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3 PESQUISA DE CAMPO COM AS MULHERES RECOLHIDAS NO ERGÁSTULO

3.2 Análise dos dados obtidos

Compulsando os dados e informações obtidas no decorrer do estudo de campo, a primeira constatação que se infere é que o perfil sociocultural das presas em Ijuí, levantado nas hipóteses do projeto de pesquisa do presente trabalho, foi totalmente confirmado. Tanto é verdade, que o último censo realizado pela SUSEPE – Superintendência dos Serviços Penitenciários, datado de julho de 2013, demonstrou perfil sociocultural totalmente compatível com o que fora encontrado agora, nos meses de fevereiro e março em que ocorreram as pesquisas nos prontuários.

Vejamos. A investigação que empreendemos ao longo da pesquisa de campo evidenciou que parcela majoritária das presas do ergástulo local é composta de mulheres jovens adultas (18 a 24 anos), com baixa escolaridade (maior parte com apenas Ensino Fundamental incompleto), de cor branca predominantemente, estando presas por tráfico de drogas e/ou associação ao tráfico e com penas em sua

maioria variam de 04 a 10 anos de reclusão. Conforme as tabelas infra, extraídas de documento constante no sítio online da SUSEPE, esse era o mesmo contorno sociocultural que as mulheres presas em julho de 2013 apresentavam (FONTE: RIO GRANDE DO SUL. Superintendência dos Serviços Penitenciários, 2013):

Traçando-se um paralelo entre o perfil levantado em 2013 pela SUSEPE e o encontrado no momento coevo, por conseguinte, infere-se que restaram corroboradas de sobejo as características e situações ínsitas à grande maioria das presas em Ijuí e, quiçá, por amostragem, em nosso país.

Por outro lado, segundo o que nos revelou a extração de dados dos prontuários das custodiadas na PMEI, muito embora a maioria das mulheres exerçam atividade de laborterapia interna à instituição prisional, constata-se que as tarefas a ela designadas estão vinculadas, invariavelmente, ao âmbito doméstico (faxina, serviços gerais, cozinha, etc.). Nesse passo, é forçoso reconhecer que, infelizmente, o trabalho destinado à mulher presa tende a seguir, ainda hoje, um estereótipo do que seriam “atividades eminentemente femininas”, ligadas à seara privada e familiar. Ademais, pelo que se percebeu não é oferecido ensino profissionalizante e/ou técnico às presas.

Quando do reencontro da liberdade, então, parece-nos irretorquível que o trabalho conduzido internamente à prisão corresponde, na sociedade, a empregos com baixos salários ou subempregos, do que decorre baixa renda e, consequentemente, perpetuação da mulher em sua realidade social anterior: vulnerável e desprotegida socialmente, às margens do mercado formal de trabalho e de melhores condições de vida digna. Em última análise, a inexistência de perspectivas favoráveis, a necessidade de se obter meios para subsistir, e o fato de a sociedade estigmatizar e marginalizar ex-presidiários em geral, poderá levar ao retorno ao crime e, assim, à reincidência; fechando um ciclo perverso de exclusão e criminalização.

Chama a atenção, igualmente no que toca ao trabalho, que boa parte das presas trabalham (ou trabalharam) na Penitenciária Modulada, poucas trabalham e estudam (ou estudaram e trabalharam), mas nenhuma apenas estuda. As pesquisas não revelaram se esse fato ocorre por incompatibilidade de horários entre o labor e a escolarização, por ausência de programas educacionais e profissionais da educação, ou por desinteresse das presas. De toda sorte, os resultados obtidos causam estranheza, haja vista que a cada 3 dias de trabalho é remido 1 dia de pena, ao passo que esse mesmo 1 dia de pena pode ser remido a cada 12 horas de aula

(6 vezes menos do que se precisaria com o trabalho), nos lindes da redação do art. 126 da LEP (Lei de Execuções Penais).

