAIS SOBRE INDICADORES

A globalização e o rápido desenvolvimento da tecnologia da informação, principalmente no tocante as telecomunicações, tem exercido uma forte pressão nos governos por transparência nas suas ações. O fortalecimento da transparência e do combate à corrupção repercutem de forma positiva sobre o desenvolvimento econômico de uma nação, principalmente porque aumenta a confiança nesse governo, elemento fundamental nos dias de hoje para o crescimento econômico.

Todavia, o desenvolvimento e implementação de ações que visem à transparência e a responsabilização no setor público não são tão simples assim, principalmente porque não diz respeito simplesmente ao cumprimento da legislação, mas, sobretudo ao cumprimento dos princípios de eficiência, eficácia e efetividade das ações públicas.

Nesse sentido, a utilização de indicadores de desempenho institucional torna-se uma ferramenta imprescindível para possibilitar a avaliação das ações governamentais, seus resultados bem como dos gestores de recursos públicos.

Segundo a ENAP (Escola Nacional de Administração Pública), indicadores são formas de representação quantificável de características de produtos e processos, utilizados para acompanhar e melhorar os resultados ao longo do tempo.

Quanto ao aspecto da amplitude e das perspectivas da utilização de indicadores de gestão no serviço público, Grateron (1999, p.116) destaca:

É importante destacar que a utilização de indicadores de gestão, como técnicas para a avaliação da gestão, não garante a resolução de todos os problemas relacionados a má prestação de contas e à

accountability ou responsabilidade da administração pública; apenas

ajuda a desenvolver um sistema integrado de informação baseados nestes indicadores que, junto a outros instrumentos, permitem dar

uma resposta as demandas da sociedade relativas aos gestores públicos.

Quanto a finalidade na utilização de indicadores de gestão na área pública, pode-se destacar dois grandes propósitos (GRATERON,1999, p.117):

• na perspectiva do gestor público, proporciona ferramentas que lhe permitem gerenciar melhor os recursos disponíveis, ao mesmo tempo em que possa prestar contas ou informar a comunidade sobre o uso destes recursos;

• na perspectiva do cidadão e das entidades fiscalizadoras superiores, terão ferramentas que possibilitarão um melhor controle e avaliação do desempenho do gestor público.

A ENAP, em seu manual de Elaboração de Indicadores de Desempenho Institucional, evidencia as principais finalidades dos indicadores, ou seja, para que servem:

a) Internalizar na organização pública as necessidades e expectativas dos clientes;

b) Possibilitar o desdobramento das metas do negócio;

c) Embasar a análise critica de resultados do negócio e do processo de tomada de decisão;

d) Contribuir para a melhoria contínua dos processos organizacionais;

e) Facilitar o planejamento e o controle do desempenho, pelo estabelecimento de métricas-padrão e pela apuração dos desvios ocorridos com os indicadores e;

f) Viabilizar a análise comparativa de desempenho da organização em negócios diversificados.

Na mesma linha da ENAP, segundo o TCU (2000), a utilização de indicadores de desempenho pela instituição traz as seguintes vantagens:

a) Possibilita a avaliação qualitativa e quantitativa do desempenho global da instituição, por meio da avaliação de seus principais programas e/ou departamentos;

b) Permite o acompanhamento e a avaliação do desempenho ao longo do tempo e ainda a comparação entre:

I desempenho anterior x desempenho corrente; II desempenho corrente x padrão de comparação; III desempenho planejado x desempenho real.

a) Possibilita enfocar as áreas relevantes do desempenho e expressá-las de forma clara, induzindo um processo de transformações estruturais e funcionais que permite eliminar

inconsistências entre a missão da instituição, sua estrutura e seus objetivos prioritários;

b) Ajuda o processo de desenvolvimento organizacional e de formulação de políticas de médio e longo prazos;

c) Melhora o processo de coordenação organizacional, a partir da discussão fundamentada dos resultados e o estabelecimento de compromissos entre os diversos setores da instituição;

d) Possibilita a incorporação de sistemas de reconhecimento pelo bom desempenho, tanto institucionais como individuais.

5.1 Classificação dos indicadores

A literatura especializada apresenta uma séria de classificações quanto aos indicadores. Eles variam de uma instituição para outra, bem como de autor para autor, de acordo com a perspectiva que cada um quer ressaltar. No presente trabalho iremos procurar apresentar uma classificação para os indicadores que seja útil ao setor público, objeto do presente trabalho.

Batista e Popinigis (2000), no curso da Elaboração de Indicadores Institucionais, da Escola Nacional de Administração Pública, classificam em cinco os tipos de indicadores:

1) Estratégicos: São aqueles que se prestam para avaliar até que ponto se implementou as estratégias fixadas para um certo período de tempo em que se planejou alcançar um determinado padrão de desempenho. Esses indicadores informam o quanto à organização se encontra na direção da consecução de sua visão projetada para o futuro.

2) Qualidade (eficácia): O indicador de qualidade, sob um dado aspecto, refere-se ao grau de satisfação do cliente com relação às características do bem ou serviço produzido. Este indicador é medido através de consulta à população, ao destinatário do produto ofertado. Muitas das pesquisas junto ao público externo são realizadas por meio de telefone, através de ligações gratuitas pelo serviço 0800, outras são procedidas por meio de questionários e entrevistas. Os consumidores ou usuários consultados irão responder sobre a adequação das características do produto aos fins para o qual foi realizado, sobre sua utilidade e sobre seu atendimento às expectativas em torno dele criadas. É a avaliação do consumidor a respeito do bem ou serviço apresentado à sociedade. Este indicador revela-se de grande importância para a melhoria e aperfeiçoamento do produto, quer seja ele oferecido a um mercado cada vez mais competitivo, quer seja a uma sociedade cada vez mais cônscia de seus direitos de cidadania.

3) Produtividade (eficiência): este tipo de indicador visa a aferição do processo interno de produção, i.e., do ponto de vista do procedimento e da otimização dos recursos disponíveis. Este indicador avalia a utilização dos insumos em função do produto final obtido, de modo a relacionar o nível de entrada de recursos e a saída do bem e serviço pretendido. Eles se referem ao “modo correto” de se fazer as coisas para se obter cada vez mais com menos esforço e sem comprometer a qualidade.

4) Efetividade (impacto): São aqueles destinados à aferição da repercussão, do impacto dos produtos ou serviços sobre os seus destinatários, sobre a coletividade.

5) Capacidade: Medem a capacidade resposta de um processo