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152 A diferenciação entre estas duas grandes categorias – a análise de conteúdo e a análise estatística dos dados – não é tão óbvia, quanto o senso comum pressupõe. A análise dos dados fundamenta quer a interpretação, quer a discussão dos resultados. A confirmação, ou não, das hipóteses previamente formuladas só é possível através da análise dos dados anteriormente recolhidos.

O recurso á análise de conteúdo na investigação empírica realizada pelas diferentes ciências humanas e sociais é cada vez recorrente, nomeadamente porque oferece a possibilidade de tratar de forma metódica informações e testemunhos que apresentam um certo grau de profundidade e de complexidade, como são o caso das questões abertas de questionários.

A análise estatística, é muito mais do que um simples método de exposição dos resultados, é uma poderosa ferramenta de trabalho que nos permite apresentar os mesmos dados sob diversas formas (tabelas, quadros, gráficos, entre outros), o que favorece incontestavelmente a qualidade das interpretações. Na análise estatística utilizam-se maioritariamente técnicas gráficas, matemáticas e estatísticas, que dizem respeito à análise percentual dos fenómenos e da sua distribuição, bem como a das relações entre variáveis.

Ao usarmos um inquérito por questionário, os dados recolhido não têm significado em si mesmos, visto que grande número de respostas são pré-codificadas. Estes dados só são úteis se analisados estatisticamente, através de um tratamento quantitativo que permita comparar as respostas globais de diferentes categorias sociais e analisar as correlações entre variáveis. (Quivy & Campenhoudt, 1998).

Neste sentido, utilizou-se a análise estatística descritiva, como método de tratamento de dados do inquérito por questionário.

Numa primeira fase selecionou-se o programa estatístico que melhor possibilitasse o tratamento da informação. O programa escolhido foi o SPSS (Statistical Package for

Social Science) para o Windows, versão 20.0, tendo nele sido realizados os seguintes

procedimentos: estatística descritiva das variáveis (frequências, descritivos e diagramas), análise de fiabilidade “Alfa de Cronbach”, teste T, teste ANOVA, Analise Fatorial com Varimax, Análise Pierson, teste do Qui Quadrado e correlação de variáveis. Paralelamente, utilizou-se o software Microsoft Office 2010, mais

153 propriamente a folha de cálculo Excel, para outros testes estatísticos, como é o caso da estimação por intervalos de confiança. Em todos estes testes utilizamos um nível de significância p0,05, ou seja, existe apenas 5 hipóteses em 100 de rejeitar a hipótese definida, tendo sempre uma segurança de 95% em relação à tomada de decisão correta, para a determinação das diferenças entre as variáveis nominais.

Neste sentido em primeira análise foram analisados os resultados dos questionários através da estatística das variáveis como forma de se poder analisar os intervalos de confiança e as frequências, podendo-se assim em cada questão determinar as respostas mais frequentes.Como forma de visualizar melhor recorreu-se a gráficos onde se pode analisar em valores absolutos e percentuais cada questão.

Tendo em conta o número de questões do questionário para mais fácil apreensão realizou-se um quadro resumo onde se apresentam suscintamente os resultados obtidos. Como forma de avaliar-se o questionário realizado e utilizado fez-se o teste de fiabilidade de “Alfa de Cronbach” tendo-se concluído por uma excelente fiabilidade interna com um alfa de Cronback igual a 0,923 (p<0,05).

Utilizou-se por opção o teste T-Studendent para podermos comparar as respostas a variáveis independentes (empreendedorismo,inovação,gestão profissionalizada, saúde…) com dois grupos/amostras neste caso o sexo masculino e o sexo feminino como forma das respostas esperadas estarem condicionadas ou não por este factor.Pode- se concluir pelos resultados que não há evidência estatística que permita concluir que existe diferenças entre os dois grupos.

Aplicou-se ainda o teste T para amostras independentes,com variâncias iguais ou diferentes, segundo o teste de Levene,para os mesmos grupos.Conclui-se que das sessenta questões do questionário existem seis onde se verifica diferenças na tendência de resposta enre sexos, em que o sexo feminino é mais concordante do que o masculino. Nos testes que a seguir referimos que efectuamoseliminamos todas as análises de grupos que apresentassem valor de prova superior a 0,05, o que significa que não há diferença entre grupos, pelo que todos respondem da mesma maneira.

Utilizamos ainda o teste ANOVA para verificar o comportamento das respostas de pessoas com “diferentes experiências profissionais e/ou conhecimento”,“com que

154 frequência lida com estes temas”, e “em que situação se encontra”ao nível das variáveis independentes (empreendedorismo,inovação,gestão profissionalizada, saúde…). Constatou-se que foram encontradas algumas diferenças entre as respostas médias dos grupos correspondentes às “diferentes experiências profissionais e /ou conhecimentos”, “com a frequência com que lida com estes temas” e “em que situação se encontra” tendo estas sido consideradas na reflexão que deu origem às conclusões desta tese. Tendo em conta o volume das análises estatísticas realizadas e as informações recolhidas entendeu-se limitar-se a pesquisa a este ponto por se considerar serem já suficientes para os objetivos que se pretendem atingir.

Para esta investigação desenhou-se uma amostra bastante representativa da população em estudo, preferida na intenção de dar luz às questões em estudo e dedilatar a amplitude dos dados, ou seja de manifestar realidades múltiplas sobre as temáticas em estudo. Para esse efeito, selecionaram-se indivíduos, que pelos seus conhecimentos e valências ao nível das temáticas em estudo, possamapresentar-se como uma mais-valia, tendo-se privilegiado indivíduos com as seguintes atividades profissionais:

 Médicos, Técnicos e Especialistas em Saúde;  Responsáveis de Business Innovation Centrers;  Agentes do Polo de Competitividade da Saúde;  Universitários;

 Empresários da Saúde;

 Gestores de Empresas da Saúde;  Responsáveis Parques Tecnológicos;

 Especialistas em Empreendedorismo, Inovação e/ou Saúde.

A amostra é então constituída por 183 indivíduos de ambos os sexos, sendo 54,1% (n=183) do sexo feminino e 45,9% (n=183) do sexo masculino (Gráfico 2 e 3).

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