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Análise tributária: um estudo de caso, com vistas a economicidade fiscal, realizado em uma indústria da região noroeste do RS

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA

COMUNICAÇÃO

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

CRISTINE ELAINE BRAUN

ANÁLISE TRIBUTÁRIA: UM ESTUDO DE CASO, COM VISTAS A

ECONOMICIDADE FISCAL, REALIZADO EM UMA INDÚSTRIA DA

REGIÃO NOROESTE DO RS

IJUÍ (RS)

2018

(2)

CRISTINE ELAINE BRAUN

ANÁLISE TRIBUTÁRIA: UM ESTUDO DE CASO, COM VISTAS A

ECONOMICIDADE FISCAL, REALIZADO EM UMA INDÚSTRIA DA

REGIÃO NOROESTE DO RS

Trabalho de conclusão do curso apresentado no DACEC - Curso de Ciências Contábeis da UNIJUÍ, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.

Profª Orientadora: Dra. MARIA MARGARETE BACCIN BRIZOLLA

(3)

AGRADECIMENTOS

Agradecer é uma forma de falar com o coração, de expressar por meio de palavras o que de fato lhe trouxe amor, paz, força e fé. Faltam-me palavras para expressar a minha eterna gratidão as pessoas que estiveram ao meu lado nesses seis anos e seis meses de faculdade. Agradeço todas as dificuldades que passei nesse tempo, elas foram essências e grandes adversárias, mas que fizeram todas as minhas vitorias terem mais sentido.

Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de viver intensamente todos os momentos, por me proporcionar conhecimento, por me dar perseverança, a não me deixar cair quando achava que nada fosse dar certo. Agradeço aos mais pais, Rudi e Brunhilda pelo incentivo e por acreditarem em mim, por acreditarem que tudo daria certo, por me ensinarem que estamos aqui para sonhar e que nunca devemos desistir dos nossos sonhos. Ao meu namorado Hector pela dedicação e ajuda quando eu mais precisei, pela paciência com as horas de estudo em que me mantive ausente e por acreditar e torcer por mim. As minhas colegas pelas quais tenho um enorme carinho e toda a minha família que sempre torceram pela minha vitória. A minha orientadora, professora Maria Margarete B. Brizolla, meu enorme agradecimento, pelo tempo dedicado a mim para que tudo desse certo, pelos ensinamentos e pela paciência, sem isso, nada daria certo. Quero agradecer também aos demais professores, por disponibilizarem parte do seu tempo repassando seus conhecimentos. A universidade por proporcionar a oportunidade de aprender com os melhores. A empresa no qual realizei este estudo, meu muito obrigado por me proporcionarem esta oportunidade e pela ajuda disponibilizada a mim.

Enfim, a todos que estiveram e estão ao meu lado torcendo por mim, meu eterno agradecimento. Quanto mais a gente agradece, mais coisas boas acontecem!

(4)

“Primeiro, lembrem-se de olhar para as estrelas lá no alto e não para seus pés lá embaixo.

Dois: nunca desistam do seu trabalho. O trabalho lhe dá sentido e propósito, e a vida é vazia sem isso.

Três: se você for afortunado a ponto de encontrar amor, lembre-se de que ele está ali e nunca o jogue fora.”

(5)

RESUMO

Sabe-se que o Brasil passa por diversas mudanças econômicas e sociais, sendo que a alta carga tributária e a complexa legislação existente, levanta uma questão importante a respeito da necessidade da análise e planejamento tributário dentro das organizações, visando a diminuição dessas despesas, no intuito de maximizar os resultados das empresas. A falta de planejamento tributário gera um grande impacto na organização, alocado na dificuldade de optar pela forma de tributação que atenda as características e necessidades organizacionais, buscando a economicidade fiscal a nível federal, problema central deste estudo. Diante deste contexto, tem-se por objetivo analisar qual é o melhor enquadramento tributário federal, para uma Industria Metalúrgica de grande porte localizada na região noroeste do Rio Grande do Sul, diante das possibilidades impostas (Lucro Real trimestral, anual e Lucro Presumido). Para tanto, este estudo classificou-se como pesquisa descritiva, estudo de caso, documental, bibliográfico e qualitativa. Procurou-se por meio desta investigação, o objetivo central foi contribuir para a empresa, buscando identificar o enquadramento tributário mais apropriado para atender as especificidades da organização e que maximize os resultados econômicos e financeiros. Os resultados indicaram que o melhor enquadramento tributário federal, para a empresa, considerando o período analisado de 2015 a 2017 foi o lucro real anual, o qual proporciona uma redução em sua carga tributária, possibilitando a maximização de seus resultados.

Palavras-chave: Contabilidade tributária. Carga tributária. Visão Estratégica, Planejamento Tributário.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ART. – Artigo BC- Base de Cálculo CDs – Discos Compactos CF – Constituição Federal

COFINS – Contribuição para Financiamento de Seguridade Social CSLL – Contribuição Social pelo Lucro Líquido

CTB – Carga Tributária Bruta CTN – Código Tributário Nacional

IBPT - Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços IN – Instrução Normativa

INSS – Instituto Nacional do Seguro Social IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados IR -Imposto de Renda

IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte

ISO – International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização)

LALUR – Livro de Apuração do Lucro Real

PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador

PERD/DCOMP – Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação

PIB – Produto Interno Bruto

PIS – Programa de Interação Social RFB – Receita Federal do Brasil

RIR – Regulamento do Imposto de Renda RS – Rio Grande do Sul

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Desenho da Pesquisa ... 57

Figura 2: Demonstrativo Anual – 2015 ... 106

Figura 3: Demonstrativo Anual – 2016 ... 107

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Funções e atividades de Contabilidade Tributária... 21

