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Alinhamento Estratégico

No documento MPCM. Maturidade Brasil 2010 (páginas 91-96)

Terceiro Setor

Geral

Figura 3 - Aderência às Dimensões.

Maturidade Versus Faturamento

A Tabela 4 mostra a maturidade por diferentes classes de faturamento das organizações. Podemos observar pelas colunas intituladas ―Terceiro Setor‖ que:

 40% das organizações possuem faturamento acima de R$100 milhões.

 Considerando que é adequado avaliar somente amostras de tamanho adequado, observa-se que as organizações que faturam entre R$100 milhões e R$ 1 bilhão possui uma maior maturidade que a classe imediatamente inferior. Infelizmente não é possível aprofundar este raciocínio pelo reduzido tamanho das amostras. Não é o caso da amostra geral onde se percebe que a maturidade é maior nas pontas da tabela e existe um ―‖fosso de maturidade‖ nas classes intermediárias.

Tabela 4 – Maturidade Versus Faturamento Faturamento

Terceiro Setor Total Geral

Maturidade # Resp % Maturidade # Resp %

< R$ 500.000 3.09 4 16% 2.74 74 21% De R$ 500.000 a R$ 1.999.999 2.70 1 4% 2.63 80 23% De R$ 2.000.000 a R$ 9.999.999 3.66 1 4% 2.42 81 23% De R$ 10.000.000 a R$ 99.999.999 2.79 9 36% 2.58 36 10% De R$ 100 milhões a R$ 1 bilhão 3.19 9 36% 2.62 39 11% Acima de R$ 1 bilhão 1.90 1 4% 2.78 35 10% CONSOLIDADO TOTAL 2.98 25 100% 2.61 345 100%

Maturidade Versus Prática de se Utilizar Gerente de Projetos

A Tabela 5 mostra a situação de organizações que utilizam Gerente de Projetos (GP) e a análise é feita pelo tempo em que se pratica o uso do GP. Observa-se nas colunas intituladas ―Terceiro Setor‖ que:

 Coluna % de Participantes: 52% dos respondentes responderam que utilizam Gerente de Projetos há mais de 2 anos (linhas 1 e 2). É um bom valor, mas ainda há 32% em que esta prática é muito recente ou não existe (abaixo de 2 anos). Importante observar que o cenário do Terceiro Setor é melhor que o cenário Geral.

Coluna Maturidade: observando apenas as classes de maior participação, observa-se que quanto maior tempo de utilização da prática de se utilizar Gerente de Projetos, maior é a maturidade, tal como para o conjunto geral de participantes.

Tabela 5 – Prática de Utilização de Gerente de Projetos Duração do Uso

Terceiro Setor Total Geral

Maturidade # Resp % Maturidade # Resp %

Existe há mais de 5 anos 2.41 1 4% 3.05 93 27%

Existe entre 2 e 5 anos 3.18 12 48% 2.83 94 27%

Existe entre 1 e 2 anos 2.47 8 32% 2.42 64 19%

Existe há menos de 1 ano 2.24 29 8%

Não utilizamos Ger. Projetos 3.00 3 12% 1.90 58 17%

Não respondeu 5.00 1 4% 3.06 7 2%

CONSOLIDADO TOTAL 2.98 25 100% 2.61 345 100%

Sobre a Existência de um PMO

A Tabela 6 mostra a maturidade de organizações que utilizam PMO. Observando na parte de Terceiro Setor apenas as células que contém dados de participantes de tamanho relevante, tem-se que as empresas que possuem maior tradição no uso de PMO possuem maturidade superior a aquelas que não têm PMO, o que é uma boa notícia, visto confirmar que as boas práticas de gerenciamento de projetos trazem resultados (tal como para o conjunto geral de participantes). Observa-se também que 20% das empresas do terceiro setor não possuem PMO, o que mostra uma situação muito melhor que o resultado geral (37% não possuem PMO).

Tabela 6 – Existência de PMO Duração do Uso

Terceiro Setor Total Geral

Maturidade # Resp % Maturidade # Resp %

Existe há mais de 5 anos 3.34 40 12%

Existe entre 2 e 5 anos 3.25 13 52% 2.96 82 24%

Existe entre 1 e 2 anos 2.51 6 24% 2.68 60 17%

Existe há menos de 1 ano 2.10 32 9%

Não temos PMO 2.42 5 20% 2.22 127 37%

Prática de se Utilizar Comitês

Pela Tabela 7 observa-se a maturidade de organizações que utilizam Comitês. Um total de 44% das organizações do terceiro setor utilizam Comitê há pelo menos 2 anos. Além disso, quanto mais antiga a prática deste tema maior a maturidade (tal como para o conjunto geral de participantes).

