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Com a seleção das posturas mais significativas tendo em conta a duração da tarefa e a carga postural procedeu-se á analise REBA para cada postura selecionada. Através do preenchimento do formulário se a exposição das posturas adotadas nas atividades em estudo.

A atividade de limpeza profissional e técnica de laboratório são trabalhos dinâmicos que requerem muita atividade muscular, com movimentos repetitivos e com adoção de más posturas mantidas por muito tempo (Löfqvist, Osvalder, Bligård, & Pinzke, 2015) e a atividade de escritório ao computador é uma atividade estática que maioria das vezes a permanecesse por longos períodos na posição sentada.

Esta posição exige um esforço muscular dorsal para manter essa posição do peso do corpo que é suportado pela a anca junto ao quadril (Dul & Weerdmeester, 2000). As posturas adotadas na atividade de limpeza, laboratório e escritório ao computador são posturas representativas devido ao tempo e a frequência com que estas são adotadas.

É por esta razão que análise REBA foi feita em dois grupos: A (tronco, pescoço, pernas) e B (braços, antebraço, pulsos), sendo a pontuação atribuída consoante a posição descrita com os dados obtidos, e através do software REBA (Employee Assessment Worksheet). Assim sendo, procedeu- se a análise REBA para as tarefas selecionadas e através do preenchimento do formulário avaliou- se a exposição das trabalhadoras ao risco de lesões músculo-esqueléticas.

Análise REBA foi feita para o score A e para score B e por fim o score total. Nota-se pelas imagens da Tabela 18 que as trabalhadoras em todas as atividades adotam más posturas com a região lombar, as mesmas relataram dor através do questionário nórdico nesta região. Vários estudos mostram que a região mais afetada é a região lombar (Mohammadipour, Pourranjbar, Naderi, & Rafie, 2018).

A aplicação do método REBA permitiu constatar que as trabalhadoras adotam posturas menos corretas nas suas atividades, na maioria das posturas o tronco apresentou inclinação e em alguns casos, com rotação ou flexão lateral do mesmo, o pescoço também apresentou flexão. Na maioria das posturas adotadas na atividade de limpeza, as posturas foram superiores a 60º e com rotação ou flexão lateral e nas pernas verificou-se que o peso sobre as mesmas se encontrava distribuído unilateralmente.

A prevalência de queixas nos ombros no ensaios realizados pode estar associada com o nível de exigência imposto na atividade, nomeadamente : manipulação de objetos no segmentos proximal do membro superior, dado que numa jornada de trabalho, quando elevam os braços para limpar os vidros, limpar o chão , a espremer a esfregona, a limpara a sanita, no escritório a digitar , a trabalhar com o rato, no laboratório a pipetar e a limpar a loiça do laboratório.

Por observação, durante a execução de movimento nas atividades, o tempo de ciclo da atividade de limpeza era inferior a 30 segundos, o que sustenta o fator repetibilidade. Segundo este fator

específico, é expectável um nível de risco mais elevado na atividade de limpeza. Os resultados, permitem encontrar afinidades entres os fatores de risco individuais, na atividade de trabalho e a prevalência de sintomas nos membros superiores e coluna vertebral, o que constitui um indicador importante para definição de prioridade de aplicação de medidas na evolução do trabalho.

A idade poderá revelar-se como um fator de risco, dado que vários estudos têm encontrado evidências que a idade é responsável pelo aumento das lesões na região cervical e ombros (Bruce & Bernard, 1997; Buckle et al., 2002).

Esta relação é também reforçada por uma investigação realizados por (Riihimaki et al., 1989 citado por BRUCE, 1997), que suporta a ideia de que a idade é um fator de risco para sintomatologia na coluna cervical e ombros em carpinteiros, operadores de máquinas e trabalhadores sedentários.

O tempo no posto de trabalho poderá revelar-se como um fator. Vários estudos têm encontrado evidencias sobre o efeito de exposição prolongada à mesma atividade na ocorrência de problemas músculo-esqueléticos (Anderson & Gaardboe, 1993; Viikari Junkara et al., 2001 citado por Brandão, 2003). Ohlsson et al., (1995) citado por Brandrâo (2003). Os conteúdos destes estudos registaram um risco elevado de dor na coluna cervical e nos ombros em operadores relativamente jovens, devido ao longo tempo de exposição.