Os questionários de preenchimento individual (elaborados com base em alguns dos direitos inerentes às mulheres confinadas), a seu turno, demonstraram diversas situações, as quais serão aqui analisadas de forma genérica, sem nos determos em cada uma das 13 perguntas componentes do questionário. Dentre elas, e sendo a única que obteve unanimidade nas respostas, acha-se a questão da visita íntima, cujo exercício é totalmente garantido às presas e com a mesma facilidade que para os homens reclusos no local, de acordo com as respostas obtidas.

A expectativa de estigma, discriminação e preconceito quando da saída do ergástulo também é uma constante preocupação segundo as marcações efetuadas nos questionários, sendo que apenas uma das 16 presas referiu não acreditar que isso lhe aconteceria.

Sobre a hipótese de ficar na companhia dos filhos dentro do estabelecimento penitenciário, durante o período de amamentação, 13 mulheres afirmaram que não havia condições para tanto; ressaltando-se que o mesmo número de internas afirmou não haver, na PMEI, módulo de saúde para gestante ou parturiente e creche, o que é uma realidade, já que a Penitenciária Modulada não dispõe, deveras, destes espaços, pelo menos por ora.

As respostas dividiram-se de forma idêntica no que atine ao questionamento sobre a origem das presas: se de Ijuí e região, ou de outros municípios, estando longe de suas famílias. Do número total de 16 participantes da pesquisa, uma metade respondeu sim e a metade remanescente respondeu não. Entretanto, em que pese apenas 8 mulheres fossem oriundas de outras cidades ou estivessem distantes das famílias, quando perguntadas se prefeririam ficar longe dos parentes para fins de cumprir pena em estabelecimento exclusivamente feminino, em outra localidade, 13 responderam que não, o que representa a opinião de mais de 80% das reclusas. O vínculo familiar e afetivo e a possibilidade de ser visitada por parentes, amigos e companheiro/esposo, depreende-se, são bastante significativos

para as reclusas, que preferem manter em estabelecimento misto, mas perto de suas relações sociais, a ficar em uma unidade só de mulheres e distante.

Especificamente ao tema da efetivação, ou não e em que medida, dos direitos do público feminino carcerário em Ijuí, um dos focos deste trabalho, pode-se perceber por intermédio do estudo de caso e, ademais, conhecimento das instalações físicas e condições em que opera a Penitenciária Modulada Estadual de Ijuí, que essa unidade penal procura atender, na reserva do possível, os direitos e garantias das quase 30 reclusas; sem lograr êxito, no entanto, em oportunizar às presas a fruição de todos os direitos constitucional e legalmente previstos.

Isso porque, a um, este estabelecimento penal, em que pese separe os presos por gênero masculino e feminino, não conta com uma ala/galeria/módulo exclusivamente para as mulheres, dadas as restrições físicas do espaço do próprio presídio, pensado originalmente para abrigar apenas homens. Outrossim, a penitenciária não conta com berçários ou creches, para as presas gestantes que vierem a dar à luz intramuros ou para as lactantes e mães de filhos pequenos, com quem estes devem passar mais tempo. Aliás, não há módulos de saúde voltados para gestantes e parturientes, munidos de equipamentos específicos e médicos especializados (obstetras, ginecologistas, etc.).

Os agentes penitenciários presentes no local são de ambos os sexos, e não poderia ser diferente, já que a PMEI, como dito, originalmente é uma penitenciária para homens. Todavia, observou-se que nos módulos (apoio e V1) onde existiam mulheres detidas o corpo de agentes era do sexo masculino. As normas descritas na LEP e nas resoluções do CNPCP (Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária) determinam que nos presídios femininos todo o pessoal deva ser deste sexo, salvo quando se tratar de pessoal técnico especializado, silenciando estas normas, no entanto, no que cabe aos presídios mistos, como é o caso do ergástulo de Ijuí.