Tabela 7 – Prática de Utilização de Comitê Duração do Uso

Terceiro Setor Total Geral

Maturidade # Resp % Maturidade # Resp %

Existe há mais de 5 anos 3.24 38 11%

Existe entre 2 e 5 anos 3.18 11 44% 2.98 56 16%

Existe entre 1 e 2 anos 2.82 5 20% 2.86 59 17%

Existe há menos de 1 ano 2.79 3 12% 2.42 50 14%

Não utilizamos Comitês 2.38 5 20% 2.22 139 40%

Não respondeu 5.00 1 4% 4.32 3 1%

CONSOLIDADO TOTAL 2.98 25 100% 2.61 345 100%

Sugere-se ao leitor uma olhada no capítulo B3 onde é feita uma análise mais profunda sobre os aspectos de governança.

PARTE B – Análise dos Dados Obtidos na Pesquisa O Cenário

As organizações do Terceiro Setor apresentaram uma esperada e bem-vinda evolução no que diz respeito à maturidade gerencial. Em 2010, 7,25% dos respondentes da pesquisa faziam parte desse segmento. No entanto, seu desempenho mostrou-se bastante positivo, especialmente se for comparada sua evolução com a evolução das organizações da Iniciativa Privada. De um índice de maturidade de 2,66 em 2008, as organizações do Terceiro Setor alcançaram 2,98 pontos na atual pesquisa, superando significativamente as organizações privadas e governamentais.

Neste setor, a maioria dos participantes encontra-se nos níveis médios relacionados ao Conhecimento e Padronização, totalizando 80% dos respondentes. E deve-se destacar que 20% deles encontram-se nos níveis 4 e 5, contra 11% dos outros setores.

É sabida a importância cada vez maior que o Terceiro Setor vem alcançando na economia global. No Brasil é responsável por mais de um milhão de empregos e segue em franca evolução atraindo, a cada dia, mais mão de obra. Presente em todo o território nacional, as organizações desse Setor atuam nas mais variadas áreas.

Em tempos nos quais o conceito de Sustentabilidade ganha cada vez mais vulto, o Terceiro Setor apresenta-se como importante ator, desempenhando o papel dos que percorrem o ―caminho do meio‖, no preenchimento das lacunas deixadas pelos governos e pela iniciativa privada na construção de uma sociedade mais justa e com menor desigualdade.

As formas de ação são as mais diversas, do apoio filantrópico, passando pela defesa dos direitos humanos e construção da cidadania e chegando aos ―negócios sociais‖, que levam, a quem não teria acesso, a inovação e o conhecimento, visando reconstruir a cadeia de produção e distribuição e, assim, diminuir o desnível social. O Terceiro Setor aparece como importante meio para se atingir os preceitos da sustentabilidade, pois pode participar desse desafio como parceiro incansável tanto do governo quanto do setor privado.

A desejada e bem-vinda evolução do setor, observada na pesquisa de maturidade de gestão de projetos só vem corroborar a percepção da capacidade do setor para desempenhar seu papel, principalmente se for considerado que a disseminação das práticas de gerenciamento de projetos ainda é muito recente no país.

Principais Dificuldades da Área de Negócios

Apesar de se observar um amadurecimento das organizações na gestão de suas iniciativas, percebe- se que uma das principais dificuldades a enfrentar reside no ainda insuficiente nível de profissionalização do setor. Embora em algumas áreas de atuação as organizações demonstrem boa estruturação e faturamento considerável, esta não é a realidade da maioria das organizações do terceiro setor, especialmente daquelas envolvidas nas questões sociais.

Essa área ainda se ressente de diagnósticos, políticas, metas e indicadores baseados em critérios claros e bem definidos, que contribuam na avaliação e análise de resultados de médio e longo prazos e, consequentemente, no seu fortalecimento institucional tornando mais sustentáveis suas iniciativas. Conforme já analisado em pesquisas anteriores, a iniciativa privada vem aumentando sua atuação junto ao terceiro setor, mas a baixa profissionalização pode reduzir o potencial investimento social por parte do setor privado e impedir uma maior difusão de parceiras com os governos, dada a insegurança que acarreta.

