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4.1. Informações do ambiente de atuação da unidade jurisdicionada

A Ufopa é uma universidade multicâmpus e a primeira instituição federal de ensino superior situada num dos pontos mais estratégicos no interior da Amazônia brasileira, com sede no município de Santarém, com câmpus nos municípios de Alenquer, Itaituba, Juruti, Monte Alegre, Óbidos e Oriximiná. A criação da Ufopa fez parte do programa de expansão das universidades federais, e é fruto de um acordo de cooperação técnica firmado entre o Ministério da Educação (MEC) e a Universidade Federal do Pará (UFPA), no qual se prevê a ampliação do ensino superior na região amazônica.

A IES tem como missão “produzir e socializar conhecimentos, contribuindo para a cidadania, inovação e desenvolvimento na Amazônia” e sua atuação é regional, no oeste do Estado do Pará. Suas ações estão voltadas para a formação de cidadãos capazes de transformar a realidade social da região amazônica; valorização da diversidade cultural, contribuindo de forma inovadora para o avanço científico e tecnológico; adotando valores éticos e democráticos, como a inclusão social e o desenvolvimento sustentável; potencializando a vocação regional; fortalecendo e ampliando a produção e disseminação de conhecimentos.

O ensino na Ufopa é desenvolvido nos níveis de graduação, pós-graduação (lato sensu e stricto sensu) e extensão. Independente do nível de ensino, o foco do ensino na Instituição é a abordagem interdisciplinar, a flexibilidade curricular, a formação continuada e a mobilidade acadêmica. Os cursos são estruturados em conformidade com os parâmetros curriculares nacionais estabelecidos pelo Conselho Nacional de Educação, com o objetivo de formar cidadãos capazes de transformar a realidade social, valorizar a diversidade cultural e contribuir para o avanço científico e tecnológico da Amazônia. Aos Institutos estão vinculados programas, que são constituídos de Bacharelados e Licenciaturas Interdisciplinares com duração de 3 (três) anos e/ou Bacharelados e Licenciaturas Profissionais, com duração entre 4 (quatro) a 5 (cinco) anos.

Inicialmente, a região de abrangência da Ufopa era composta por 19 (dezenove) municípios (Lei Estadual nº 6.268/1999). Com a ascensão do Distrito de Mojuí dos Campos à categoria de município, desmembrado do município de Santarém, e com a posse de seu primeiro prefeito em 1º de janeiro de 2013, a área de abrangência da Ufopa passou a ser composta de 20 (vinte) municípios. A população total destes municípios é de 912.006 habitantes (IBGE, 2010), que corresponde a 12% da população do estado do Pará. A área ocupada é de 512.616 km² (IBGE, 2010), que corresponde a 41% da área total do estado (1.250.000 km²). A densidade demográfica média é de 1,78 hab/km², sendo o Município de Santarém o de maior densidade demográfica – 12,87 habitantes/km. Fazem parte dessa área de abrangência da Ufopa municípios da mesorregião do Baixo Amazonas (representados por Alenquer, Almeirim, Belterra, Curuá, Faro, Juruti, Mojuí dos Campos, Monte Alegre, Óbidos, Oriximiná, Placas, Prainha, Santarém e Terra Santa), além dos municípios de Aveiro, Itaituba, Jacareacanga, Novo Progresso, Rurópolis e Trairão, da área de influência da Rodovia BR-163, que pertencem à mesorregião do sudoeste paraense.

De acordo com a Prefeitura de Santarém, a cidade de Santarém está situada no estado do Pará, na microrregião dos rios Amazonas e Tapajós. Está distante de Belém, a capital, 1.369 km (807 em linha reta) e ocupa uma área de 17,8 mil km², com população de 299.419 habitantes (IBGE, 2012). Para Manaus, esta distância cai para 722 km em linha reta. Embora seja uma das cidades mais importantes do interior da Amazônia, ainda possui estrutura razoável. Tem porto de intenso movimento, capaz de abrigar navios de grandes calados, com operações internacionais (importação e exportação), que está ligado à rodovia BR-163, que liga as cidades de Santarém-PA a Cuiabá-MT. Possui linhas domésticas regulares para todo Brasil, principalmente para Belém, Macapá e Manaus, com mais de 10 voos diários.

A ligação da cidade com a rodovia Transamazônica por meio da Rodovia BR-163 (Santarém/Cuiabá) tem contribuído significativamente para o desenvolvimento local e regional com constantes visitas de empresários de todo o Brasil, levando-se em conta principalmente o comércio

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Do ponto de vista econômico, alguns dados sobre o município são relevantes destacar: o município centraliza a economia dos 26 municípios da região Oeste do Estado do Pará, totalizando uma área de 722,3 km² e uma população de aproximadamente 1,4 milhão de habitantes. Em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) chegou a 3,2 bilhões, com distribuição de 32,96% no setor primário da economia (agricultura, pecuária e extrativismo); 16,67% no setor secundário (indústria de transformação) e; 50,37% no setor terciário (comércio e serviço); renda per capita de R$ 4,9 mil; 92,5 mil domicílios; 4,4 mil obras civis em andamento; investimento anual de R$ 20,5 milhões em educação superior.

