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ANÁLISE DO CUSTO, VOLUME E RESULTADO

A análise de custo, volume e resultado, bem como, praticamente todas as aplicações de custos para decisões de curto prazo estabelece uma relação íntima com os conceitos de margem de contribuição unitária, ou índice de margem de contribuição (BORNIA, 2002).

Segundo Wernke (2005, p.98):

A análise de custo-volume-lucro é um modelo que possibilita prever o impacto, no lucro do período ou no resultado projetado, de alterações ocorridas (ou previstas) no volume vendido (quanto ao número de unidades), nos preços de venda vigentes (como descontos ou majorações) e nos valores de custos e despesas (quer sejam fixos, quer variáveis).

Ainda segundo Wernke (2005, p.98):

A análise CVL responde questões relacionadas ao que acontecerá com o lucro da empresa em situações de:

a) Aumento ou diminuição do preço de compra dos insumos (como matérias-primas) por parte dos fornecedores ou de terceiros (fretes pagos na aquisição de materiais).

b) Diminuição ou aumento nas despesas fixas, por decisão da empresa com relação a gastos com folha de pagamentos, material de expediente, energia elétrica, telefone etc.

c) Redução ou aumento de custos e despesas fixas, por decisão da empresa com relação a gastos com folha de pagamentos, material de expediente, energia elétrica, telefone etc.

d) Diminuição ou aumento do volume de vendas, por expansão ou retração de mercados ou segmentos.

e) Redução ou majoração dos preços de venda, por opção voluntária da empresa ou forçada pela concorrência.

De acordo com Bornia (2002, p.71):

Na utilização dos custos para o auxílio à tomada de decisões, a previsão ou o planejamento do lucro da empresa é um ponto importante. Um conjunto de procedimentos, denominados análise de custo-volume-lucro, determina a influência no lucro provocada por alterações nas quantidades vendidas e nos custos. Na verdade, os fundamentos da análise de custo-volume-lucro estão intimamente relacionados ao uso de sistemas de custo no auxílio à tomada de decisões de curto prazo, característica do custeio variável.

Como visto, na análise do custo-volume-lucro tudo está interligado, sendo praticamente impossível analisar ou explicar determinado lucro sem levar em consideração os custos e o volume das vendas envolvidas no processo.

2.8.1 Margem de contribuição

A margem de contribuição representa a quantidade que cada produto contribui para que a empresa consiga cobrir todos os seus custos e despesas fixas e gerar lucro.

Conforme (PEREZ et al., 2001, p. 190):

Margem de contribuição é um conceito de extrema importância para o custeio variável e para tomada de decisões gerenciais. Em termos de produto a margem de contribuição é a diferença entre o preço de venda e a soma dos custos e despesas variáveis.

Segundo Bornia (2002, p. 72):

A margem de contribuição unitária representa a parcela do preço de venda que resta para a cobertura dos custos e despesas fixos e para a geração do lucro por produto vendido. Para melhor entender esse conceito suponha

que a empresa decida produzir (e vender) uma unidade a mais de seu produto. A receita será acrescida de um valor equivalente ao preço de venda do produto, enquanto que os custos aumentarão em um montante igual aos custos variáveis unitários. A diferença é justamente a margem de contribuição unitária.

De acordo com Martins (1998, p. 195):

Margem de contribuição unitária é a diferença entre a receita e o custo variável de cada produto; é o valor que cada unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato provocou e lhe pode ser imputado sem erro.

É importante ressaltar que a margem de contribuição é um dos fatores mais determinantes para o gerenciamento do negócio, sendo, na maioria das vezes, mais relevante do que o faturamento da empresa, pois, determina se um produto está ou não contribuindo para o pagamento das dívidas e gerando resultado positivo (lucro).

2.8.2 Ponto de equilíbrio

A expressão ponto de equilíbrio refere-se ao nível de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, no qual os gastos totais (custos totais e despesas totais) são iguais às receitas totais (PEREZ et al., 2001).

Na visão de Cogan (2002, p.36):

Corresponde à quantidade produzida/ volume de operações para a qual a receita iguala o custo total. É, pois, o ponto onde o lucro líquido iguala a zero, podendo ser expresso em unidades físicas ou monetárias.

O modelo do ponto de equilíbrio tem por objetivo determinar o nível de produção em termos de quantidade e/ou de valor que se traduz pelo equilíbrio entre a totalidade dos custos e das receitas. Para um nível abaixo desse ponto, a empresa estará na zona de prejuízo e acima dele, na zona de lucratividade.

O ponto de equilíbrio nasce da conjugação dos custos totais com as receitas totais. Estas, numa economia de mercado, têm uma representação macroeconômica também não linear, isto é, para um mercado como um todo – de máquinas de escrever, por exemplo - tende a haver uma inclinação para menos, já que cada unidade tenderia a ser capaz de produzir menor receita. Para uma empresa em particular, é quase certo que isso não ocorra, por ter ela um preço fixado para seu produto, fazendo com que sua receita total seja tal preço vezes o número de unidades vendidas; com isso, sua representação seria de fato linear.

Ao calcular o ponto de equilíbrio fica evidente para organização qual é o seu limite mínimo de vendas em um determinado período para que ela consiga pagar todos os seus custos e despesas, permitindo assim, que ela trace metas para alcançar esse resultado.

2.8.3 Margem de segurança operacional

A margem de segurança operacional consiste no volume de vendas que ultrapassam as vendas calculadas no ponto de equilíbrio.

Segundo Bruni e Famá (2011, p. 208):

A margem de segurança consiste na quantia ou índice das vendas que excedem o ponto de equilíbrio da empresa. Representa o quanto as vendas podem cair sem que a empresa incorra em prejuízo, podendo ser expressa em quantidade, valor ou percentual.

Conforme Bornia, 2002 (p.80):

A margem de segurança pode ser expressa quantitativamente em unidades físicas ou monetárias ou sob forma de índice (percentual). A última forma é, geralmente, a mais interessante, pois fornece informações mais fáceis de serem utilizadas pela administração. De fato, se a margem de segurança for dada em quantidades, a gerência terá que compará-la constantemente com as vendas totais.

Como se pode verificar, o ponto de equilíbrio torna-se um fator determinante da margem de segurança operacional, sendo que, quando este estiver muito próximo das vendas totais temos uma margem de segurança baixa, o que não é benéfico para empresa em termos de resultado líquido.

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