Todavia, apesar das dificuldades enfrentadas, sobremaneira relativas à infraestrutura adaptada à permanência das mulheres, tem-se ciência que a Penitenciária Modulada possui projeto em trâmite, junto à Secretaria Estadual de

Obras Públicas, de reforma do espaço que hoje é utilizado pela Brigada Militar, no fito de criar uma ala/galeria exclusivamente feminina e melhor acomodar as presas. Recentemente, inclusive, autoridades públicas visitaram o local, tais como o Juiz de Direito da Vara de Execuções Criminais desta Comarca e o Secretário Municipal de Administração, conforme noticiado no periódico online Ijuinews.com (OLIVEIRA, 2013).

Aliás, tal notícia foi também veiculada na mídia impressa local, nomeadamente no Jornal da Manhã de Ijuí/RS, onde constou que o delegado Irineu Koch, da 3.ª Delegacia Penitenciária Regional, pronunciou-se dizendo que “este processo já está na Secretaria Estadual de Obras Públicas, que vai fazer um levantamento de custos, e vai apontar a quantidade de recursos necessários para a obra” (SUSEPE planeja adequações na penitenciária de Ijuí, 2013, p. 5). Em entrevista ao mesmo periódico, o Juiz de Direito da Vara de Execuções Criminais manifestou-se sobre o projeto asseverando que

o artigo quinto da Constituição, que prevê as garantias básicas ao cidadão, estabelece que os presos têm de ser separados por gênero, ou seja, homens têm de ser presos em instituições masculinas e mulheres em penitenciárias femininas. Com relação aos estabelecimentos para mulheres, inclusive, a lei exige que sejam guardados apenas por agentes do sexo feminino, justamente para preservar a intimidade das apenadas. Essa é um questão que vem sendo descumprida há muitos anos em todo o Estado. (JUIZ apoia criação de espaço exclusivo para apenadas, 2013, p. 5).

Em matéria posterior, demais disso, foi dispensada atenção ao aspecto da maternidade na seara prisional:

Conforme o diretor do Departamento de Segurança e Execução Penal da Susepe, Irineu Koch, a direção da penitenciária já tem o projeto em mãos, e deve encaminhar o planejamento financeiro na próxima semana. “Nossa ideia é fazer o anexo, justamente para que a estrutura da modulada como a cozinha e o centro psicossocial seja utilizada para receber mulheres. A diretora da Penitenciária, Eliane Kunkel, deve se reunir na próxima semana com a Coordenadoria de Obras Públicas para construir uma planilha de custos, e dar sequência aos encaminhamentos”, disse. Depois, uma reunião com o Poder Judiciário definirá os prazos das melhorias que serão feitas. O projeto prevê a construção de berçários, para que apenadas grávidas possam ficar perto de seus filhos. Atualmente, as mulheres cujos filos nascem durante o cumprimento de pena, precisam ser transferidas para Porto Alegre, onde há local adequado para receber as presidiárias nesta situação. (PENITENCIÁRIA Modulada de Ijuí terá nova unidade feminina, 2013, p. 11).

Nessa senda e sem mais delongas, vê-se que malgrado os direitos e garantias fundamentais assegurados às presas não venham sendo cumpridos na sua totalidade pelo estabelecimento penal ijuiense, melhorias tem sido buscadas, no precípuo escopo de atender à legislação afeta à matéria e melhor resguardar as mulheres ali presentes.

CONCLUSÃO

Com fulcro nos problemas e objetivos apresentados na introdução desse trabalho, e dado todo o esforço metodológico desenvolvido, a par ainda da pesquisa de campo efetivada na PMEI – Penitenciária Modulada Estadual de Ijuí, chegamos a uma série de resultados, todos intimamente concatenados entre si, seja de forma jurídica ou sociológica.

Em primeiro lugar, cumpre desde já salientar que as hipóteses suscitadas por ora do projeto de pesquisa foram todas confirmadas. Explicita-se: quanto à pena privativa de liberdade, constatou-se que esta evoluiu ao longo dos séculos, substituindo as penas corporais e infamantes mas mantendo-se, à toda evidência, como forma humilhante e degradante de sancionar os condenados e presos provisórios, sendo que suas funções retributiva e punitiva sobrepujam aquelas almejadas funções pedagógica e ressocializadora. A inserção da figura da mulher nesse contexto – que já havia sido fortemente perseguida durante a Idade Média sob o pálio da Inquisição –, deu-se sobretudo após a ascensão do capitalismo, onde “casas de conversão e arrependimento” abrigavam prostitutas, bêbadas, criminosas, ociosas/vadias, e mulheres que não obedeciam seus pais ou maridos. O propósito da época, conforme trazido no desenvolvimento do trabalho, era arrebanhar mão de obra barata e manufatura penal, reforçando o proletariado necessário ao impulso do capitalismo.