Nos últimos 10 anos, o município tem se destacado como “polo universitário na região oeste do Pará”. Pesquisa realizada pelo Instituto de Gestão e Tecnologia da Secretaria Municipal de Planejamento e Desenvolvimento (Semde) contabilizou 16 instituições de ensino superior, com 69 cursos regulares de graduação e pós-graduação, incluindo os semipresenciais, com 27 mil alunos matriculados (Inep, 2013), sendo o segundo município do Pará com maior número de universidades, ficando atrás apenas da capital Belém e seguida do município de Marabá, que é a terceira. No ensino básico e fundamental, mais de 63 mil alunos matriculados (Semed/PMS, 2013); 24,3 mil no ensino médio (Seduc, 2013), R$ 25 milhões de investimentos em escolas técnicas (União e Estado) e mais recentemente o anúncio da Prefeitura de Santarém na criação da Estação do Empreendedor, entidade que tem como objetivo fortalecer o empreendedorismo local e regional.

Dentre as instituições públicas de ensino superior, a Ufopa possui o maior câmpus da cidade, composto pelo Câmpus Tapajós e duas Unidades – Amazônia e Rondon; atende a um total de 3.740 acadêmicos dos cursos regulares de graduação, sem incluir os alunos do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), que são 3.137 acadêmicos distribuídos nas cidades de Santarém, Alenquer, Almeirim, Itaituba, Juruti, Monte Alegre, Óbidos e Oriximiná.

Para instituições privadas de ensino superior, destaca-se a Faculdades Integradas do Tapajós (FIT), fundada em 1985 e considerada uma das instituições particulares mais antigas da cidade. Atualmente atende aproximadamente a 2.300 acadêmicos em seus mais de 13 cursos ofertados.

As outras instituições que oferecem cursos superiores na região são: Universidade Estadual do Pará (UEPA), Centro Universitário Luterano de Santarém (Ulbra), Instituto Esperança de Ensino Superior (Iespes), Universidade Vale do Acaraú (UVA), Faculdade de Educação Teológica Lógos (Faetel), Estesib, Uninter, Universidade do Sul de Santa Catarina (UniSul), Universidade Norte do Paraná (Unopar), PUC (somente curso de teologia), (Instituto Federal do Pará) IFPA, Universidade Paulista (Unip) e Unisino.

Os investimentos em educação superior movimentam a economia local, uma vez que eles representam 1,6% do total do produto Interno Bruto (PIB) do município e refletem em diversos setores, como imobiliário, alimentício e de serviços.

Visando contribuir com o desenvolvimento da região em que a Ufopa está inserida, encontra-se em fase de elaboração o Projeto Básico e Executivo da Infraestrutura Física de Laboratórios e de Infraestrutura Tecnológica para todos os câmpus fora de sede. Além disso, estão em fase avançada as negociações com a Alcoa e a Prefeitura Municipal de Juruti, objetivando o início da construção do Câmpus de Juruti.

Além de fornecer meios para a ampliação e melhoria da qualidade de ensino na educação básica, a Ufopa tem como desafio implementar cursos de nível superior em cada um dos câmpus fora de sede, com o objetivo de ampliar as oportunidades de acesso a esse nível de ensino, contribuindo para a cidadania e para o desenvolvimento regional. Outro desafio de importância para a Instituição é a melhoria da taxa de escolarização líquida no ensino médio, ou seja, é a ampliação da inclusão dos jovens de 15 a 17 anos no ensino médio.

A inserção regional da Ufopa pode ainda ser caracterizada pela sua estrutura organizada em unidades acadêmicas temáticas, focadas na interdisciplinaridade, potencialidades regionais (entre as quais destacamos a biodiversidade florestal e aquática, potencial mineral e diversidade social) e na formação de professores da educação básica. Essa inserção regional acontece também pela oferta dos cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado.

55 Áreas de Atuação Acadêmica da Ufopa

A Ufopa desenvolve programas e projetos de ensino de graduação, pós-graduação, pesquisa e inovação, com o objetivo de contribuir para a cidadania e para o desenvolvimento regional da região onde está diretamente inserida e do País. Ela encontra-se organizada em 7 (sete) Unidades Acadêmicas, sendo 1 (um) Centro de Formação Interdisciplinar (CFI) e 6 (seis) Institutos Temáticos – Ciências da Educação, Ciências da Sociedade, Ciência e Tecnologia das Águas, Biodiversidade e Floresta, Engenharia e Geociências e Saúde Coletiva – onde são ofertados atualmente 34 (trinta e quatro) cursos de graduação, além de 4 (quatro) cursos de mestrado acadêmicos, 1 (um) doutorado ofertado pela Ufopa e 1 (um) Dinter e 2 (dois) cursos de especialização.

