• Nenhum resultado encontrado

ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE AS FALAS E OS REGISTROS ESCRITOS

3 SEQUÊNCIA DE ENSINO INVESTIGATIVA (SEI): O ENSINO POR

6.3 ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE AS FALAS E OS REGISTROS ESCRITOS

Assim como na pesquisa anterior, verifica-se neste trabalho uma participação de poucos alunos nas discussões orais. Estes estudantes, ao confrontar suas falas com seus registros escritos, têm elevado número de acertos às questões apresentadas. Cabe salientar que inclusive aqueles estudantes que quase nunca se manifestaram em sala, obtiveram êxito na resolução das questões escritas. Deve-se ainda promover uma ressalva quanto à turma analisada do prof. Thiago. Muitos estudantes estavam conversando durante o registro do questionário, como mostra a gravação da aula. Não é possível inferir se os diálogos foram responsáveis pela elevação dos acertos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta pesquisa, procura-se identificar como ocorre a argumentação dos alunos sobre o conceito de fóton durante a aplicação de um conjunto de atividades experimentais investigativas, envolvendo a montagem e exploração de um interferômetro, e o uso de uma simulação de computador para a idealização do experimento. Este trabalho objetivou também verificar se os alunos se apropriaram das interpretações da Mecânica Quântica sobre a natureza e o comportamento da luz.

Analisou-se como se desenvolveram os processos de argumentação em sala de aula promovidos pelos alunos a partir de sua estrutura, como formulado por Toulmin (2006), e pela presença dos indicadores de alfabetização científica propostos por Sasseron (2008) e Sasseron e Carvalho (2008c), para, posteriormente, relacionar os resultados obtidos com as pesquisas efetuadas anteriormente em condições mais favoráveis de agrupamento e estrutura da escola.

No entanto, os alunos não foram sempre estimulados à execução dos experimentos, discussão das observações, pois a dinâmica das aulas, muitas vezes, esteve pautada no discurso do professor, que levou os estudantes a uma espera passiva de respostas do professor. Constatou- se que o discurso dos alunos é alimentado pelas intervenções dos colegas e do professor e, assim, eles reelaboram seus argumentos, acatando ou refutando as contribuições das falas de seus interlocutores. A análise da aula 10 mostrou que as falas dos estudantes, inicialmente monossilábicas, são dependentes da condução da aula pelo professor. É papel deste promover e estimular as interações discursivas dos alunos. Quando isto não ocorre, os estudantes tendem a dar respostas diretas (de confirmação ou negação) aos questionamentos do professor.

Apesar de os tópicos apresentados serem habitualmente pensados para estudantes de graduação em Física, por mostrarem-se particularmente difíceis em um primeiro contato, pois são interpretações que rompem com conceitos opostos, esta pesquisa revela um alto índice de acerto pelos estudantes. Para as questões relativas às interpretações da Mecânica Quântica sobre a natureza da luz, cerca de 80% das classes apresenta respostas corretas ou parcialmente corretas. A explicação para a experiência do interferômetro é dada de forma satisfatória por mais 70% dos alunos. Os dados indicam que, a despeito deste entendimento, para muitos estudantes o fenômeno da interferência é corpuscular.

O conceito de fóton foi o que obteve maior oscilação nos resultados, embora nenhum aluno tenha respondido de forma incorreta a todas as interpretações da Mecânica Quântica a esse

respeito. Essa afirmação é corroborada pela análise das discussões orais, onde nas turmas de ambos os professores se percebe confusão de entendimento do conceito.

Convém ressaltar que o elevado número de acertos pelos estudantes nesta pesquisa pode ser, como exposto na análise, devido à aplicação da atividade logo após a aula de sistematização e a presença de anotações do professor no quadro em uma das turmas. Sugere-se, para eliminar as variáveis “memorização” e “reprodução” que o questionário de finalização seja aplicado mais de uma vez (próximo ao encerramento da sequência didática e decorridos três meses de seu encerramento).

Todos os alunos que participaram efetivamente dos debates em sala apresentaram registros escritos com percentual elevado de acertos das questões. Enfatiza-se que a sequência de ensino embute uma visão de que não existe apenas uma verdade científica. A questão 2 do registro escrito visa levar o aluno a compreender que são possíveis várias interpretações para um mesmo fenômeno.