No que toca ao peso, 63% das pessoas que participaram no estudo apresentam peso elevado. Tendo em conta o IMC, podemos considerar os trabalhadores da limpeza como uma classe profissional com problema de excesso peso (OMS, 2004). É importante, em trabalho futuros, investigar as causas.

Em suma, a saúde ocupacional nessa classe profissional depende da interligação de diversos fatores, nomeadamente: individuais (incluindo comportamento), organizacionais (condições de trabalho) e estruturais (situação socioeconómica na relação trabalho e saúde).

Os resultados obtidos por meio do REBA como mostra a Tabela 18 mostram que nenhuma postura assumida nas atividades estudadas obteve pontuação de 1 ou 2, ou seja, não houve nenhuma postura que fosse plenamente aceitável caso fosse mantida por longos períodos. Desta forma, todas as posturas relataram resultados que merecem investigação. As intervenções que serão propostas visam, assim, minimizar as inadequações correspondentes às más posturas e ao posto de trabalho.

Tabela 18 - Análise das posturas, método REBA

Código de da postura

Posturas adotadas na atividade de limpeza Pontuação REBA

Nível de Risco Nível de Ação Observações sobre a posição

P1 13 Muito alto 4 Nota-se que o tronco tem uma ligeira inclinação de 20º-60º quando

analisado pelo método. O pescoço tem uma inclinação de 20º, pernas tem uma postura instável, joelhos tem uma inclinação de 30º-60º.

P2 12 Muito alto 4 Flexão e torção das costas 60º+

Movimentos braços e mãos instáveis

P3 12 Muito alto 4 Flexão e torção das costas e pescoço mais de 60º Pernas fletidas +60º

Rotação de braços e mãos

P4 13 Muito alto 4 Elevação de braços e mãos e com rotação dos mesmos de 40-90º

Antebraço esta a 100º Posição instáveis

P5 13 Muito alto 4 Flexão e torção das costas mais de 60º Movimentos braços e mãos instáveis

Posição de pernas instáveis e joelhos torcido mais de 60º.

P6 13 Muito alto 4 Flexão e torção das costas e pescoço mais de 60º.

Pernas torcidas mais de 60º Movimentos braços e mãos

P7 9 Alta 3 Movimento braços e mãos instáveis. Pescoço com um angulo de 0-20º Pernas estável.

P8 10 Muito alta 4 Nota-se que o tronco tem uma ligeira inclinação de 20º-60º quando

analisado pelo método. O pescoço tem uma inclinação de 0-20º, pernas tem uma postura instável, joelhos tem uma inclinação de 30º-60º devido a cadeira ser maior que a trabalhadora, a mesma não consegue por os pés ao chão.

4.4 Técnica de Actigrafia

A técnica de actigrafia foi utilizada para verificar a intensidade dos movimentos realizados pelas participantes e quantificá-los de forma a relacionar estes resultados com avaliação do questionário nórdico e com o método REBA. Através do questionário nórdico houve relato de dor e desconforto na região lombar nas três atividades. As atividades observadas e avaliação das posturas de acordo ao método REBA, permitiram verificar que há posturas inadequadas nas 3 atividades: limpeza profissional (LP), técnica de laboratório (TL), escritório (ES).

Sendo que a dor e o desconforto esta relacionado com os movimentos bruscos e posturas inadequadas executadas pelo sistema músculo-esquelético, foi colocado na zona do tronco um

actigracph em todas as participantes para monitorizar e quantificar os movimentos na região

lombar.

4.4.1 Verificação da Hipótese 1

Em estatística, a média é definida como o valor onde se encontra o ponto central da amostra. Foi calculada a média das contagens em 30 Hz de 10 em 10 s numa hora no eixo de z para cada participante na zona do tronco, para saber em média quantas contagens cada participante faz na sua atividade e se há diferenças significativas entre elas.

Figura 26 – Média das contagens no eixo de Z por períodos de 10 s de cada participante nas suas atividades .

Pode-se observar na Figura 27 que existe diferenças significativas nos movimentos reproduzidos em cada atividade.