Apesar de existir uma demanda e uma oferta crescentes no que diz respeito à capacitação de participantes do setor em várias partes do país, ainda é pequeno o número de profissionais treinados em gerenciamento de projetos nesse tipo de organização, se comparados com o total de atuantes no setor.

O insuficiente nível de capacitação profissional não é privilégio do Terceiro Setor e, paradoxalmente, ele muito contribui para suprir essa deficiência, haja vista a atuação de organizações como SENAI, SENAC e inúmeras outras de vulto nacional, que contribuem com o sistema educacional levando crianças e adultos às salas de aula e complementando o papel do Estado.

Desafios e Fatores Críticos de Sucesso para a Evolução da Área de Negócios

Sendo sustentabilidade a palavra da vez, é preciso encontrar os meios para permitir a plena ação do terceiro setor nesse movimento global. A América Latina é a área mais desigual do planeta e, sem dúvida, o terceiro setor no Brasil tem papel importante na mudança desse quadro. Mudança é palavra-chave no mundo dos projetos, que existem para implementá-la. E para que essa implementação tenha sucesso, lançamos mão dessa notável ferramenta que é o gerenciamento de projetos.

A implementação das práticas de GP no país é crescente e bastante significativa, mas é necessário avançar muito para sua ampliação no terceiro setor e para que essas práticas tornem-se rotina nas organizações desse tipo.

Pode-se perceber avanços nessa área: o terceiro setor destacou-se bravamente em termos de maturidade em relação às pesquisas anteriores. Nesse sentido, a pesquisa traz uma importante informação. O terceiro setor correspondeu a 10% das organizações consideradas benchmarking, apesar de representarem apenas 7,25% do total de respondentes da pesquisa. O setor surpreendeu e essa é uma boa notícia. Uma das razões dessa maturidade é que a competição também existe no Terceiro Setor, levando a que os investidores sociais cada vez exijam melhores propostas de projetos.

No entanto, só por meio de uma maior da capacitação e do aprimoramento das práticas de GP já implementadas será possível para o terceiro setor exercer o tão importante papel esperado pela sociedade, alcançando sucesso na implementação de suas iniciativas.

Espera-se que nos próximos anos as pesquisas corroborem a tendência de amadurecimento do setor e que os resultados desse amadurecimento possam ser reconhecidos no sucesso de seus projetos e refletidos em uma sociedade menos desigual.

Autores:

Carlos Magno Xavier foi eleito, em junho de 2010, uma das cinco personalidades brasileiras da

década na área de gerenciamento de projetos. Sua experiência profissional, de mais de vinte anos em gerência de projetos inclui a consultoria de implantação de metodologia de gerenciamento de projetos em grandes empresas (TIM, BR Distribuidora e Petrobras). É autor / coautor de nove (9) livros: ―Projetando com Qualidade a Tecnologia em Sistemas de Informação‖ (LTC – Livros Técnicos Científicos); ―Gerenciamento de Projetos – Como definir e controlar o escopo do projeto‖ (Editora Saraiva); ―Como se tornar um profissional em Gerenciamento de Projetos‖ (Qualitymark Editora); ―Metodologia de Gerenciamento de Projetos – Methodware‖ (Brasport); ―O Perfil do Gerente de Projetos Brasileiro‖ (Brasport); ―Gerenciamento de Aquisições em Projetos‖ (Editora FGV); ―Metodologia de Gerenciamento de Projetos no Terceiro Setor‖ (Brasport); ―Análise de Projetos (Editora Saraiva) e ―Metodologia Simplificada de Gerenciamento de Projetos – Basic Methodware‖ (Brasport). É certificado ―Project Management Professional‖ (PMP) pelo Project Management Institute (PMI) e professor do MBA em Projetos da Fundação Getúlio Vargas desde 2001.

Maria Isabel de Castro é especialista em Gerência de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas – Rio

de Janeiro. Especialista em Gestão Ambiental pela FESP - Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Londrina - UEL, Londrina/PR. Ministra aulas de Gerenciamento de Projetos e Gestão Ambiental para Cursos de Pós- Graduação, Corporativos, MBAs e Prominp. Consultora nas áreas de meio ambiente e gestão desde 1990, tendo exercido atividades de desenvolvimento, coordenação, planejamento, monitoramento e avaliação de projetos da área ambiental e social em organizações públicas e privadas.

Maria Gontijo Álvares é consultora sócia do INDG - Instituto de Desenvolvimento Gerencial.

PARTE D – CATEGORIAS DE

No documento MPCM. Maturidade Brasil 2010 (páginas 91-96)