Esta pesquisa não pode ser conclusiva quanto à generalização da sequência proposta, pois preconizava o estímulo ao discurso dos alunos, o fomento e desenvolvimento de uso da argumentação como suporte ao aprendizado, que somente ocorreu de forma efetiva e significativa na primeira aula da sequência proposta.

REFERÊNCIAS

ANDREWS, R.; HERTZBERG, F. (Eds.). Introduction: Special issue on argumentation in education in Scandinavia and England. Argumentation, v. 23, p. 433-436, 2009.

ANDRIESSEN, J.; BAKER, M.; SUTHERS, D. (Eds.). Arguing to learn: Confronting cognitions in computer-supported collaborative learning environments. Dordrecht: Kluwer, 2003.

ASSIS, A.; LABURÚ, C. E.; SALVADEGO, W. N. C. A seleção de experimentos de química pelo professor e o saber profissional. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em

Ciências, v. 9, n. 1, 2009.

AZEVEDO, M. C. Ensino por investigação: Problematizando as atividades em sala de aula. In: CARVALHO, A. M. P. (Org.). Ensino de Ciências: unindo a pesquisa e a prática. 1a ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004.

BAKER, M. Argumentative interactions and the social construction of knowledge. In: MIRZA, N. M.; PERRET-CLERMONT, A-N. (Eds.). Argumentation and education: theoretical foundations and practices. Dordrecht: Springer, 2009.

BAKHTIN, M. M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. 13. ed. São Paulo: Hucitec, 2009. BAROLLI, E.; LABURÚ, C. E.; GURIDI, V. M. Laboratorio didáctico de ciências: caminos de investigacion. Revista Electronica de Ensehanza de Ias Ciências [online], v. 9, n. 1, p. 88-110, 2010. Disponível em: <http://www.saum.uvigo.es /reec>. Acesso em: 10 jan. 2013. BARRELO JUNIOR, N. Argumentação no discurso oral e escrito de alunos do ensino

médio em uma sequência didática de Física Moderna. 2010. 176 p. Dissertação

(Mestrado), Faculdade de Educação – Universidade de São Paulo, 2010.

BIANCHINI, T. B. O ensino por investigação abrindo espaço para a argumentação de

professores e alunos do ensino médio. Bauru: Universidade Estadual Paulista - Campus

Bauru, 2011. 144 p. Dissertação de Mestrado em Educação para a Ciência, Área de concentração: Ensino de Ciências.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 1999.

______. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.

Parâmetros curriculares nacionais + ensino médio: orientações educacionais

complementares aos parâmetros curriculares nacionais. Linguagens códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC, 2002.

BROCKINGTON, G. A realidade escondida: a dualidade onda-partícula para estudantes do Ensino Médio. 2005. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Física e Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

BUGALLO RODRÍGUEZ, A.; JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M. P. Using Toulmin’s

argument pattern to analyze genetics questions. Paper presented at the Third European

Science Education Research Association (ESERA) Summer school, Barcelona, 1996. BYBEE, R. W. Achieving scientific literacy. The Science Teacher, v. 62, n. 7, p. 28-33, 1995.

BYBEE, R. W; De BOER, G. E. Research on goals for the science curriculum. In: GABEL, D. L. (Ed). Handbook of research in science teaching and learning. New York: McMillan, 1994.

CAAMANO, A. Trabajos prácticos investigativos em química em relación con el modelo atómico-molecular de Ia matéria, planificados mediante um diálogo estructurado entre profesor y estudiantes. Educación Química, v.16, n.1, p. 10-19, 2005.

CANAL, P. L.; POSUELOS, F. J.; TRAVÉ, G. Como ensenar investigando? Análisis de Ias percepciones de tres equipos docentes con diferentes grados de desarrollo profesional.

Revista Iberoamericana de Educação, v. 39, n. 5, p. 1-24, 2006.

CANDELA, A. A construção discursiva de contextos argumentativos no ensino de ciências. In: Coll, C.; Edwards, D. (Orgs.). Ensino, Aprendizagem e Discurso em Sala de Aula. Porto Alegre: Artmed, 1998.

CAPECCHI, M. C. V. M. Aspectos da cultura científica em atividades de experimentação

nas aulas de física. 2004. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação, Universidade de São

Paulo, São Paulo, 2004.