Quadro 2: Percentuais de presunção – Lucro Presumido ... 33

Quadro 3: Créditos permitidos em lei... 46

Quadro 4: Cálculo do IRPJ (1º trimestre 2015) – Lucro Presumido ... 61

Quadro 5: Cálculo do IRPJ (2º trimestre 2015) – Lucro Presumido ... 61

Quadro 6: Cálculo do IRPJ (3º trimestre 2015) – Lucro Presumido ... 62

Quadro 7: Cálculo do IRPJ (4º trimestre 2015) – Lucro Presumido ... 63

Quadro 8: Cálculo do IRPJ (1º trimestre 2016) – Lucro Presumido ... 63

Quadro 9: Cálculo do IRPJ (2º trimestre 2016) – Lucro Presumido ... 64

Quadro 10: Cálculo do IRPJ (3º trimestre 2016) – Lucro Presumido ... 64

Quadro 11: Cálculo do IRPJ (4º trimestre 2016) – Lucro Presumido ... 65

Quadro 12: Cálculo do IRPJ (1º trimestre 2017) – Lucro Presumido ... 65

Quadro 13: Cálculo do IRPJ (2º trimestre 2017) – Lucro Presumido ... 66

Quadro 14: Cálculo do IRPJ (3º trimestre 2017) – Lucro Presumido ... 66

Quadro 15: Cálculo do IRPJ (4º trimestre 2017) – Lucro Presumido ... 67

Quadro 16: Cálculo da CSLL (1º trimestre 2015) – Lucro Presumido ... 68

Quadro 17: Cálculo da CSLL (2º trimestre 2015) – Lucro Presumido ... 68

Quadro 18: Cálculo da CSLL (3º trimestre 2015) – Lucro Presumido ... 69

Quadro 19: Cálculo da CSLL (4º trimestre 2015) – Lucro Presumido ... 69

Quadro 20: Cálculo da CSLL (1º trimestre 2016) – Lucro Presumido ... 69

Quadro 21: Cálculo da CSLL (2º trimestre 2016) – Lucro Presumido ... 70

Quadro 22: Cálculo da CSLL (3º trimestre 2016) – Lucro Presumido ... 70

Quadro 23: Cálculo da CSLL (4º trimestre 2016) – Lucro Presumido ... 71

Quadro 24: Cálculo da CSLL (1º trimestre 2017) – Lucro Presumido ... 71

Quadro 25: Cálculo da CSLL (2º trimestre 2017) – Lucro Presumido ... 72

Quadro 26: Cálculo da CSLL (3º trimestre 2017) – Lucro Presumido ... 72

Quadro 27: Cálculo da CSLL (4º trimestre 2017) – Lucro Presumido ... 72

Quadro 28: Cálculo do PIS e COFINS (2015) – Lucro Presumido ... 74

Quadro 29: Cálculo do PIS e COFINS (2016) – Lucro Presumido ... 74

Quadro 30: Cálculo do PIS e COFINS (2017) – Lucro Presumido ... 75

Quadro 31: Cálculo do IRPJ e CSLL (2015) – Lucro Real Trimestral ... 77

(9)

Quadro 33: Cálculo do IRPJ e CSLL (2017) – Lucro Real Trimestral ... 80

Quadro 34: Cálculo do IRPJ e CSLL (2015) – Lucro Real por Suspensão e Redução ... 83

Quadro 35: Cálculo do IRPJ e da CSLL (2015) – Lucro Real por Estimativa... 84

Quadro 36: Quadro Comparativo (2015) – Lucro Real Anual ... 85

Quadro 37: Cálculo do IRPJ e CSLL (2016) – Lucro Real por Suspensão e Redução ... 86

Quadro 38: Cálculo do IRPJ e da CSLL (2016) – Lucro Real por Estimativa... 88

Quadro 39: Quadro Comparativo (2016) – Lucro Real Anual ... 89

Quadro 40: Cálculo do IRPJ e CSLL (2017) – Lucro Real por Suspensão e Redução ... 89

Quadro 41: Cálculo do IRPJ e da CSLL (2017) – Lucro Real por Estimativa... 91

Quadro 42: Quadro Comparativo (2017) – Lucro Real Anual ... 92

Quadro 43: Cálculo do PIS (2015) – Lucro Real ... 94

Quadro 44: Cálculo do PIS sobre Receitas Tributadas (2015) – Lucro Real ... 95

Quadro 45: Demonstrativo do PIS a pagar (2015) – Lucro Real ... 95

Quadro 46: Cálculo da COFINS (2015) – Lucro Real ... 96

Quadro 47: Cálculo da COFINS sobre Receitas Tributadas (2015) – Lucro Real ... 97

Quadro 48: Demonstrativo da COFINS a pagar (2015) – Lucro Real ... 97

Quadro 49: Cálculo do PIS (2016) – Lucro Real ... 98

Quadro 50: Cálculo do PIS sobre Receitas Tributadas (2016) – Lucro Real ... 99

Quadro 51: Demonstrativo do PIS a pagar (2016) – Lucro Real ... 99

Quadro 52: Cálculo da COFINS (2016) – Lucro Real ... 100

Quadro 53: Cálculo da COFINS sobre Receitas Tributadas (2016) – Lucro Real ... 100

Quadro 54: Demonstrativo da COFINS a pagar (2016) – Lucro Real ... 101

Quadro 55: Cálculo do PIS (2017) – Lucro Real ... 101

Quadro 56: Cálculo do PIS sobre Receitas Tributadas (2017) – Lucro Real ... 102

Quadro 57: Demonstrativo do PIS a pagar (2017) – Lucro Real ... 103

Quadro 58: Cálculo da COFINS (2017) – Lucro Real ... 103

Quadro 59: Cálculo da COFINS sobre Receitas Tributadas (2017) – Lucro Real ... 104

Quadro 60: Demonstrativo da COFINS a pagar (2017) – Lucro Real ... 104

(10)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 11

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ... 12

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ... 13 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ... 14 1.4 OBJETIVOS ... 15 1.4.1 Objetivo Geral ... 15 1.4.2 Objetivos Específicos ... 15 1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ... 16 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ... 18 2.1 CONTABILIDADE ... 18 2.1.1 Contabilidade tributária ... 20

2.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL ... 21

2.2.1 Princípios constitucionais ... 22

2.3 ASPECTOS GERAIS DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ... 25

2.3.1 Tributos ... 26

2.3.2 Espécies de Tributos ... 27

2.3.3 Base de cálculo e alíquota ... 28

2.3.4 Responsabilidade Tributária ... 28

2.3.5 Isenção, Imunidade e Não-Incidência ... 29

2.4 ANÁLISE TRIBUTÁRIA ... 30 2.4.1 Lucro presumido ... 31 2.4.2 Lucro real ... 37 2.4.3 Lucro arbitrado ... 49 3 METODOLOGIA DO ESTUDO ... 52 3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ... 52

3.1.1 Quanto aos objetivos ... 53

3.1.2 Quanto a abordagem ... 53

3.1.3 Quanto aos procedimentos ... 54

3.2 COLETA DE DADOS ... 55

3.3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ... 56

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 59

(11)

4.1.1 Apuração do IRPJ ... 60

4.1.2 Apuração da CSLL ... 67

4.1.3 Apuração do PIS e da COFINS ... 73

4.2 LUCRO REAL ... 75

4.2.1 Apuração do IRPJ e CSLL - Trimestral ... 76

4.2.2 Apuração do IRPJ e CSLL – Anual ... 82

4.2.3 Apuração do PIS e da COFINS ... 93

4.3 ANÁLISE COMPARATIVA DOS RESULTADOS ... 105

5 CONCLUSÃO ... 110

(12)

1 INTRODUÇÃO

Um mercado competitivo requer do profissional de contabilidade habilidades que auxiliem a empresa a realizar um planejamento tributário de modo a reduzir de forma legal os seus impostos, cumprindo com todas as suas obrigações, devendo estar atento às eventuais mudanças que ocorrem na legislação tributária.

Em se tratando de regra fiscal e tributária, todos os anos ocorrem alterações expressivas na legislação, impactando significativamente nas rotinas das empresas e dos profissionais responsáveis pela orientação e apuração dos impostos. A obrigação nunca é extinta, o que ocorre normalmente são modificações na legislação tributária, como por exemplo, alterações nas alíquotas ou uma nova obrigação acessória. Em vista disso, é essencial que o profissional de contabilidade esteja disposto e apto a planejar o futuro da organização, dentro das medidas cabíveis.