A Figura 27 mostra a associação das médias dos movimentos executados no eixo z em relação ao relato feito através do questionário nórdico. Pode-se constatar que as trabalhadoras da limpeza que relataram intensidade de dor elevada, com valor máximo (10), na região lombar em média os movimentos no eixo de z são excessivos. Estes movimentos elevados também foram observados pelo método REBA e verificou-se frequência constante de mudança de posição com a região lombar com flexão e torção lombar mais de 60º. Constata-se que há indício de que esta sintomatologia de dor e desconforto na zona lombar está relacionada com a movimentação do eixo transversal devido aos valores representados nesta região através do equipamento, mas esta sintomatologia de dor pode estar relacionada ao estilo de vida de cada trabalhadora, historial clínico, medidas antropométricas e o design do posto de trabalho.

Figura 27 – Média das contagens em Z vs intensidade de dor nos últimos 7 dias.

A Figura 27 mostra que as trabalhadoras de escritório não apresentam sintoma são as que apresentam menos movimentos. Mesmo assim, existiu nesta atividade intensidade de dor e desconforto elevadas com médias de contagem no eixo de z baixas. Esta sintomatologia de dor e desconforto pode estar relacionada com os elementos observados que representam posturas menos adequadas, elementos estes como: cadeiras não reguláveis, pois, o cuidado com a sintomatologia da dor e desconforto começa na hora de escolher o equipamento de design ergonómico escritório. Por exemplo, a cadeira ideal deve ter opções para regular o assento, braços e encosto. Assim é possível que ela se adapte a diversos usuários, de acordo com as medidas antropométricas de cada

um. Além disso, deve-se levar em consideração o conforto ao sentar-se, pois é nela que se passa a maior parte do dia. Outra das causas que leva à dor e desconforto é o monitor mal posicionado, rato longe, pés não apoiados no chão, posição estática que as mesmas adotam e pelo design do posto de trabalho, ao estilo de vida de cada trabalhadora, historial clínico, medidas antropométricas.

4.4.2 Verificação da Hipótese 2

A mediana é o valor que se encontra no centro da amostra.

O interesse de calcular a mediana foi com o intuito de obter o registo dos valores representativos, de forma que os dados não estejam desorganizados, por valores máximos e mínimos. Esta variável estatística foi calculada para encontrar o valor mais relevante das contagens do vetor de magnitude em 30 Hz de 10 em 10 s em uma hora para cada participante na zona do tronco.

Com o valor da mediana do VM de cada participante, relacionou-se a intensidade de dor e desconforto relatada pelos participantes através questionário nórdico e a observação feita através do método REBA, para constatar o indício de relação com a movimentação se o participante tiver valores de medianas altas e se têm relatos de dor e desconfortos altos ou posturas inadequadas.

Figura 28 – Mediana das contagens do VM vs intensidade de dor nos últimos 7 dias.

A Figura 28 mostra a interseção, da intensidade da dor e desconforto nos últimos 7 dias com a mediana do vetor de magnitude (VM) de cada participante nas suas diferentes atividades. Denota- se, que são as senhoras de limpeza que exercem mais atividade. Existe uma correlação, que é, aos valores do vetor magnitude entre 100 e 500, a intensidade de dor está entre valores de 7 e 10.

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 0 , 0 5 0 , 0 1 0 0 , 0 1 5 0 , 0 2 0 0 , 0 2 5 0 , 0 3 0 0 , 0 3 5 0 , 0 4 0 0 , 0 4 5 0 , 0 5 0 0 , 0 INTEN SIADE DE DO R NOS U LTIMO S 7 DI AS )

MEDIANA DAS CONTAGENS DO VM (30 HZ)

M E D I A N A D E ( V M )D E C A D A P A R T I C I P A N T E N A S S U A S A T I V I D A D E S

Perante valores de magnitude entre 50 e 100 registados pelas técnicas de laboratório, estas revelam o mesmo valor de intensidade de dor, sendo este 5.