A seguir são apresentadas as áreas de atuação de cada uma das unidades acadêmicas na graduação:

• Centro de Formação Interdisciplinar: Origem e Evolução do Conhecimento, Sociedade Natureza e Desenvolvimento, Estudos Integrativos da Amazônia, Lógica, Linguagem e Comunicação.

• Instituto de Ciências da Educação: Ciências Humanas – Educação; Linguagens e Artes: Linguagem, Línguas, Literatura; Ciências Biológicas; Ciências matemáticas e Naturais: Matemática, Física, Biologia, Química.

• Instituto de Ciências da Sociedade: Ciências Socialmente Aplicadas: Direito, Economia; Planejamento Urbano e Regional; Ciências Humanas, Antropologia e Arqueologia, Ciências Econômicas e Desenvolvimento Regional.

• Instituto de Engenharia e Geociências: Ciências da Terra, Engenharias e Computação, Ciências Matemáticas e Naturais, Energia, Automação e Controle, Tecnologia da Informação.

• Instituto de Biodiversidade e Floresta: Ciências Agronômicas e Veterinárias – Recursos Florestais, Agronomia, Zootecnia, Alimentos e Recursos Florestais.

• Instituto de Ciência e Tecnologia das Águas: Ciências Biológicas, Saneamento Ambiental, Recursos Hídricos e Recursos Pesqueiros.

• Instituto de Saúde Coletiva: Farmácia, Biotecnologia e Saúde Coletiva.

Na pós-graduação, a atuação acadêmica ocorre nas seguintes áreas: Sociedade, Natureza e Desenvolvimento, Recursos Naturais da Amazônia, Matemática, Recursos Aquáticos Continentais Amazônicos, Biociências, Geologia e Engenharia de Minas.

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5. PLANEJAMENTO DA UNIDADE E RESULTADOS ALCANÇADOS

5.1. Planejamento da Unidade

A Ufopa utiliza, como referência para o desenvolvimento das atividades, o seu projeto de implantação; os objetivos definidos na sua lei de criação; o seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI 2012-2016) para melhoria do desempenho institucional; o seu Estatuto, aprovado pela Portaria MEC nº 400, de 15 de agosto de 2013, bem como o Regimento Geral e normas complementares aprovadas em suas respectivas instâncias colegiadas.

O planejamento estratégico da Universidade é representado em seu PDI, que é parte integrante da avaliação das Instituições de Ensino Superior (IES) e identifica a Instituição quanto à filosofia de trabalho, à missão, à visão, às diretrizes pedagógicas que orientam as ações, estrutura organizacional e as atividades acadêmicas que desenvolve e que pretende desenvolver.

Destacaram-se como principais instrumentos legais utilizados na elaboração do PDI a Lei nº 9.394/1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional; a Lei nº 10.861/2004, que institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior; o Decreto nº 5.773/2006, que dispõe sobre o exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de graduação e sequenciais; e o Plano Nacional da Educação (PNE – 2011-2020), que apresenta 10 (dez) diretrizes objetivas e 20 (vinte) metas, seguidas das estratégias específicas de concretização. As metas do PNE seguem o modelo de visão sistêmica da educação estabelecido em 2007 com a criação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Tanto as metas quanto as estratégias premiam iniciativas para todos os níveis, modalidades e etapas educacionais. Além disso, há estratégias específicas para a inclusão dos estudantes com dificuldades socioeconômicas para frequentar e permanecer na Universidade, assim como alunos portadores de necessidades educativas especiais, indígenas, quilombolas, estudantes do campo e alunos em regime de liberdade assistida.

O PDI (2012–2016) da Ufopa está estruturado da seguinte forma: perfil institucional, agenda estratégica, cronograma de implantação e de desenvolvimento da Instituição e dos cursos, perfil dos servidores, organização administrativa, política de atendimento aos discentes, infraestrutura, avaliação e acompanhamento do desenvolvimento institucional e aspectos financeiros e orçamentários.

5.1.1. Objetivos Estratégicos

Em seu processo de estruturação, a Ufopa tem buscado a consolidação do seu modelo de gestão. Em seu PDI (2012-2016), foram definidos seus objetivos estratégicos:

Tabela 6 - Objetivos Estratégicos e suas Descrições – Perspectiva “Sociedade”.

Objetivo estratégico Descrição do objetivo

Cidadãos capazes de transformar a realidade social da região amazônica

Cidadãos criativos, empreendedores, inovadores e conscientes da realidade regional.

Profissionais em sintonia com as necessidades da sociedade

Profissionais com visão sistêmica de biodiversidade, recursos hídricos, ciências, tecnologias e aspectos socioeconômicos.

Valorização da diversidade cultural Respeito às diferenças, com base nos aspectos étnicos, religiosos, linguísticos e sociais.

Contribuições inovadoras para o avanço científico e tecnológico da região amazônica

Desenvolvimento de pesquisas e tecnologias inovadoras que contribuam para agregar valores aos recursos naturais da região. Valores éticos e democráticos, inclusão social e

desenvolvimento sustentável

Ampliação de oportunidades, redução da pobreza e das desigualdades, respeitando o meio ambiente.