Partindo desse contexto, sabe-se que trilhões de reais em tributos são arrecadados por ano pelo país, tanto na esfera estadual, federal, quanto municipal. Segundo Oliveira et al. (2004, p. 34), “A carga tributária no Brasil é extremamente elevada, tanto sobre a pessoa jurídica como sobre a pessoa física.”. Conforme dados da Receita Federal do Brasil (RFB, 2017, p. 12) “Quando se compara a carga tributária do Brasil com a dos demais países da América Latina, observa-se que o Brasil apresenta uma carga tributária mais elevada.”, tornando primordial o comprometimento dos profissionais frente a essa questão, buscando de forma lícita a redução dos impostos.

Fluentes (2014) destaca que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), o brasileiro gasta uma média de 150 dias por ano trabalhando só para pagar impostos, em 2013, os tributos comprometeram cerca de 41% da renda do trabalhador. Dentre os impostos que mais pesaram sobre os contribuintes, o campeão foi o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), responsável por 21% do total, seguido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e pelo Imposto de Renda (IR), com 18% e 17%, respectivamente.

Devido a extrema complexidade da tributação brasileira, a análise tributária passou a ser uma grande alternativa nos empreendimentos. A busca por ganhos futuros, a redução dos custos e um melhor resultado econômico, tornou esse assunto essencial e elemento fundamental do planejamento global da empresa. É necessário chamar a atenção às palavras de Oliveira et

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necessidade cotidiana, mas sim, algo estratégico, seja qual for o porte da empresa, ou o setor de atividades da organização.

Ainda de acordo com Oliveira et al. (2004), a falta de um planejamento estratégico tributário pode deixar as empresas mal preparadas para o futuro, seja qual for a forma de tributação escolhida, gerando um desgaste desnecessário. Desta forma, pode-se afirmar que o planejamento tributário é uma ferramenta indispensável para as empresas, tendo como objetivo a economia tributária dos impostos, sendo possível se preparar para o futuro, buscando melhores resultados.

Este cenário fundamenta o presente trabalho de conclusão de curso buscando constituir elementos que possam subsidiar empresários e se constituir em uma referência de consulta para alunos, conforme foi detalhado nos próximos tópicos do estudo.

Deste modo, no primeiro capítulo apresenta a introdução da pesquisa, a definição do tema, a problematização, a descrição dos objetivos, juntamente com a justificativa do estudo. O segundo tópico trata do referencial teórico acerca do assunto abordado, contemplando diversos conceitos com base em leis, dissertações, sites e livros que tratem sobre o tema em questão. O capítulo três abrange os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa, bem como a forma de coleta e a análise e interpretação dos dados. Por fim, no capítulo quatro, demonstra-se as conclusões e as análises dos resultados.

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

De acordo com Fabretti (2017), a contabilidade é a ciência que estuda, registra e controla o patrimônio das entidades e todas as suas mutações, sendo que no final do exercício, é demonstrada a situação econômico-financeira da entidade, fatos considerados essências para a tomada de decisão da organização.

Segundo o autor supracitado, dentre as diversas ramificações da contabilidade, têm-se a Contabilidade Tributária, a qual tem como objetivo a apuração e a conciliação dos tributos de uma organização, aplicando na prática conceitos, princípios e normas básicas da contabilidade e da legislação tributária, fazendo-a de forma simultânea e adequada. Devido a esta questão, as entidades devem manter a correta escrituração contábil, a qual proporciona informações importantes para a apuração adequada dos impostos.

As demonstrações contábeis são relatórios essenciais e significativos a organização, os quais reúnem dados e informações de ordem econômica e financeira sobre o patrimônio das entidades (BASSO, 2015). A contabilidade tributária deve demonstrar a situação do patrimônio

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e o resultado do exercício, seguindo as normas básicas da contabilidade, e o resultado deve ser de forma exata (FABRETTI, 2017). Nesse sentido, se torna essencial que essas comprovações, as quais se referem às despesas e os rendimentos, estejam corretas e explicadas em tempo hábil para análise dos profissionais responsáveis pelo gerenciamento da empresa.

Considerando essas colocações, o fator de sucesso de uma organização se resume no gerenciamento qualificado, que ocorre quando há profissionais especializados em contabilidade que conhecem as reais necessidades da empresa para escolher o melhor regime tributário. A análise tributária entra de apoio para o gerenciamento desse processo, evitando pagamentos de impostos indevidos, o que pode no futuro comprometer financeiramente a instituição, ou gerar problemas fiscais, se for efetuado. Isso se faz necessário porque, segundo a Constituição Federal (Art.5º, II), “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei.” (BRASIL, 1988).

Diante desse contexto, o tema central deste estudo consistiu na análise tributária em uma empresa de grande porte, a qual atua no ramo de armazenagem e montadoras localizada no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, com o objetivo de verificar qual o melhor regime de tributação com vistas à diminuição dos impostos.

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

O presente trabalho foi realizado em uma Indústria Metalúrgica, que atua no ramo de armazenagem de grãos e fabricante de componentes para montadoras. A empresa está no mercado desde 1992, sendo localizada desde então, no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

A empresa iniciou suas atividades atuando na revenda de matérias-primas e bens de consumo (revenda de chapas de aço, perfis, consumíveis de solda). Em 1993, passou a prestar serviços de beneficiamento e seis anos depois, a fabricar e comercializar peças de reposição (produtos próprios) e equipamentos para beneficiamento e armazenagem de grãos. Em 2006, recebeu a certificação da International Organization for Standardization (ISO) 9001, a garantia da qualidade de seus produtos. No ano de 2010 a empresa ingressou em um novo mercado, o de atender a montadoras agrícolas e de construção (conjuntos soldados e pintados).

Atualmente, a empresa mantém a atuação no mercado de Armazenagem e Montadoras e busca constantemente a satisfação de seus clientes e parceiros, evoluindo tecnologicamente e agregando valor ao seu trabalho. Instalada em prédio próprio, a mesma trabalha com cerca de

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trezentos funcionários e seu faturamento anual está em torno de R$ 58.000.000,00, sendo optante pelo Lucro Real.

A partir disso, é valido ressaltar que devido a empresa em estudo ser de grande porte, está não se enquadra na opção do Simples Nacional e em vista dessa questão, é realizado a comparação entre o enquadramento de Lucro Real e Lucro Presumido, objetivando a economicidade de impostos.

1.3 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Obrigação tributária é toda e qualquer obrigação que surge através de um fato, o qual une o credor e o devedor, sendo que, no campo dos tributos, é sempre uma prestação de natureza tributária (AMARO, 2012). Segundo a Constituição Federal (BRASIL, 1988), artigo (ART.) 5, inciso XXXVI, “A lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada.”, demonstrando ainda que “A lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu,” (inciso XL, art. 5), logo nenhuma lei irá lesar as empresas no que se diz respeito ao seu regime tributário, desde que, esteja cumprindo com suas obrigações de forma lícita.

A função do contador é produzir e gerenciar as informações úteis aos usuários, contribuindo principalmente para a tomada de decisão junto à organização, subsidiando uma análise tributária que vise a economia fiscal, fornecendo informações de ordem econômica e financeira aos usuários internos e externos da entidade (IUDÍCIBUS; MARION, 2000).

