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Segundo o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), publicado no ano de 2004 pelo Governo Federal, biodiesel é o biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil. Assim, há amplas possibilidades de uso do biodiesel em transportes urbanos, rodoviários, ferroviários e aqüaviários de passageiros e cargas, geradores de energia, motores estacionários, etc.

Entende-se que as razões para o desenvolvimento deste programa se deram por diversos fatores, tais como: a crescente demanda por combustíveis renováveis, o potencial brasileiro de atender esta demanda, a produção de empregos e conseqüente

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P e n e tr a ç ã o (m m ) Umidade

Mistura (Solo/RCD) - taxa 0,8 L/m²

aumento na renda da agricultura familiar, redução de disparidades regionais, contribuição para a economia de divisas e melhoramento das condições ambientais.

O PNPB segue ainda afirmando que, pelas suas condições de solo e clima, o Brasil tem grande potencial de produção de biomassa. A agregação de valor à produção primária representa importante vantagem comparativa para o Brasil. O biodiesel é uma dessas possibilidades, talvez a mais promissora, porque a demanda de energia aumenta diretamente com o crescimento da economia mundial. Isso implica dizer que a demanda por agroenergia não pára de crescer, ao contrário do que ocorre com a maioria dos produtos do agronegócio.

Uma série de incentivos para a produção de biocombustíveis no país foi implementada, dentre elas, de acordo com a Lei nº 11.097/95, obrigatória a partir de janeiro de 2008, em que se impõe, em território nacional, uma mistura denominada B2, ou seja, 2% de biodiesel e 98% de diesel de petróleo. O PNPB acrescenta, ainda, que em 2013 essa obrigatoriedade passará para 5%, em uma mistura denominada B5. Estas misturas podem ter percentuais mais elevados de biodiesel, podendo chegar até a 100%, após autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

O desenvolvimento tecnológico também se mostra presente, com incentivos para determinação de novos usos e aplicações para co-produtos da fabricação do biodiesel (farelos, tortas e glicerinas), de modo a se obter o máximo de utilização do bem produzido.

No Brasil, segundo o mesmo relatório, a Universidade Federal do Ceará vem desenvolvendo, há anos, linha de pesquisa científica e tecnológica para produção e utilização de biodiesel a partir da mamona, tendo obtido, no passado, proteção sobre a propriedade intelectual oriunda do projeto. Outra iniciativa mais recente vem sendo realizada pela Universidade Federal do Maranhão, cujo escopo é viabilizar a utilização do óleo de babaçu para produção de biodiesel a partir da estruturação de arranjos produtivos locais.

Diante disso, a experiência nacional envolve diversas matérias-primas (soja, mamona, amendoim, dendê, babaçu, etc) e várias rotas tecnológicas (transesterificação metílica e etílica e craqueamento térmico ou catalítico, dentre outras).

Em sua pesquisa, VASCONCELOS (2009) relata que, ao se estabelecer uma política nacional voltada ao crescimento do agronegócio, onde o biodiesel se mostre economicamente competitivo ao diesel tradicional, a utilização deste combustível pode ser uma alternativa técnica na produção de asfaltos diluídos com características menos impactantes ao meio-ambiente.

No que diz respeito às técnicas existentes para o processo de imprimação betuminosa, bem como materiais para a aplicação da mesma, se torna aceitável a idéia de que os biocombustíveis são menos poluentes, se comparados ao querosene, e de aplicabilidade promissora já que pesquisas estão sendo desenvolvidas objetivando baratear os custos de produção dos mesmos.

ALBUQUERQUE (2008) relaciona uma série de aspectos sociais e ambientais favoráveis à utilização dos biocombustíveis, sendo alguns listados a seguir:

a) são biodegradáveis e inócuos;

b) podem ser produzidos a partir de matérias-primas renováveis; c) o uso de biocombustível automotor diminui a emissão de poluentes; d) não contém nenhuma das substâncias cancerígenas encontradas no óleo

diesel;

e) não são considerados materiais perigosos;

f) existem inúmeras vantagens sócio-econômicos do uso de biocombustiveis em países em desenvolvimento como o Brasil.

A transesterificação é o processo mais utilizado atualmente para a produção de biodiesel. O processo se inicia ao se agrupar o óleo vegetal a um álcool (metanol, etanol, propanol, butanol) e a catalisadores (que podem ser ácidos, básicos ou enzimáticos).

Nesse processo, obtém-se um éster metílico de ácido graxo e glicerina como subproduto, que é removida por decantação. O éster metílico de ácido graxo formado possui uma viscosidade menor que o triacilglicerol utilizado como matéria-prima. A glicerina formada, possui alto valor agregado, sendo usada por indústrias farmacêuticas, de cosméticos e de explosivos.

Entretanto, SANTOS (2007) ressalta que, apesar de todas as vantagens existentes na produção de biodiesel, esta requer a necessidade de debates em determinadas questões como:

a) as de ordem técnica, como especificações do produto;

b) as de ordem econômica, tendo em vista que o custo na produção do biodiesel ser provavelmente maior do que o óleo diesel tradicional;

c) as de ordem comercial, na forma de se desenvolver um mercado consumidor dos subprodutos gerados, como a glicerina;

d) as de ordem ambiental, que envolvem todas as etapas de produção do biodiesel, como os impactos que a produção agrícola em larga escala pode produzir ao meio ambiente.

A utilização destes biocombustíveis, apesar do alto valor agregado dos mesmos, se mostra importante, uma vez que há a real necessidade de substituição dos materiais que denigrem o meio ambiente. SILVA (1997) apud SANTOS (2007) ressalta que o aspecto econômico deve ser visto de forma mais ampla considerando todos os valores agregados advindos deste tipo de investimento como criação de emprego, benefícios ambientais, melhoria da qualidade de vida, dentre outras.

3.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo foi realizada uma breve revisão bibliográfica no que tange a imprimação betuminosa e a produção de biodiesel no país, além da aplicabilidade para fins rodoviários. No capítulo seguinte serão explicitados os materiais utilizados e métodos aplicados na pesquisa.

CAPÍTULO

4

MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Este capítulo apresenta as informações necessárias a respeito da região de estudo, bem como critérios de seleção de materiais adotados na pesquisa, descrição dos mesmos e métodos de ensaios aplicados durante a realização do programa experimental.