CAPECCHI, M. C. V. M.; CARVALHO, A. M. P. Argumentação em uma aula de

conhecimento físico com crianças na faixa de oito a dez anos. Investigações em Ensino de

Ciências, v. 5, n. 2, p. 171-189, 2000.

CAPECCHI, M. C. V. M.; CARVALHO, A. M. P.; SILVA, D. Relações entre o discurso do professor e a argumentação dos alunos em uma aula de física. Ensaio, v. 2, n. 2, 2002. Disponível em: <http://www.fae.ufmg.br/ensaio/v2_2/mariacandida.PDF>. Acesso em: 27 ago. 2007.

CARMO, A. B. A linguagem matemática em uma aula experimental de física. 2006. Dissertação (Mestrado) – Instituto de Física e Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

CARRASCO, H.J. Experimento de laboratorio: un enfoque sistemico y problematizador.

Revista de Ensino de Física, v.13, p. 77-85, 1991.

CARVALHO, A. M. P. (Ed.). Ensino de Ciências por Investigação: condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, 2013.

___________. Building up Explanations in Physics Teaching. International Journal of

Science Education, v. 26, n. 2, p. 225-237, 2004.

CARVALHO, A.M.P; GARRIDO, E.; CASTRO, R.S. El papel de las Actividades en La Construcción Del Concocimiento en Classe. Investigación em La Escuela, v. 25, p. 60-70, 1995.

CARVALHO, A. M. P. (Coord.); SANTOS, E. I.; AZEVEDO, M. C. P. S; DATE, M. P.S.; FUJII, S. R. S.; NASCIMENTO, V. B. Termodinâmica: um ensino por investigação. 1a. edição. São Paulo: Feusp, 1999.

CARVALHO, A. M. P.; SASSERON, L. H. As diversas linguagens do ensino de ciências. São Paulo: no prelo, 2010.

CLARK, D. B.; SAMPSON, V.; WEINBERGER, A.; ERKENS, G. Analytic frameworks for assessing dialogue in online learning environments. Educational Psychological Review, v. 19,

p. 343-374, 2007.

DRIVER, R.; NEWTON, P. Establishing the norms of scientific argumentation in classrooms. In: Esera Conference, Roma, 1997. Anais… Roma: Esera, 1997.

DOMIN, D. S. Students’perceptions of when conceptual development occurs during

laboratory instruction. Chemistry Education Research and Practice, v. 8, n. 2, p. 140-152, 2007

DRIVER, R.; NEWTON, P.; OSBORNE, J. The place of argumentation in the pedagogy of school science. International Journal of Science Education, v. 21, n. 5, p. 556-576, 1999. ERDURAN, S.; JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M. P. (Eds.). Argumentation in Science

Education: Perspectives from classroom-based research. Dordrecht: Springer, 2007.

FURIÓ, C.; VALDÉS, P.; GONZÁLEZ DE IA BARRERA, L. G. Transformación de Ias prácticas de laboratório de química en actividades de resolución de problemas de interés profesional. Educación Química, v. 16, n.1, p. 20-29, 2005.

HODSON, D. Hacia un enfoque más crítico del trabajo de laboratorio. Ensenanza de Ias

HODSON, D. Teaching and Learning Chemistry in the Laboratory: A Critical Look at the Research. Educación Química, v. 16, n. 1, p. 30-38, 2005.

HOFSTEIN, A; LUNETTA, V. N. The Laboratory in Science Education: Foundations for the Twenty-First Century. Science Education, n. 88, p. 28-54, 2004.

JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M. P.; BUGALLO RODRÍGUEZ, A.; DUSCHL, R. A. Doing the lesson or doing science: argument in high school genetics. Science & Education, v. 84, p. 757-792, 2000.

JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M. P.; DÍAZ De BUSTAMANTE, J. Discurso de aula y

argumentación en la clase de ciencias: cuestiones teóricas y metodológicas. Enseñanza de las

Ciencias, v. 21, n. 3, p. 359-370, 2003.

JIMÉNEZ-ALEIXANDRE, M. P.; REIGOSA CASTRO, C.; ÁLVAREZ-PÉREZ, V. Argumentación en el laboratorio de física. In: Encontro de Pesquisa em Ensino de Física, 6, 1998, Florianópolis. Anais... Florianópolis: EPEF, 1998.