Interessa ao assunto destacar que, segundo a Receita Federal do Brasil (RFB, 2017, p. 1), “Em 2016 a Carga Tributária Bruta (CTB) atingiu 32,38%, contra 32,11% em 2015, indicando variação positiva de 0,27 pontos percentuais. Essa variação resultou da combinação dos decréscimos em termos reais de 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e de 2,8% da arrecadação tributária nos três níveis de governo.”. Em vista disso, a alta carga tributária atinge diretamente as empresas, despertando dúvidas sobre qual o melhor regime tributário que a empresa pode se enquadrar, os quais buscam a redução dos impostos e um aprazível resultado fiscal e contábil.

As diversas exigências fiscais a serem cumpridas como, por exemplo, os impostos recolhidos dentro da lei e pagos dentro do prazo fixado pelo governo, incidem sobre o preço de venda do produto final. A relação custo/lucro está diretamente interligada, um menor custo pode resultar em uma maior vantagem competitiva. Milhares de empresas pagam impostos altíssimos, a probabilidade é de que a despesa aumente a cada ano, ocasionando o acréscimo

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no preço dos produtos e uma perda de mercado para as empresas que possuem uma maior carga tributária e não podem trabalhar com um custo menor.

Como vem sendo enfatizado, as exigências fiscais impostas por lei precisam ser cumpridas, sendo feitas por intermédio de controles extra contábeis e puramente fiscais (FABRETTI, 2017). Então, vale ressaltar que é indispensável que seja realizada uma análise tributária, verificando qual seria o melhor enquadramento tributário a ser adotado pela empresa, para que no final do exercício possa ter maiores resultados tendo em vista o menor custo fiscal. A contabilidade tributária, segundo o autor supracitado, consiste basicamente num adequado planejamento tributário, em relatórios contábeis eficazes, onde conste a real situação da empresa, e ainda, um controle aprimorado das despesas indedutíveis e das receitas não tributáveis, temporárias ou definitivas para a correta apuração da base de cálculo dos tributos.

Diante deste cenário, a questão central que norteou este estudo foi: Qual é o melhor regime de tributação federal, com vistas à economicidade fiscal, para uma Indústria Metalúrgica de grande porte localizada na região Noroeste do Rio Grande do Sul (RS)?

1.4 OBJETIVOS

Segundo Prodanov e Freitas (2013), os objetivos se desdobram em gerais e específicos. Os objetivos gerais estão ligados a uma visão global e abrangente do tema e os objetivos específicos, permitem, por um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicá-lo a situações particulares.

1.4.1 Objetivo Geral

Identificar a forma mais adequada de tributação federal, para fins de economicidade fiscal para uma indústria de grande porte do ramo de metalurgia.

1.4.2 Objetivos Específicos

1) Identificar as bases de cálculo para os impostos, considerando os diferentes regimes tributários;

2) Analisar as formas de Regime Tributário (Lucro Real anual, trimestral e Lucro Presumido); 3) Identificar o melhor enquadramento fiscal para a empresa, a nível federal.

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1.5 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

Toda e qualquer organização, independentemente do porte ou do seu ramo de atuação precisa ter conhecimento sobre os regimes tributários vigentes, independente se forem do regime do Simples Nacional, Lucro Real ou Lucro Presumido, já que, em qualquer umas das formas é necessário apurar e pagar os impostos. A análise tributária é essencial diante do mercado competitivo e pode-se dizer que, atualmente, está entre um dos mais importantes fatores de sucesso da organização.

A contabilidade tributária se torna relevante quando se busca a correta escrituração e registro das informações buscando a redução fiscal envolta da contabilidade geral. Pode-se destacar que o aspecto responsável pelas dificuldades de muitas empresas é a falta de conhecimento por parte dos gestores da área tributária, a importância da correta escolha do regime tributário está em não pagar tributos além do que é devido. Portanto, é essencial que cada gestor saiba que a escolha vale para o ano todo, não podendo ser alterada durante o período. É de extrema importância que o profissional de contabilidade esteja pronto para as mudanças e seja conhecedor da legislação pertinente a cada empresa e cada cliente, em busca dos melhores benefícios, estando disposto a auxiliar na redução de seus impostos de maneira lícita e eficaz.

Vale destacar um relato de Albuquerque e Granzo (2018), no qual apontam que as empresas devem repensar seus modelos e políticas se quiserem sobreviver nas próximas décadas, considerando que mercado, consumo e colaboradores mudaram. Os gestores, constantemente estão sendo desafiados pelos avanços da tecnologia e a velocidade com que as informações chegam até o mercado. Está realidade demanda a tomada de decisão assertiva sobre os seus negócios.

Além de o presente trabalho possibilitar um conhecimento aprofundado sobre o tema, justifica-se ainda por desenvolver um estudo na empresa visando identificar qual seria o melhor regime tributário a ser utilizado com vistas à economicidade fiscal, inserindo a aluna em meio as regras e tributações da legislação pertinente. Os profissionais contábeis precisam desenvolver uma análise crítica para verificar a viabilidade do melhor enquadramento tributário adotado para a empresa. Saber da necessidade de ganhar mais e pagar menos é essencial.

Tal questão é importante de forma que a realização de uma análise tributária tem atraído cada vez mais o interesse das empresas por conta da elevada carga tributária existente no Brasil, bem como a excelente alternativa que existe em se tratando de economicidade fiscal. A redução dos impostos traduz-se em uma melhor competitividade e lucratividade. Qualquer

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empresa pode escolher a melhor forma de pagar seus tributos, desde que, se ajuste às condições impostas por cada regime.

Desta forma, a realização deste trabalho se tornou relevante e viável por conta da disponibilização de documentos contábeis e relatórios mensais do faturamento da empresa, podendo ser feita a análise tributária em busca de resultados sobre qual seria o melhor enquadramento fiscal para a organização, dentro de suas obrigatoriedades.

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2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

No capítulo anterior foi apresentado o tema do trabalho, abordando, juntamente o problema central que encadeia esta pesquisa, os objetivos gerais e específicos, bem como a justificativa da pesquisa. Já neste capítulo, serão abordados temas sobre a contabilidade em geral e a contabilidade tributária, tema principal deste estudo, sendo abordados conceitos de diversos autores, especialistas e conhecedores do assunto em questão. Destaca-se ainda, aspectos gerais sobre a legislação tributária, os quais darão suporte teórico para a realização deste estudo na prática.

2.1 CONTABILIDADE

A Contabilidade é tão antiga que os primeiros apontamentos nos levam ao início da civilização. Ela existe desde que o ser humano passou a viver de forma social (BAZZI, 2014). Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 19), “A história da Contabilidade nasce com a própria civilização, quando as pessoas usavam das coisas disponíveis para negociar trocas entre si.”.

É necessário chamar atenção para as palavras de Iudícibus (2000), onde este destaca que os primeiros sinais da existência de contas, foi aproximadamente a 4.000 anos a.C. Nas palavras do autor supracitado, saliente-se que o homem primitivo ao contar seus rebanhos, ao inventariar seus instrumentos de caça e pesca, já praticava a contabilidade de uma forma rudimentar.

