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1Departmento de Ciências Ambientais (DCAm) do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)

* ac.cerqueiraamanda@gmail.com

A apicultura brasileira é de grande relevância perante o âmbito social, econômico e ambiental, e ganha destaque na produção de alimentos pelo serviço de polinização em culturas agrícolas de interesse mundial como a citricultura. Em contrapartida, o Brasil é o país que mais utiliza agrotóxicos e autoriza a aplicação de princípios ativos banidos em grandes nações por serem altamente tóxicos aos agentes polinizadores. O Brasil possui relativa extensão de pomares de laranja e obtêm grande produção de mel de laranjeira a partir do híbrido africanizado mais resistente as adversidades sanitárias que afetam as abelhas Apis sp. Porém, apicultores da região de Matão (SP) relataram perdas de colônias e/ou apiários inteiros após a pulverização aérea em localizadades próximas a monoculturas de cana-de-açúcar e laranja [1] em pesquisa prévia. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo o levantamento dos principais princípios ativos utilizados por agroindústrias citrícolas da região de Matão (SP) e a discussão dos efeitos sobre Apis mellifera. O contato com os responsáveis agrônomos das empresas foi realizado em 2016 e formalizado através de um Termo de Responsabilidade. Amostras de agrotóxicos devidamente identificadas foram doados apenas pelas agroindústrias citrícolas que aceitaram participar do estudo, não sendo possível a participação de empresas canavieiras. Dentre os produtos obtidos destaca-se o Imidacloprid e Thiamethoxam (neonicotinóides, aplicados tanto nas sementes como no solo e folhas), Chlorpyrifos, Dimethoate e Malathion (organofosforados). A toxicidade da maioria dos agrotóxicos se deve ao fato de serem compostos orgânicos com característica de hidrofobicidade, o que confere-lhes a capacidade de bioacumulação ou bioconcentração em organismos vivos [2]. Os neonicotinóides são produtos sistêmicos e podem se acumular no néctar e no pólen das flores, sendo assim ingeridos ou carregados pelas abelhas [3], resultando em problemas fisiológicos e comportamentais das operárias e/ou da colônia. Vários foram os estudos encontrados que relatam efeitos dos agrotóxicos obtidos em doses subletais em Apis mellifera. Descrições da literatura como grande quantidade de abelhas mortas próximo às colmeias, crias mortas no fundo da caixa, diminuição da população e da produção de mel são também relatados por apicultores da região citrícola em estudo, além das constatações de cheiro forte de veneno e observação de pulverização aérea fora das recomendações [1]. O atual cenário agrícola brasileiro é enaltecido no âmbito financeiro, porém a toxicidade e quantidade dos produtos permitidos e utilizados no campo é de potencial risco aos polinizadores, ao meio ambiente e a atividade apícola, expressiva no país e no mercado mundial. Cabe aos órgãos responsáveis a adoção de medidas e políticas públicas que valorizem e reconheçam efetivamente a atividade apícola brasileira e garantam a proteção ambiental. Faz-se considerável a restrição de venda e uso de agrotóxicos pela proibição de princípios ativos de maior periculosidade ambiental, como os neonicotinóides e os organosfosforados, a começar pela pressão de países consumidores conscientes dos riscos desses produtos

para saúde ambiental e humana.

[1] CERQUEIRA, A.; FIGUEIREDO, R. A. Percepção ambiental de apicultores: Desafios do atual cenário apícola no interior de São Paulo. Acta Brasiliensis, v. 1, n. 3, p. 17-21 (2017).

[2] JARDIM, I. C. S. F.; ANDRADE, J. A. Resíduos de agrotóxicos em alimentos: uma preocupação ambiental global – um enfoque às maçãs. Química Nova, v.32, n.4, p. 996-1012 (2009).

[3] LIMA, M. C.; ROCHA, S. A. Efeitos dos agrotóxicos sobre as abelhas silvestres no Brasil: proposta metodológica de acompanhamento. Brasília: Ibama, 88 p (2012).