De toda a sorte, orientada historicamente por um estereótipo, cultura e moral já preestabelecidos, à mulher foram reservadas casas de detenção que se destinavam a doutriná-la para serviços no âmbito doméstico e familiar, bem ainda para apresentar comportamentos tidos como femininos: recato, silêncio, trabalho

manual e do lar, religiosidade, etc. Os efeitos deste paradigma, ainda não totalmente rompido, repercutem até hoje: conforme apurado na pesquisa de campo, amiúde a laborterapia ofertada à presa vincula-se a serviços como limpeza/faxina, cozinha, costura, etc.

Por outro lado, verificou-se que a maior incidência da mulher na perpetração de delitos e, consectariamente, o aumento de sua inserção no universo carcerário, pode ser explicada por duas vertentes: a primeira nos diz que à proporção em que a mulher é chamada a participar da labuta diária e da mantença familiar, aumenta a criminalidade feminina, o que pode ser bem ilustrado no caso de mulheres jovens, arrimos de família e mães solteiras, que veem no ilícito uma opção para aumentar a renda familiar ou para auferir bens e lucros que o trabalho por si só não lhes proporciona. A segunda vertente, a seu turno, nos mostra que o aumento da criminalidade feminina está associado a um ciclo de desigualdade de gênero que, apesar das conquistas das mulheres, ainda permanece. Esse ciclo de desigualdade atinge com mais rigor as mulheres oriundas das classes menos privilegiadas da sociedade (já bastante vulneráveis pela baixa escolaridade, precários circuitos de troca social, reduzidas possibilidades de investimento cultural, falta de planejamento familiar, violência doméstica, precárias condições de habitação e saneamento, etc.), as quais, por não conseguirem superar a via do desemprego ou de subempregos, acabam ingressando em atividades ilícitas.

A pesquisa corroborou, igualmente, a ideia inicial que se tinha de que o tráfico de drogas e a associação para o tráfico (art. 33 e 35 da Lei n. 11.343/2006) são os principais tipos penais em que as mulheres incorrem. Verificou-se, assim, que o aumento da criminalidade (tangente às mulheres) é exortado substancialmente pela alta incidência do público feminino nestes crimes, cuja prática representa, no mais das vezes, lucro fácil e imediato, em especial para aquelas que já possuíam algum familiar ou companheiro/marido na traficância.

Por outro lado, evidenciou-se que, de fato, nosso país não está com seu sistema carcerário estruturado e apropriado para fazer face ao crescente número de mulheres presas. São recorrentes e generalizados, nos estabelecimentos penais brasileiros, problemas como poucas unidades prisionais exclusivas para mulheres

(cerca de 82, conforme último censo do DEPEN), expressivo déficit de vagas (aproximadamente 14 mil, também conforme pesquisa do DEPEN), superlotação dos presídios, ausência de módulos de saúde para parturientes e lactantes, ausência de creches suficientes, insalubridade e insegurança das prisões, adaptação improvisada da infraestrutura existente, falta de produtos de higiene femininos, abusos sexuais, prostituição e concepção dentro do cárcere nas unidades mistas (em especial no sistema policial, onde às vezes homens e mulheres dividem as mesmas celas), ausência de iniciativas consolidadas e produtivas de ensino e trabalho, carência de visitas e consequente fragilização dos vínculos familiares, dificuldade de acesso ao direito da visita íntima, falta de atenção e visibilidade por parte do Poder Público para a questão da mulher presa, entre outros.