Conforme Bazzi (2014), vale esclarecer que quando o homem se viu na obrigação de controlar a sua riqueza, a contabilidade fez-se necessária, e apesar de ser tão antiga, é valido ressaltar que se deve continuar a estudá-la, pois como sendo uma ciência, está em constante atualização, transformando-se de acordo com as necessidades do momento e transmitindo de geração em geração.

No que afirma Fabretti (2017) a contabilidade é considerada uma ciência que estuda, registra e controla o patrimônio das entidades, demonstrando no final de cada exercício o resultado obtido e a situação econômico-financeira da entidade. A principal finalidade é fornecer informações sobre o patrimônio das empresas, gerando informações de ordem física, econômica e financeira, facilitando a tomada de decisão, tanto por parte dos administradores ou proprietários ou por aqueles que pretendem investir na organização (BASSO, 2011).

(20)

O Patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma entidade, sendo o objeto de estudo da contabilidade. Os bens compreendem tudo aquilo que a empresa tem, podendo ser materiais (corpóreos) ou imateriais (incorpóreos). Os direitos englobam tudo o que a empresa tem a receber e as obrigações, ao contrário dos direitos, envolvem tudo aquilo que a entidade é obrigada a pagar (BASSO, 2011).

Diante desse pressuposto a função da contabilidade é registrar todas as transações de uma companhia, gerando informações qualitativas, as quais devem permitir ao usuário compreender a situação e a tendência da empresa com o menor grau de dificuldades possíveis, bem como as características quantitativas que incluem a compreensibilidade, relevância, confiabilidade e comparabilidade (HIGA; ALTOÉ, 2015).

As movimentações existentes no patrimônio de uma determinada entidade são apontadas pela contabilidade, demonstrando aos principais interessados a situação real da organização, para então, serem tomadas decisões sobre o futuro e efetuado os planejamentos essenciais para o crescimento da empresa.

Entendemos que Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimentos próprios, leis científicas, princípios e métodos de evidenciação próprios, é a ciência que estuda, controla e observa o patrimônio das entidades nos seus aspectos quantitativo (monetário) e qualitativo (físico), e que, como conjunto de normas, preceitos, regras e padrões gerais, se constitui na técnica de coletar, catalogar e registrar informações de suas variações e situação, especialmente de natureza econômica e financeira e, complementarmente, controla, registra e informa situações impactantes de ordem socioambiental decorrentes de ações praticadas pela entidade no ambiente em que está inserida. (BASSO, 2011, p. 26).

A ciência que estuda as variações quantitativas e qualitativas de um patrimônio está presente em todos os sentidos na empresa, sendo uma ferramenta que auxilia no controle e na gestão da organização. O profissional contábil precisa estar apto a atuar de forma construtiva, possuindo amplo conhecimento nas áreas contábeis, buscando capacitação necessária, garantindo com que a mesma tenha excelência em seus aspectos gerais e tributários. Em termos de mercado, o contador pode contar com excelentes perspectivas, o número de profissionais com ampla visão de administração é muito escasso, e, por conta disso, tem-se obtido remuneração e satisfação profissional muito grande (IUDÍCIBUS, 2000).

(21)

2.1.1 Contabilidade tributária

A Contabilidade Tributária tem como principal objetivo, o estudo da legislação pertinente, tomando por base, princípios e normas constitucionais da contabilidade. É fundamental que o contador, responsável pelas obrigações tributárias da empresa, seja conhecedor dos objetivos desta, para que os impostos sejam apurados com exatidão, evitando o pagamento desnecessário de tributos (FABRETTI, 2017). Seguindo as ideias do mesmo autor (p. 5) é imprescindível que “o resultado apurado deve ser economicamente exato.”.

Nesse sentido, a contabilidade tributária atua, principalmente, na apuração com exatidão do resultado tributável, com base na legislação pertinente, buscando identificar as diversas alternativas para a redução da carga fiscal e controle dos impostos evitando sanções fiscais. (OLIVEIRA et al., 2004).

Em vista disso a Contabilidade Tributária pode ser considerada um estudo da teoria aplicando-se na prática os princípios e normas básicas da legislação tributária, sendo responsável pelo gerenciamento dos tributos incidentes nas diversas atividades da empresa, adaptando-se as obrigações tributárias, de forma a não expor a entidade a possíveis sanções fiscais e legais (OLIVEIRA et al., 2004).

Segundo Oliveira et al. (2004), o gerenciamento das obrigações tributárias não pode mais ser considerado uma necessidade cotidiana, mas algo estratégico nas organizações de médio e grande porte. O autor ainda destaca que o sistema tributário brasileiro é um dos mais complexos do mundo, sendo que há aproximadamente sessenta tributos vigentes, com diversas Leis e Regulamentos que sofrem constantes alterações além da elevada carga tributária aumentando o custo das empresas e em vista disso, a responsabilidade dos gestores da empresa, principalmente dos profissionais contábeis, cresce constantemente.

Oliveira et al. (2004 p. 37) apresenta um quadro esquemático com as funções e atividades da contabilidade tributária:

(22)

Quadro 1: Funções e atividades de Contabilidade Tributária

Fonte: Oliveira et al. (2004, p. 37).

No que afirma Fabretti (2017, p. 9), “A relação custo/benefício deve ser muito bem avaliada. Não há mágica em planejamento tributário, apenas alternativas, cujas relações custo/benefício variam muito em função dos valores envolvidos, da época, do local etc.”.

2.2 CONSTITUIÇÃO FEDERAL E O CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL

A Constituição Federal (CF) foi criada em 1988 sendo um conjunto de leis obrigatórias que regem o país servindo como garantia dos direitos e deveres dos cidadãos. “Na Constituição encontra-se a matriz de todas as competências; nela se demarcam os limites do poder de tributar e se estruturam os princípios tributários, inclusive os de natureza especificamente tributária, que constituem as pilastras de sustentação de todo o sistema tributário.” (AMARO, 2012 p. 190).

O Código Tributário Nacional (CTN), institui normas e regras do direito tributário, regulando as limitações constitucionais do poder de tributar, contando sobre conflitos de competência em matéria tributária e constitui os tributos, direitos e deveres dos contribuintes (AMARO, 2012).

Segundo Fabretti (2005), a lei nº 5.172/1966 passou a ter força de lei complementar e a denominar-se Código Tributário Nacional, por determinação do art. 7º do Ato Complementar nº 36, de 13 de março de 1967.

Diante desse pressuposto, foram instituídas as normas tributárias e elevados ao patamar constitucional as espécies tributárias, como os impostos, taxas, contribuições de

Escrituração e controle Orientação Planejamento tributário

Escrituração fiscal das atividades do dia-a-dia da empresa e dos livros fiscais;

Apuração dos tributos a recolher, preenchimento das guias de recolhimento e remessa para o Departamento de Contas a Pagar; Controle sobre os prazos para os recolhimentos

Assessoria para a correta apuração e registro do lucro tributável do exercício social, conforme os princípios fundamentais de contabilidade;

Assessoria para o correto registro contábil das provisões relativas aos tributos a recolher;

Orientação, treinamento e

constante supervisão dos

funcionários do setor dos impostos; Orientação fiscal para as demais unidades da empresa (filiais, fábricas, departamentos) ou das empresas controladas e coligadas, visando padronizar procedimentos.