LATOUR, B. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. São Paulo: Editora da Unesp, 2000.

LATOUR, B.; WOOLGAR, S. A vida de laboratório: a produção de fatos científicos. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1997.

LAWSON, A. E. How do humans acquire knowledge? And what does that imply about the nature of the knowledge? Science & Education, v. 9, n. 6, p. 577-598, 2000.

______. What does Galileo’s Discovery of Jupiter’s Moons Tell us about the Process of Scientific Discovery? Science & Education, v. 11, n. 1, p. 1-24, 2002.

______. Allchin’s shoehorn, or why science is hypothetico-dedutive. Science & Education, v. 12, n. 3, p. 331-337, 2003

________ T. rex, the crater of doom, and the nature of the scientific discovery. Science &

Education, v. 13, n. 3, p. 155-177, 2004.

LEITÃO, S. O lugar da argumentação na construção do conhecimento em sala de aula. In: LEITÃO, S.; DAMIANOVIC, M. C. (Orgs.) Argumentação na escola: o conhecimento em construção. Campinas: Pontes Editores, 2011.

LEITE, L.; ESTEVES, E. Análise crítica de actividades laboratoriais: Um estudo envolvendo estudantes de graduação Revista Electrónica de Ensehanza de Ias Ciências [on-line], v.4, n.1, 2005. Disponível em: <http://www.saum.uvigo.es/reec>. Acesso em: 10 jan. 2013.

LEMKE, J. L. Multiplying meaning: visual and verbal semiotics in scientific text. In: MARTIN, J.; Veel, R. (Eds.). Reading science. Londres: Routledge, 1998a.

______. Aprender a hablar ciencia: lenguaje, aprendizaje y valores. Barcelona: Paidós, 1998b.

LEWIN, A. M. F. ; Lomáscolo, T. M. M. La Metodologia Cientifica en La Construcción de Conocimientos. Enseñanza de las Ciencias, v. 20, n. 2, 147-151, 1998.

LOCATELLI, R. J. Uma análise do raciocínio utilizado pelos alunos ao desenvolverem os

problemas propostos nas atividades de conhecimento físico. 2006. Dissertação (Mestrado)

– Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.

MARTENS, M. L. Productive questions: Tools for supporting constructivist learning.

Science Children. 1999. 53:7. [NCES] National Center for Education Statistics. Highlights

from the Third International Mathematics and Science Study-Repeat (TIMSS-R). 2000. Disponível em: <http://nces.ed.gov/timss/timss-r/highlights.asp > Acesso em: DATA MIRZA, N. M.; PERRET-CLERMONT, A.-N. (Eds.) Argumentation and Education Theoretical foundations and practices. Dordrecht: Springer, 2009.

MORTIMER, E. F.; MACHADO, A. H. A linguagem em uma aula de ciências. Presença

Pedagógica, v. 2, n. 11, p. 49-57, 1996.

MORTIMER, E. F.; SCOTT, P. Atividade discursiva nas salas de aula de ciências: uma ferramenta sociocultural para analisar e planejar o ensino. Investigações em Ensino de

Ciências. Porto Alegre, v. 7, n. 3, p. 3, 2002. Disponível em: <http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol7/n3/v7_n3_a7.htm >. Acesso em: 29 abr. 2007. NASCIMENTO, S. S.; VIEIRA, R. D. Contribuições e limites do padrão de argumento de Toulmin aplicado em situações argumentativas de sala de aula de ciências. Revista Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências, Porto Alegre, v. 8, n. 2, 2008 [On-line]. Disponível em: <http://www. >. Acesso em: DATA.

NATIONAL RESEARCH COUNCIL (NRC). National Science Education Standards. Washington, DC: National Academy Press, 1996.

NUSSBAUM, E. M. Collaborative discourse, argumentation, and learning: Preface and literature review. Contemporary Educational Psychology, v. 33, p. 345-359, 2008.

PESSOA JR., O. Conceitos de física quântica. São Paulo: Livraria da Física, 2003. ROTH, W. M. Competent workplace mathematics: how signs become transparent. In: Symposium Semiotic and Activity Theoretic Perspectives on Pratice Workplace and School

Mathematics: Synergies and Dissonances?, 2002, New Orleans. Anais... New Orleans: AERA, 2002 [On-line]. Disponível em: <http://www. >. Acesso em: DATA.