Nesse ínterim, apurou-se que a gama de mazelas ocorrentes intramuros contribui mormente à reprodução e agravamento daquela realidade de (des)proteção social que já era vivenciada pelas mulheres extramuros. É certo que não se constituía como objeto desse trabalho as problemáticas e a crise experimentadas pelo sistema carcerário brasileiro, contudo, não houve como impedir que o assunto da monografia enveredasse um pouco por esse caminho, nos demonstrando que, se a privação de liberdade já é um mecanismo que constrange e estigmatiza, isso se dá com maior gravidade no que diz com as mulheres, por suas especificidades e especiais condições.

Sobre os direitos e garantias fundamentais assegurados às mulheres reclusas, pode-se observar que a legislação brasileira é relativamente avançada nesse sentido, apresentando normas e dispositivos bastante garantistas e atentos à questão dos direitos humanos. No entanto, a realidade desvela circunstâncias que não condizem com o que fora preconizado nas leis, códigos e resoluções; pois o Estado Penal prevalece sobre o Estado social e, no interior dos ergástulos, o que se tem é uma série de vilipêndios a direitos e garantias.

Por fim, tangente ao perfil sociocultural e carcerário das mulheres pesquisadas na Penitenciária de Ijuí, a hipótese lançada no projeto desse trabalho de conclusão de curso igualmente foi ratificada: trata-se a maioria de público feminino jovem (18 a 24 anos), de cor branca, com baixo nível de escolaridade e lá

segregadas sobretudo em razão do injusto penal de tráfico de drogas e associação para o tráfico. Outrossim, evidenciou-se que, em que pese a maioria das presas do ergástulo local trabalhe interiormente à prisão, infelizmente as atividades a ela dispensadas são eminentemente domésticas (serviços gerais, faxina, cozinha, etc.) o que, em última instância, perpetua a falta de qualificação profissional, a possibilidade de obter apenas subempregos ou empregos precários quando do encontro da liberdade e, via de consequência, baixos salários para as subsistências familiar e própria, o que pode exortar o retorno ao crime como forma de sustento, desencadeando um ciclo perverso sociocriminal.

As próprias apenadas e presas provisórias, outrossim, reconhecem que não possuiriam condições de ficar com sua prole, em caso de amamentação, nas dependências da Penitenciária Modulada, devido a ausência de condições para tanto, a exemplo da inexistência de berçário no local. Também, inexiste módulo de saúde e de acompanhamento pré-natal para gestantes e parturientes, assim como não há creches nesse presídio. Da mesma maneira conclui-se, através do questionário respondido, que os vínculos familiares e afetivos possuem suma importância para as presas, as quais referiram preferir permanecer em estabelecimento misto e perto de suas casas e famílias a cumprir suas penas (ou privação de liberdade, no caso das presas preventivas e temporárias) em unidades penais unicamente femininas, mas distantes.

As custodiadas são guardadas, ainda, por agentes penitenciários tanto do sexo masculino como feminino, visto que a unidade penal é mista, e não se dispõe de ala/galeria exclusiva às mulheres, que atualmente ocupam parte do módulo vivência um (V1) e módulo de apoio. Nada obstante, já há projeto em trâmite para que um prédio que hoje é destinado à polícia militar seja transformado em ala exclusivamente feminina na PMEI, a fim de acomodar as presas e construir berçários para eventuais filhos daquelas.

Em epítome, malgrado na Penitenciária Modulada não se tenha observado a ocorrência de sérias problemáticas que acometem diversas prisões onde há mulheres Brasil afora (abuso sexual, prostituição dentro do cárcere, insalubridade, precariedade das instalações sanitárias, hidráulicas e elétricas, superlotação, entre

outros), com certeza ainda há muito o que se fazer por este público para que o cumprimento de pena se amolde àquelas exigências e parâmetros descritos nas normativas correspondentes (LEP, CPP, CP, CF/88, resolução do CNPCP), a começar pela destinação de um espaço próprio e exclusivo para as mulheres, providência esta que já está sendo tomada.

REFERÊNCIAS

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