Estudo das diversas alternativas legais para a redução da carga fiscal, tais como:

- todas as operações em que for possível o crédito tributário, principalmente em relação aos

chamados impostos não

cumulativos ICMS e IPI;

- todas as situações em que for

possível o diferimento

(postergação) dos recolhimentos dos impostos, permitindo melhor gerenciamento do fluxo de caixa; - todas as despesas e provisões permitidas pelo fisco como dedutíveis da receita;

(23)

melhoria e o empréstimo compulsório. Definiu os princípios constitucionais tributários, instituiu a imunidade relativa aos impostos, distribuiu as competências tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e criou regras para a repartição da arrecadação de impostos entre a União, os Estados e os Municípios (FABRETTI, 2005).

2.2.1 Princípios constitucionais

Conforme o art. 150 da Constituição Federal, os princípios constitucionais brasileiros possuem o direito de limitar o poder de tributar a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Abaixo, destacam-se alguns, dentre os diversos princípios constitucionais existentes, quanto ao poder de tributar por parte do governo.

2.2.1.1 Princípio da Legalidade

O princípio da legalidade determina que seja proibido à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, cobrarem tributos senão em virtude da lei, portanto, este princípio limita a atuação do poder tributante em prol dos contribuintes. Mas vai além disto, determinando por concreto quem tem de pagar, quanto, a quem, à vista de que fatos ou circunstâncias (AMARO, 2012). O art. 150 da Constituição Federal de 1988 determina que:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; [...].

Um tributo pode aumentar pela elevação da base de cálculo e não unicamente pelo aumento das alíquotas (FABRETTI, 2017). Em concordância com Miranda (2009), não seria correto e justo que a administração pública tivesse a liberdade de criar e aumentar os tributos sem que houvesse alguma garantia que protegesse os cidadãos contra os excessos cometidos pelo governo.

Para termos uma noção da importância do princípio da legalidade, basta observar que, não obstante o Constituinte inseri-lo no art. 5º da Constituição Federal, mediante o famoso brocardo “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, optou-se por inseri-lo também no capítulo referente ao Sistema Tributário Nacional, reafirmando a aplicação de tal princípio. (KFOURI JR., 2012, p. 159).

(24)

É necessário chamar a atenção ao princípio da legalidade, um dos pilares mais importantes da legislação e a sua extrema dimensão, as organizações estão sobre a sua proteção, onde nada pode as prejudicar senão em virtude de lei específica como bem afirma o autor supracitado sobre a sua relevância.

Para a Constituição Federal, este princípio também é citado no CTN, em seu art. 97, inciso I, onde, “somente a lei pode estabelecer a instituição de tributos, ou a sua extinção.”.

2.2.1.2 Princípio da Igualdade ou Isonomia Tributária

A Constituição Federal assegura em seu art. 5º que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...].”. Diante disso, a igualdade e a isonomia tributária confirmam que todos deverão ser tratados de forma igual, toda e qualquer pessoa ficará sujeita ao mandamento legal (AMARO, 2012). Seguindo este contexto, vale ressaltar o que está previsto no inciso II do art. 150 da Constituição Federal:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

[...] II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; [...].

Perante o exposto, destaca-se Kfouri Jr. (2012, p. 162), “Igualdade não é tratar a todos de forma igual, mas igualar os desiguais a ponto de que possam de fato ser comparáveis [...].”. Ainda, pode-se destacar o que diz Amaro (2006), o qual relata que toda pessoa é igual perante a lei, não há pessoas diferentes que possam, sobre tal pretexto, terem privilégios diante do mandamento legal.

2.2.1.3 Princípio da Irretroatividade

O princípio da Irretroatividade define que, apenas poderá ser cobrado um tributo, a partir do momento em que ocorra a publicação da lei, garantindo aos contribuintes que não ocorra a incidência tributária antes do início da vigência da lei, sendo previsto no art. 150, inciso III, alínea “a” da Constituição Federal:

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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

[...] III - cobrar tributos:

a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado; [...].

Diante disso, Fabretti (2017, p. 118) destaca que, “A exceção dessa regra é em matéria penal, conforme disposto no inciso XI do art. 5º da CF, onde dispõe que “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”.”.

2.2.1.4 Princípio da Anterioridade

Fabretti, (2017), menciona que para se instituir ou aumentar um tributo para o exercício financeiro de 2019, por exemplo, a lei deverá ser promulgada, no máximo até 31 de dezembro de 2018. Salienta-se que o fato gerador deverá ser anterior ao exercício financeiro de incidência do tributo (AMARO, 2012). O princípio da anterioridade está previsto no art. 150, inciso III, alínea “b” da Constituição Federal que, onde:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

[...] III - cobrar tributos:

[...] b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; [...].

O princípio da anterioridade é um meio das empresas se assegurarem de que nenhum tributo irá ser aplicado no mesmo exercício em que foi instituída, podendo se preparar diante da nova lei imposta.

2.2.1.5 Princípio da Anterioridade Nonagesimal

O princípio da Anterioridade Nonagesimal, ou simplesmente, Princípio da Noventena, foi instituído pela Emenda Constitucional nº42 de 2003, onde inseriu a alínea “c” no inciso III, do art. 150 da Constituição Federal:

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

[...] III - cobrar tributos:

[...] c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea b; [...].

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Perante o exposto, este princípio segue os fundamentos do princípio da anterioridade, sendo que, é um meio das empresas se assegurarem que nenhum tributo seja instituído antes dos decorridos noventa dias após a publicação da lei.

2.3 ASPECTOS GERAIS DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Conforme o art. 96 do Código Tributário Nacional, instituído pela Lei nº 5.172/66, “A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.”. Segundo o CTN em seu Art. 97, determina que:

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;

II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do art. 52, e do seu sujeito passivo;

IV - a fixação da alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades.

§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação de sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso.

§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo.

A lei essencialmente tem o poder de limitar os profissionais quanto a seus direitos e obrigações e somente ela pode instituir ou revogar algo como descrito no artigo 97 citado acima. Sabe-se que infringir uma lei atinge a ética profissional e social das empresas, é necessário cumpri-las e ser idôneo perante a sociedade.

A legislação tributária aplica-se, segundo descrito no art. 108 do CTN, imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, onde:

Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na ordem indicada:

I - a analogia;

II - os princípios gerais de direito tributário; III - os princípios gerais de direito público; IV - a eqüidade.

§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exigência de tributo não previsto em lei.

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§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tributo devido.

De acordo com Cassone (2003, p. 27), “As leis são feitas pelo Poder Legislativo e têm por fim ordenar e regular a vida em sociedade. E quando duas pessoas negociam, o fazem dentro dos parâmetros legais, resultando, como consequência, a denominada relação jurídica [...].”. Tudo o que diz respeito a legislação tributária deve ser ponto de observação do empreendedor, este meio é envolvido a regras e obrigações, que muitas vezes não são claras e de fácil entendimento, mas que cabe as organizações cumpri-las.

