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Aluízio Alves: Números, prazos e responsabilidades DADOS GERAIS

- 40mil m² de área do ter- minal de passageiros: - 1.500 vagas de estacionamento: - 8 pontos de embarque e desembarque

- 2.700m² terminal de cargas - 45 posições para check in

- 10 mil toneladas/ ano capacidade para operar DE QUEM É A RESPONSABILIDADE?

INFRAERO CONSÓRCIO

- Desmatamento - Pista de pouso, decola-

gem e taxiamento - Terraplenagem - Pavimento flexível

- Pavimento rígido - Balizamento e navegação aérea

- Drenagem

- Acostamento das pistas de táxi - Pátio de aeronaves - Valor total da obra: R$

259.515.566,74 - Previsão de conclusão:

novembro de 2013

- Terminal de cargas e de passa- geiros: edifícios, estacionamento

público e pátio de aeronaves - Central de utilidades - Aviação geral - Torre de controle - Edifício de manutenção - Serviço de salvamento e combate à incêndio - Infraestrutura interna de água, esgoto e resíduos sólidos, energia

- Infraestrutura para com- panhias aéreas, comercial

e órgãos públicos - Valor total da obra até

2014: R$ 450 milhões - Previsão de conclu- são: maio de 2014

No geral, o cronograma da obra acompanhou os prazos estimados inicialmente, embora existissem problemas referentes às questões trabalhistas e ao pagamento de indenizações pela desapropriação, principalmente pela contestação do valor das indenizações pagas à época, visto que o Estado ofereceu R$ 0,08 por cada metro quadrado na área, apesar dos proprietários exigi- rem, no mínimo, R$ 6,00. Conforme a primeira perícia, realizada em 1996, ficou acertado que o Governo do Estado pagaria R$ 380 mil, mas a última, concluída em outubro de 2011, aponta que as terras, incluindo as benfeitorias encontradas, estariam valendo R$ 2,5 milhões (DESAPROPRIAÇÕES EMPERRAM PROJETOS, 2012). Tais variações decorrem da especulação imobiliária instalada nos últimos três anos, devido à aceleração das obras, a própria realização do megaevento (que deixou o governo Federal e estadual sem outras opções) e o dinamismo urbano da Região Metropolitana de Natal.

Em março de 2012, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) julgou um recurso especial de nº 881741/ RN em favor do Estado encerrando “definitivamente” a discussão jurídica que envol- via a desapropriação da área do aeroporto de São Gonçalo do Amarante. Ao total, 220 pessoas receberam o valor devido e o Estado desembolsou cerca de R$ 3 milhões. Porém, em 2013, estavam pendentes cerca de R$ 4 milhões a serem pagos para 93 proprietários, mas a quantia não teria sido repassada sob a justificativa do Governo enfrentar dificuldades financeiras (MENDES 2, 2012).

Apesar das obras do Aeroporto terem sido executadas conforme o cronograma, até o presente momento (dezembro de 2014) o novo aeroporto não atingiu o objetivo da proposta inicial que era de escoar a carga advinda pelo porto, por ferrovias e por rodovias, não se tornando um equipamento intermodal.

A respeito das obras relacionadas à implementação ou readequação de rodovias para acessar o sítio aeroviário, estas se encontram parcialmente concluídas, com duas previsões de

acesso (norte e sul), sendo finalizado um dos trechos do acesso Norte poucas semanas antes da realização da Copa do Mundo 2014. Tais acessos viários ao novo Aeroporto Internacional em São Gonçalo do Amarante estão sob a responsabilidade do Governo do Estado. As intervenções alterarão o fluxo viário no sentido longitudinal atuando em uma escala local-global através de acessos tanto ao eixo norte quanto ao sul, vindo a totalizar 33,27km de pista dupla. O trecho norte compreende 15km a partir da entrada do aeroporto, seguindo até a BR-406; apesar de concluído conjuntamente com a primeira etapa dos terminais de cargas e passageiros, o trajeto passou por alterações de projeto, pois na primeira proposta a via estava sobreposta a uma área de Mata Atlântica, sendo motivo de embate entre o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente (IDEMA) e o Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER). Já o trecho sul, que se encontra em fase de execução, irá interligar o terminal à BR-304 e terá cerca de 18 km.

Os acessos ficaram sob a responsabilidade da empreiteira EIT Engenharia que assumiu o projeto em agosto de 2013, após a desistência da empresa Queiroz Galvão. Esta última foi a vencedora do processo de licitação em 2009, porém desistiu de executar as obras sob a alegação da necessidade de realinha- mento de preços, devido à redução do cronograma de execução da obra. Entretanto, para o governo Estadual acatar a proposta, o custo seria incrementado em cerca de 10% (R$ 79,41milhões). Segundo Demétrio Torres (então Secretário Extraordinário para Assuntos Relativos à Copa do Mundo 2014 e Diretor do Departamento Estadual de Estradas e Rodagem – DER),

A empresa pediu esse acréscimo em virtude da redução do prazo para concluir a obra. De acordo com o contrato, a empresa teria dois anos para concluir os acessos, mas nós queremos que os acessos fiquem prontos até abril de 2014, quando o aeroporto começa a operar. Eles disseram que sem o acréscimo teriam dificuldades para cumprir o cronograma e nós dissemos que também tínhamos nossas dificuldades. Eu não tenho de onde tirar esse dinheiro (MENDES, 2013, p. 06).

Portanto, sob a justificativa de alteração do prazo de conclusão da obra, a empresa Queiroz Galvão rescinde o contrato sem pagamentos de ônus. Ademais, a solicitação da revisão dos valores por parte da EIT Engenharia ocorreu somente após o andamento das obras. Conforme o DER/RN, os recursos dis- ponibilizados para execução passaram de R$ 15 milhões para aproximadamente R$ 72,1 milhões, ficando 4,8 vezes mais caro. Do total, serão desembolsados cerca de R$ 61 milhões do Governo Estadual e os demais (R$ 12,1 milhões) do Governo Federal (ARAÚJO, 2013).

Apesar da falta de transparência dos projetos, podemos afirmar que os acessos irão possibilitar uma série de transfor- mações na dinâmica metropolitana, por interligar corredores estruturais de municípios situados em zonas de crescimento de desenvolvimento urbano e econômico, contribuindo para o estabelecimento de novos vetores de desenvolvimento, como aqueles situados na Região Metropolitana de Natal. Esses novos acessos são reconhecidos como Via Metropolitana por pos- sibilitar caminhos alternativos entre os principais módulos de exportação do RN, o porto de Natal e o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante.