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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.3 ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS

Após o levantamento dos valores para fins de apuração dos impostos devidos pela empresa em estudo e a análise dos anos de 2015, 2016 e 2017, a seguir, no quadro comparativo será apresentado um resumo das modalidades de apuração, afim de verificar, em valores, a diferença entre as modalidades de tributação que a empresa pode optar.

Quadro 61: Resumo dos impostos a recolher

2015 Lucro Real - Trimestral Lucro Real - Anual Lucro Presumido

PIS 329.780,03 329.780,03 325.838,30

COFINS 1.549.237,71 1.549.237,71 1.503.869,09

IRPJ 3.305,41 136.391,15 1.044.472,69

CSLL 2.065,88 51.045,92 577.217,16

Total 1.884.389,02 2.066.454,80 3.451.397,25 2016 Lucro Real - Trimestral Lucro Real - Anual Lucro Presumido

PIS 325.427,28 325.427,28 305.067,09

COFINS 1.491.238,95 1.491.238,95 1.408.001,96

IRPJ 15.140,02 0,00 956.083,81

CSLL 7.797,55 0,00 526.250,24

Total 1.839.603,80 1.816.666,23 3.195.403,10 2017 Lucro Real - Trimestral Lucro Real - Anual Lucro Presumido

PIS 350.760,76 350.760,76 368.389,38 COFINS 1.607.167,95 1.607.167,95 1.700.258,68 IRPJ 118.736,46 -130.529,11 1.149.215,85 CSLL 47.813,72 -47.129,02 633.684,88 Total 2.124.478,89 1.780.270,58 3.851.548,78 Total Geral 5.848.471,71 5.663.391,60 10.498.349,13

Fonte: Dados da Pesquisa

O quadro 61 demonstrou de forma resumida, os impostos relativos a cada ano estudado em relação as opções tributárias apresentadas e compatíveis a empresa, sendo elencados os valores relativos ao PIS, a COFINS, ao IRPJ e a CSLL dos anos de 2015, 2016 e 2017, tanto para o Lucro Real trimestral e anual, como para o Lucro Presumido.

No ano de 2015, conforme os valores demonstrados (quadro 61) a melhor opção tributária seria o lucro real anual, pois os valores de IRPJ de R$ 136.391,15 e de CSLL de R$ 51.045,92, recolhidos em janeiro de 2015, ficaram para serem compensados nos anos seguintes, visto que no acumulado de 2015 e 2016 houve prejuízo, onde este valor foi compensado, sendo parte dele em 2017. Pôde-se observar que o total de impostos de acordo com essa modalidade

tributária em 2015 foi de R$ 2.066.454,80, considerando o valor pago a maior em razão da suspensão e redução, sendo que, se deduzido o valor a recuperar em períodos seguintes, o valor devido seria de R$ 1.879.017,73.

Em relação ao ano de 2016, o melhor enquadramento tributário também foi o lucro real anual, sendo que, neste ano, não se obteve valor de IRPJ e CSLL a recolher nesta modalidade, totalizando um gasto anual com impostos de R$ 1.816.666,23. Seguindo, no ano de 2017, a empresa apresentou lucro no final do exercício, mas, como a organização tinha valores a compensar de IRPJ e CSSL, não se obteve o desembolso no mês de dezembro, pois os valores foram inferiores ao saldo a compensar de 2015. Logo, a melhor opção tributária foi o lucro real anual, o qual descontando os valores de IRPJ e CSLL pagos a maior em períodos anteriores, totalizaram um montante de R$ 1.780.270,58 de impostos a recolher em 2017.

Este estudo está de acordo com Sandre (2016) evidenciando que a apuração pelo Lucro Real por suspensão e redução (anual) seria a mais vantajosa, visto que, a empresa pode encerar o período com prejuízo, acarretando o não recolhimento de IRPJ e CSLL, sendo ainda possível que os valores pagos a maior, fiquem de crédito para compensação de impostos que sejam possivelmente devidos em períodos seguintes, tendo uma considerável economia fiscal.

Nas figuras que seguem, são demonstrados gráficos comparativos, evidenciando os valores que seriam desembolsados pela empresa em cada opção tributária e a sua variação nos três anos em estudo.

Figura 2: Demonstrativo Anual – 2015

Fonte: Dados da Pesquisa

3.451.397,25 1.884.389,02 2.066.454,80 0,00 500.000,00 1.000.000,00 1.500.000,00 2.000.000,00 2.500.000,00 3.000.000,00 3.500.000,00 4.000.000,00

Lucro Presumido Lucro Real - Trimestral Lucro Real - Anual

Na figura 2 foram demonstrados os valores totais relativos ao ano de 2015. Pôde-se perceber que, a opção tributária que gera um menor custo fiscal no ano foi o Lucro Real Trimestral, gerando um total de impostos a recolher de R$ 1.884.389,02. O Lucro Real Anual totalizou o valor de R$ 2.066.454,80, mas vale destacar que como a empresa não obteve valor a recolher no final do período, os valores recolhidos a maior no Lucro Real Anual, podem ser compensados nos anos seguintes, sendo por fim, está a melhor opção para a organização. O Lucro Presumido apresentou um total no ano de R$ 3.451.397,25, consideravelmente alto, comparado as outras opções tributárias apresentadas, sendo considerada desvantajosa para a organização.

Figura 3: Demonstrativo Anual – 2016

Fonte: Dados da Pesquisa

De acordo com a figura 3, pôde-se perceber que no ano de 2016 a melhor opção tributária foi o Lucro Real anual, no qual gerou um total a recolher no ano de R$ 1.816.666,23. Isso se deve ao fato que nesse ano a empresa não alcançou valor de IRPJ e CSLL a recolher por esta modalidade, um ponto positivo para a organização, já que não se obteve o desembolso.

O Lucro Real Trimestral não apresentou muita diferença, ocasionando um total de R$ 1.839.603,80, ou seja, a segunda opção menos onerosa para a organização. No Lucro Presumido, o total foi de R$ 3.195.403,10, sendo esta a modalidade com maiores encargos tributários a pagar no ano em questão.

3.195.403,10 1.839.603,80 1.816.666,23 0,00 500.000,00 1.000.000,00 1.500.000,00 2.000.000,00 2.500.000,00 3.000.000,00 3.500.000,00

Lucro Presumido Lucro Real - Trimestral Lucro Real - Anual

Figura 4: Demonstrativo Anual – 2017

Fonte: Dados da Pesquisa

E por fim, na figura 4, foram demonstrados os valores relativos ao ano de 2017, no qual novamente pôde-se constatar a apuração pelo Lucro Real anual a mais vantajosa, totalizando R$ 1.780.270,58, destacando que, foram compensados parte dos valores relativos aos anos anteriores que a empresa mantinha acumulado. Considerando o Lucro Real trimestral o total de impostos representou o valor de R$ 2.124.478,89 e no Lucro Presumido de R$ 3.851.548,78.

Ao analisar os três períodos em conjunto (2015, 2016 e 2017), constatou-se que a melhor opção tributaria é o lucro real anual, que representou R$ 5.663.391,60, seguido pelo lucro real trimestral R$ 5.848.471,71 e pelo lucro presumido que somou R$ 10.498.349,13 em impostos. Vale destacar que em 2015 a melhor opção foi o lucro real anual em razão de que, nesta modalidade, considerando o balancete de suspensão e redução foram recolhidos valores de IRPJ e CSLL em janeiro, porem quando apurado o lucro real anual apurou-se prejuízo fiscal e estes valores puderem ser compensados em anos seguintes, como no ano 2017.

Estes resultados também corroboram com os encontrados por Santos e Oliveira (2008), que constataram que no Lucro Real apurado mensalmente, pode-se observar um montante menor de impostos que em relação ao Lucro Presumido, e como destacado anteriormente, esta modalidade deve ser descartada pela a empresa, pois foi o regime com mais incidência de impostos, por possuir menos benefícios fiscais e seus impostos calculados independente do resultado da organização.

Os resultados encontrados nesta pesquisa se confirmam também por Miron (2012), no qual destaca que o Lucro Real Anual seria a segunda melhor opção tributária, mas que ainda se torna mais vantajosa se comparado ao Lucro Presumido, pelo fato de ter benefícios fiscais

3.851.548,78 2.124.478,89 1.780.270,58 0,00 500.000,00 1.000.000,00 1.500.000,00 2.000.000,00 2.500.000,00 3.000.000,00 3.500.000,00 4.000.000,00 4.500.000,00

Lucro Presumido Lucro Real - Trimestral Lucro Real - Anual

maiores, onde pode-se aproveitar dos créditos que a empresa possui e os valores pagos a maior, podem ser compensados através de PER/DCOMP para pagamentos de impostos em períodos seguintes.

O planejamento tributário é de suma importância para que as organizações possam reduzir de forma licita seus impostos, estando em acordo com o estudo realizado por Benicio e Portela (2017), no qual destacam a importância da análise dos sistemas de tributação existentes para diminuição de seus tributos, bem como, seu crescimento empresarial.

Um estudo elaborado por Lima e Duarte (2007) evidencia que 25% das empresas entrevistadas julgam como principal problema a alta carga tributária do Brasil, sendo que a maior parte das organizações, ao escolher seu sistema tributário, seguem a orientação do contador, sendo primordial ter um vasto conhecimento sobre as legislações pertinentes, confirmando os tópicos abordados nesta pesquisa.

A principal dúvida das organizações está em identificar a melhor opção tributária, a partir do planejamento tributário. Lima e Duarte (2007) mencionam que “o planejamento tributário é uma maneira legal de economizar impostos através de estudos da legislação tributária”, aproveitando as brechas que as legislações proporcionam de uma forma estratégica e competitiva.

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