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TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL PROCESSOS

4 PRÊMIOS DE QUALIDADE E MODELOS DE GESTÃO

4.5 European Foundation for Quality Management – EFQM

A EFQM (European Foundation for Quality Management), associação sem fins lucrativos fundada em 1888 pelas 14 empresas líderes na Europa, introduziu em 1991 o Modelo de Excelência da EFQM como uma ferramenta preliminar para avaliação e melhoria das organizações, que materializa e incorpora os conceitos fundamentais da Excelência refletidos num sistema de gestão estruturado.

Analisando conceitualmente o termo excelência aplicado às organizações, obtém-se que este pode ser definido como a manifestação dos Conceitos

Fundamentais da Excelência. Logo, pode-se chegar à conclusão de que as organizações verdadeiramente excelentes são aquelas que empreendem esforços no sentido de satisfazer os ‘stakeholders’ (todos os indivíduos ou grupos que exercem de alguma forma impacto sobre a organização, ou na organização) através dos resultados alcançados, da forma como esses são alcançados e dos resultados previstos. (EFQM, 2006).

A excelência não é uma disciplina teórica, está relacionada com realizações tangíveis de uma organização relativamente ao que faz, na forma como faz, nos resultados que alcança e na convicção de que estes resultados serão sustentados no futuro. As evidências necessárias para transmitir essa convicção não se limitam aos resultados financeiros, os quais demonstram os resultados do desempenho passado. Essas evidências incluem também os resultados referentes a outros ‘stakeholders’ que funcionam como indicadores de previsão do desempenho financeiro futuro. Os indicadores de previsão englobam a medição da excelência em termos da satisfação e fidelização dos clientes, motivação e competências das pessoas, e satisfação da comunidade envolvente. Para que perdure a confiança de que os resultados são sustentáveis, devem também existir evidências de que aquilo que a organização faz e a forma como o faz tem uma base sólida, é sistemático e é revisto e melhorado continuamente. (EFQM, 2006).

Em uma breve descrição cita-se a seguir, sem qualquer intenção de exprimir ordem significativa, os Conceitos Fundamentais de Excelência. É válido ressaltar que estes não possuem caráter de aplicabilidade absoluta, devendo ser adaptados em função das especificidades situacionais decorrentes das habitualidades cotidianas, do desenvolvimento e da melhoria da organização. (EFQM, 2006).

Orientação para os Resultados – alcançar resultados que encantam todos os ‘stakeholders’ da organização;

Focalização no Cliente – criar valor sustentável para o cliente; Liderança e constância de Propósitos – liderança visionária e inspiradora, indissociada de uma constância de propósitos;

Gestão por Processos e por Fatos – gerir a organização através de um conjunto de sistemas, processos e fatos interdependentes e inter-relacionados;

Desenvolvimento e Envolvimento das Pessoas – maximizar a contribuição dos colaboradores através do seu desenvolvimento e envolvimento;

Aprendizagem, Inovação e melhorias Contínuas – desafiar o ‘status quo’e efetuar a mudança, utilizando a aprendizagem para desencadear a inovação e oportunidades de melhoria;

Desenvolvimento de parcerias – desenvolver e manter parcerias com valor acrescentado;

Responsabilidade Social Corporativa – exceder o

enquadramento legal mínimo no qual a organização opera e empreender esforços para compreender e responder às expectativas dos ‘stakeholders’ na sociedade.

Figura 4.5.1- Modelo de Excelência em Gestão da EFQM

Uma admissível definição sintética do Modelo de Excelência da EFQM é: uma ferramenta não prescritiva baseada em nove critérios, podendo ser utilizado para avaliar o desempenho de uma organização no que diz respeito ao seu progresso no percurso da excelência. O modelo reconhece a existência de várias abordagens para alcançar a Excelência sustentável em todos os aspectos do desempenho e baseia-se no pressuposto de que Resultados excelentes no que se refere ao Desempenho, Clientes, Pessoas e Sociedade são alcançados através da Liderança na condução da Política e Estratégia, a qual é transferida através das pessoas, das Parcerias e Recursos, e dos Processos. Vale salientar a evidenciação

da natureza dinâmica do modelo, no qual a melhoria dos Meios é apoiada pela inovação e pela aprendizagem para que se obtenha a condução eficiente a melhores resultados. (EFQM, 2006).

No intuito de proporcionar uma compreensão um pouco mais específica, bem como de sistematizar a disposição conceitual deste modelo, a seguir serão expostos de forma sucinta os nove critérios que o compõe (EFQM, 2006):

1) Liderança - Líderes excelentes desenvolvem e facilitam o alcançar da missão e visão. Desenvolvem valores e sistemas organizacionais necessários para o sucesso sustentável e implementam-nos através das suas ações e comportamentos. Durante épocas de mudanças, norteiam-se pela constância de propósitos. Quando necessário estes líderes demonstram capacidade para alterar o rumo da sua organização e inspiram suas pessoas.

2) Política e Estratégia - Organizações excelentes implementam a sua missão e visão através do desenvolvimento de uma estratégia focalizada nos ‘stakeholders’ que tem em consideração o mercado e o setor nos quais operam. Políticas, planos, objetivos e processos são desenvolvidos e desdobrados para transferir a estratégia.

3) Pessoas - Organizações excelentes gerem, desenvolvem e libertam o pleno potencial de suas pessoas, em nível individual, de equipe e da organização como um todo. Promovem a eqüidade e a igualdade, envolvem e incentivam o ‘empowerment’ nas suas pessoas. Assistem, comunicam, reconhecem e recompensam de uma forma a motivar, gerar envolvimento e incentivar as pessoas na utilização das suas capacidade e conhecimentos em benefício da organização.

4) Parcerias e Recursos - Organizações excelentes planeiam e gerem as parcerias externas, os fornecedores e os recursos internos de forma a apoiar a condução da política e estratégia e uma eficaz operacionalização dos processos. Durante o planeamento e gestão das parcerias e recursos, equilibram as necessidades atuais e futuras da organização, da comunidade e do ambiente.

5) Processos - Organizações excelentes concebem, gerem e melhoram os processos de forma a satisfazer completamente e a gerar valor acrescentado para os clientes e outros ‘stakeholders’. 6) Resultados Clientes - Organizações excelentes medem e alcançam, de forma abrangente, resultados relevantes em relação aos seus clientes.

7) Resultados Pessoas - Organizações excelentes medem e alcançam, de forma abrangente, resultados relevantes em relação às suas pessoas.

8) Resultados Sociedade - Organizações excelentes medem e alcançam, de forma abrangente, resultados relevantes em relação à sociedade.

9) Resultados Chave do Desempenho - Organizações excelentes medem e alcançam, de forma abrangente, resultados relevantes em relação aos elementos chave da sua política e estratégia.

4.6 O Balanced Scorecard (BSC) – um dos modelos de gestão mais