COIMBRA, 1 A 3 DE FEVEREIRO 2018 - 34

O. 1.04 ACERCA DEL PAPEL MELÍFERO DE LAS CISTÁCEAS

David Rodríguez

1,2

*, Estefanía Sánchez

1,2

, José Ángel Sánchez

1,2

, Ester

Vega

1

, Silvia Sánchez

1

& José Sánchez

1,2

1Instituto Hispano Luso de Investigaciones Agrarias (CIALE), Universidad de Salamanca (España).

2Departamento de Botánica y Fisiología Vegetal, Facultad de Biología, Universidad de Salamanca (España)

* droc@usal.es

La familia de las cistáceas comprende 5 géneros y 63 especies sufruticosas, arbustivas o herbáceas en la península Ibérica, ocupando diversos tipos de emplazamientos, ya sea sobre sustratos ácidos o básicos, y formando parte de diferentes comunidades vegetales como matorrales o bosques aclarados de fagáceas, preferentemente en lugares fuertemente soleados en los meses primaverales y estivales. En su morfología floral cabe destacar la presencia de flores abiertas con un disco nectarífero sobre el que se asientan los estambres [1].

Esta familia botánica constituye un recurso alimenticio para numerosos insectos [2], entre ellos, la abeja de la miel (Apis mellifera Linnaeus, 1758), de donde obtienen numerosos granos de polen que permiten a su vez conformar cargas de polen de una coloración amarillenta-anaranjada. No obstante, estas plantas también producen néctar [2], sobre todo en el caso del género Cistus L., por lo que cabría esperar que dicho néctar pudiera formar parte de la miel elaborada en la colmena por la abeja. En este caso, sería consecuente considerar a estas especies como melíferas dentro del análisis botánico de mieles de néctar, así como en las delimitaciones consiguientes para la catalogación de la monofloralidad y en los porcentajes de representación que deberían tenerse en cuenta para poder etiquetar una muestra como miel de cistáceas, jaras, jarillas, jaguarzos, etc.…

Hasta el momento se han realizado varios estudios acerca de la biología reproductiva de diferentes especies de cistáceas, producción de néctar y su disponibilidad para distintos grupos de insectos, especialmente la abeja de la miel [2, 3, entre otros]. Estos trabajos ponen de manifiesto que las especies del género Halimium (Dunal) Spach., no producen néctar, si bien las plantas productoras de néctar, principalmente del género Cistus, poseen concentraciones elevadas de azúcar por cantidad de néctar, lo cual condiciona una mayor viscosidad y una menor disponibilidad para los insectos. Este hecho está influido también por la forma de sus flores, pues pueden presentar ovarios pubescentes que absorban cantidades de polen por capilaridad, así como por localizarse en ambientes soleados con alta evaporación. Por todo ello, estimamos que la aportación de néctar en la producción de miel por la abeja de la miel es poco relevante, en condiciones de mayor humedad, o prácticamente inexistente ambientes soleados y cálidos, por lo que recomendamos su encuadre dentro de los tipos poliníferos a la hora de realizar los análisis botánicos de mieles de néctar.

[1] F. Muñoz Garmendia, C. Navarro. Cistaceae. In: S. Castroviejo, C. Aedo, S. Cirujano, M. Laínz, P. Montserrat, R. Morales, F. Muñoz Garmendia, C. Navarro, J. Paiva & C. Soriano (eds.). Flora iberica 3. Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid, pp. 318-436 (1993).

[2] P. L. Ortiz. The Cistaceae as food resources for honey bees in SW Spain. J. Apic. Res., 33 (3), 136-144 (1994).

[3] Y. Manetas & Y. Petropoulou. Nectar Amount, Pollinator Visit Duration and Pollination Success in the Mediterranean Shrub Cistus creticus. Ann. Bot., 86, 815-820 (2000).