Relativamente às trabalhadoras de escritório esta tem um VM de 0, no entanto, os valores de intensidade de dor nos últimos 7 dias são os que mais apresentam variação pois o fator individual tem uma elevada incidência na resposta destes profissionais, bem como, o seu estilo de vida e historial de saúde. Ao observar esta figura constata-se que existem diferenças significativas nos movimentos reproduzidos em cada atividade.

Figura 29 – Média do tempo sentado, por períodos de 10 s, de cada participante nas suas atividades.

0 2 4 6 8 10 12 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 IN TE N SIA DE DE DO R N O S UL TIMO S 7 DIA S

MÉDIA DAS CONTAGENS DO INCLINOMETRO (30 HZ)

MÉ D I A D O I N C LI N Ó ME T RO SE N TA D O D E CA DA PA RT I CI PA N T E N A S SUA S AT I VI DA DES

4.4.3 Verificação da Hipótese 3

Em cada participante foi recolhido o valor médio do inclinómetro.

Através da Figura 29, verifica-se que as trabalhadoras da atividade de escritório em média estão sentadas o tempo todo. As que não relatam intensidade de dor e desconforto poucas em média estão sentadas e, a maior parte que relatam intensidades elevadas de dor tem uma média de 9 s. A posição sentada é um estado que permanecendo muito tempo pode levar à sobrecarga na região lombar, perda de irrigação sanguínea em certas áreas do corpo devido a movimentação reduzida. Estes profissionais tem os problemas referidos anteriormente devido à postura inadequada, falta de equipamentos de trabalho agronomicamente preparados para as atividades e pouca alternância de

posição. A não alternância de posição verifica-se pela Figura 30 que mostra a intersecção da moda com a intensidade de dor.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1 0 IN TE N SIA DE DE DO R N O S UL TIMO S 7 DIA S

MODA DAS CONTAGENS DO INCLINOMETRO

M O D A D O I N C L I N O M ET RO S E N T A D O D E C A D A P A R T I C I P AN T E N A S S U A S A T I V I D A D E S

LP TL ES

Figura 30 - Moda do inclinómetro sentado de cada participante nas suas atividades por períodos de 10 s

4.5 Conclusões

O presente estudo constituiu uma avaliação ergonómica com aplicação de diferentes técnicas a 32 trabalhadoras no contexto da limpeza profissional, técnica de laboratório e serviço de escritório ao computador. Constitui também na caraterização da amostra e prevalência de sintomas músculo- esqueléticos.

De acordo com a revisão da literatura, os objetivos propostos e a metodologia adotada neste estudo, conclui-se que há uma elevada prevalência de sintomas músculo-esqueléticos nas três atividades avaliadas, sendo as principais zonas afetadas as costas, os ombros, pernas e pés.

A amostra utilizada neste estudo evidenciou uma elevada exposição à carga física de trabalho que inclui posições desconfortáveis do tronco, posição elevada dos braços, permanência na posição sentado e em pé.

A exposição a elevada carga física pode ser reflexo das más posições adotadas nas três atividades desempenhadas na profissão na limpeza profissional, quando as trabalhadoras de limpeza estão a apanhar o lixo, a lavar a casa de banho ou a limpar os vidros. Já a técnica de laboratório quando está a pipetar, a lavar a loiça do laboratório na máquina, e a trabalhadora de escritório quando está na posição estática por longos períodos ao computador e tenta arranjar posição para se sentir confortável.

As características destes trabalhos por si só implicam fator de risco para LMERT em trabalhadores destas áreas.

Constatou-se que as profissionais da limpeza relataram mais queixas em comparação com o resto da amostra.

Os dados obtidos revelaram que os participantes reportaram mais sintomas músculo-esqueléticos nos últimos 7 dias. Conclui-se que a posição dos braços, pescoço e das ancas constitui menor risco de LMERT para estas zonas corporais.

Torna-se evidente que a postura irracional adotada pelos participantes nas suas atividades, por longos períodos, acentuada flexão anterior do tronco, posição elevada dos braços sem suporte, elevada carga estática e dinâmica muscular e articular, repetibilidade de movimentos, são fatores que podem causar desconforto, dor e lesões no sistema músculo-esquelético e nervoso.