SASSERON, L. H. Alfabetização científica no ensino fundamental: estrutura e indicadores deste processo em sala de aula. 2008. Tese (Doutorado) – Faculdade de Educação,

Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

SASSERON. L. H.; CARVALHO, A. M. P. O ensino de ciências para a alfabetização científica: analisando o processo por meio das argumentações em sala de aula. In: Simpósio Internacional de Análise do Discurso, 3., 2008, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte: NAD/UFMG, 2008a [On-line]. Disponível em: <http://www. >. Acesso em: DATA. ______. Evidências da alfabetização científica nas séries iniciais do ensino fundamental: como podemos encontrá-las? In: Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, 2008, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: PUCRS/Unisinos, 2008b [On-line]. Disponível em: <http://www. >. Acesso em: DATA.

______. Almejando a alfabetização científica no ensino fundamental: a proposição e a procura de indicadores do processo. Investigações em Ensino de Ciências, v. 13, n. 3, p. 333-352, 2008c.

______. Construindo argumentação na sala de aula: a presença do ciclo argumentativo, os indicadores de alfabetização científica e o padrão de Toulmin. Ciência & Educação, v. 17, n. 1, p. 97-114, 2011.

Schwarz, B. Argumentation and learning. In: MIRZA, N. M.; PERRET-CLERMONT, A-N. (Eds.). Argumentation and education: theoretical foundations and practices. Dordrecht:

Springer, p. 91-126, 2009.

SHILAND, T. W. Constructivism: The Implications for Laboratory Work. Journal of

Chemical Education, v. 76, n. 1, p. 107-109, 1999.

SOUZA, V. F. M. A importância da pergunta na promoção da alfabetização científica

dos alunos em aulas investigativas de física. Dissertação (Mestrado) — Faculdade de Educação e Instituto de Física da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

SUART, R. C.; MARCONDES, M. E. R. As habilidades cognitivas manifestadas por alunos do ensino médio de química em uma atividade experimental investigativa. Revista Brasileira

de Pesquisa em Educação em Ciências, v. 8, n. 2, p. 1-22, 2008.

____________. A manifestação de habilidades cognitivas em atividades experimentais

investigativas no ensino médio de química. Ciências & Cognição, v. 14, n. 1, p. 50-74, 2009. TOULMIN, S. E. Os usos do argumento. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

VILLANI, C. E. P.; NASCIMENTO, S. A argumentação e o ensino de ciências: uma atividade experimental no laboratório didático de física do ensino médio. Investigações em Ensino de

Ciências, v. 8, n. 3. 2003. Disponível em:

<http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol8/n3/v8_n3_a1.html>. Acesso em: 5 set. 2008. ZOLLER, U. Alternative assessment as (critical) means of facilitating HOCS- promoting teaching and learning in chemistry education. Chemistry Education: Research and Practice

in Europe, v. 2, n. 1, p. 9-17, 2001.

ZOLLER, U.; PUSHKIN, D. Matching higher-order cognitive skills (HOCS) promotion goals with problem-based laboratory practice in a freshman organic chemistry course. Chemistry

Education Research and Practice, 2007, 8(2), p. 153-171. Disponível em:

<http://www.rsc.org/images/Zoller%20paper%20final_tcm18- 85039.pdf>. Acesso em: DATA ZULIANI, S. R. Q. A. Prática de Ensino de Química e Metodologia Investigativa: Uma Leitura Fenomenológica a partir da Semiótica Social. Tese de (Doutorado em Educação). São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2006. 288p.

ANEXO A – Transcrição – Professor William – Turma B (noite)