COIMBRA, 1 A 3 DE FEVEREIRO 2018 - 35

O. 1.05 ÓLEOS ESSENCIAIS DE DAUCUS CAROTA:

MARCADORES QUIMIOTAXONÓMICOS E AGENTES

BIOATIVOS

Jorge M. Alves-Silva

1

, Mónica Zuzarte

2

, Maria José Gonçalves

3

, Carlos

Cavaleiro

3

, Teresa Cruz

2

, Lígia Salgueiro

3,*

1 CNC.IBILI, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Azinhaga de Sta

Comba, 3000- 354 Coimbra, Portugal

2 CNC.IBILI, Faculdade de Medicina, Universidade de Coimbra, Azinhaga de Sta

Comba, 3000-354 Coimbra, Portugal

3 CIEPQPF, Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Azinhaga de Sta

Comba, 3000-354 Coimbra, Portugal

* ligia@ff.uc.pt

Apiaceae é uma família botânica numerosa, amplamente distribuída, representada por 2500-3700 espécies, muitas delas aromáticas e melíferas. A taxonomia desta família é extremamente complexa, como é evidenciado por exemplo, com o género Daucus, particularmente com a espécie D. carota [1]. Este taxon é muito polimórfico e vegeta em diversos ecossistemas pelo que estão descritos vários taxa intraespecíficos. Estão descritas nove subespécies de D. carota para a Península Ibérica [2], estando cinco subespécies representadas em Portugal Continental, onde apenas quatro são nativas: D. carota L. subsp. carota; D. carota L. subsp. maximus (Desf.) Bal; D. carota L. subsp. gummifer Hook (Syme). e D. carota L. subsp. halophilus (Brot.) A. Pujadas, sendo a última um endemismo português. A distinção entre estes taxa baseada na análise das características morfológicas apresenta alguma complexidade, o que ocorre, no geral, em muitas Apiaceae. Assim, outros carateres como por exemplo, o conteúdo de DNA e a composição dos óleos essenciais podem ser preciosos auxiliares na distinção destes taxa intraespecíficos. Na verdade, a composição química de óleos essenciais tem sido referida como um importante marcador quimiotaxonómico [3]. Neste âmbito, um dos objetivos deste estudo consiste em ilustrar a importância dos óleos essenciais na distinção dos taxa acima mencionados. Por outro lado, atendendo às bioatividades já descritas para algumas espécies de Daucus, pretendeu-se demonstrar as potencialidades medicinais de um dos taxa mais distribuídos em Portugal, Daucus carota subsp. carota. Os nossos resultados demostraram que o óleo essencial desta subespécie inibe o crescimento de várias estirpes de bactérias e fungos. Além disso, é capaz de causar a rutura de biofilmes pré-formados de Candida albicans assim como inibir a formação do tubo germinativo, ambos fatores de virulência desta levedura patogénica. Por outro lado, o óleo essencial apresenta propriedades anti-inflamatórias demonstradas pela capacidade de reduzir a produção de óxido nítrico em macrófagos ativados. Por último, em concentrações biologicamente ativas o óleo essencial não apresenta toxicidade em diversas linhas celulares testadas, nomeadamente queratinócitos, células epiteliais alveolares, hepatócitos e macrófagos. No geral, os resultados promissores obtidos neste trabalho elucidam o potencial bioativo de D. carota subsp. carota abrindo novas perspetivas para a sua futura valorização e uso comercial.

[1] Tavares AC, Loureiro J, Castro S, Coutinho AP, Paiva J, Cavaleiro C, et al. Biochem Syst Ecol, 55 (2014)

[2] Castroviejo S, Nieto Feliner G, Jury SL, Herrero Nieto A. Flora iberica. Vol. X. Araliaceae-Umbelliferae. Real Jardín Botánico, CSIC, Madrid (2003)

[3] Nogueira T, Marcelo-Curto MJ, Figueiredo AC, Barroso JG, Pedro LG, Rubiolo P, et al. Biochem Syst Ecol, 36, 1 (2008).

COIMBRA, 1 A 3 DE FEVEREIRO 2018 - 36

O. 1.06 PLATAFORMA GEOAPIS – DISPONIBILIZANDO

CONHECIMENTO SOBRE A ATIVIDADE DE CRIAÇÃO DE

ABELHAS

Ana L. D. Assad

1*

, Elaine C. Basso

3

, Alexandre Marino

2

, Dora Ann L.

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