2.3.1 Tributos

Tributo é toda contribuição prevista em lei, onde as pessoas físicas ou jurídicas estão obrigadas a pagar a União, Estados, Distrito Federal e Municípios quando da ocorrência do fato gerador (CASSONE, 2003). Vale destacar que existem três elementos fundamentais do tributo, associados a obrigação tributária: a lei, o objeto e o fato gerador. A obrigação tributária acontece quando o credor pode exigir do devedor o pagamento de determinado objeto, podendo ser principal ou acessória. (OLIVEIRA et al., 2004).

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.

§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.

§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.

§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária. (CTN).

A lei possui a função de criar tributos e circunstâncias para a cobrança destes impostos (OLIVEIRA et al., 2004). O objeto “[...] representa as obrigações que o sujeito passivo (contribuinte) deve cumprir, segundo as determinações legais.”. (OLIVEIRA et al., 2004, p. 29). O fato gerador é o ato que gera a obrigação de pagar o tributo que, segundo o CTN, pode distinguir-se de duas formas:

Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência.

Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal.

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Cabe ressaltar a definição de tributos de Kfouri Jr. (2012, p. 88), “A palavra tributo é sinônimo de homenagem, honraria, sendo utilizada em seus primórdios exatamente com esse sentido, ou seja, o súdito prestava uma homenagem ao monarca, por meio do recolhimento de valores ou da prestação de serviços ou doação de bens.”.

2.3.2 Espécies de Tributos

Segundo o que consta na Constituição Federal, têm-se três espécies de tributos: os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria, que em seu Art. 145 expressa que:

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I - impostos;

II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

§ 2º As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios têm o poder de tributar, sendo exclusivo este direito dado a eles, podendo aumentar, criar, diminuir ou acabar com um tributo, tornando-se de grande relevância ligados a qualquer fato gerador, o qual vincula uma obrigação ao tributo estando presente no cotidiano das organizações. Seja o mesmo um imposto, uma taxa ou uma contribuição de melhoria, é exigido de quem tenha realizado o fato gerador o seu recolhimento perante o que dispõe a lei.

No que afirma Kfouri Jr. (2012) pode-se diferenciar os impostos, das taxas e das contribuições de melhoria. Os impostos incidem ‘sobre’ como, por exemplo, o imposto sobre a renda, onde este é um tributo não vinculado ao Estado de caráter contributivo. As taxas são ‘de’, onde pode-se citar a taxa de esgoto, sendo este um tributo atrelado a ação do Estado e as contribuições de melhoria são ‘para’ como a contribuição para o custeio de iluminação, ou seja, é uma contribuição cobrada pelo Estado em decorrência de uma obra pública. .

Amaro (2012, p. 53) destaca que “As taxas são tributos cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, referível ao contribuinte [...].”. Referente as contribuições

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de melhoria, Amaro (2012, p. 69) salienta que “Melhoria (melhora ou melhoramento) expressa a elevação de algo para um estado ou condição superior.”.

Ainda segundo o autor supracitado (2012, p. 52) “O fato gerador do imposto é uma situação (por exemplo, aquisição de renda, prestação de serviços etc.) que não supõe nem se conecta com nenhuma atividade do Estado especificamente dirigida ao contribuinte.”. Segundo esta definição a principal característica do imposto é a hipótese desvinculada de qualquer atividade do Estado como fato gerador.

2.3.3 Base de cálculo e alíquota

Base de cálculo é o valor pelo qual se aplica a alíquota definida em lei, sobre determinado fato gerador, com a finalidade de apurar o total a ser recolhido ao Governo, devendo ser definida em lei complementar, observando os princípios constitucionais da legalidade, anterioridade e da irretroatividade (OLIVEIRA et al., 2004). Vale destacar que, segundo a Constituição Federal, art. 146:

Art. 146. Cabe à lei complementar:

[...] III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;[...].

A alíquota, definida em lei, determina a incidência de um tributo, onde, quando aplicado sobre a base de cálculo, gera o total do tributo a ser pago sobre determinado fato gerador (FABRETTI, 2017).

2.3.4 Responsabilidade Tributária

O art. 128 do CTN, estabelece que:

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a atribuindo-a este em catribuindo-aráter supletivo do cumprimento totatribuindo-al ou patribuindo-arciatribuindo-al datribuindo-a referidatribuindo-a obrigatribuindo-ação.

Diante da responsabilidade tributária na qualidade de sujeito passivo, tem-se a responsabilidade dos sucessores, onde são responsáveis, por exemplo, o adquirente ou

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remetente pelos tributos relativos aos bens adquiridos, a pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, incorporação e transformação. A responsabilidade de terceiros é devida aos pais, pelos tributos devidos pelos seus filhos, aos tutores e curadores, aos administradores de bens de terceiros, aos sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas, etc. A responsabilidade por infrações, independentemente da intenção do agente, é a adoção da culpa objetiva. E, por fim, tem-se a responsabilidade por substituição, na condição de substituto tributário, relativo às operações posteriores (KFOURI JR. 2012).

O conceito de sujeito passivo está descrito no CTN, art. 121:

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.

Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:

I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;

II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.

Segundo Cassone (2003) pode-se dizer que responsabilidade, é a obrigação que se atribui a alguém de responder pelos próprios atos ou de outrem.

2.3.5 Incidência, Não-Incidência, Isenção e Imunidade

Segundo Amaro (2012) pode-se dizer que há incidência de tributo quando determinado fato se juridiciza e irradia o efeito, ou quando há uma obrigação de recolher determinado tributo, legalmente definida. Amaro (2012) ainda destaca que, fora deste campo, deve-se falar sobre a incidência das normas de imunidade, sendo que, todos os fatos que não geram tributos, compõem o campo da não incidência.

Em se tratando de imunidade, segundo o autor supracitado, em determinadas ocasiões a Constituição não reconhece competência para a criação de tributos, sendo imune aos impostos, desde que, as receitas da empresa estejam relacionadas nas condições previstas pela Constituição quanto a imunidade de tributação. No campo da isenção, Amaro (2012) relata que, por determinação do legislador, determinadas espécies tributárias ficaram de fora da incidência, ou seja, isentas do pagamento dos tributos.

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Art. 176. A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração.

Parágrafo único. A isenção pode ser restrita a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela peculiares.

Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I – às taxas e às contribuições de melhoria;

II – aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.

Art. 178. A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.

Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos em lei ou contrato para concessão.

§ 1o Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção. § 2o O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155.

2.4 ANÁLISE TRIBUTÁRIA

O planejamento tributário é uma forma lícita de reduzir legalmente os impostos antes da ocorrência do fato gerador, buscando conhecer possíveis formas de diminuição dos tributos, onde se pode ganhar mais pagando menos, possibilitando a empresa optar pela opção tributária que gere um menor custo (OLIVEIRA et al., 2004).

Borges (2002, p.65) conceitua planejamento tributário como sendo:

[...] uma técnica gerencial que visa projetar as operações industriais, os negócios mercantis e as prestações de serviços, visando conhecer as obrigações e os encargos fiscais inseridos em cada uma das respectivas alternativas legais pertinentes para, mediante meios e instrumentos legítimos, adotar aquela que possibilita a anulação, redução ou adiamento do ônus fiscal.