É necessário consciencializar os participantes a racionalizar os movimentos de acordo com os princípios de ergonomia para providenciar uma elevada performance e diminuir o risco de lesão. Após este estudo é possível perceber o impacto de dor e desconforto ao risco que as LMERT podem ter na saúde ocupacional e a importância de identificar os fatores de risco a que a profissão está exposta.

Por outro lado, os fatores de risco para LMERT não são apenas biomecânicos razão pela qual seria também interessante explorar os fatores psicossociais e organizacionais implicados nestas atividades de forma a identificar os vários riscos envolvidos e criar estratégias para melhorar a saúde ocupacional.

Este estudo recomenda uma intervenção ergonómica, complementada com a formação adequada para as trabalhadoras quanto à educação em saúde ocupacional sobre mudanças posturais mais adequadas, implementação e atualização dos padrões para recomendar e reduzir o risco de lesões músculo-esqueléticas.

Com a técnica de actigrafia foi possível monitorizar e quantificar os movimentos que não são registados e avaliados através de fotografias e vídeos, associando com a avaliação de sintomatologia de dor através do questionário NMQ e o método REBA para prever o risco de lesão músculo-esquelética e recuperação física durante um período de atividade contínua.

A combinação dos métodos tradicionais, com a técnica de actigrafia consegue-se obter uma maior precisão de dados e redução de erros. No sentido de obter uma informação mais fidedigna. Com este estudo explorativo conclui-se que há indícios que a técnica de actigrafia no futuro poderá vir a ser utilizada na gestão e prevenção de dor e desconforto dos profissionais de trabalho de forma a reduzir o risco de lesões músculo-esqueléticas obtendo dados destes profissionais em tempo real.

4.6 Perspetivas Futuras

No que diz respeito a perspetivas futuras seriam:

1. Estudos com uma amostra de maior dimensão e inclusão do género masculino; 2. Estudos com atividades padronizadas;

3. Comparação com outro tipo de equipamento, para técnica de actigrafia;

4. Fazer uma avaliação ergonómica tendo em conta fatores individuais, organizacionais e psicossociais;

5. Aplicação do questionário ao longo do tempo;

6. Aplicação deste estudo em contexto de trabalho Angolano, e comparar com amostra Portuguesa;

7. Realização de workshop sobre avaliação ergonómica e suas metodologias e técnicas através da associação (AAPSST- associação angolana de profissionais de segurança e saúde no trabalho).

Outra perspetiva seria fazer uma avaliação com uma amostra de pelo menos 150 trabalhadoras da atividade de limpeza, pois ao fazer os questionários constatou-se que todos fatores apontados pelos autores, como os fatores individuais (situação de saúde, Patologias, Hábito de vida não saudáveis (tabagismo, alcoolismo, má alimentação) e fatores organizacionais e psicossociais (ritmo intenso de trabalho, monotonia das atividades e ausência de controlo, pressão temporal e ausência de repouso, relação entre colegas, avaliação de desempenho, exigências de produtividade, trabalhos por objetivos e insatisfação profissional), para melhorar as condições de trabalho.

Relativamente a técnica de actigrafia, seria importante fazer medições mais curtas e com outro tipo de métodos diretos, para comparar a quantificação dos movimentos e das posturas adotadas através de ângulos, incluindo também ensaios clínicos padronizados para explorar o uso do tempo de permanência em pé ou sentado na composição corporal, bem como, estratégias de prevenção da obesidade visto que uma parte da amostra deste estudo tem o índice de massa corporal elevado.

4.7 Recomendações

Mesmo que não seja possível alcançar soluções ideais relativamente à dor e desconforto e ao risco das LMERT, poder-se-á atuar de forma mais eficaz do que se realiza atualmente.

Diante dos fatos, algumas recomendações são oportunas de serem sugeridas, visando o bem-estar dos funcionários entre elas:

✓ Implementar um programa de reeducação postural para que as trabalhadoras saibam como dispor de suas ferramentas e mobiliários e também como evitar vícios posturais;

✓ Reajustar o tempo de pausas de acordo com as cargas de trabalho;

✓ Realizar alternância das tarefas, para não causar ritmos intensos e stress;

✓ Capacitar as trabalhadoras para uso de produtos e ferramentas utilizadas para a realização da tarefa;

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