Aula 10

Turno Autor Transcrição Classificação da Pergunta

Indicador de

AC

1 Professor (...) luz. Então vamos dar só uma lembrada pra gente recordar em que ponto que a gente tá. A gente

começou mais ou menos discutindo o seguinte, a gente começou falando da luz, e aí uma coisa que a gente fez foi o seguinte, a gente começou

discutindo a luz e eu procurei,

durante muito, muitas aulas, acredito, vamos dizer assim, não vou dizer forçar, mas eu tentei mostrar pra vocês que durante muito tempo a luz foi entendida como uma onda. Ficou durante muito tempo sendo

entendida como uma onda. E aí quando você pensa numa onda, você pensa literalmente na onda do mar, né, então alguma coisa desse tipo, né, alguma coisa que é contínua, não é? E aí, quando você fala em onda, tem um modelo que nos ajudou a

entender tudo que acontece com as ondas, que é o chamado modelo ondulatório. Então o modelo ondulatório, que é o modelo que tá apoiado na ideia de onda, ele justifica vários fenômenos. Só que tem um fenômeno que a gente não conseguiu explicar pelo modelo de onda, que foi o efeito fotoelétrico, que a gente usou o simulador, você lembra? Você jogava a luz em cima de um metal. Só que não era

qualquer cor de luz que arrancava elétrons do metal. Por quê? Aí a gente tentou justificar isso, né. Tinha a ver com a frequência, tinha a ver com a energia da onda. Só que aí, a palavra onda aí talvez não se

encaixasse bem, né. A gente teve que usar um outro modelo pra explicar o efeito fotoelétrico. Qual foi o outro modelo, pessoal, que a gente usou?

Turno Autor Transcrição Classificação da Pergunta

Indicador de

AC

Fora o de onda, qual era o outro modelo que a gente usou pra luz? 2 Aluno 6 Corpuscular.

3 Professor Corpuscular. Então o modelo corpuscular da luz tem a ver com aquela ideia. Então aqui você tem o modelo corpuscular. Corpuscular. Pessoal, aqui eu vou colocar [ao] invés de onda, eu vou colocar partícula, né, que fica melhor. Então aqui ó, quando eu digo luz, aqui eu tô pensando a luz como partícula. E aí o modelo que diz que a luz é partícula é o modelo corpuscular. Então quando você fala em partícula o que vocês imaginam?

4 Aluno 2 (...)

5 Professor Que que você entende pela palavra partícula, pessoal?

6 Aluno 3 Partes.

7 Professor Partes, né? Então é como se a luz, ela fosse composta de pequenas par... de pequenos corpúsculos, né? Pequenas entidades que a gente chama isso daqui de fóton. Então [ao] invés de a luz ser uma onda, ela é formada por pequenas partículas, cada partícula dessa tem uma energia bem definida. Enquanto aqui pode ser qualquer energia, aqui não, aqui você só tem determinados valores de energia. Então cada partícula dessa de luz, que é um fóton, é deter... ela tem uma energia bem definida. E a energia dela depende daquela constante da natureza, que é a constante de Planck, e da frequência da luz. Lembra que a frequência tem a ver com a cor da luz. Então você pega, por exemplo, a cor verde. A cor verde tem uma frequência, por tanto ela vai ter uma determinada energia. Se você pegar o azul, o azul tem outra frequência, então vai ter

Turno Autor Transcrição Classificação da Pergunta

Indicador de

AC

outra energia. Aqui por exemplo no modelo de onda, aqui a energia não tá ligada à ideia de frequência, aqui o modelo de onda tá ligada à ideia de intensidade. Se a luz é forte ela tem muita energia, se a luz é fraquinha ela tem pouca energia. Na verdade a intensidade de luz, ela tá ligada ao número de fótons. Quanto mais forte for a luz mais fótons você tem, né? É, pessoal, basicamente foi esse o resuminho que a gente teve das últimas aulas.

8 Aluno 4 Professor. 9 Professor Fala.

10 Aluno 4 Mas toda partícula tem a mesma quantidade de energia, ou vai depender de partícula pra partícula? 11 Professor Perfeito. Então se você falar, por

exemplo, da, da... Vamos pensar na cor verde, na cor verde. Se você pegar uma luz verde, a luz verde tá mandando vários fótons, ou seja, tá mandando várias partículas dessa. Cada partícula dessas, se a luz for verde, cada uma, individualmente, vai ter sempre a mesma energia. Então cada fóton de luz verde tem sempre a mesma energia, que é esse valor aqui, ó, tá legal? Se for um azul, o azul também vai ter vários fótons, cada fóton do azul vai ter sempre a mesma energia, que é calculada desse jeito. O que muda de cor pra cor é a sua frequência, tá bom? Pessoal, e aí o que a gente fez na ultima aula? A gente fez a atividade experimental do Mach Zehnder, então vamos lembrar o que