Seja qual for a forma de tributação das empresas, a falta de um bom planejamento tributário deixa as empresas mal preparadas para o futuro, qualquer que seja o gasto que não estava previsto no seu orçamento, torna-as desprovidas de um crescimento contínuo, gerando desgastes desnecessários (OLIVEIRA et al., 2004).

Segundo o autor supracitado, o planejamento tributário pode ser ainda considerado indispensável as empresas que buscam a redução fiscal e a economia tributária, atendendo de forma lícita a legislação pertinente, evitando com isso, gastos desnecessários, sendo a contabilidade tributária responsável pelo gerenciamento dos tributos incidentes nas diversas

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atividades das empresas, adaptando-as as obrigações tributarias incidentes sobre as atividades das organizações.

Borges (2002) ainda destaca que o planejamento tributário se inicia com o levantamento de dados ocorridos na empresa que estejam ligados as ocorrências fiscais contidas no planejamento, obtendo dados relevantes em relação as atividades operacionais da empresa, qualificação fiscal e suas particularidades.

O planejamento tributário é utilizado pelas empresas como uma ferramenta de controle possibilitando reduzir de forma legal o montante dos custos pagos pelas organizações, a fim de proporcionar aos gestores um estudo que avalie qual seria a melhor opção visando a redução dos impostos.

2.4.1 Lucro presumido

Lucro presumido é uma forma de tributação simplificada de apuração, a qual facilita o pagamento do IR sem ter que recorrer à complexa apuração do lucro, presumindo-se o lucro a partir da receita bruta e outras receitas sujeitas a tributação (FABRETTI, 2017). O Lucro Presumido é uma forma simplificada de apuração direcionada as empresas que não estão sujeitas a apuração do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social pelo Lucro Líquido (CSLL) pelo lucro real (OLIVEIRA et al., 2004).

A grande característica neste regime é a incidência cumulativa, quando as contribuições incidem em todas as etapas da cadeia produtiva (VICECONTI; NEVES, 2013). Reis, Gallo e Pereira (2012), destacam que o objetivo principal do lucro presumido é a presunção do lucro para apurar o tributo devido (IRPJ e CSLL).

O Art. 224 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR) de 1999 estabelece que a receita bruta consiste:

Art. 224. A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia (Lei nº 8.981, de 1995, art. 31).

Parágrafo único. Na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário (Lei nº 8.981, de 1995, art. 31, parágrafo único).

No Lucro Presumido, por ser considerado mais simplificado, as empresas que possuem um lucro relativamente alto, optam por este regime, principalmente, por questões de estratégia, pois pode representar uma grande economia tributária e se não houver restrição, será uma boa

(33)

ferramenta de planejamento tributário. Afinal, como bem afirma Kfouri Jr. (2012), no lucro presumido tem-se por base os percentuais estabelecidos em lei, seguindo o ramo de atividades de cada empresa, sendo que, nessa modalidade de apuração do resultado nunca existirá prejuízo, uma vez que a base de sua composição é o faturamento da entidade.

Sendo um regime de apuração cumulativo, na apuração do Programa de Interação Social (PIS) e Contribuição para Financiamento de Seguridade Social (COFINS), o tributo é exigido por inteiro, isso quando ocorre a hipótese de incidência, sem poder se creditar sobre os valores pagos nas operações anteriores como é feito no Lucro Real (REIS; GALLO; PEREIRA, 2012).

2.4.1.1 Empresas que podem optar pelo Lucro Presumido

As empresas que desejam optar pelo lucro presumido devem obedecer a alguns aspectos da legislação tributária e fiscal, por ser uma forma mais simplificada de apuração do IRPJ e da CSLL, muitos empresários não atendem a essas características, não obedecendo aos critérios instituídos na Lei nº 9.718/1998, artigo 13.

Segundo a Receita Federal do Brasil (RFB, 2017, p. 3), podem optar pelo Lucro Presumido as pessoas jurídicas:

a) cuja receita total no ano-calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais) multiplicado pelo número de meses em atividade no ano-calendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses. (Lei nº 9.718/1998, art. 13). b) que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica.

As pessoas jurídicas que iniciarem as suas atividades, ou resultarem de incorporação, fusão ou cisão, podem optar pelo lucro presumido, desde que, não estejam obrigadas à tributação do lucro real. Cabe ressaltar que, a empresa que ultrapassar o limite de R$ 78.000.000,00 dentro do próprio ano-calendário não estará obrigada a alterar o seu regime de apuração para o Lucro Real no mesmo ano, pois o limite para opção pelo lucro presumido é verificado em relação à receita bruta total do ano-calendário anterior. (RFB, 2017).

(34)

2.4.1.2 Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) – Lucro Presumido

Segundo a Receita Federal do Brasil (2017) o imposto de renda para pessoas jurídicas (IRPJ) será recolhido sobre a receita bruta relativo as atividades de cada trimestre, ou seja, sobre o faturamento da organização, deduzido as devoluções, vendas canceladas e os descontos concedidos, sendo acrescidos as receitas financeiras. Para fins de base de cálculo, deve-se aplicar ao valor considerado como receita bruta os percentuais definidos em lei de acordo com cada ramo de atividade (REIS; GALLO; PEREIRA, 2012).

Em consonância, Reis, Gallo e Pereira (2012), destacam que, a receita bruta será o valor resultante da venda de produtos ou da prestação de serviços e transportes de cargas, aplicando-se os percentuais divulgados em lei, conforme o quadro 2 demonstrado abaixo sobre o ramo de atividades da empresa. O Lucro Presumido é determinado, ainda, pela soma de outras parcelas além do valor resultante da aplicação dos percentuais, como os ganhos de capital na venda de ativo imobilizado, as demais receitas financeiras e os resultados positivos decorrentes das receitas mais a realização do lucro inflacionário.

Quadro 2: Percentuais de presunção – Lucro Presumido

Espécies de atividades %

- Revenda a varejo de combustíveis derivados de petróleo, álcool etílico carburante e gás natural. 1,6% - Venda de mercadorias ou produtos;

- Transporte de cargas; - Atividades imobiliárias; - Serviços hospitalares;

- Outras atividades não especificadas (exceto prestação de serviços).

8%

- Serviços de transporte (exceto o de cargas);

- Prestadoras de serviços com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00.

16% - Prestação de serviços em geral (médicos, dentistas, advogados, contadores, auditores, engenheiros,

consultores, economistas, etc.), exceto a de serviços hospitalares; - Intermediação de negócios;

- Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; - Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão e crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

32%

- No caso de exploração de atividades diversificadas, será aplicado sobre a receita bruta de cada atividade o respectivo percentual.

1,6 a 32% Fonte: RIR/1999

Após a definição da base de cálculo do IRPJ mediante os termos fixados no quadro 2, aplica-se, segundo o art. 3º da Lei nº 9.249/95, a alíquota de 15% sobre a base de cálculo, designando o valor do imposto a recolher (REIS; GALLO; PEREIRA, 2012). No quadro 2 estão demonstrados os percentuais para a determinação da parcela de presunção do IRPJ, de acordo com as atividades de cada empresa, segundo o que dispõe o art. 223 da RIR/1999.

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